Argentina leva sua crise às urnas


Seja qual for, o resultado das eleições não superará com um passe de mágica a debacle econômica nem aliviará a raiva da população sujeita à hiperinflação e dependente de benefícios sociais

Por Notas & Informações

A única certeza sobre as eleições presidenciais na Argentina, hoje, é que não haverá solução mágica para o colossal desmonte de sua economia nem um novo governo ileso a índices de baixíssima popularidade. A definição do eleitorado, seja neste domingo ou no segundo turno, em 19 de novembro, não alterará de imediato a exaustão dos argentinos com os sucessivos fracassos na condução do país pelo peronismo e pela centro-direita nos últimos 40 anos. A raiva expressa em votos de protesto nas primárias de agosto, sob os gritos de bordões destemperados, prenuncia mais desalento e aprofunda as incertezas que nem os cambistas conseguiam disfarçar na véspera do pleito.

A questão de fundo não se limita a quem será o escolhido pelo eleitorado, cuja decisão soberana há de ser devidamente respeitada. Envolve, sobretudo, a análise de como a Argentina chegou a ponto de ter como favoritos à Casa Rosada um peronista, Sergio Massa, que, com toda a pesada máquina assistencial do governo, se via dias antes do primeiro turno ameaçado por Javier Milei, um aventureiro que soube colher a insatisfação popular, sobretudo de jovens que jamais vivenciaram um período sem crise, para alavancar uma plataforma econômica tresloucada. A avaliação deve ir além e sopesar também a razão pela qual a centro-direita desvaneceu, sem encontrar meios para se apresentar como uma terceira via razoável ao eleitor.

Esses temas certamente terão sido remexidos em intermináveis conversas nos cafés de Buenos Aires e nos boliches das periferias. Há razões para crer que nenhum desses debates tenha sido concluído sem perspectivas sombrias. Da mesma forma avaliam empresários, analistas econômicos argentinos e estrangeiros e governos vizinhos, particularmente aturdidos com o potencial agravamento da crise quando as primeiras medidas forem anunciadas por quem se sentar no “sillón de Rivadávia” em 10 de dezembro.

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A crise da Argentina figura entre as mais desafiadoras do mundo. Já era assim quando o Nobel de Economia Simon Kuznets alcunhou uma célebre frase nos anos 1970: “Há quatro tipos de países: os desenvolvidos, os subdesenvolvidos, o Japão e a Argentina”. Políticas equivocadas dizimaram o parque industrial, sem reconstruí-lo em outras bases, e elevaram o desemprego e o desalento. A equiparação do peso ao dólar nos anos 1990, uma alucinação adotada por lei, deixou como legado um rastro de destruição que ameaçou a própria ordem institucional. Medidas extemporâneas anunciadas por governos peronistas e radicais (centro-direita) circundaram o cerne da debacle, sem enfrentá-lo: a inflação e, consequentemente, o adequado ajuste nas contas públicas e a gestão eficaz das políticas monetária e cambial.

Não causa surpresa a astronômica insatisfação dos que arcam no cotidiano com uma inflação de mais de 100% ao ano e mais de 16 taxas de câmbio, sem esperança de melhoria de suas condições de renda nem perspectivas para o futuro. Muito menos dos que estão mergulhados entre os 40% mais pobres, dos excluídos do mercado formal de trabalho aos que dependem de subsídios do governo para comprar alimentos. O contexto econômico-social argentino muito explica a ascensão de uma liderança doidivanas contrária ao sistema e à classe política tradicional, como a história vem registrando há mais de um século. A surpresa surge quando os eleitores se deixam entorpecer por propostas falidas de antemão e chegam a aceitar, talvez sem se darem conta, o fim dos benefícios sociais que fazem diferença nos seus bolsos.

As eleições argentinas preocupam o governo brasileiro, como reconheceu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É natural, dado o grau de interconexão das economias e os compromissos de ambos os países em diferentes esferas, inclusive a do respeito ao Estado Democrático de Direito, sob os guarda-chuvas do Mercosul e de acordos bilaterais. Qualquer que seja a escolha dos eleitores, será de interesse do Brasil manter o diálogo fluido com as autoridades de Buenos Aires e contribuir para que a crise na porta vizinha não se aprofunde ainda mais. Por mais lamentável que possa ser, a resposta das urnas é soberana.

A única certeza sobre as eleições presidenciais na Argentina, hoje, é que não haverá solução mágica para o colossal desmonte de sua economia nem um novo governo ileso a índices de baixíssima popularidade. A definição do eleitorado, seja neste domingo ou no segundo turno, em 19 de novembro, não alterará de imediato a exaustão dos argentinos com os sucessivos fracassos na condução do país pelo peronismo e pela centro-direita nos últimos 40 anos. A raiva expressa em votos de protesto nas primárias de agosto, sob os gritos de bordões destemperados, prenuncia mais desalento e aprofunda as incertezas que nem os cambistas conseguiam disfarçar na véspera do pleito.

A questão de fundo não se limita a quem será o escolhido pelo eleitorado, cuja decisão soberana há de ser devidamente respeitada. Envolve, sobretudo, a análise de como a Argentina chegou a ponto de ter como favoritos à Casa Rosada um peronista, Sergio Massa, que, com toda a pesada máquina assistencial do governo, se via dias antes do primeiro turno ameaçado por Javier Milei, um aventureiro que soube colher a insatisfação popular, sobretudo de jovens que jamais vivenciaram um período sem crise, para alavancar uma plataforma econômica tresloucada. A avaliação deve ir além e sopesar também a razão pela qual a centro-direita desvaneceu, sem encontrar meios para se apresentar como uma terceira via razoável ao eleitor.

Esses temas certamente terão sido remexidos em intermináveis conversas nos cafés de Buenos Aires e nos boliches das periferias. Há razões para crer que nenhum desses debates tenha sido concluído sem perspectivas sombrias. Da mesma forma avaliam empresários, analistas econômicos argentinos e estrangeiros e governos vizinhos, particularmente aturdidos com o potencial agravamento da crise quando as primeiras medidas forem anunciadas por quem se sentar no “sillón de Rivadávia” em 10 de dezembro.

A crise da Argentina figura entre as mais desafiadoras do mundo. Já era assim quando o Nobel de Economia Simon Kuznets alcunhou uma célebre frase nos anos 1970: “Há quatro tipos de países: os desenvolvidos, os subdesenvolvidos, o Japão e a Argentina”. Políticas equivocadas dizimaram o parque industrial, sem reconstruí-lo em outras bases, e elevaram o desemprego e o desalento. A equiparação do peso ao dólar nos anos 1990, uma alucinação adotada por lei, deixou como legado um rastro de destruição que ameaçou a própria ordem institucional. Medidas extemporâneas anunciadas por governos peronistas e radicais (centro-direita) circundaram o cerne da debacle, sem enfrentá-lo: a inflação e, consequentemente, o adequado ajuste nas contas públicas e a gestão eficaz das políticas monetária e cambial.

Não causa surpresa a astronômica insatisfação dos que arcam no cotidiano com uma inflação de mais de 100% ao ano e mais de 16 taxas de câmbio, sem esperança de melhoria de suas condições de renda nem perspectivas para o futuro. Muito menos dos que estão mergulhados entre os 40% mais pobres, dos excluídos do mercado formal de trabalho aos que dependem de subsídios do governo para comprar alimentos. O contexto econômico-social argentino muito explica a ascensão de uma liderança doidivanas contrária ao sistema e à classe política tradicional, como a história vem registrando há mais de um século. A surpresa surge quando os eleitores se deixam entorpecer por propostas falidas de antemão e chegam a aceitar, talvez sem se darem conta, o fim dos benefícios sociais que fazem diferença nos seus bolsos.

As eleições argentinas preocupam o governo brasileiro, como reconheceu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É natural, dado o grau de interconexão das economias e os compromissos de ambos os países em diferentes esferas, inclusive a do respeito ao Estado Democrático de Direito, sob os guarda-chuvas do Mercosul e de acordos bilaterais. Qualquer que seja a escolha dos eleitores, será de interesse do Brasil manter o diálogo fluido com as autoridades de Buenos Aires e contribuir para que a crise na porta vizinha não se aprofunde ainda mais. Por mais lamentável que possa ser, a resposta das urnas é soberana.

A única certeza sobre as eleições presidenciais na Argentina, hoje, é que não haverá solução mágica para o colossal desmonte de sua economia nem um novo governo ileso a índices de baixíssima popularidade. A definição do eleitorado, seja neste domingo ou no segundo turno, em 19 de novembro, não alterará de imediato a exaustão dos argentinos com os sucessivos fracassos na condução do país pelo peronismo e pela centro-direita nos últimos 40 anos. A raiva expressa em votos de protesto nas primárias de agosto, sob os gritos de bordões destemperados, prenuncia mais desalento e aprofunda as incertezas que nem os cambistas conseguiam disfarçar na véspera do pleito.

A questão de fundo não se limita a quem será o escolhido pelo eleitorado, cuja decisão soberana há de ser devidamente respeitada. Envolve, sobretudo, a análise de como a Argentina chegou a ponto de ter como favoritos à Casa Rosada um peronista, Sergio Massa, que, com toda a pesada máquina assistencial do governo, se via dias antes do primeiro turno ameaçado por Javier Milei, um aventureiro que soube colher a insatisfação popular, sobretudo de jovens que jamais vivenciaram um período sem crise, para alavancar uma plataforma econômica tresloucada. A avaliação deve ir além e sopesar também a razão pela qual a centro-direita desvaneceu, sem encontrar meios para se apresentar como uma terceira via razoável ao eleitor.

Esses temas certamente terão sido remexidos em intermináveis conversas nos cafés de Buenos Aires e nos boliches das periferias. Há razões para crer que nenhum desses debates tenha sido concluído sem perspectivas sombrias. Da mesma forma avaliam empresários, analistas econômicos argentinos e estrangeiros e governos vizinhos, particularmente aturdidos com o potencial agravamento da crise quando as primeiras medidas forem anunciadas por quem se sentar no “sillón de Rivadávia” em 10 de dezembro.

A crise da Argentina figura entre as mais desafiadoras do mundo. Já era assim quando o Nobel de Economia Simon Kuznets alcunhou uma célebre frase nos anos 1970: “Há quatro tipos de países: os desenvolvidos, os subdesenvolvidos, o Japão e a Argentina”. Políticas equivocadas dizimaram o parque industrial, sem reconstruí-lo em outras bases, e elevaram o desemprego e o desalento. A equiparação do peso ao dólar nos anos 1990, uma alucinação adotada por lei, deixou como legado um rastro de destruição que ameaçou a própria ordem institucional. Medidas extemporâneas anunciadas por governos peronistas e radicais (centro-direita) circundaram o cerne da debacle, sem enfrentá-lo: a inflação e, consequentemente, o adequado ajuste nas contas públicas e a gestão eficaz das políticas monetária e cambial.

Não causa surpresa a astronômica insatisfação dos que arcam no cotidiano com uma inflação de mais de 100% ao ano e mais de 16 taxas de câmbio, sem esperança de melhoria de suas condições de renda nem perspectivas para o futuro. Muito menos dos que estão mergulhados entre os 40% mais pobres, dos excluídos do mercado formal de trabalho aos que dependem de subsídios do governo para comprar alimentos. O contexto econômico-social argentino muito explica a ascensão de uma liderança doidivanas contrária ao sistema e à classe política tradicional, como a história vem registrando há mais de um século. A surpresa surge quando os eleitores se deixam entorpecer por propostas falidas de antemão e chegam a aceitar, talvez sem se darem conta, o fim dos benefícios sociais que fazem diferença nos seus bolsos.

As eleições argentinas preocupam o governo brasileiro, como reconheceu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É natural, dado o grau de interconexão das economias e os compromissos de ambos os países em diferentes esferas, inclusive a do respeito ao Estado Democrático de Direito, sob os guarda-chuvas do Mercosul e de acordos bilaterais. Qualquer que seja a escolha dos eleitores, será de interesse do Brasil manter o diálogo fluido com as autoridades de Buenos Aires e contribuir para que a crise na porta vizinha não se aprofunde ainda mais. Por mais lamentável que possa ser, a resposta das urnas é soberana.

A única certeza sobre as eleições presidenciais na Argentina, hoje, é que não haverá solução mágica para o colossal desmonte de sua economia nem um novo governo ileso a índices de baixíssima popularidade. A definição do eleitorado, seja neste domingo ou no segundo turno, em 19 de novembro, não alterará de imediato a exaustão dos argentinos com os sucessivos fracassos na condução do país pelo peronismo e pela centro-direita nos últimos 40 anos. A raiva expressa em votos de protesto nas primárias de agosto, sob os gritos de bordões destemperados, prenuncia mais desalento e aprofunda as incertezas que nem os cambistas conseguiam disfarçar na véspera do pleito.

A questão de fundo não se limita a quem será o escolhido pelo eleitorado, cuja decisão soberana há de ser devidamente respeitada. Envolve, sobretudo, a análise de como a Argentina chegou a ponto de ter como favoritos à Casa Rosada um peronista, Sergio Massa, que, com toda a pesada máquina assistencial do governo, se via dias antes do primeiro turno ameaçado por Javier Milei, um aventureiro que soube colher a insatisfação popular, sobretudo de jovens que jamais vivenciaram um período sem crise, para alavancar uma plataforma econômica tresloucada. A avaliação deve ir além e sopesar também a razão pela qual a centro-direita desvaneceu, sem encontrar meios para se apresentar como uma terceira via razoável ao eleitor.

Esses temas certamente terão sido remexidos em intermináveis conversas nos cafés de Buenos Aires e nos boliches das periferias. Há razões para crer que nenhum desses debates tenha sido concluído sem perspectivas sombrias. Da mesma forma avaliam empresários, analistas econômicos argentinos e estrangeiros e governos vizinhos, particularmente aturdidos com o potencial agravamento da crise quando as primeiras medidas forem anunciadas por quem se sentar no “sillón de Rivadávia” em 10 de dezembro.

A crise da Argentina figura entre as mais desafiadoras do mundo. Já era assim quando o Nobel de Economia Simon Kuznets alcunhou uma célebre frase nos anos 1970: “Há quatro tipos de países: os desenvolvidos, os subdesenvolvidos, o Japão e a Argentina”. Políticas equivocadas dizimaram o parque industrial, sem reconstruí-lo em outras bases, e elevaram o desemprego e o desalento. A equiparação do peso ao dólar nos anos 1990, uma alucinação adotada por lei, deixou como legado um rastro de destruição que ameaçou a própria ordem institucional. Medidas extemporâneas anunciadas por governos peronistas e radicais (centro-direita) circundaram o cerne da debacle, sem enfrentá-lo: a inflação e, consequentemente, o adequado ajuste nas contas públicas e a gestão eficaz das políticas monetária e cambial.

Não causa surpresa a astronômica insatisfação dos que arcam no cotidiano com uma inflação de mais de 100% ao ano e mais de 16 taxas de câmbio, sem esperança de melhoria de suas condições de renda nem perspectivas para o futuro. Muito menos dos que estão mergulhados entre os 40% mais pobres, dos excluídos do mercado formal de trabalho aos que dependem de subsídios do governo para comprar alimentos. O contexto econômico-social argentino muito explica a ascensão de uma liderança doidivanas contrária ao sistema e à classe política tradicional, como a história vem registrando há mais de um século. A surpresa surge quando os eleitores se deixam entorpecer por propostas falidas de antemão e chegam a aceitar, talvez sem se darem conta, o fim dos benefícios sociais que fazem diferença nos seus bolsos.

As eleições argentinas preocupam o governo brasileiro, como reconheceu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É natural, dado o grau de interconexão das economias e os compromissos de ambos os países em diferentes esferas, inclusive a do respeito ao Estado Democrático de Direito, sob os guarda-chuvas do Mercosul e de acordos bilaterais. Qualquer que seja a escolha dos eleitores, será de interesse do Brasil manter o diálogo fluido com as autoridades de Buenos Aires e contribuir para que a crise na porta vizinha não se aprofunde ainda mais. Por mais lamentável que possa ser, a resposta das urnas é soberana.

A única certeza sobre as eleições presidenciais na Argentina, hoje, é que não haverá solução mágica para o colossal desmonte de sua economia nem um novo governo ileso a índices de baixíssima popularidade. A definição do eleitorado, seja neste domingo ou no segundo turno, em 19 de novembro, não alterará de imediato a exaustão dos argentinos com os sucessivos fracassos na condução do país pelo peronismo e pela centro-direita nos últimos 40 anos. A raiva expressa em votos de protesto nas primárias de agosto, sob os gritos de bordões destemperados, prenuncia mais desalento e aprofunda as incertezas que nem os cambistas conseguiam disfarçar na véspera do pleito.

A questão de fundo não se limita a quem será o escolhido pelo eleitorado, cuja decisão soberana há de ser devidamente respeitada. Envolve, sobretudo, a análise de como a Argentina chegou a ponto de ter como favoritos à Casa Rosada um peronista, Sergio Massa, que, com toda a pesada máquina assistencial do governo, se via dias antes do primeiro turno ameaçado por Javier Milei, um aventureiro que soube colher a insatisfação popular, sobretudo de jovens que jamais vivenciaram um período sem crise, para alavancar uma plataforma econômica tresloucada. A avaliação deve ir além e sopesar também a razão pela qual a centro-direita desvaneceu, sem encontrar meios para se apresentar como uma terceira via razoável ao eleitor.

Esses temas certamente terão sido remexidos em intermináveis conversas nos cafés de Buenos Aires e nos boliches das periferias. Há razões para crer que nenhum desses debates tenha sido concluído sem perspectivas sombrias. Da mesma forma avaliam empresários, analistas econômicos argentinos e estrangeiros e governos vizinhos, particularmente aturdidos com o potencial agravamento da crise quando as primeiras medidas forem anunciadas por quem se sentar no “sillón de Rivadávia” em 10 de dezembro.

A crise da Argentina figura entre as mais desafiadoras do mundo. Já era assim quando o Nobel de Economia Simon Kuznets alcunhou uma célebre frase nos anos 1970: “Há quatro tipos de países: os desenvolvidos, os subdesenvolvidos, o Japão e a Argentina”. Políticas equivocadas dizimaram o parque industrial, sem reconstruí-lo em outras bases, e elevaram o desemprego e o desalento. A equiparação do peso ao dólar nos anos 1990, uma alucinação adotada por lei, deixou como legado um rastro de destruição que ameaçou a própria ordem institucional. Medidas extemporâneas anunciadas por governos peronistas e radicais (centro-direita) circundaram o cerne da debacle, sem enfrentá-lo: a inflação e, consequentemente, o adequado ajuste nas contas públicas e a gestão eficaz das políticas monetária e cambial.

Não causa surpresa a astronômica insatisfação dos que arcam no cotidiano com uma inflação de mais de 100% ao ano e mais de 16 taxas de câmbio, sem esperança de melhoria de suas condições de renda nem perspectivas para o futuro. Muito menos dos que estão mergulhados entre os 40% mais pobres, dos excluídos do mercado formal de trabalho aos que dependem de subsídios do governo para comprar alimentos. O contexto econômico-social argentino muito explica a ascensão de uma liderança doidivanas contrária ao sistema e à classe política tradicional, como a história vem registrando há mais de um século. A surpresa surge quando os eleitores se deixam entorpecer por propostas falidas de antemão e chegam a aceitar, talvez sem se darem conta, o fim dos benefícios sociais que fazem diferença nos seus bolsos.

As eleições argentinas preocupam o governo brasileiro, como reconheceu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. É natural, dado o grau de interconexão das economias e os compromissos de ambos os países em diferentes esferas, inclusive a do respeito ao Estado Democrático de Direito, sob os guarda-chuvas do Mercosul e de acordos bilaterais. Qualquer que seja a escolha dos eleitores, será de interesse do Brasil manter o diálogo fluido com as autoridades de Buenos Aires e contribuir para que a crise na porta vizinha não se aprofunde ainda mais. Por mais lamentável que possa ser, a resposta das urnas é soberana.

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