A extorsão de Putin


Libertação de inocentes presos injustamente na Rússia envolveu árduo trabalho diplomático; vitória, contudo, é do chantagista Putin, que trocou jornalistas por criminosos a seu serviço

Por Notas & Informações

Condenado em um arremedo de julgamento a passar 15 anos em uma colônia penal russa de segurança máxima por “espionagem”, o jornalista americano Evan Gershkovich foi libertado após 16 meses preso por um crime que não cometeu. Gershkovich, outros dois americanos e um grupo de dissidentes russos foram utilizados por Vladimir Putin como moeda de troca. Para liberá-los, o ditador exigiu o repatriamento de criminosos a seu serviço, como o de um matador de aluguel que cumpria pena de prisão perpétua na Alemanha.

A notícia da libertação do jornalista americano trouxe alívio à redação do Wall Street Journal (WSJ), veículo pelo qual ele atuava como correspondente na Rússia. Já de volta aos EUA, foi recebido pelo presidente Joe Biden e pela vice Kamala Harris em uma base aérea. A diplomacia da gestão Biden, que trabalhou arduamente pela libertação de Gershkovich, da também jornalista Alsu Kurmasheva e de um ex-fuzileiro naval, merece os aplausos pelo trabalho conjunto com corpos diplomáticos de outros países, sobretudo o da Alemanha, que tomou a difícil decisão de liberar um capanga de Putin por solidariedade aos EUA.

A troca de prisioneiros, contudo, é uma vitória de Putin, que sequestrou e privou inocentes da liberdade para poder estender tapete vermelho a um grupo de criminosos russos, autores de delitos graves que vão de assassinato a hackeamento. Todos já recebidos com pompa e circunstância em Moscou, como se fossem campeões olímpicos. Putin, inclusive, foi em pessoa ao aeroporto para receber seus malfeitores, concessão que não faz a muitos líderes mundiais.

continua após a publicidade

Além da recepção de Estado, Putin prometeu premiar os criminosos repatriados, descritos como membros leais que prestaram serviços valiosos à Rússia. Já em relação aos dissidentes russos que entraram no combo de troca e agora se encontram no Ocidente, o Kremlin afirmou que eles estão com quem os contratou. Trata-se de mensagem para consumo interno. Putin acusa os dissidentes de fazer aquilo que ele faz, de modo a desacreditá-los. A narrativa russa é de que os criminosos trazidos de volta são patriotas, enquanto os inocentes libertados seriam traidores.

A recepção aos malfeitores também tranquiliza outros delinquentes a serviço de Putin pelo mundo. Eles podem continuar praticando seus ilícitos tranquilamente, pois, caso venham a ser presos, Putin estará a postos para sequestrar algum inocente ocidental para trocá-lo por seu comparsa.

Verdade seja dita, Putin não escondeu em nenhum momento seus reais objetivos, e deixou claro que qualquer repórter que vá a Rússia fazer seu trabalho pode terminar preso sob acusação de espionagem ou traição. O caso da também jornalista Alsu Kurmasheva é ilustrativo das táticas do ditador russo.

continua após a publicidade

O “crime” de Kurmasheva, que tem cidadanias russa e americana, foi coletar e publicar relatos de cidadãos russos contrários à invasão da Ucrânia. Por esse feito, ela foi condenada pelo regime russo, para o qual relatar ao mundo que nem todos no país estão satisfeitos com a ação militar na Ucrânia equivale a espalhar informações falsas sobre o Exército.

O fato de que a troca ocorre apenas dias após a farsa de julgamento que resultou na condenação de Gershkovich deixa ainda mais claro que Putin perseguiu, prendeu e condenou os jornalistas americanos no intuito de trocá-los pelos bandidos que desejava libertar. Antes mesmo do julgamento do correspondente do WSJ, o ditador russo já havia sugerido, sem muita sutileza, o nome de Vadim Krasikov, o homicida que cumpria pena na Alemanha pelo assassinato de um dissidente checheno.

Em carta à redação do Wall Street Journal após a libertação de Gershkovich, a editora-chefe Emma Tucker reconhece que a troca era a única solução possível por conta do cinismo da Rússia, ainda que criminosos perigosos tenham sido postos em liberdade. A avaliação de Emma é correta. Putin sabia que os governos ocidentais não permitiriam que cidadãos inocentes perecessem nas infames prisões russas. Explorou nos outros algo que não tem: sensibilidade humanitária. E venceu.

Condenado em um arremedo de julgamento a passar 15 anos em uma colônia penal russa de segurança máxima por “espionagem”, o jornalista americano Evan Gershkovich foi libertado após 16 meses preso por um crime que não cometeu. Gershkovich, outros dois americanos e um grupo de dissidentes russos foram utilizados por Vladimir Putin como moeda de troca. Para liberá-los, o ditador exigiu o repatriamento de criminosos a seu serviço, como o de um matador de aluguel que cumpria pena de prisão perpétua na Alemanha.

A notícia da libertação do jornalista americano trouxe alívio à redação do Wall Street Journal (WSJ), veículo pelo qual ele atuava como correspondente na Rússia. Já de volta aos EUA, foi recebido pelo presidente Joe Biden e pela vice Kamala Harris em uma base aérea. A diplomacia da gestão Biden, que trabalhou arduamente pela libertação de Gershkovich, da também jornalista Alsu Kurmasheva e de um ex-fuzileiro naval, merece os aplausos pelo trabalho conjunto com corpos diplomáticos de outros países, sobretudo o da Alemanha, que tomou a difícil decisão de liberar um capanga de Putin por solidariedade aos EUA.

A troca de prisioneiros, contudo, é uma vitória de Putin, que sequestrou e privou inocentes da liberdade para poder estender tapete vermelho a um grupo de criminosos russos, autores de delitos graves que vão de assassinato a hackeamento. Todos já recebidos com pompa e circunstância em Moscou, como se fossem campeões olímpicos. Putin, inclusive, foi em pessoa ao aeroporto para receber seus malfeitores, concessão que não faz a muitos líderes mundiais.

Além da recepção de Estado, Putin prometeu premiar os criminosos repatriados, descritos como membros leais que prestaram serviços valiosos à Rússia. Já em relação aos dissidentes russos que entraram no combo de troca e agora se encontram no Ocidente, o Kremlin afirmou que eles estão com quem os contratou. Trata-se de mensagem para consumo interno. Putin acusa os dissidentes de fazer aquilo que ele faz, de modo a desacreditá-los. A narrativa russa é de que os criminosos trazidos de volta são patriotas, enquanto os inocentes libertados seriam traidores.

A recepção aos malfeitores também tranquiliza outros delinquentes a serviço de Putin pelo mundo. Eles podem continuar praticando seus ilícitos tranquilamente, pois, caso venham a ser presos, Putin estará a postos para sequestrar algum inocente ocidental para trocá-lo por seu comparsa.

Verdade seja dita, Putin não escondeu em nenhum momento seus reais objetivos, e deixou claro que qualquer repórter que vá a Rússia fazer seu trabalho pode terminar preso sob acusação de espionagem ou traição. O caso da também jornalista Alsu Kurmasheva é ilustrativo das táticas do ditador russo.

O “crime” de Kurmasheva, que tem cidadanias russa e americana, foi coletar e publicar relatos de cidadãos russos contrários à invasão da Ucrânia. Por esse feito, ela foi condenada pelo regime russo, para o qual relatar ao mundo que nem todos no país estão satisfeitos com a ação militar na Ucrânia equivale a espalhar informações falsas sobre o Exército.

O fato de que a troca ocorre apenas dias após a farsa de julgamento que resultou na condenação de Gershkovich deixa ainda mais claro que Putin perseguiu, prendeu e condenou os jornalistas americanos no intuito de trocá-los pelos bandidos que desejava libertar. Antes mesmo do julgamento do correspondente do WSJ, o ditador russo já havia sugerido, sem muita sutileza, o nome de Vadim Krasikov, o homicida que cumpria pena na Alemanha pelo assassinato de um dissidente checheno.

Em carta à redação do Wall Street Journal após a libertação de Gershkovich, a editora-chefe Emma Tucker reconhece que a troca era a única solução possível por conta do cinismo da Rússia, ainda que criminosos perigosos tenham sido postos em liberdade. A avaliação de Emma é correta. Putin sabia que os governos ocidentais não permitiriam que cidadãos inocentes perecessem nas infames prisões russas. Explorou nos outros algo que não tem: sensibilidade humanitária. E venceu.

Condenado em um arremedo de julgamento a passar 15 anos em uma colônia penal russa de segurança máxima por “espionagem”, o jornalista americano Evan Gershkovich foi libertado após 16 meses preso por um crime que não cometeu. Gershkovich, outros dois americanos e um grupo de dissidentes russos foram utilizados por Vladimir Putin como moeda de troca. Para liberá-los, o ditador exigiu o repatriamento de criminosos a seu serviço, como o de um matador de aluguel que cumpria pena de prisão perpétua na Alemanha.

A notícia da libertação do jornalista americano trouxe alívio à redação do Wall Street Journal (WSJ), veículo pelo qual ele atuava como correspondente na Rússia. Já de volta aos EUA, foi recebido pelo presidente Joe Biden e pela vice Kamala Harris em uma base aérea. A diplomacia da gestão Biden, que trabalhou arduamente pela libertação de Gershkovich, da também jornalista Alsu Kurmasheva e de um ex-fuzileiro naval, merece os aplausos pelo trabalho conjunto com corpos diplomáticos de outros países, sobretudo o da Alemanha, que tomou a difícil decisão de liberar um capanga de Putin por solidariedade aos EUA.

A troca de prisioneiros, contudo, é uma vitória de Putin, que sequestrou e privou inocentes da liberdade para poder estender tapete vermelho a um grupo de criminosos russos, autores de delitos graves que vão de assassinato a hackeamento. Todos já recebidos com pompa e circunstância em Moscou, como se fossem campeões olímpicos. Putin, inclusive, foi em pessoa ao aeroporto para receber seus malfeitores, concessão que não faz a muitos líderes mundiais.

Além da recepção de Estado, Putin prometeu premiar os criminosos repatriados, descritos como membros leais que prestaram serviços valiosos à Rússia. Já em relação aos dissidentes russos que entraram no combo de troca e agora se encontram no Ocidente, o Kremlin afirmou que eles estão com quem os contratou. Trata-se de mensagem para consumo interno. Putin acusa os dissidentes de fazer aquilo que ele faz, de modo a desacreditá-los. A narrativa russa é de que os criminosos trazidos de volta são patriotas, enquanto os inocentes libertados seriam traidores.

A recepção aos malfeitores também tranquiliza outros delinquentes a serviço de Putin pelo mundo. Eles podem continuar praticando seus ilícitos tranquilamente, pois, caso venham a ser presos, Putin estará a postos para sequestrar algum inocente ocidental para trocá-lo por seu comparsa.

Verdade seja dita, Putin não escondeu em nenhum momento seus reais objetivos, e deixou claro que qualquer repórter que vá a Rússia fazer seu trabalho pode terminar preso sob acusação de espionagem ou traição. O caso da também jornalista Alsu Kurmasheva é ilustrativo das táticas do ditador russo.

O “crime” de Kurmasheva, que tem cidadanias russa e americana, foi coletar e publicar relatos de cidadãos russos contrários à invasão da Ucrânia. Por esse feito, ela foi condenada pelo regime russo, para o qual relatar ao mundo que nem todos no país estão satisfeitos com a ação militar na Ucrânia equivale a espalhar informações falsas sobre o Exército.

O fato de que a troca ocorre apenas dias após a farsa de julgamento que resultou na condenação de Gershkovich deixa ainda mais claro que Putin perseguiu, prendeu e condenou os jornalistas americanos no intuito de trocá-los pelos bandidos que desejava libertar. Antes mesmo do julgamento do correspondente do WSJ, o ditador russo já havia sugerido, sem muita sutileza, o nome de Vadim Krasikov, o homicida que cumpria pena na Alemanha pelo assassinato de um dissidente checheno.

Em carta à redação do Wall Street Journal após a libertação de Gershkovich, a editora-chefe Emma Tucker reconhece que a troca era a única solução possível por conta do cinismo da Rússia, ainda que criminosos perigosos tenham sido postos em liberdade. A avaliação de Emma é correta. Putin sabia que os governos ocidentais não permitiriam que cidadãos inocentes perecessem nas infames prisões russas. Explorou nos outros algo que não tem: sensibilidade humanitária. E venceu.

Condenado em um arremedo de julgamento a passar 15 anos em uma colônia penal russa de segurança máxima por “espionagem”, o jornalista americano Evan Gershkovich foi libertado após 16 meses preso por um crime que não cometeu. Gershkovich, outros dois americanos e um grupo de dissidentes russos foram utilizados por Vladimir Putin como moeda de troca. Para liberá-los, o ditador exigiu o repatriamento de criminosos a seu serviço, como o de um matador de aluguel que cumpria pena de prisão perpétua na Alemanha.

A notícia da libertação do jornalista americano trouxe alívio à redação do Wall Street Journal (WSJ), veículo pelo qual ele atuava como correspondente na Rússia. Já de volta aos EUA, foi recebido pelo presidente Joe Biden e pela vice Kamala Harris em uma base aérea. A diplomacia da gestão Biden, que trabalhou arduamente pela libertação de Gershkovich, da também jornalista Alsu Kurmasheva e de um ex-fuzileiro naval, merece os aplausos pelo trabalho conjunto com corpos diplomáticos de outros países, sobretudo o da Alemanha, que tomou a difícil decisão de liberar um capanga de Putin por solidariedade aos EUA.

A troca de prisioneiros, contudo, é uma vitória de Putin, que sequestrou e privou inocentes da liberdade para poder estender tapete vermelho a um grupo de criminosos russos, autores de delitos graves que vão de assassinato a hackeamento. Todos já recebidos com pompa e circunstância em Moscou, como se fossem campeões olímpicos. Putin, inclusive, foi em pessoa ao aeroporto para receber seus malfeitores, concessão que não faz a muitos líderes mundiais.

Além da recepção de Estado, Putin prometeu premiar os criminosos repatriados, descritos como membros leais que prestaram serviços valiosos à Rússia. Já em relação aos dissidentes russos que entraram no combo de troca e agora se encontram no Ocidente, o Kremlin afirmou que eles estão com quem os contratou. Trata-se de mensagem para consumo interno. Putin acusa os dissidentes de fazer aquilo que ele faz, de modo a desacreditá-los. A narrativa russa é de que os criminosos trazidos de volta são patriotas, enquanto os inocentes libertados seriam traidores.

A recepção aos malfeitores também tranquiliza outros delinquentes a serviço de Putin pelo mundo. Eles podem continuar praticando seus ilícitos tranquilamente, pois, caso venham a ser presos, Putin estará a postos para sequestrar algum inocente ocidental para trocá-lo por seu comparsa.

Verdade seja dita, Putin não escondeu em nenhum momento seus reais objetivos, e deixou claro que qualquer repórter que vá a Rússia fazer seu trabalho pode terminar preso sob acusação de espionagem ou traição. O caso da também jornalista Alsu Kurmasheva é ilustrativo das táticas do ditador russo.

O “crime” de Kurmasheva, que tem cidadanias russa e americana, foi coletar e publicar relatos de cidadãos russos contrários à invasão da Ucrânia. Por esse feito, ela foi condenada pelo regime russo, para o qual relatar ao mundo que nem todos no país estão satisfeitos com a ação militar na Ucrânia equivale a espalhar informações falsas sobre o Exército.

O fato de que a troca ocorre apenas dias após a farsa de julgamento que resultou na condenação de Gershkovich deixa ainda mais claro que Putin perseguiu, prendeu e condenou os jornalistas americanos no intuito de trocá-los pelos bandidos que desejava libertar. Antes mesmo do julgamento do correspondente do WSJ, o ditador russo já havia sugerido, sem muita sutileza, o nome de Vadim Krasikov, o homicida que cumpria pena na Alemanha pelo assassinato de um dissidente checheno.

Em carta à redação do Wall Street Journal após a libertação de Gershkovich, a editora-chefe Emma Tucker reconhece que a troca era a única solução possível por conta do cinismo da Rússia, ainda que criminosos perigosos tenham sido postos em liberdade. A avaliação de Emma é correta. Putin sabia que os governos ocidentais não permitiriam que cidadãos inocentes perecessem nas infames prisões russas. Explorou nos outros algo que não tem: sensibilidade humanitária. E venceu.

Condenado em um arremedo de julgamento a passar 15 anos em uma colônia penal russa de segurança máxima por “espionagem”, o jornalista americano Evan Gershkovich foi libertado após 16 meses preso por um crime que não cometeu. Gershkovich, outros dois americanos e um grupo de dissidentes russos foram utilizados por Vladimir Putin como moeda de troca. Para liberá-los, o ditador exigiu o repatriamento de criminosos a seu serviço, como o de um matador de aluguel que cumpria pena de prisão perpétua na Alemanha.

A notícia da libertação do jornalista americano trouxe alívio à redação do Wall Street Journal (WSJ), veículo pelo qual ele atuava como correspondente na Rússia. Já de volta aos EUA, foi recebido pelo presidente Joe Biden e pela vice Kamala Harris em uma base aérea. A diplomacia da gestão Biden, que trabalhou arduamente pela libertação de Gershkovich, da também jornalista Alsu Kurmasheva e de um ex-fuzileiro naval, merece os aplausos pelo trabalho conjunto com corpos diplomáticos de outros países, sobretudo o da Alemanha, que tomou a difícil decisão de liberar um capanga de Putin por solidariedade aos EUA.

A troca de prisioneiros, contudo, é uma vitória de Putin, que sequestrou e privou inocentes da liberdade para poder estender tapete vermelho a um grupo de criminosos russos, autores de delitos graves que vão de assassinato a hackeamento. Todos já recebidos com pompa e circunstância em Moscou, como se fossem campeões olímpicos. Putin, inclusive, foi em pessoa ao aeroporto para receber seus malfeitores, concessão que não faz a muitos líderes mundiais.

Além da recepção de Estado, Putin prometeu premiar os criminosos repatriados, descritos como membros leais que prestaram serviços valiosos à Rússia. Já em relação aos dissidentes russos que entraram no combo de troca e agora se encontram no Ocidente, o Kremlin afirmou que eles estão com quem os contratou. Trata-se de mensagem para consumo interno. Putin acusa os dissidentes de fazer aquilo que ele faz, de modo a desacreditá-los. A narrativa russa é de que os criminosos trazidos de volta são patriotas, enquanto os inocentes libertados seriam traidores.

A recepção aos malfeitores também tranquiliza outros delinquentes a serviço de Putin pelo mundo. Eles podem continuar praticando seus ilícitos tranquilamente, pois, caso venham a ser presos, Putin estará a postos para sequestrar algum inocente ocidental para trocá-lo por seu comparsa.

Verdade seja dita, Putin não escondeu em nenhum momento seus reais objetivos, e deixou claro que qualquer repórter que vá a Rússia fazer seu trabalho pode terminar preso sob acusação de espionagem ou traição. O caso da também jornalista Alsu Kurmasheva é ilustrativo das táticas do ditador russo.

O “crime” de Kurmasheva, que tem cidadanias russa e americana, foi coletar e publicar relatos de cidadãos russos contrários à invasão da Ucrânia. Por esse feito, ela foi condenada pelo regime russo, para o qual relatar ao mundo que nem todos no país estão satisfeitos com a ação militar na Ucrânia equivale a espalhar informações falsas sobre o Exército.

O fato de que a troca ocorre apenas dias após a farsa de julgamento que resultou na condenação de Gershkovich deixa ainda mais claro que Putin perseguiu, prendeu e condenou os jornalistas americanos no intuito de trocá-los pelos bandidos que desejava libertar. Antes mesmo do julgamento do correspondente do WSJ, o ditador russo já havia sugerido, sem muita sutileza, o nome de Vadim Krasikov, o homicida que cumpria pena na Alemanha pelo assassinato de um dissidente checheno.

Em carta à redação do Wall Street Journal após a libertação de Gershkovich, a editora-chefe Emma Tucker reconhece que a troca era a única solução possível por conta do cinismo da Rússia, ainda que criminosos perigosos tenham sido postos em liberdade. A avaliação de Emma é correta. Putin sabia que os governos ocidentais não permitiriam que cidadãos inocentes perecessem nas infames prisões russas. Explorou nos outros algo que não tem: sensibilidade humanitária. E venceu.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.