A educação como cabresto


Prova do Enem é sintoma de aparelhamento da educação, à mercê da ideologia do governante de plantão. Em vez de testar aprendizado, mede obediência do aluno à doutrinação

Por Notas & Informações

No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com questões que violentam os fatos e o bom senso.

É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de ideias e de perspectivas.

Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.

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Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a opção ideológica de quem elaborou a prova.

O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.

Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos determinada orientação política.

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Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.

Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o Brasil precisa?

Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes. Educar é outra coisa, tem outra amplitude.

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A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de direita.

O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária. Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e de cidadania.

No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com questões que violentam os fatos e o bom senso.

É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de ideias e de perspectivas.

Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.

Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a opção ideológica de quem elaborou a prova.

O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.

Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos determinada orientação política.

Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.

Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o Brasil precisa?

Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes. Educar é outra coisa, tem outra amplitude.

A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de direita.

O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária. Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e de cidadania.

No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com questões que violentam os fatos e o bom senso.

É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de ideias e de perspectivas.

Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.

Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a opção ideológica de quem elaborou a prova.

O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.

Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos determinada orientação política.

Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.

Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o Brasil precisa?

Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes. Educar é outra coisa, tem outra amplitude.

A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de direita.

O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária. Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e de cidadania.

No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com questões que violentam os fatos e o bom senso.

É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de ideias e de perspectivas.

Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.

Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a opção ideológica de quem elaborou a prova.

O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.

Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos determinada orientação política.

Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.

Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o Brasil precisa?

Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes. Educar é outra coisa, tem outra amplitude.

A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de direita.

O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária. Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e de cidadania.

No governo Bolsonaro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ignoravam a existência da ditadura militar no Brasil. A ausência de liberdade e de democracia naquele regime, louvado pelos bolsonaristas, era tema proibido, assim como a tortura e a perseguição política. Agora, no governo Lula, a prova do Enem voltou a falar da ditadura, mas, por sua vez, aproveitou para difamar o agronegócio, com questões que violentam os fatos e o bom senso.

É simplesmente revoltante. Não deveria ser tão difícil fazer uma prova séria, que não submeta o estudante a questões claramente enviesadas. Não deveria ser tão difícil entender que o aluno não deve ser adestrado, e sim educado, o que exige respeito com o pluralismo de ideias e de perspectivas.

Nos confusos tempos atuais, em que abundam a desinformação, a ignorância e a superficialidade, sempre haverá questões que suscitam indignação em alguns grupos sociais. Isso faz parte do jogo. Educação não é mera apreensão de regras aritméticas ou gramaticais. Mas o que se tem visto no Brasil está em outro patamar. Observa-se um perigoso aparelhamento do sistema educativo para fins político-ideológicos, em descarado desprezo pelo aprendizado do estudante e pelo futuro do País.

Mais do que avaliarem o efetivo conhecimento dos alunos, as provas do Enem têm servido de preocupante diagnóstico sobre quem faz a educação nacional. As questões não suscitam, nem muito menos premiam, a capacidade reflexiva. Impõem ao aluno uma interpretação dirigida. Não se avalia a capacidade de compreensão de texto, tampouco o conhecimento sobre determinada matéria. Mede-se a habilidade do estudante em intuir a opção ideológica de quem elaborou a prova.

O profundo equívoco da prova do Enem ilustra alguns aspectos importantes da educação nacional.

Em primeiro lugar, esse equívoco não é causado por uma suposta escassez de recursos econômicos. Não é mais barato para os cofres públicos fazer uma prova ruim, enviesada ideologicamente e pouco apta a medir o real conhecimento de cada aluno. Custa o mesmo valor. O problema, portanto, não é dinheiro. Há uma opção deliberada pela ideologização. Há quem ache que educar inclui incutir nos alunos determinada orientação política.

Ainda que evidente, essa ideologização da prova do Enem não é admitida oficialmente. Ela vem escondida por uma pretensa sofisticação do conteúdo e da forma do exame, reflexo de um suposto olhar crítico sobre a realidade. A linguagem da prova não é simples nem direta. O estudante não é tratado com honestidade. Tudo tem um tom – um tanto ridículo – de rebuscamento, de complexidade, de problematização.

Surgem, de novo, as indagações. O que se deseja avaliar com uma prova dessas? Que tipo de aprendizado o ensino médio deve oferecer para que o estudante seja aprovado nesse tipo de exame? É essa a educação que o Brasil precisa?

Urge, com realismo, dar um passo atrás. Não é questão de retroceder, e sim de ir aos fundamentos, às bases. Não há a mínima possibilidade de uma educação de qualidade, efetivamente acessível a todas as crianças e adolescentes brasileiros, com um exame do ensino médio nesses moldes. Educar é outra coisa, tem outra amplitude.

A prova do Enem não pode ser convertida em uma plataforma partidária e ideológica de saberes. Não é uma disputa de poder, definida pelo resultado das eleições, como infelizmente vem ocorrendo. Os alunos têm sido tratados como massa de manobra do governo, seja de esquerda ou de direita.

O conteúdo da educação no País não é uma disputa político-partidária. Tal perversão fere a natureza do Estado Democrático de Direito, que deve respeitar e fomentar a pluralidade de ideias presentes numa sociedade. Mais: ela agride indelevelmente o presente e o futuro de cada criança, de cada adolescente. O estudante não é um objeto a ser manipulado ou coagido, mas uma pessoa, chamada a se desenvolver e a desenvolver sua autonomia por meio de uma educação de qualidade. Que a política não destrua nossos jovens é condição inegociável de dignidade e de cidadania.

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