Na segunda edição de Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade após a pandemia de covid-19, o nível da concorrência nas categorias para se consagrar como um dos vencedores do evento voltou a subir. Mesmo assim, o Brasil conseguiu deixar a Cote D’Azur com um cesto de Leões de ouro, prata, bronze, Glass, Titanium e alguns Grand Prixs, mostrando a força do mercado publicitário brasileiro, conforme a avaliação do CEO da BETC Havas, Erh Ray. “O Brasil foi um grande vencedor neste festival, com muitos destaques de Leões e Grand Prixs”, diz o executivo.
Em entrevista ao Estadão, o presidente da BETC/Havas avaliou o desempenho do Brasil em Cannes Lions - Festival Internacional de Criatividade -, além de comentar sobre os principais temas discutidos ao longo da semana na Riviera Francesa.
Na avaliação do executivo, o desempenho brasileiro em Cannes já é um resultado do retorno dos grandes investimentos dos anunciantes no mercado publicitário, que sofreu com os cortes de verbas durante o primeiro ano da pandemia. Em 2022, a publicidade movimentou no Brasil mais de R$ 74 bilhões de reais, conforme dados da Kantar Ibope Media. “Em anos pares, nós temos alguns grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, que fazem com que a economia do nosso setor se beneficie”, diz Ray.
Apesar do crescimento em 2023, o fundador da BETC/Havas acredita que o melhor resultado para o País ainda está por vir, com a possibilidade de maiores investimentos no ano seguinte.
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Diversidade e ESG
Na lista dos principais prêmios, algumas das campanhas melhor avaliadas pelos jurados traziam como tema principal a pauta de diversidade, com questões de gênero, racismo ou LGBT+fobia. O fundador da BETC/Havas acredita que esses resultados para essas campanhas mostram que falar dessas pautas não é mais um modismo local, mas uma tendência global que se consolidou nos últimos anos e agora garante os Leões do Festival. “Cannes Lions é o termômetro do mundo”, diz.
‘AI, heroína ou vilã?’
Para Ray, as evoluções que o uso da inteligência artificial (AI) trazem para a publicidade podem ser comparadas com as mudanças que a TV a cores trouxe para a produção visual no mundo. O publicitário ainda vê a ferramenta em fase de testes, mas sem chances de ser abandonada pelos criativos. “É indiscutível que a inteligência artificial será transformadora no nosso mercado. Nós ganhamos tempo e agilidade, mas nós ainda estamos nos primeiros passos para aprimorar a AI”, afirma.