A Petrobras e a voz do dono


Novo plano de investimentos da Petrobras parece feito sob medida para alimentar o projeto de poder de Lula da Silva, à custa de obras e prioridades do governo bancados pela companhia

Por Notas & Informações

O primeiro plano de investimentos da Petrobras do terceiro mandato de Lula da Silva concentrou atenções nos últimos dias não apenas pela definição de negócios de uma das empresas mais relevantes da bolsa de valores nacional, a B3. O interesse pairava, sobretudo, no que representa o retorno da “petroleira petista” diante dos sinais emitidos que, invariavelmente, conduzem à utilização da companhia como financiadora de um projeto de poder. Basta atentar para o peso dos 47 projetos da Petrobras no tal “Novo PAC” de Lula.

Os US$ 102 bilhões do planejamento estratégico para o período 2023-2028 indicam o novo rumo. Além dos investimentos já aprovados e dos outros em análise, a cifra astronômica reincorpora bens que estavam à venda, como a refinaria construída em Pernambuco no segundo governo Lula, uma das mais caras do mundo, embora com capacidade bem inferior à de seus pares. Também foi contemplada nesse orçamento a decisão de reinvestir em áreas das quais havia decidido se afastar, como petroquímica e fertilizantes, como quer Lula.

A “voz do dono”, representada na Petrobras pela parcela de 36,6% do capital em poder da União, transmite um discurso há muito ultrapassado, mas que torna a interferir na empresa. Nos dois primeiros mandatos petistas, o uso da Petrobras como instrumento de política pública foi tão patente que seu plano de investimentos passou a detalhar os efeitos macroeconômicos esperados.

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Não à toa, o presidente da companhia, Jean-Paul Prates – que esteve na corda bamba nos últimos dias e por ora conseguiu esquivar-se da artilharia dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) –, diz que a Petrobras vai criar 280 mil empregos. Levando em conta que o número de funcionários não chega a 40 mil, é mais do que evidente que ele se refere a obras que a empresa vai assumir em prol de um projeto de governo.

Lula tem pressa em reeditar situações que lhe renderam imagens célebres. Quer aparecer, no pátio de algum estaleiro reativado à custa de subvenções do governo, cercado por trabalhadores; descer de helicóptero no prédio-sede da Petrobras para anunciar a descoberta de uma nova e promissora fronteira exploratória e anunciar que todos os campos serão da petroleira nacional, como fez com o pré-sal; posar com as mãos lambuzadas do óleo das novas reservas; batizar navios, ainda que não totalmente finalizados, como fez em 2010, ano de campanha presidencial. Cenas que espera converter em votos.

Mas não há como esquecer o que veio depois das fotos que ilustraram campanhas petistas. Navios com inúmeros problemas técnicos e encarecidos pelo modelo de uma indústria sem expertise para enfrentar a concorrência externa; um vácuo de ofertas nos leilões de petróleo que resultou em imenso atraso na produção de petróleo no País; e empresas que haviam sido alçadas de forma artificial à condição de grandes fornecedoras e que acabaram quebrando.

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E, por óbvio, o “petrolão”. Não há como esquecer as revelações de empresários acuados que desvendaram o impressionante esquema de propinas que acompanhava as obras e os projetos eleitoreiros. Não é possível que esse mesmo modelo temerário possa ser ressuscitado, sem mais nem menos, como se nada tivesse acontecido.

A reativação da indústria local, a geração de empregos e o investimento na economia nacional são medidas sempre bem-vindas, desde que com o devido planejamento e responsabilidade. O histórico da Petrobras petista não autoriza otimismo.

Uma das decisões da Petrobras que causaram celeuma em Brasília foi a duplicação de investimentos em transição energética. Serão mais de US$ 5 bilhões aplicados em energia solar, eólica, captura de carbono e projetos de hidrogênio, com retorno só para daqui a uns dez anos, em outro governo. Daí a insatisfação do Planalto.

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Esse é o padrão do populismo lulopetista, que se diferencia do populismo bolsonarista apenas no nome e na cor da bandeira, mas ambos com a mesma ambição descarada de usar a Petrobras para reduzir a inflação, custear obras públicas e ganhar eleições.

O primeiro plano de investimentos da Petrobras do terceiro mandato de Lula da Silva concentrou atenções nos últimos dias não apenas pela definição de negócios de uma das empresas mais relevantes da bolsa de valores nacional, a B3. O interesse pairava, sobretudo, no que representa o retorno da “petroleira petista” diante dos sinais emitidos que, invariavelmente, conduzem à utilização da companhia como financiadora de um projeto de poder. Basta atentar para o peso dos 47 projetos da Petrobras no tal “Novo PAC” de Lula.

Os US$ 102 bilhões do planejamento estratégico para o período 2023-2028 indicam o novo rumo. Além dos investimentos já aprovados e dos outros em análise, a cifra astronômica reincorpora bens que estavam à venda, como a refinaria construída em Pernambuco no segundo governo Lula, uma das mais caras do mundo, embora com capacidade bem inferior à de seus pares. Também foi contemplada nesse orçamento a decisão de reinvestir em áreas das quais havia decidido se afastar, como petroquímica e fertilizantes, como quer Lula.

A “voz do dono”, representada na Petrobras pela parcela de 36,6% do capital em poder da União, transmite um discurso há muito ultrapassado, mas que torna a interferir na empresa. Nos dois primeiros mandatos petistas, o uso da Petrobras como instrumento de política pública foi tão patente que seu plano de investimentos passou a detalhar os efeitos macroeconômicos esperados.

Não à toa, o presidente da companhia, Jean-Paul Prates – que esteve na corda bamba nos últimos dias e por ora conseguiu esquivar-se da artilharia dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) –, diz que a Petrobras vai criar 280 mil empregos. Levando em conta que o número de funcionários não chega a 40 mil, é mais do que evidente que ele se refere a obras que a empresa vai assumir em prol de um projeto de governo.

Lula tem pressa em reeditar situações que lhe renderam imagens célebres. Quer aparecer, no pátio de algum estaleiro reativado à custa de subvenções do governo, cercado por trabalhadores; descer de helicóptero no prédio-sede da Petrobras para anunciar a descoberta de uma nova e promissora fronteira exploratória e anunciar que todos os campos serão da petroleira nacional, como fez com o pré-sal; posar com as mãos lambuzadas do óleo das novas reservas; batizar navios, ainda que não totalmente finalizados, como fez em 2010, ano de campanha presidencial. Cenas que espera converter em votos.

Mas não há como esquecer o que veio depois das fotos que ilustraram campanhas petistas. Navios com inúmeros problemas técnicos e encarecidos pelo modelo de uma indústria sem expertise para enfrentar a concorrência externa; um vácuo de ofertas nos leilões de petróleo que resultou em imenso atraso na produção de petróleo no País; e empresas que haviam sido alçadas de forma artificial à condição de grandes fornecedoras e que acabaram quebrando.

E, por óbvio, o “petrolão”. Não há como esquecer as revelações de empresários acuados que desvendaram o impressionante esquema de propinas que acompanhava as obras e os projetos eleitoreiros. Não é possível que esse mesmo modelo temerário possa ser ressuscitado, sem mais nem menos, como se nada tivesse acontecido.

A reativação da indústria local, a geração de empregos e o investimento na economia nacional são medidas sempre bem-vindas, desde que com o devido planejamento e responsabilidade. O histórico da Petrobras petista não autoriza otimismo.

Uma das decisões da Petrobras que causaram celeuma em Brasília foi a duplicação de investimentos em transição energética. Serão mais de US$ 5 bilhões aplicados em energia solar, eólica, captura de carbono e projetos de hidrogênio, com retorno só para daqui a uns dez anos, em outro governo. Daí a insatisfação do Planalto.

Esse é o padrão do populismo lulopetista, que se diferencia do populismo bolsonarista apenas no nome e na cor da bandeira, mas ambos com a mesma ambição descarada de usar a Petrobras para reduzir a inflação, custear obras públicas e ganhar eleições.

O primeiro plano de investimentos da Petrobras do terceiro mandato de Lula da Silva concentrou atenções nos últimos dias não apenas pela definição de negócios de uma das empresas mais relevantes da bolsa de valores nacional, a B3. O interesse pairava, sobretudo, no que representa o retorno da “petroleira petista” diante dos sinais emitidos que, invariavelmente, conduzem à utilização da companhia como financiadora de um projeto de poder. Basta atentar para o peso dos 47 projetos da Petrobras no tal “Novo PAC” de Lula.

Os US$ 102 bilhões do planejamento estratégico para o período 2023-2028 indicam o novo rumo. Além dos investimentos já aprovados e dos outros em análise, a cifra astronômica reincorpora bens que estavam à venda, como a refinaria construída em Pernambuco no segundo governo Lula, uma das mais caras do mundo, embora com capacidade bem inferior à de seus pares. Também foi contemplada nesse orçamento a decisão de reinvestir em áreas das quais havia decidido se afastar, como petroquímica e fertilizantes, como quer Lula.

A “voz do dono”, representada na Petrobras pela parcela de 36,6% do capital em poder da União, transmite um discurso há muito ultrapassado, mas que torna a interferir na empresa. Nos dois primeiros mandatos petistas, o uso da Petrobras como instrumento de política pública foi tão patente que seu plano de investimentos passou a detalhar os efeitos macroeconômicos esperados.

Não à toa, o presidente da companhia, Jean-Paul Prates – que esteve na corda bamba nos últimos dias e por ora conseguiu esquivar-se da artilharia dos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) –, diz que a Petrobras vai criar 280 mil empregos. Levando em conta que o número de funcionários não chega a 40 mil, é mais do que evidente que ele se refere a obras que a empresa vai assumir em prol de um projeto de governo.

Lula tem pressa em reeditar situações que lhe renderam imagens célebres. Quer aparecer, no pátio de algum estaleiro reativado à custa de subvenções do governo, cercado por trabalhadores; descer de helicóptero no prédio-sede da Petrobras para anunciar a descoberta de uma nova e promissora fronteira exploratória e anunciar que todos os campos serão da petroleira nacional, como fez com o pré-sal; posar com as mãos lambuzadas do óleo das novas reservas; batizar navios, ainda que não totalmente finalizados, como fez em 2010, ano de campanha presidencial. Cenas que espera converter em votos.

Mas não há como esquecer o que veio depois das fotos que ilustraram campanhas petistas. Navios com inúmeros problemas técnicos e encarecidos pelo modelo de uma indústria sem expertise para enfrentar a concorrência externa; um vácuo de ofertas nos leilões de petróleo que resultou em imenso atraso na produção de petróleo no País; e empresas que haviam sido alçadas de forma artificial à condição de grandes fornecedoras e que acabaram quebrando.

E, por óbvio, o “petrolão”. Não há como esquecer as revelações de empresários acuados que desvendaram o impressionante esquema de propinas que acompanhava as obras e os projetos eleitoreiros. Não é possível que esse mesmo modelo temerário possa ser ressuscitado, sem mais nem menos, como se nada tivesse acontecido.

A reativação da indústria local, a geração de empregos e o investimento na economia nacional são medidas sempre bem-vindas, desde que com o devido planejamento e responsabilidade. O histórico da Petrobras petista não autoriza otimismo.

Uma das decisões da Petrobras que causaram celeuma em Brasília foi a duplicação de investimentos em transição energética. Serão mais de US$ 5 bilhões aplicados em energia solar, eólica, captura de carbono e projetos de hidrogênio, com retorno só para daqui a uns dez anos, em outro governo. Daí a insatisfação do Planalto.

Esse é o padrão do populismo lulopetista, que se diferencia do populismo bolsonarista apenas no nome e na cor da bandeira, mas ambos com a mesma ambição descarada de usar a Petrobras para reduzir a inflação, custear obras públicas e ganhar eleições.

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