A ameaça da escassez de água


Sistema de bacias hidrográficas opera com menos da metade da capacidade, mas ainda há tempo para agir preventivamente e evitar uma crise grave como a que se viu com as queimadas

Por Notas & Informações

O Brasil enfrenta hoje a pior seca desde o início da série histórica, em 1950, com impacto severo sobre mais da metade do território nacional. Foi com esse registro que o País assistiu à recente onda de queimadas no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado, e é com ele que o País iniciará o período de chuvas com prognósticos desalentadores. Segundo as previsões do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nesta primavera as bacias hidrográficas das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste podem atingir níveis de estiagem considerados excepcionais e extremos. O alerta para o nível dos reservatórios não chega a ser gravíssimo, segundo o Cemaden, mas é preocupante: o sistema opera com menos da metade da capacidade, mais baixo do que em 2023, ainda que bem acima dos níveis de 2014 e 2015, quando São Paulo, por exemplo, viveu a maior crise de abastecimento de sua história.

Não é um alerta desprovido de sentido. O Brasil não pode ficar à mercê do risco de enfrentar um verão com menos chuva do que deveria. Ou, mesmo que as chuvas sigam a média para o período, há regiões que podem iniciar 2025 no limite da segurança. Com exceção dos negacionistas mais delirantes, o País inteiro sabe que água é um bem escasso e valioso. Além de servir para o abastecimento da população, a água é importante, também, para o fornecimento de energia, por meio das usinas hidrelétricas. Segundo os dados divulgados em meados de outubro, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 41% da capacidade. É mais do que na última crise, em 2021, mas bem menos do que em 2023. No Nordeste, o nível é de 46%, índice que ultrapassava 62% no ano passado. A queda se repete nos reservatórios da Região Sul. Só o subsistema Norte subiu em relação a 2023, ancorado nos reservatórios da Bacia do Tocantins, que estão mais cheios. A represa de Furnas, em Minas Gerais, uma das principais do País, está com 30% da capacidade, abaixo da chamada cota mínima.

O Brasil acompanhou o drama paulista em 2015, com uma seca que durou dois anos e racionamento brutal que gerou demissões em massa. E, convém lembrar, naquela época as emergências climáticas não haviam chegado ao ponto de hoje. O ano de 2023, por exemplo, terminou como o mais quente já registrado no Brasil e no mundo, segundo cientistas. Picos de temperatura se somam a outros eventos extremos, o que só agrava o problema. A água que inundou o Rio Grande do Sul, por exemplo, fez falta ao Pantanal, onde o fogo se espalhou antes do período natural de seca. Nas previsões mais sombrias, a escassez global de água está se aproximando – do México a Zâmbia, passando pela Europa. Pelo menos metade da população do planeta enfrenta falta de água em pelo menos um mês do ano. Até 2025, é provável que 1,8 bilhão de pessoas vão lidar com o que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) chama de “escassez absoluta de água”.

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A porção ufanista do governo do presidente Lula da Silva ainda costuma proclamar a privilegiada condição do País de detentor de infinitas fontes de água doce. Mas já não é bem assim. Em 30 anos o Brasil perdeu quase 16% de sua superfície de água, redução equivalente a uma vez e meia toda a Região Nordeste, segundo estudo sobre a perda florestal e hídrica realizado pelo MapBiomas, do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima. A Amazônia está em seu segundo ano de seca, uma repetição atípica na história. No Cerrado, há baixa no lençol freático.

O Brasil está, portanto, diante de um estágio limite, isto é, há condições para que o País possa se preparar, fazer uso consciente dos recursos hídricos e evitar uma tragédia no futuro breve, um chamado para o qual estão convocados desde já o governo federal, os governos estaduais e os atuais e novos prefeitos eleitos – além, é claro, de toda a população. Como se sabe, a atuação do poder público brasileiro de maneira preventiva costuma ser exceção, não regra. Alertar em alto e bom som agora é útil para evitarmos que não se repita com a água o que se viu recentemente com o fogo.

O Brasil enfrenta hoje a pior seca desde o início da série histórica, em 1950, com impacto severo sobre mais da metade do território nacional. Foi com esse registro que o País assistiu à recente onda de queimadas no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado, e é com ele que o País iniciará o período de chuvas com prognósticos desalentadores. Segundo as previsões do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nesta primavera as bacias hidrográficas das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste podem atingir níveis de estiagem considerados excepcionais e extremos. O alerta para o nível dos reservatórios não chega a ser gravíssimo, segundo o Cemaden, mas é preocupante: o sistema opera com menos da metade da capacidade, mais baixo do que em 2023, ainda que bem acima dos níveis de 2014 e 2015, quando São Paulo, por exemplo, viveu a maior crise de abastecimento de sua história.

Não é um alerta desprovido de sentido. O Brasil não pode ficar à mercê do risco de enfrentar um verão com menos chuva do que deveria. Ou, mesmo que as chuvas sigam a média para o período, há regiões que podem iniciar 2025 no limite da segurança. Com exceção dos negacionistas mais delirantes, o País inteiro sabe que água é um bem escasso e valioso. Além de servir para o abastecimento da população, a água é importante, também, para o fornecimento de energia, por meio das usinas hidrelétricas. Segundo os dados divulgados em meados de outubro, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 41% da capacidade. É mais do que na última crise, em 2021, mas bem menos do que em 2023. No Nordeste, o nível é de 46%, índice que ultrapassava 62% no ano passado. A queda se repete nos reservatórios da Região Sul. Só o subsistema Norte subiu em relação a 2023, ancorado nos reservatórios da Bacia do Tocantins, que estão mais cheios. A represa de Furnas, em Minas Gerais, uma das principais do País, está com 30% da capacidade, abaixo da chamada cota mínima.

O Brasil acompanhou o drama paulista em 2015, com uma seca que durou dois anos e racionamento brutal que gerou demissões em massa. E, convém lembrar, naquela época as emergências climáticas não haviam chegado ao ponto de hoje. O ano de 2023, por exemplo, terminou como o mais quente já registrado no Brasil e no mundo, segundo cientistas. Picos de temperatura se somam a outros eventos extremos, o que só agrava o problema. A água que inundou o Rio Grande do Sul, por exemplo, fez falta ao Pantanal, onde o fogo se espalhou antes do período natural de seca. Nas previsões mais sombrias, a escassez global de água está se aproximando – do México a Zâmbia, passando pela Europa. Pelo menos metade da população do planeta enfrenta falta de água em pelo menos um mês do ano. Até 2025, é provável que 1,8 bilhão de pessoas vão lidar com o que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) chama de “escassez absoluta de água”.

A porção ufanista do governo do presidente Lula da Silva ainda costuma proclamar a privilegiada condição do País de detentor de infinitas fontes de água doce. Mas já não é bem assim. Em 30 anos o Brasil perdeu quase 16% de sua superfície de água, redução equivalente a uma vez e meia toda a Região Nordeste, segundo estudo sobre a perda florestal e hídrica realizado pelo MapBiomas, do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima. A Amazônia está em seu segundo ano de seca, uma repetição atípica na história. No Cerrado, há baixa no lençol freático.

O Brasil está, portanto, diante de um estágio limite, isto é, há condições para que o País possa se preparar, fazer uso consciente dos recursos hídricos e evitar uma tragédia no futuro breve, um chamado para o qual estão convocados desde já o governo federal, os governos estaduais e os atuais e novos prefeitos eleitos – além, é claro, de toda a população. Como se sabe, a atuação do poder público brasileiro de maneira preventiva costuma ser exceção, não regra. Alertar em alto e bom som agora é útil para evitarmos que não se repita com a água o que se viu recentemente com o fogo.

O Brasil enfrenta hoje a pior seca desde o início da série histórica, em 1950, com impacto severo sobre mais da metade do território nacional. Foi com esse registro que o País assistiu à recente onda de queimadas no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado, e é com ele que o País iniciará o período de chuvas com prognósticos desalentadores. Segundo as previsões do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nesta primavera as bacias hidrográficas das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste podem atingir níveis de estiagem considerados excepcionais e extremos. O alerta para o nível dos reservatórios não chega a ser gravíssimo, segundo o Cemaden, mas é preocupante: o sistema opera com menos da metade da capacidade, mais baixo do que em 2023, ainda que bem acima dos níveis de 2014 e 2015, quando São Paulo, por exemplo, viveu a maior crise de abastecimento de sua história.

Não é um alerta desprovido de sentido. O Brasil não pode ficar à mercê do risco de enfrentar um verão com menos chuva do que deveria. Ou, mesmo que as chuvas sigam a média para o período, há regiões que podem iniciar 2025 no limite da segurança. Com exceção dos negacionistas mais delirantes, o País inteiro sabe que água é um bem escasso e valioso. Além de servir para o abastecimento da população, a água é importante, também, para o fornecimento de energia, por meio das usinas hidrelétricas. Segundo os dados divulgados em meados de outubro, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 41% da capacidade. É mais do que na última crise, em 2021, mas bem menos do que em 2023. No Nordeste, o nível é de 46%, índice que ultrapassava 62% no ano passado. A queda se repete nos reservatórios da Região Sul. Só o subsistema Norte subiu em relação a 2023, ancorado nos reservatórios da Bacia do Tocantins, que estão mais cheios. A represa de Furnas, em Minas Gerais, uma das principais do País, está com 30% da capacidade, abaixo da chamada cota mínima.

O Brasil acompanhou o drama paulista em 2015, com uma seca que durou dois anos e racionamento brutal que gerou demissões em massa. E, convém lembrar, naquela época as emergências climáticas não haviam chegado ao ponto de hoje. O ano de 2023, por exemplo, terminou como o mais quente já registrado no Brasil e no mundo, segundo cientistas. Picos de temperatura se somam a outros eventos extremos, o que só agrava o problema. A água que inundou o Rio Grande do Sul, por exemplo, fez falta ao Pantanal, onde o fogo se espalhou antes do período natural de seca. Nas previsões mais sombrias, a escassez global de água está se aproximando – do México a Zâmbia, passando pela Europa. Pelo menos metade da população do planeta enfrenta falta de água em pelo menos um mês do ano. Até 2025, é provável que 1,8 bilhão de pessoas vão lidar com o que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) chama de “escassez absoluta de água”.

A porção ufanista do governo do presidente Lula da Silva ainda costuma proclamar a privilegiada condição do País de detentor de infinitas fontes de água doce. Mas já não é bem assim. Em 30 anos o Brasil perdeu quase 16% de sua superfície de água, redução equivalente a uma vez e meia toda a Região Nordeste, segundo estudo sobre a perda florestal e hídrica realizado pelo MapBiomas, do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima. A Amazônia está em seu segundo ano de seca, uma repetição atípica na história. No Cerrado, há baixa no lençol freático.

O Brasil está, portanto, diante de um estágio limite, isto é, há condições para que o País possa se preparar, fazer uso consciente dos recursos hídricos e evitar uma tragédia no futuro breve, um chamado para o qual estão convocados desde já o governo federal, os governos estaduais e os atuais e novos prefeitos eleitos – além, é claro, de toda a população. Como se sabe, a atuação do poder público brasileiro de maneira preventiva costuma ser exceção, não regra. Alertar em alto e bom som agora é útil para evitarmos que não se repita com a água o que se viu recentemente com o fogo.

O Brasil enfrenta hoje a pior seca desde o início da série histórica, em 1950, com impacto severo sobre mais da metade do território nacional. Foi com esse registro que o País assistiu à recente onda de queimadas no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado, e é com ele que o País iniciará o período de chuvas com prognósticos desalentadores. Segundo as previsões do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), nesta primavera as bacias hidrográficas das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste podem atingir níveis de estiagem considerados excepcionais e extremos. O alerta para o nível dos reservatórios não chega a ser gravíssimo, segundo o Cemaden, mas é preocupante: o sistema opera com menos da metade da capacidade, mais baixo do que em 2023, ainda que bem acima dos níveis de 2014 e 2015, quando São Paulo, por exemplo, viveu a maior crise de abastecimento de sua história.

Não é um alerta desprovido de sentido. O Brasil não pode ficar à mercê do risco de enfrentar um verão com menos chuva do que deveria. Ou, mesmo que as chuvas sigam a média para o período, há regiões que podem iniciar 2025 no limite da segurança. Com exceção dos negacionistas mais delirantes, o País inteiro sabe que água é um bem escasso e valioso. Além de servir para o abastecimento da população, a água é importante, também, para o fornecimento de energia, por meio das usinas hidrelétricas. Segundo os dados divulgados em meados de outubro, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste estão com 41% da capacidade. É mais do que na última crise, em 2021, mas bem menos do que em 2023. No Nordeste, o nível é de 46%, índice que ultrapassava 62% no ano passado. A queda se repete nos reservatórios da Região Sul. Só o subsistema Norte subiu em relação a 2023, ancorado nos reservatórios da Bacia do Tocantins, que estão mais cheios. A represa de Furnas, em Minas Gerais, uma das principais do País, está com 30% da capacidade, abaixo da chamada cota mínima.

O Brasil acompanhou o drama paulista em 2015, com uma seca que durou dois anos e racionamento brutal que gerou demissões em massa. E, convém lembrar, naquela época as emergências climáticas não haviam chegado ao ponto de hoje. O ano de 2023, por exemplo, terminou como o mais quente já registrado no Brasil e no mundo, segundo cientistas. Picos de temperatura se somam a outros eventos extremos, o que só agrava o problema. A água que inundou o Rio Grande do Sul, por exemplo, fez falta ao Pantanal, onde o fogo se espalhou antes do período natural de seca. Nas previsões mais sombrias, a escassez global de água está se aproximando – do México a Zâmbia, passando pela Europa. Pelo menos metade da população do planeta enfrenta falta de água em pelo menos um mês do ano. Até 2025, é provável que 1,8 bilhão de pessoas vão lidar com o que a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) chama de “escassez absoluta de água”.

A porção ufanista do governo do presidente Lula da Silva ainda costuma proclamar a privilegiada condição do País de detentor de infinitas fontes de água doce. Mas já não é bem assim. Em 30 anos o Brasil perdeu quase 16% de sua superfície de água, redução equivalente a uma vez e meia toda a Região Nordeste, segundo estudo sobre a perda florestal e hídrica realizado pelo MapBiomas, do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima. A Amazônia está em seu segundo ano de seca, uma repetição atípica na história. No Cerrado, há baixa no lençol freático.

O Brasil está, portanto, diante de um estágio limite, isto é, há condições para que o País possa se preparar, fazer uso consciente dos recursos hídricos e evitar uma tragédia no futuro breve, um chamado para o qual estão convocados desde já o governo federal, os governos estaduais e os atuais e novos prefeitos eleitos – além, é claro, de toda a população. Como se sabe, a atuação do poder público brasileiro de maneira preventiva costuma ser exceção, não regra. Alertar em alto e bom som agora é útil para evitarmos que não se repita com a água o que se viu recentemente com o fogo.

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