O plano da Sony e da Apollo para a Paramount: desmembramento


A CBS e outras empresas famosas seriam vendidas se a Sony e a Apollo puderem comprar a Paramount; mas os novos donos manteriam o estúdio de cinema

Por Benjamin Mullin e Lauren Hirsch
Atualização:

THE NEW YORK TIMES - Shari Redstone ajudou a transformar a Paramount Global em um império da mídia, mas, se conseguirem comprar o conglomerado, a Sony Pictures Entertainment e a gigante em gestão de ativos Apollo Global Management planejam desmembrá-lo completamente, de acordo com três fontes familiarizadas com o assunto.

O plano incluiria vender a CBS, canais de televisão a cabo, como a MTV, e o serviço de streaming Paramount Plus, afirmaram as fontes, que pediram para não ser identificadas por relatar detalhes privados. A Paramount Pictures — que produziu sucessos como “O poderoso chefão”, “Top Gun” e a franquia “Missão: Impossível” — seria combinada às operações da Sony.

A Sony e a Apollo, que fizeram uma expressão de interesse não compulsório de adquirir a Paramount por US$ 26 bilhões, na semana passada, também deverão manter propriedade sobre seu portfólio cinematográfico e televisivo, assim como direitos de uso de personagens bem conhecidos, como As Tartarugas Ninja e Bob Esponja. As empresas ainda não revelaram seus planos para a Paramount ou seus diretores.

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Estúdio da Paramount Foto: Alex Welsh/ The New York Times

Um desmembramento da Paramount representaria uma grande mudança de guarda na indústria do entretenimento. A CBS e a Paramount são controladas pela família Redstone há décadas, desde que o magnata dos meios de comunicação Sumner Redstone montou o conglomerado com uma série de contratos audaciosos. Sua filha, Shari, liderou um acordo para reunir as empresas em 2019 e continua a acionista com controle da Paramount.

A Sony e a Apollo estão em contato com os diretores financeiros da Paramount para tratar dos próximos passos de sua proposta, afirmaram as fontes. As duas empresas não firmaram ainda contratos formais de confidencialidade nem iniciaram diligências prévias, um processo que pode levar semanas.

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Apesar de ainda ser cedo, as proponentes da transação já começaram a imaginar como a administração da Paramount poderia se desdobrar. Ambas operariam a empresa como um consórcio controlado pela Sony, com menos participação acionária da Apollo, afirmaram as fontes. A Sony buscaria combinar funções de marketing e distribuição do estúdio de cinema da Paramount com suas próprias operações e vender o restante dos ativos.

Com o tempo, a Apollo poderia vender suas ações na joint venture para a Sony ou outro comprador. Não está clara a dimensão da participação da Apollo no consórcio, mas a empresa planeja investir bilhões no negócio, afirmou uma fonte.

Um desmembramento da Paramount não agrada Shari Redstone, que preferiria ver a empresa passando intacta para as mãos do comprador, disse uma fonte familiarizada com seu pensamento. Mas isso não seria um fator determinante para o rompimento da transação se a oferta for convincente, segundo a fonte.

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Há outros interessados. A Skydance, uma empresa de mídia fundada pelo herdeiro David Ellison, cujo pai cofundou a Oracle Corporation, tem conversado há meses com a Paramount no sentido de uma possível aquisição. Negociações exclusivas entre a Skydance e a Paramount foram suspensas na semana passada, pouco após a Sony e a Apollo expressarem seu interesse. Mas a Skydance continua interessada.

A Sony e a Paramount têm estratégias diferentes no ramo do entretenimento, e a venda para a Sony poderia resultar em uma mudança de direção na Paramount. Ao contrário da Paramount, que transmite seu conteúdo pelo canal de streaming Paramount+, a Sony licencia seus filmes e programas de TV para empresas como Netflix e Disney. A Sony provavelmente não mudará essa abordagem ao adquirir a Paramount e muito provavelmente buscaria combinar o Paramount+ com algum serviço rival, como o Peacock, da Comcast, ou o Max, da Warner Bros. Discovery.

A Sony cobiça o estúdio de cinema da Paramount há muito tempo. Anos atrás, executivos da Sony entraram em contato com a Paramount para saber se a empresa estaria disposta a vender a Paramount Pictures ou fundir-se em uma joint venture, mas a Paramount sinalizou que estava interessada apenas na venda de todo o conglomerado. Então, quando a Apollo fez um lance para a Paramount, neste ano, a Sony decidiu se juntar.

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Qualquer compra por parte da Sony enfrentaria dificuldades regulatórias. As regulações restringem a participação de proprietários estrangeiros em empresas de comunicação americanas, o que poderia impedir a Sony — que pertence ao japonês Sony Group — de ser dona de emissoras de TV afiliadas à CBS. Mas a Sony e a Apollo podem se desfazer das emissoras imediatamente ou tentar registrar sua licença apenas em nome da Apollo. As empresas também consideram outras opções para as emissoras.

O contrato de compra e venda também precisaria, muito provavelmente, da aprovação do Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, o painel em Washington que analisa aquisições de empresas americanas por entes estrangeiros.

A Sony e a Apollo acreditam que, quando decidirem vender os ativos da Paramount, haverá muitos interessados coerentes, afirmaram três fontes. A Warner Bros. Discovery, que não tem nenhuma emissora de TV, poderia se interessar pela CBS. Grupos de telecomunicações como Nexstar e Tegna seriam clientes lógicos para as emissoras da CBS.

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Os ativos mais difíceis de vender seriam muito provavelmente as redes de TV a cabo da Paramount, como MTV e Nickelodeon, mas as emissoras poderiam ser vendidas para uma empresa de TV que busque maior escala em negociações com serviços de TV a cabo e internet como Charter e Comcast. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

THE NEW YORK TIMES - Shari Redstone ajudou a transformar a Paramount Global em um império da mídia, mas, se conseguirem comprar o conglomerado, a Sony Pictures Entertainment e a gigante em gestão de ativos Apollo Global Management planejam desmembrá-lo completamente, de acordo com três fontes familiarizadas com o assunto.

O plano incluiria vender a CBS, canais de televisão a cabo, como a MTV, e o serviço de streaming Paramount Plus, afirmaram as fontes, que pediram para não ser identificadas por relatar detalhes privados. A Paramount Pictures — que produziu sucessos como “O poderoso chefão”, “Top Gun” e a franquia “Missão: Impossível” — seria combinada às operações da Sony.

A Sony e a Apollo, que fizeram uma expressão de interesse não compulsório de adquirir a Paramount por US$ 26 bilhões, na semana passada, também deverão manter propriedade sobre seu portfólio cinematográfico e televisivo, assim como direitos de uso de personagens bem conhecidos, como As Tartarugas Ninja e Bob Esponja. As empresas ainda não revelaram seus planos para a Paramount ou seus diretores.

Estúdio da Paramount Foto: Alex Welsh/ The New York Times

Um desmembramento da Paramount representaria uma grande mudança de guarda na indústria do entretenimento. A CBS e a Paramount são controladas pela família Redstone há décadas, desde que o magnata dos meios de comunicação Sumner Redstone montou o conglomerado com uma série de contratos audaciosos. Sua filha, Shari, liderou um acordo para reunir as empresas em 2019 e continua a acionista com controle da Paramount.

A Sony e a Apollo estão em contato com os diretores financeiros da Paramount para tratar dos próximos passos de sua proposta, afirmaram as fontes. As duas empresas não firmaram ainda contratos formais de confidencialidade nem iniciaram diligências prévias, um processo que pode levar semanas.

Apesar de ainda ser cedo, as proponentes da transação já começaram a imaginar como a administração da Paramount poderia se desdobrar. Ambas operariam a empresa como um consórcio controlado pela Sony, com menos participação acionária da Apollo, afirmaram as fontes. A Sony buscaria combinar funções de marketing e distribuição do estúdio de cinema da Paramount com suas próprias operações e vender o restante dos ativos.

Com o tempo, a Apollo poderia vender suas ações na joint venture para a Sony ou outro comprador. Não está clara a dimensão da participação da Apollo no consórcio, mas a empresa planeja investir bilhões no negócio, afirmou uma fonte.

Um desmembramento da Paramount não agrada Shari Redstone, que preferiria ver a empresa passando intacta para as mãos do comprador, disse uma fonte familiarizada com seu pensamento. Mas isso não seria um fator determinante para o rompimento da transação se a oferta for convincente, segundo a fonte.

Há outros interessados. A Skydance, uma empresa de mídia fundada pelo herdeiro David Ellison, cujo pai cofundou a Oracle Corporation, tem conversado há meses com a Paramount no sentido de uma possível aquisição. Negociações exclusivas entre a Skydance e a Paramount foram suspensas na semana passada, pouco após a Sony e a Apollo expressarem seu interesse. Mas a Skydance continua interessada.

A Sony e a Paramount têm estratégias diferentes no ramo do entretenimento, e a venda para a Sony poderia resultar em uma mudança de direção na Paramount. Ao contrário da Paramount, que transmite seu conteúdo pelo canal de streaming Paramount+, a Sony licencia seus filmes e programas de TV para empresas como Netflix e Disney. A Sony provavelmente não mudará essa abordagem ao adquirir a Paramount e muito provavelmente buscaria combinar o Paramount+ com algum serviço rival, como o Peacock, da Comcast, ou o Max, da Warner Bros. Discovery.

A Sony cobiça o estúdio de cinema da Paramount há muito tempo. Anos atrás, executivos da Sony entraram em contato com a Paramount para saber se a empresa estaria disposta a vender a Paramount Pictures ou fundir-se em uma joint venture, mas a Paramount sinalizou que estava interessada apenas na venda de todo o conglomerado. Então, quando a Apollo fez um lance para a Paramount, neste ano, a Sony decidiu se juntar.

Qualquer compra por parte da Sony enfrentaria dificuldades regulatórias. As regulações restringem a participação de proprietários estrangeiros em empresas de comunicação americanas, o que poderia impedir a Sony — que pertence ao japonês Sony Group — de ser dona de emissoras de TV afiliadas à CBS. Mas a Sony e a Apollo podem se desfazer das emissoras imediatamente ou tentar registrar sua licença apenas em nome da Apollo. As empresas também consideram outras opções para as emissoras.

O contrato de compra e venda também precisaria, muito provavelmente, da aprovação do Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, o painel em Washington que analisa aquisições de empresas americanas por entes estrangeiros.

A Sony e a Apollo acreditam que, quando decidirem vender os ativos da Paramount, haverá muitos interessados coerentes, afirmaram três fontes. A Warner Bros. Discovery, que não tem nenhuma emissora de TV, poderia se interessar pela CBS. Grupos de telecomunicações como Nexstar e Tegna seriam clientes lógicos para as emissoras da CBS.

Os ativos mais difíceis de vender seriam muito provavelmente as redes de TV a cabo da Paramount, como MTV e Nickelodeon, mas as emissoras poderiam ser vendidas para uma empresa de TV que busque maior escala em negociações com serviços de TV a cabo e internet como Charter e Comcast. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

THE NEW YORK TIMES - Shari Redstone ajudou a transformar a Paramount Global em um império da mídia, mas, se conseguirem comprar o conglomerado, a Sony Pictures Entertainment e a gigante em gestão de ativos Apollo Global Management planejam desmembrá-lo completamente, de acordo com três fontes familiarizadas com o assunto.

O plano incluiria vender a CBS, canais de televisão a cabo, como a MTV, e o serviço de streaming Paramount Plus, afirmaram as fontes, que pediram para não ser identificadas por relatar detalhes privados. A Paramount Pictures — que produziu sucessos como “O poderoso chefão”, “Top Gun” e a franquia “Missão: Impossível” — seria combinada às operações da Sony.

A Sony e a Apollo, que fizeram uma expressão de interesse não compulsório de adquirir a Paramount por US$ 26 bilhões, na semana passada, também deverão manter propriedade sobre seu portfólio cinematográfico e televisivo, assim como direitos de uso de personagens bem conhecidos, como As Tartarugas Ninja e Bob Esponja. As empresas ainda não revelaram seus planos para a Paramount ou seus diretores.

Estúdio da Paramount Foto: Alex Welsh/ The New York Times

Um desmembramento da Paramount representaria uma grande mudança de guarda na indústria do entretenimento. A CBS e a Paramount são controladas pela família Redstone há décadas, desde que o magnata dos meios de comunicação Sumner Redstone montou o conglomerado com uma série de contratos audaciosos. Sua filha, Shari, liderou um acordo para reunir as empresas em 2019 e continua a acionista com controle da Paramount.

A Sony e a Apollo estão em contato com os diretores financeiros da Paramount para tratar dos próximos passos de sua proposta, afirmaram as fontes. As duas empresas não firmaram ainda contratos formais de confidencialidade nem iniciaram diligências prévias, um processo que pode levar semanas.

Apesar de ainda ser cedo, as proponentes da transação já começaram a imaginar como a administração da Paramount poderia se desdobrar. Ambas operariam a empresa como um consórcio controlado pela Sony, com menos participação acionária da Apollo, afirmaram as fontes. A Sony buscaria combinar funções de marketing e distribuição do estúdio de cinema da Paramount com suas próprias operações e vender o restante dos ativos.

Com o tempo, a Apollo poderia vender suas ações na joint venture para a Sony ou outro comprador. Não está clara a dimensão da participação da Apollo no consórcio, mas a empresa planeja investir bilhões no negócio, afirmou uma fonte.

Um desmembramento da Paramount não agrada Shari Redstone, que preferiria ver a empresa passando intacta para as mãos do comprador, disse uma fonte familiarizada com seu pensamento. Mas isso não seria um fator determinante para o rompimento da transação se a oferta for convincente, segundo a fonte.

Há outros interessados. A Skydance, uma empresa de mídia fundada pelo herdeiro David Ellison, cujo pai cofundou a Oracle Corporation, tem conversado há meses com a Paramount no sentido de uma possível aquisição. Negociações exclusivas entre a Skydance e a Paramount foram suspensas na semana passada, pouco após a Sony e a Apollo expressarem seu interesse. Mas a Skydance continua interessada.

A Sony e a Paramount têm estratégias diferentes no ramo do entretenimento, e a venda para a Sony poderia resultar em uma mudança de direção na Paramount. Ao contrário da Paramount, que transmite seu conteúdo pelo canal de streaming Paramount+, a Sony licencia seus filmes e programas de TV para empresas como Netflix e Disney. A Sony provavelmente não mudará essa abordagem ao adquirir a Paramount e muito provavelmente buscaria combinar o Paramount+ com algum serviço rival, como o Peacock, da Comcast, ou o Max, da Warner Bros. Discovery.

A Sony cobiça o estúdio de cinema da Paramount há muito tempo. Anos atrás, executivos da Sony entraram em contato com a Paramount para saber se a empresa estaria disposta a vender a Paramount Pictures ou fundir-se em uma joint venture, mas a Paramount sinalizou que estava interessada apenas na venda de todo o conglomerado. Então, quando a Apollo fez um lance para a Paramount, neste ano, a Sony decidiu se juntar.

Qualquer compra por parte da Sony enfrentaria dificuldades regulatórias. As regulações restringem a participação de proprietários estrangeiros em empresas de comunicação americanas, o que poderia impedir a Sony — que pertence ao japonês Sony Group — de ser dona de emissoras de TV afiliadas à CBS. Mas a Sony e a Apollo podem se desfazer das emissoras imediatamente ou tentar registrar sua licença apenas em nome da Apollo. As empresas também consideram outras opções para as emissoras.

O contrato de compra e venda também precisaria, muito provavelmente, da aprovação do Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, o painel em Washington que analisa aquisições de empresas americanas por entes estrangeiros.

A Sony e a Apollo acreditam que, quando decidirem vender os ativos da Paramount, haverá muitos interessados coerentes, afirmaram três fontes. A Warner Bros. Discovery, que não tem nenhuma emissora de TV, poderia se interessar pela CBS. Grupos de telecomunicações como Nexstar e Tegna seriam clientes lógicos para as emissoras da CBS.

Os ativos mais difíceis de vender seriam muito provavelmente as redes de TV a cabo da Paramount, como MTV e Nickelodeon, mas as emissoras poderiam ser vendidas para uma empresa de TV que busque maior escala em negociações com serviços de TV a cabo e internet como Charter e Comcast. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO

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