A força do ódio aos imigrantes


Alimentado pelas redes sociais, ódio de extremistas britânicos contra imigrantes explodiu em violência gratuita. Cabe aos líderes responsáveis impedir que essa mensagem prospere

Por Notas & Informações

A comoção com o assassinato de três crianças a facadas serviu de estopim para a pior onda de violência em mais de uma década no Reino Unido. Em redes como o X espalhou-se a informação de que o autor do crime era um imigrante muçulmano e, ato contínuo, grupos contrários à imigração incitaram manifestações contra estrangeiros, em especial os seguidores da fé islâmica. O assassino, já detido, não era imigrante, muito menos muçulmano. O estrago, porém, já estava feito: a violência, com insultos e xenofobia, se espalhou por diversas cidades do Reino Unido, deixando um rastro de destruição, prisões e ataques a inocentes.

O caso assusta pelo nível de brutalidade primitiva que se viu nas ruas inglesas ao longo de alguns dias, algo que discrepa totalmente da imagem de uma sociedade que se apresenta ao mundo como liberal e tolerante. É claro que não se deve tomar a parte pelo todo, isto é, não se pode concluir que o Reino Unido tenha se tornado de uma hora para outra um país de bárbaros, mas é digno de nota a latência do ódio, para cuja explosão bastou um punhado de mensagens mal-intencionadas numa rede social.

Esse ódio já havia se manifestado, em essência, no discurso que alimentou o Brexit, isto é, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Recorde-se que no centro da campanha do Brexit estava a histeria contra os imigrantes com passaporte europeu, especialmente dos países mais pobres que estavam sendo aceitos na UE. Era preciso, nas palavras dos extremistas que advogavam pelo Brexit, “retomar o controle sobre a imigração”.

continua após a publicidade

O Brexit, contudo, não teve o resultado esperado pelos xenófobos. Ao contrário: fora da União Europeia, o Reino Unido não participa mais dos acordos europeus que disciplinam a imigração, seja dentro da própria Europa, seja nos países do Mediterrâneo, onde regularmente aportam milhares de refugiados.

Ou seja, a promessa de mais controle e segurança não se confirmou, pelo menos não como anunciaram os radicais. É essa sensação de vulnerabilidade que dá corpo ao discurso violento contra imigrantes – e não somente no Reino Unido – mesmo no momento em que a maioria dos países da UE e o próprio Reino Unido precisam de imigrantes para seu mercado de trabalho.

O ódio contra os imigrantes, portanto, é irracional não somente pela truculência que inspira, mas sobretudo porque prejudica os interesses econômicos e sociais dos países em que brota. Ou talvez seja o caso de notar que o ódio aos imigrantes tem uma racionalidade própria: o imigrante é o corpo estranho, que representa o atraso e a degradação social e nacional, e por isso precisa ser combatido sem trégua. Como enfatizou Donald Trump, candidato à presidência dos EUA e espécie de porta-voz mundial dos xenófobos, os imigrantes são “animais” que “envenenam o sangue do país”.

continua após a publicidade

Cabe aos líderes responsáveis trabalhar para que essa mensagem não prospere, pois dela resulta a violência que o mundo testemunhou no Reino Unido. Nesse ponto, fica claro que as redes sociais, que já tinham sido cruciais para espalhar a desinformação que resultou no Brexit, foram o veículo por meio do qual os extremistas incitaram a turba que foi às ruas para agredir imigrantes totalmente inocentes. Se é de mensagem de ódio que se trata, o meio que a propaga importa.

Há quem considere que as redes sociais são neutras, isto é, não produzem as mensagens que ali circulam, razão pela qual não podem responder pelo que se diz nos textos – seriam o equivalente ao carteiro, que não tem nada a ver com uma carta que eventualmente contenha ofensas ou desinformação. Mas há quem lembre que, diferentemente do carteiro, as donas das redes ganham muito dinheiro como o engajamento dos usuários, fomentado por algoritmos que privilegiam mensagens com maior potencial de gerar reações e compartilhamentos, e a experiência indica que esse potencial é tanto maior quanto mais agressiva ou provocadora a mensagem for.

Logo, esse sistema talvez não seja tão isento quanto seus proprietários alegam, razão pela qual precisa ser responsabilizado de alguma forma. As redes sociais não inventaram o ódio, mas, como mostrou o caso britânico, certamente ajudam a alimentá-lo.

A comoção com o assassinato de três crianças a facadas serviu de estopim para a pior onda de violência em mais de uma década no Reino Unido. Em redes como o X espalhou-se a informação de que o autor do crime era um imigrante muçulmano e, ato contínuo, grupos contrários à imigração incitaram manifestações contra estrangeiros, em especial os seguidores da fé islâmica. O assassino, já detido, não era imigrante, muito menos muçulmano. O estrago, porém, já estava feito: a violência, com insultos e xenofobia, se espalhou por diversas cidades do Reino Unido, deixando um rastro de destruição, prisões e ataques a inocentes.

O caso assusta pelo nível de brutalidade primitiva que se viu nas ruas inglesas ao longo de alguns dias, algo que discrepa totalmente da imagem de uma sociedade que se apresenta ao mundo como liberal e tolerante. É claro que não se deve tomar a parte pelo todo, isto é, não se pode concluir que o Reino Unido tenha se tornado de uma hora para outra um país de bárbaros, mas é digno de nota a latência do ódio, para cuja explosão bastou um punhado de mensagens mal-intencionadas numa rede social.

Esse ódio já havia se manifestado, em essência, no discurso que alimentou o Brexit, isto é, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Recorde-se que no centro da campanha do Brexit estava a histeria contra os imigrantes com passaporte europeu, especialmente dos países mais pobres que estavam sendo aceitos na UE. Era preciso, nas palavras dos extremistas que advogavam pelo Brexit, “retomar o controle sobre a imigração”.

O Brexit, contudo, não teve o resultado esperado pelos xenófobos. Ao contrário: fora da União Europeia, o Reino Unido não participa mais dos acordos europeus que disciplinam a imigração, seja dentro da própria Europa, seja nos países do Mediterrâneo, onde regularmente aportam milhares de refugiados.

Ou seja, a promessa de mais controle e segurança não se confirmou, pelo menos não como anunciaram os radicais. É essa sensação de vulnerabilidade que dá corpo ao discurso violento contra imigrantes – e não somente no Reino Unido – mesmo no momento em que a maioria dos países da UE e o próprio Reino Unido precisam de imigrantes para seu mercado de trabalho.

O ódio contra os imigrantes, portanto, é irracional não somente pela truculência que inspira, mas sobretudo porque prejudica os interesses econômicos e sociais dos países em que brota. Ou talvez seja o caso de notar que o ódio aos imigrantes tem uma racionalidade própria: o imigrante é o corpo estranho, que representa o atraso e a degradação social e nacional, e por isso precisa ser combatido sem trégua. Como enfatizou Donald Trump, candidato à presidência dos EUA e espécie de porta-voz mundial dos xenófobos, os imigrantes são “animais” que “envenenam o sangue do país”.

Cabe aos líderes responsáveis trabalhar para que essa mensagem não prospere, pois dela resulta a violência que o mundo testemunhou no Reino Unido. Nesse ponto, fica claro que as redes sociais, que já tinham sido cruciais para espalhar a desinformação que resultou no Brexit, foram o veículo por meio do qual os extremistas incitaram a turba que foi às ruas para agredir imigrantes totalmente inocentes. Se é de mensagem de ódio que se trata, o meio que a propaga importa.

Há quem considere que as redes sociais são neutras, isto é, não produzem as mensagens que ali circulam, razão pela qual não podem responder pelo que se diz nos textos – seriam o equivalente ao carteiro, que não tem nada a ver com uma carta que eventualmente contenha ofensas ou desinformação. Mas há quem lembre que, diferentemente do carteiro, as donas das redes ganham muito dinheiro como o engajamento dos usuários, fomentado por algoritmos que privilegiam mensagens com maior potencial de gerar reações e compartilhamentos, e a experiência indica que esse potencial é tanto maior quanto mais agressiva ou provocadora a mensagem for.

Logo, esse sistema talvez não seja tão isento quanto seus proprietários alegam, razão pela qual precisa ser responsabilizado de alguma forma. As redes sociais não inventaram o ódio, mas, como mostrou o caso britânico, certamente ajudam a alimentá-lo.

A comoção com o assassinato de três crianças a facadas serviu de estopim para a pior onda de violência em mais de uma década no Reino Unido. Em redes como o X espalhou-se a informação de que o autor do crime era um imigrante muçulmano e, ato contínuo, grupos contrários à imigração incitaram manifestações contra estrangeiros, em especial os seguidores da fé islâmica. O assassino, já detido, não era imigrante, muito menos muçulmano. O estrago, porém, já estava feito: a violência, com insultos e xenofobia, se espalhou por diversas cidades do Reino Unido, deixando um rastro de destruição, prisões e ataques a inocentes.

O caso assusta pelo nível de brutalidade primitiva que se viu nas ruas inglesas ao longo de alguns dias, algo que discrepa totalmente da imagem de uma sociedade que se apresenta ao mundo como liberal e tolerante. É claro que não se deve tomar a parte pelo todo, isto é, não se pode concluir que o Reino Unido tenha se tornado de uma hora para outra um país de bárbaros, mas é digno de nota a latência do ódio, para cuja explosão bastou um punhado de mensagens mal-intencionadas numa rede social.

Esse ódio já havia se manifestado, em essência, no discurso que alimentou o Brexit, isto é, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Recorde-se que no centro da campanha do Brexit estava a histeria contra os imigrantes com passaporte europeu, especialmente dos países mais pobres que estavam sendo aceitos na UE. Era preciso, nas palavras dos extremistas que advogavam pelo Brexit, “retomar o controle sobre a imigração”.

O Brexit, contudo, não teve o resultado esperado pelos xenófobos. Ao contrário: fora da União Europeia, o Reino Unido não participa mais dos acordos europeus que disciplinam a imigração, seja dentro da própria Europa, seja nos países do Mediterrâneo, onde regularmente aportam milhares de refugiados.

Ou seja, a promessa de mais controle e segurança não se confirmou, pelo menos não como anunciaram os radicais. É essa sensação de vulnerabilidade que dá corpo ao discurso violento contra imigrantes – e não somente no Reino Unido – mesmo no momento em que a maioria dos países da UE e o próprio Reino Unido precisam de imigrantes para seu mercado de trabalho.

O ódio contra os imigrantes, portanto, é irracional não somente pela truculência que inspira, mas sobretudo porque prejudica os interesses econômicos e sociais dos países em que brota. Ou talvez seja o caso de notar que o ódio aos imigrantes tem uma racionalidade própria: o imigrante é o corpo estranho, que representa o atraso e a degradação social e nacional, e por isso precisa ser combatido sem trégua. Como enfatizou Donald Trump, candidato à presidência dos EUA e espécie de porta-voz mundial dos xenófobos, os imigrantes são “animais” que “envenenam o sangue do país”.

Cabe aos líderes responsáveis trabalhar para que essa mensagem não prospere, pois dela resulta a violência que o mundo testemunhou no Reino Unido. Nesse ponto, fica claro que as redes sociais, que já tinham sido cruciais para espalhar a desinformação que resultou no Brexit, foram o veículo por meio do qual os extremistas incitaram a turba que foi às ruas para agredir imigrantes totalmente inocentes. Se é de mensagem de ódio que se trata, o meio que a propaga importa.

Há quem considere que as redes sociais são neutras, isto é, não produzem as mensagens que ali circulam, razão pela qual não podem responder pelo que se diz nos textos – seriam o equivalente ao carteiro, que não tem nada a ver com uma carta que eventualmente contenha ofensas ou desinformação. Mas há quem lembre que, diferentemente do carteiro, as donas das redes ganham muito dinheiro como o engajamento dos usuários, fomentado por algoritmos que privilegiam mensagens com maior potencial de gerar reações e compartilhamentos, e a experiência indica que esse potencial é tanto maior quanto mais agressiva ou provocadora a mensagem for.

Logo, esse sistema talvez não seja tão isento quanto seus proprietários alegam, razão pela qual precisa ser responsabilizado de alguma forma. As redes sociais não inventaram o ódio, mas, como mostrou o caso britânico, certamente ajudam a alimentá-lo.

A comoção com o assassinato de três crianças a facadas serviu de estopim para a pior onda de violência em mais de uma década no Reino Unido. Em redes como o X espalhou-se a informação de que o autor do crime era um imigrante muçulmano e, ato contínuo, grupos contrários à imigração incitaram manifestações contra estrangeiros, em especial os seguidores da fé islâmica. O assassino, já detido, não era imigrante, muito menos muçulmano. O estrago, porém, já estava feito: a violência, com insultos e xenofobia, se espalhou por diversas cidades do Reino Unido, deixando um rastro de destruição, prisões e ataques a inocentes.

O caso assusta pelo nível de brutalidade primitiva que se viu nas ruas inglesas ao longo de alguns dias, algo que discrepa totalmente da imagem de uma sociedade que se apresenta ao mundo como liberal e tolerante. É claro que não se deve tomar a parte pelo todo, isto é, não se pode concluir que o Reino Unido tenha se tornado de uma hora para outra um país de bárbaros, mas é digno de nota a latência do ódio, para cuja explosão bastou um punhado de mensagens mal-intencionadas numa rede social.

Esse ódio já havia se manifestado, em essência, no discurso que alimentou o Brexit, isto é, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Recorde-se que no centro da campanha do Brexit estava a histeria contra os imigrantes com passaporte europeu, especialmente dos países mais pobres que estavam sendo aceitos na UE. Era preciso, nas palavras dos extremistas que advogavam pelo Brexit, “retomar o controle sobre a imigração”.

O Brexit, contudo, não teve o resultado esperado pelos xenófobos. Ao contrário: fora da União Europeia, o Reino Unido não participa mais dos acordos europeus que disciplinam a imigração, seja dentro da própria Europa, seja nos países do Mediterrâneo, onde regularmente aportam milhares de refugiados.

Ou seja, a promessa de mais controle e segurança não se confirmou, pelo menos não como anunciaram os radicais. É essa sensação de vulnerabilidade que dá corpo ao discurso violento contra imigrantes – e não somente no Reino Unido – mesmo no momento em que a maioria dos países da UE e o próprio Reino Unido precisam de imigrantes para seu mercado de trabalho.

O ódio contra os imigrantes, portanto, é irracional não somente pela truculência que inspira, mas sobretudo porque prejudica os interesses econômicos e sociais dos países em que brota. Ou talvez seja o caso de notar que o ódio aos imigrantes tem uma racionalidade própria: o imigrante é o corpo estranho, que representa o atraso e a degradação social e nacional, e por isso precisa ser combatido sem trégua. Como enfatizou Donald Trump, candidato à presidência dos EUA e espécie de porta-voz mundial dos xenófobos, os imigrantes são “animais” que “envenenam o sangue do país”.

Cabe aos líderes responsáveis trabalhar para que essa mensagem não prospere, pois dela resulta a violência que o mundo testemunhou no Reino Unido. Nesse ponto, fica claro que as redes sociais, que já tinham sido cruciais para espalhar a desinformação que resultou no Brexit, foram o veículo por meio do qual os extremistas incitaram a turba que foi às ruas para agredir imigrantes totalmente inocentes. Se é de mensagem de ódio que se trata, o meio que a propaga importa.

Há quem considere que as redes sociais são neutras, isto é, não produzem as mensagens que ali circulam, razão pela qual não podem responder pelo que se diz nos textos – seriam o equivalente ao carteiro, que não tem nada a ver com uma carta que eventualmente contenha ofensas ou desinformação. Mas há quem lembre que, diferentemente do carteiro, as donas das redes ganham muito dinheiro como o engajamento dos usuários, fomentado por algoritmos que privilegiam mensagens com maior potencial de gerar reações e compartilhamentos, e a experiência indica que esse potencial é tanto maior quanto mais agressiva ou provocadora a mensagem for.

Logo, esse sistema talvez não seja tão isento quanto seus proprietários alegam, razão pela qual precisa ser responsabilizado de alguma forma. As redes sociais não inventaram o ódio, mas, como mostrou o caso britânico, certamente ajudam a alimentá-lo.

A comoção com o assassinato de três crianças a facadas serviu de estopim para a pior onda de violência em mais de uma década no Reino Unido. Em redes como o X espalhou-se a informação de que o autor do crime era um imigrante muçulmano e, ato contínuo, grupos contrários à imigração incitaram manifestações contra estrangeiros, em especial os seguidores da fé islâmica. O assassino, já detido, não era imigrante, muito menos muçulmano. O estrago, porém, já estava feito: a violência, com insultos e xenofobia, se espalhou por diversas cidades do Reino Unido, deixando um rastro de destruição, prisões e ataques a inocentes.

O caso assusta pelo nível de brutalidade primitiva que se viu nas ruas inglesas ao longo de alguns dias, algo que discrepa totalmente da imagem de uma sociedade que se apresenta ao mundo como liberal e tolerante. É claro que não se deve tomar a parte pelo todo, isto é, não se pode concluir que o Reino Unido tenha se tornado de uma hora para outra um país de bárbaros, mas é digno de nota a latência do ódio, para cuja explosão bastou um punhado de mensagens mal-intencionadas numa rede social.

Esse ódio já havia se manifestado, em essência, no discurso que alimentou o Brexit, isto é, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Recorde-se que no centro da campanha do Brexit estava a histeria contra os imigrantes com passaporte europeu, especialmente dos países mais pobres que estavam sendo aceitos na UE. Era preciso, nas palavras dos extremistas que advogavam pelo Brexit, “retomar o controle sobre a imigração”.

O Brexit, contudo, não teve o resultado esperado pelos xenófobos. Ao contrário: fora da União Europeia, o Reino Unido não participa mais dos acordos europeus que disciplinam a imigração, seja dentro da própria Europa, seja nos países do Mediterrâneo, onde regularmente aportam milhares de refugiados.

Ou seja, a promessa de mais controle e segurança não se confirmou, pelo menos não como anunciaram os radicais. É essa sensação de vulnerabilidade que dá corpo ao discurso violento contra imigrantes – e não somente no Reino Unido – mesmo no momento em que a maioria dos países da UE e o próprio Reino Unido precisam de imigrantes para seu mercado de trabalho.

O ódio contra os imigrantes, portanto, é irracional não somente pela truculência que inspira, mas sobretudo porque prejudica os interesses econômicos e sociais dos países em que brota. Ou talvez seja o caso de notar que o ódio aos imigrantes tem uma racionalidade própria: o imigrante é o corpo estranho, que representa o atraso e a degradação social e nacional, e por isso precisa ser combatido sem trégua. Como enfatizou Donald Trump, candidato à presidência dos EUA e espécie de porta-voz mundial dos xenófobos, os imigrantes são “animais” que “envenenam o sangue do país”.

Cabe aos líderes responsáveis trabalhar para que essa mensagem não prospere, pois dela resulta a violência que o mundo testemunhou no Reino Unido. Nesse ponto, fica claro que as redes sociais, que já tinham sido cruciais para espalhar a desinformação que resultou no Brexit, foram o veículo por meio do qual os extremistas incitaram a turba que foi às ruas para agredir imigrantes totalmente inocentes. Se é de mensagem de ódio que se trata, o meio que a propaga importa.

Há quem considere que as redes sociais são neutras, isto é, não produzem as mensagens que ali circulam, razão pela qual não podem responder pelo que se diz nos textos – seriam o equivalente ao carteiro, que não tem nada a ver com uma carta que eventualmente contenha ofensas ou desinformação. Mas há quem lembre que, diferentemente do carteiro, as donas das redes ganham muito dinheiro como o engajamento dos usuários, fomentado por algoritmos que privilegiam mensagens com maior potencial de gerar reações e compartilhamentos, e a experiência indica que esse potencial é tanto maior quanto mais agressiva ou provocadora a mensagem for.

Logo, esse sistema talvez não seja tão isento quanto seus proprietários alegam, razão pela qual precisa ser responsabilizado de alguma forma. As redes sociais não inventaram o ódio, mas, como mostrou o caso britânico, certamente ajudam a alimentá-lo.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.