‘A ficha caiu’


Quando um dos principais investidores do País declara publicamente que errou por ter acreditado na seriedade de Lula no trato das contas públicas, o recado do mercado está dado

Por Notas & Informações

Como muitos brasileiros, o presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, Luis Stuhlberger, lamenta ter confiado na possibilidade de o presidente Lula da Silva fazer um esforço para equilibrar as contas públicas. “Eu me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal”, afirmou em encontro com investidores.

O gestor do Fundo Verde, conhecido por entregar resultados que superam em muito a rentabilidade média do mercado, disse que “a ficha caiu” quando o Executivo anunciou mudanças na meta fiscal de 2025 e transformou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em uma peça de ficção.

Stuhlberger não está sozinho em sua decepção. Muitos analistas acreditaram no arcabouço e nas metas fiscais quando eles foram apresentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do ano passado. Nas últimas semanas, no entanto, mesmo os mais otimistas têm demonstrado preocupação com a evolução das contas públicas.

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Nem mesmo o fato de a Moody’s ter elevado a perspectiva da nota de crédito do País de estável para positiva acalmou o mercado financeiro. Ao contrário. Para Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Gávea Investimentos, sob o ponto de vista fiscal, o Brasil, inclusive, já deveria ter sido rebaixado.

Não se pode dizer que Stuhlberger ou Fraga sejam pessoas ingênuas. Ao contrário da maioria dos brasileiros, ambos são grandes investidores e têm plenas condições de proteger seu patrimônio e o de seus clientes. E é o que já estão fazendo, como tradicionalmente ocorre em momentos de incertezas e turbulências.

Reduzir a exposição a ações de empresas brasileiras ou títulos emitidos pelo governo e optar por ativos mais seguros, a exemplo dos títulos do Tesouro norte-americano, não é torcer contra o País ou ser antipetista, mas ser realista e corrigir posições antes que elas custem caro.

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Um ano antes da última eleição presidencial, o gestor do Fundo Verde declarou publicamente que jamais votaria novamente em Jair Bolsonaro, a quem atribuía a pior gestão mundial no combate à pandemia de covid-19. Fraga, por sua vez, declarou voto em Lula da Silva em nome da defesa da democracia, continuamente alvejada por Bolsonaro entre 2019 e 2022.

Não foram os únicos. Muitos brasileiros agiram como eles e apostaram suas fichas em Lula da Silva na disputa eleitoral de 2022. E o fizeram não por acreditar na agenda econômica do PT, mas para se verem livres de Bolsonaro – um motivo mais do que compreensível diante de seu pavoroso governo.

Muitos imaginavam que Lula da Silva teria, enfim, compreendido que os equívocos do governo Dilma Rousseff não apenas geraram uma profunda recessão, como criaram as condições ideais para a eleição de um desqualificado como Jair Bolsonaro.

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A origem da crise que a derrubou foi justamente a desastrosa política econômica que a então presidente legou ao País. Desde aquela trevosa época, déficits primários assumiram um caráter permanente, como se o País nunca tivesse sido capaz de apresentar um Orçamento minimamente equilibrado.

A facilidade com que o atual governo desrespeitou o arcabouço fiscal – que, diga-se de passagem, este mesmo governo propôs – mostrou que Lula da Silva não é só incapaz de aprender com os erros do passado; ele é incapaz de entender que errou.

“Me caiu a ficha de como pude acreditar que haveria o mínimo de responsabilidade desse governo cujo único objetivo é ganhar eleição”, afirmou Stuhlberger, ecoando um sentimento que é de muitos neste momento em que a democracia não está mais sob ameaça.

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O petista não entendeu, até hoje, por que foi eleito por uma margem tão estreita de votos nem assimilou por que não conseguiu reunir nem 2 mil pessoas para vê-lo discursar no ato comemorativo do 1.º de Maio em São Paulo. Tampouco foi convencido sobre a importância de zerar o déficit fiscal, que para ele é uma discussão inócua e irritante.

Seria bom que algum de seus numerosos assessores tentasse explicar ao chefe a importância desses e de outros temas para a estabilidade de seu próprio governo. Na falta de candidatos, o mercado, que nunca é pego de surpresa e sempre se antecipa à chegada de crises, tem dado um eloquente recado.

Como muitos brasileiros, o presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, Luis Stuhlberger, lamenta ter confiado na possibilidade de o presidente Lula da Silva fazer um esforço para equilibrar as contas públicas. “Eu me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal”, afirmou em encontro com investidores.

O gestor do Fundo Verde, conhecido por entregar resultados que superam em muito a rentabilidade média do mercado, disse que “a ficha caiu” quando o Executivo anunciou mudanças na meta fiscal de 2025 e transformou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em uma peça de ficção.

Stuhlberger não está sozinho em sua decepção. Muitos analistas acreditaram no arcabouço e nas metas fiscais quando eles foram apresentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do ano passado. Nas últimas semanas, no entanto, mesmo os mais otimistas têm demonstrado preocupação com a evolução das contas públicas.

Nem mesmo o fato de a Moody’s ter elevado a perspectiva da nota de crédito do País de estável para positiva acalmou o mercado financeiro. Ao contrário. Para Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Gávea Investimentos, sob o ponto de vista fiscal, o Brasil, inclusive, já deveria ter sido rebaixado.

Não se pode dizer que Stuhlberger ou Fraga sejam pessoas ingênuas. Ao contrário da maioria dos brasileiros, ambos são grandes investidores e têm plenas condições de proteger seu patrimônio e o de seus clientes. E é o que já estão fazendo, como tradicionalmente ocorre em momentos de incertezas e turbulências.

Reduzir a exposição a ações de empresas brasileiras ou títulos emitidos pelo governo e optar por ativos mais seguros, a exemplo dos títulos do Tesouro norte-americano, não é torcer contra o País ou ser antipetista, mas ser realista e corrigir posições antes que elas custem caro.

Um ano antes da última eleição presidencial, o gestor do Fundo Verde declarou publicamente que jamais votaria novamente em Jair Bolsonaro, a quem atribuía a pior gestão mundial no combate à pandemia de covid-19. Fraga, por sua vez, declarou voto em Lula da Silva em nome da defesa da democracia, continuamente alvejada por Bolsonaro entre 2019 e 2022.

Não foram os únicos. Muitos brasileiros agiram como eles e apostaram suas fichas em Lula da Silva na disputa eleitoral de 2022. E o fizeram não por acreditar na agenda econômica do PT, mas para se verem livres de Bolsonaro – um motivo mais do que compreensível diante de seu pavoroso governo.

Muitos imaginavam que Lula da Silva teria, enfim, compreendido que os equívocos do governo Dilma Rousseff não apenas geraram uma profunda recessão, como criaram as condições ideais para a eleição de um desqualificado como Jair Bolsonaro.

A origem da crise que a derrubou foi justamente a desastrosa política econômica que a então presidente legou ao País. Desde aquela trevosa época, déficits primários assumiram um caráter permanente, como se o País nunca tivesse sido capaz de apresentar um Orçamento minimamente equilibrado.

A facilidade com que o atual governo desrespeitou o arcabouço fiscal – que, diga-se de passagem, este mesmo governo propôs – mostrou que Lula da Silva não é só incapaz de aprender com os erros do passado; ele é incapaz de entender que errou.

“Me caiu a ficha de como pude acreditar que haveria o mínimo de responsabilidade desse governo cujo único objetivo é ganhar eleição”, afirmou Stuhlberger, ecoando um sentimento que é de muitos neste momento em que a democracia não está mais sob ameaça.

O petista não entendeu, até hoje, por que foi eleito por uma margem tão estreita de votos nem assimilou por que não conseguiu reunir nem 2 mil pessoas para vê-lo discursar no ato comemorativo do 1.º de Maio em São Paulo. Tampouco foi convencido sobre a importância de zerar o déficit fiscal, que para ele é uma discussão inócua e irritante.

Seria bom que algum de seus numerosos assessores tentasse explicar ao chefe a importância desses e de outros temas para a estabilidade de seu próprio governo. Na falta de candidatos, o mercado, que nunca é pego de surpresa e sempre se antecipa à chegada de crises, tem dado um eloquente recado.

Como muitos brasileiros, o presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, Luis Stuhlberger, lamenta ter confiado na possibilidade de o presidente Lula da Silva fazer um esforço para equilibrar as contas públicas. “Eu me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal”, afirmou em encontro com investidores.

O gestor do Fundo Verde, conhecido por entregar resultados que superam em muito a rentabilidade média do mercado, disse que “a ficha caiu” quando o Executivo anunciou mudanças na meta fiscal de 2025 e transformou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em uma peça de ficção.

Stuhlberger não está sozinho em sua decepção. Muitos analistas acreditaram no arcabouço e nas metas fiscais quando eles foram apresentados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início do ano passado. Nas últimas semanas, no entanto, mesmo os mais otimistas têm demonstrado preocupação com a evolução das contas públicas.

Nem mesmo o fato de a Moody’s ter elevado a perspectiva da nota de crédito do País de estável para positiva acalmou o mercado financeiro. Ao contrário. Para Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC) e sócio da Gávea Investimentos, sob o ponto de vista fiscal, o Brasil, inclusive, já deveria ter sido rebaixado.

Não se pode dizer que Stuhlberger ou Fraga sejam pessoas ingênuas. Ao contrário da maioria dos brasileiros, ambos são grandes investidores e têm plenas condições de proteger seu patrimônio e o de seus clientes. E é o que já estão fazendo, como tradicionalmente ocorre em momentos de incertezas e turbulências.

Reduzir a exposição a ações de empresas brasileiras ou títulos emitidos pelo governo e optar por ativos mais seguros, a exemplo dos títulos do Tesouro norte-americano, não é torcer contra o País ou ser antipetista, mas ser realista e corrigir posições antes que elas custem caro.

Um ano antes da última eleição presidencial, o gestor do Fundo Verde declarou publicamente que jamais votaria novamente em Jair Bolsonaro, a quem atribuía a pior gestão mundial no combate à pandemia de covid-19. Fraga, por sua vez, declarou voto em Lula da Silva em nome da defesa da democracia, continuamente alvejada por Bolsonaro entre 2019 e 2022.

Não foram os únicos. Muitos brasileiros agiram como eles e apostaram suas fichas em Lula da Silva na disputa eleitoral de 2022. E o fizeram não por acreditar na agenda econômica do PT, mas para se verem livres de Bolsonaro – um motivo mais do que compreensível diante de seu pavoroso governo.

Muitos imaginavam que Lula da Silva teria, enfim, compreendido que os equívocos do governo Dilma Rousseff não apenas geraram uma profunda recessão, como criaram as condições ideais para a eleição de um desqualificado como Jair Bolsonaro.

A origem da crise que a derrubou foi justamente a desastrosa política econômica que a então presidente legou ao País. Desde aquela trevosa época, déficits primários assumiram um caráter permanente, como se o País nunca tivesse sido capaz de apresentar um Orçamento minimamente equilibrado.

A facilidade com que o atual governo desrespeitou o arcabouço fiscal – que, diga-se de passagem, este mesmo governo propôs – mostrou que Lula da Silva não é só incapaz de aprender com os erros do passado; ele é incapaz de entender que errou.

“Me caiu a ficha de como pude acreditar que haveria o mínimo de responsabilidade desse governo cujo único objetivo é ganhar eleição”, afirmou Stuhlberger, ecoando um sentimento que é de muitos neste momento em que a democracia não está mais sob ameaça.

O petista não entendeu, até hoje, por que foi eleito por uma margem tão estreita de votos nem assimilou por que não conseguiu reunir nem 2 mil pessoas para vê-lo discursar no ato comemorativo do 1.º de Maio em São Paulo. Tampouco foi convencido sobre a importância de zerar o déficit fiscal, que para ele é uma discussão inócua e irritante.

Seria bom que algum de seus numerosos assessores tentasse explicar ao chefe a importância desses e de outros temas para a estabilidade de seu próprio governo. Na falta de candidatos, o mercado, que nunca é pego de surpresa e sempre se antecipa à chegada de crises, tem dado um eloquente recado.

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