SÃO PAULO – Uma startup de US$ 40 bilhões: esse é um bom jeito de descrever o Uber a partir desta quinta-feira, 4. A empresa, cujo principal negócio é um aplicativo de compartilhamento de carros, confirmou que recebeu US$ 1,2 bilhão em uma nova rodada de investimentos.
Entre os novos investidores, estão os grupos TPG, Fidelity Investments e Sequoia – este último, dona de participações em Apple, EA, Google, PayPal, Cisco de outras grandes empresas do ramo de tecnologia. As informações são do site americano TechCrunch. Com o novo investimento, o Uber chega à marca de US$ 2,7 bilhões captados em investidores.
Trata-se de uma escalada vertiginosa para uma empresa que tem apenas cinco anos de idade. O investidor Semil Shah, conhecido no mercado de tecnologia, atentou para a força do crescimento:
“Se você ignorar a diluição, alguém que investiu US$ 10 mil na primeira rodada de investimentos do Uber hoje teria participação equivalente na empresa a US$ 80 milhões”, disse ele.
O feito do Uber impressiona por si só ao se lembrar que a empresa tem apenas quatro anos de idade. Seu CEO e fundador Travis Kalanick, no entanto, não quer parar por enquanto: em comunicado à imprensa, ele disse que a empresa ainda tem “capacidade adicional restante para investimentos estratégicos”.
Uma área potencial em que o Uber pode ainda crescer é na Ásia. “Este financiamento que recebemos agora permitirá ao Uber fazer investimentos importantes, especialmente na região do Pacífico asiático”, declarou ainda Kalanick.
Atualmente, o app está disponível em 51 países diferentes. No Brasil, aportou em junho em São Paulo e Rio de Janeiro, e hoje também encontra-se presente em Brasília e Belo Horizonte.
Críticas O novo investimento pode ajudar a imprensa a desviar as críticas recentes feitas ao Uber.
Um de seus executivos, Emil Michaels, sugeriu que o Uber deveria investigar a vida pessoal e as redes sociais dos jornalistas que fizessem matérias negativas sobre a empresa, falando de assuntos como promessas agressivas de salários aos motoristas e a sabotagem que a empresa faz com seus competidores, como Lyft e até mesmo o EasyTáxi.
Além disso, o Uber tem sido alvo de prefeituras ao redor do mundo, que consideram seus serviços ilegais. É o que acontece, por exemplo, em Amsterdã, onde a polícia local apreendeu os carros de quatro motoristas da plataforma, ou em São Paulo, onde a Secretaria Municipal de Transportes já considerou pedir a derrubada do serviço.