A desaceleração asiática


A liberalização e a estabilidade regulatória que viabilizariam o aproveitamento do potencial econômico da região são incertas ante o crescente autoritarismo da China e da Índia

Por Notas & Informações

Por meio século o mundo testemunhou e seu beneficiou do reposicionamento da Ásia como a “fábrica do mundo”, puxado, primeiro, pelo Japão e, depois, pelos Tigres Asiáticos. O início do século 21 foi marcado pela ascensão da China, sem paralelo em termos quantitativos. Agora, a Índia começa a decolar e é, das grandes economias, a que cresce mais rapidamente. Mas as projeções do Banco Mundial confirmam uma desaceleração na região que terá efeitos imediatos sobre o mundo e pode significar um ponto de inflexão econômico e geopolítico.

Em 2023 e 2024, a economia da Ásia se expandirá em uma das taxas mais baixas desde 1960. A desaceleração é puxada pela maior economia da região, a da China, por uma série de fatores: uma recuperação pós-pandêmica lenta, a crise do mercado imobiliário e as crescentes tensões comerciais com os EUA. O Banco Mundial reviu a taxa de crescimento chinesa para 2024 de 4,8%, em abril, para 4,4%. Para a Ásia como um todo, a projeção caiu de 4,8% para 4,5%.

Fatores que determinaram as tendências de crescimento de longo prazo ainda estão presentes: há um estoque de expertise e recursos acumulados. O florescimento de classes consumidoras na região ainda alimenta a tendência de crescimento. Há tempos as fábricas asiáticas deixaram de meramente replicar a tecnologia ocidental e assumiram a vanguarda em muitas frentes.

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Mas as sequelas da pandemia e as tensões entre EUA e China, com as consequentes reorientações de investimentos das operações de multinacionais, forçando compradores e vendedores de tecnologias a reconsiderar suas cadeias, podem aumentar os custos para todos, prejudicando o crescimento asiático.

No caso da China, há fatores conjunturais externos e internos, além dos desafios estruturais. As exportações de manufaturados sofrem com a debilitação da demanda por causa das taxas de juros empregadas pelas economias avançadas contra a inflação. A confiança do mercado interno também está debilitada. A queda nos valores imobiliários, que deram sustentação à economia chinesa por 20 anos, depreciou o patrimônio dos proprietários, e os possíveis compradores estão em compasso de espera. O desemprego entre os jovens também impacta a confiança na economia. As tensões geopolíticas exacerbaram tendências intervencionistas de Xi Jinping, especialmente salientes na ofensiva regulatória sobre empresas de tecnologia.

A economia indiana, por sua vez, segue em aceleração, em parte se beneficiando de investimentos internacionais desviados da China, em parte pelos investimentos do governo em infraestrutura. Mas o país tem seus gargalos: uma governança corporativa débil e o favorecimento por parte do governo de grandes conglomerados (os “campeões nacionais” indianos) ainda refreiam o apetite dos investidores.

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Tanto a retomada das taxas de crescimento chinesas como a aceleração das taxas indianas exigem reparos nas políticas econômicas. A Índia precisaria abraçar a competição doméstica e internacional, fortalecendo instituições regulatórias e renunciando a seus instintos protecionistas. A China precisa de estabilidade e clareza regulatória para injetar confiança nos empreendedores. Para evitar uma crise da dívida, o Estado poderia vender ativos à iniciativa privada. Mas são medidas que estão longe de estar garantidas, dada a orientação política crescentemente autoritária de seus governos.

Por razões não só econômicas, mas também políticas, as democracias liberais asiáticas já buscam alternativas à desaceleração do mercado chinês. Para o Brasil, ela também implica expectativas de exportação mais moderadas a curto prazo, mas abre oportunidades a médio prazo, ante a necessidade dos países desenvolvidos de deslocar cadeias de fornecimento para países amistosos.

A Ásia ainda está longe de um ciclo de estagnação e mais ainda de retração. Mas essa possibilidade já está no horizonte. E é incerto se os governos dos dois grandes emergentes renunciarão às políticas retrógradas que estão prejudicando seu potencial econômico ou se dobrarão a aposta.

Por meio século o mundo testemunhou e seu beneficiou do reposicionamento da Ásia como a “fábrica do mundo”, puxado, primeiro, pelo Japão e, depois, pelos Tigres Asiáticos. O início do século 21 foi marcado pela ascensão da China, sem paralelo em termos quantitativos. Agora, a Índia começa a decolar e é, das grandes economias, a que cresce mais rapidamente. Mas as projeções do Banco Mundial confirmam uma desaceleração na região que terá efeitos imediatos sobre o mundo e pode significar um ponto de inflexão econômico e geopolítico.

Em 2023 e 2024, a economia da Ásia se expandirá em uma das taxas mais baixas desde 1960. A desaceleração é puxada pela maior economia da região, a da China, por uma série de fatores: uma recuperação pós-pandêmica lenta, a crise do mercado imobiliário e as crescentes tensões comerciais com os EUA. O Banco Mundial reviu a taxa de crescimento chinesa para 2024 de 4,8%, em abril, para 4,4%. Para a Ásia como um todo, a projeção caiu de 4,8% para 4,5%.

Fatores que determinaram as tendências de crescimento de longo prazo ainda estão presentes: há um estoque de expertise e recursos acumulados. O florescimento de classes consumidoras na região ainda alimenta a tendência de crescimento. Há tempos as fábricas asiáticas deixaram de meramente replicar a tecnologia ocidental e assumiram a vanguarda em muitas frentes.

Mas as sequelas da pandemia e as tensões entre EUA e China, com as consequentes reorientações de investimentos das operações de multinacionais, forçando compradores e vendedores de tecnologias a reconsiderar suas cadeias, podem aumentar os custos para todos, prejudicando o crescimento asiático.

No caso da China, há fatores conjunturais externos e internos, além dos desafios estruturais. As exportações de manufaturados sofrem com a debilitação da demanda por causa das taxas de juros empregadas pelas economias avançadas contra a inflação. A confiança do mercado interno também está debilitada. A queda nos valores imobiliários, que deram sustentação à economia chinesa por 20 anos, depreciou o patrimônio dos proprietários, e os possíveis compradores estão em compasso de espera. O desemprego entre os jovens também impacta a confiança na economia. As tensões geopolíticas exacerbaram tendências intervencionistas de Xi Jinping, especialmente salientes na ofensiva regulatória sobre empresas de tecnologia.

A economia indiana, por sua vez, segue em aceleração, em parte se beneficiando de investimentos internacionais desviados da China, em parte pelos investimentos do governo em infraestrutura. Mas o país tem seus gargalos: uma governança corporativa débil e o favorecimento por parte do governo de grandes conglomerados (os “campeões nacionais” indianos) ainda refreiam o apetite dos investidores.

Tanto a retomada das taxas de crescimento chinesas como a aceleração das taxas indianas exigem reparos nas políticas econômicas. A Índia precisaria abraçar a competição doméstica e internacional, fortalecendo instituições regulatórias e renunciando a seus instintos protecionistas. A China precisa de estabilidade e clareza regulatória para injetar confiança nos empreendedores. Para evitar uma crise da dívida, o Estado poderia vender ativos à iniciativa privada. Mas são medidas que estão longe de estar garantidas, dada a orientação política crescentemente autoritária de seus governos.

Por razões não só econômicas, mas também políticas, as democracias liberais asiáticas já buscam alternativas à desaceleração do mercado chinês. Para o Brasil, ela também implica expectativas de exportação mais moderadas a curto prazo, mas abre oportunidades a médio prazo, ante a necessidade dos países desenvolvidos de deslocar cadeias de fornecimento para países amistosos.

A Ásia ainda está longe de um ciclo de estagnação e mais ainda de retração. Mas essa possibilidade já está no horizonte. E é incerto se os governos dos dois grandes emergentes renunciarão às políticas retrógradas que estão prejudicando seu potencial econômico ou se dobrarão a aposta.

Por meio século o mundo testemunhou e seu beneficiou do reposicionamento da Ásia como a “fábrica do mundo”, puxado, primeiro, pelo Japão e, depois, pelos Tigres Asiáticos. O início do século 21 foi marcado pela ascensão da China, sem paralelo em termos quantitativos. Agora, a Índia começa a decolar e é, das grandes economias, a que cresce mais rapidamente. Mas as projeções do Banco Mundial confirmam uma desaceleração na região que terá efeitos imediatos sobre o mundo e pode significar um ponto de inflexão econômico e geopolítico.

Em 2023 e 2024, a economia da Ásia se expandirá em uma das taxas mais baixas desde 1960. A desaceleração é puxada pela maior economia da região, a da China, por uma série de fatores: uma recuperação pós-pandêmica lenta, a crise do mercado imobiliário e as crescentes tensões comerciais com os EUA. O Banco Mundial reviu a taxa de crescimento chinesa para 2024 de 4,8%, em abril, para 4,4%. Para a Ásia como um todo, a projeção caiu de 4,8% para 4,5%.

Fatores que determinaram as tendências de crescimento de longo prazo ainda estão presentes: há um estoque de expertise e recursos acumulados. O florescimento de classes consumidoras na região ainda alimenta a tendência de crescimento. Há tempos as fábricas asiáticas deixaram de meramente replicar a tecnologia ocidental e assumiram a vanguarda em muitas frentes.

Mas as sequelas da pandemia e as tensões entre EUA e China, com as consequentes reorientações de investimentos das operações de multinacionais, forçando compradores e vendedores de tecnologias a reconsiderar suas cadeias, podem aumentar os custos para todos, prejudicando o crescimento asiático.

No caso da China, há fatores conjunturais externos e internos, além dos desafios estruturais. As exportações de manufaturados sofrem com a debilitação da demanda por causa das taxas de juros empregadas pelas economias avançadas contra a inflação. A confiança do mercado interno também está debilitada. A queda nos valores imobiliários, que deram sustentação à economia chinesa por 20 anos, depreciou o patrimônio dos proprietários, e os possíveis compradores estão em compasso de espera. O desemprego entre os jovens também impacta a confiança na economia. As tensões geopolíticas exacerbaram tendências intervencionistas de Xi Jinping, especialmente salientes na ofensiva regulatória sobre empresas de tecnologia.

A economia indiana, por sua vez, segue em aceleração, em parte se beneficiando de investimentos internacionais desviados da China, em parte pelos investimentos do governo em infraestrutura. Mas o país tem seus gargalos: uma governança corporativa débil e o favorecimento por parte do governo de grandes conglomerados (os “campeões nacionais” indianos) ainda refreiam o apetite dos investidores.

Tanto a retomada das taxas de crescimento chinesas como a aceleração das taxas indianas exigem reparos nas políticas econômicas. A Índia precisaria abraçar a competição doméstica e internacional, fortalecendo instituições regulatórias e renunciando a seus instintos protecionistas. A China precisa de estabilidade e clareza regulatória para injetar confiança nos empreendedores. Para evitar uma crise da dívida, o Estado poderia vender ativos à iniciativa privada. Mas são medidas que estão longe de estar garantidas, dada a orientação política crescentemente autoritária de seus governos.

Por razões não só econômicas, mas também políticas, as democracias liberais asiáticas já buscam alternativas à desaceleração do mercado chinês. Para o Brasil, ela também implica expectativas de exportação mais moderadas a curto prazo, mas abre oportunidades a médio prazo, ante a necessidade dos países desenvolvidos de deslocar cadeias de fornecimento para países amistosos.

A Ásia ainda está longe de um ciclo de estagnação e mais ainda de retração. Mas essa possibilidade já está no horizonte. E é incerto se os governos dos dois grandes emergentes renunciarão às políticas retrógradas que estão prejudicando seu potencial econômico ou se dobrarão a aposta.

Por meio século o mundo testemunhou e seu beneficiou do reposicionamento da Ásia como a “fábrica do mundo”, puxado, primeiro, pelo Japão e, depois, pelos Tigres Asiáticos. O início do século 21 foi marcado pela ascensão da China, sem paralelo em termos quantitativos. Agora, a Índia começa a decolar e é, das grandes economias, a que cresce mais rapidamente. Mas as projeções do Banco Mundial confirmam uma desaceleração na região que terá efeitos imediatos sobre o mundo e pode significar um ponto de inflexão econômico e geopolítico.

Em 2023 e 2024, a economia da Ásia se expandirá em uma das taxas mais baixas desde 1960. A desaceleração é puxada pela maior economia da região, a da China, por uma série de fatores: uma recuperação pós-pandêmica lenta, a crise do mercado imobiliário e as crescentes tensões comerciais com os EUA. O Banco Mundial reviu a taxa de crescimento chinesa para 2024 de 4,8%, em abril, para 4,4%. Para a Ásia como um todo, a projeção caiu de 4,8% para 4,5%.

Fatores que determinaram as tendências de crescimento de longo prazo ainda estão presentes: há um estoque de expertise e recursos acumulados. O florescimento de classes consumidoras na região ainda alimenta a tendência de crescimento. Há tempos as fábricas asiáticas deixaram de meramente replicar a tecnologia ocidental e assumiram a vanguarda em muitas frentes.

Mas as sequelas da pandemia e as tensões entre EUA e China, com as consequentes reorientações de investimentos das operações de multinacionais, forçando compradores e vendedores de tecnologias a reconsiderar suas cadeias, podem aumentar os custos para todos, prejudicando o crescimento asiático.

No caso da China, há fatores conjunturais externos e internos, além dos desafios estruturais. As exportações de manufaturados sofrem com a debilitação da demanda por causa das taxas de juros empregadas pelas economias avançadas contra a inflação. A confiança do mercado interno também está debilitada. A queda nos valores imobiliários, que deram sustentação à economia chinesa por 20 anos, depreciou o patrimônio dos proprietários, e os possíveis compradores estão em compasso de espera. O desemprego entre os jovens também impacta a confiança na economia. As tensões geopolíticas exacerbaram tendências intervencionistas de Xi Jinping, especialmente salientes na ofensiva regulatória sobre empresas de tecnologia.

A economia indiana, por sua vez, segue em aceleração, em parte se beneficiando de investimentos internacionais desviados da China, em parte pelos investimentos do governo em infraestrutura. Mas o país tem seus gargalos: uma governança corporativa débil e o favorecimento por parte do governo de grandes conglomerados (os “campeões nacionais” indianos) ainda refreiam o apetite dos investidores.

Tanto a retomada das taxas de crescimento chinesas como a aceleração das taxas indianas exigem reparos nas políticas econômicas. A Índia precisaria abraçar a competição doméstica e internacional, fortalecendo instituições regulatórias e renunciando a seus instintos protecionistas. A China precisa de estabilidade e clareza regulatória para injetar confiança nos empreendedores. Para evitar uma crise da dívida, o Estado poderia vender ativos à iniciativa privada. Mas são medidas que estão longe de estar garantidas, dada a orientação política crescentemente autoritária de seus governos.

Por razões não só econômicas, mas também políticas, as democracias liberais asiáticas já buscam alternativas à desaceleração do mercado chinês. Para o Brasil, ela também implica expectativas de exportação mais moderadas a curto prazo, mas abre oportunidades a médio prazo, ante a necessidade dos países desenvolvidos de deslocar cadeias de fornecimento para países amistosos.

A Ásia ainda está longe de um ciclo de estagnação e mais ainda de retração. Mas essa possibilidade já está no horizonte. E é incerto se os governos dos dois grandes emergentes renunciarão às políticas retrógradas que estão prejudicando seu potencial econômico ou se dobrarão a aposta.

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