As cidades no pós-pandemia


O Índice de Condições de Vida melhorou, exceto em relação à ‘estabilidade’, refletindo crescentes agitações sociais. Nas cidades latino-americanas, a miséria segue sendo maior desafio

Por Notas & Informações

Por dois anos um inimigo invisível dominou as cidades, enquanto os cidadãos se entrincheiravam em suas casas. Agora que a pandemia passou, como estão as condições de vida nas cidades?

Todos os anos, a Economist Intelligence Unit publica um Índice de Condições de Vida (liveability), avaliando 170 cidades a partir de 30 fatores agrupados em cinco categorias: estabilidade, saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura. A última edição traz o título sugestivo de Otimismo em meio à instabilidade.

O otimismo é realista. A média dos indicadores cresceu, atingindo seu ponto mais alto em 15 anos. Após a pressão sobre o sistema hospitalar e o fechamento das escolas, indicadores de educação e, sobretudo, de saúde melhoraram significativamente, especialmente na Ásia, no Oriente Médio e na África.

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Paradoxalmente, as metrópoles atraem muitas pessoas, mas também muitos dissabores. Dos tempos da Babilônia até as distopias cinematográficas, as grandes cidades povoam o imaginário popular como núcleos condensados de insalubridade, violência e egoísmo. Mas o índice desmoraliza esse mito, mostrando que grandes cidades podem ser um lugar agradável para viver. Paradigmático é o caso da maior de todas, Tóquio, com 14 milhões de habitantes (37 milhões na área metropolitana). É um dos lugares que oferecem melhores condições de vida no mundo, com transporte público pontual, bairros seguros, ruas limpas e mais restaurantes estrelados do que qualquer outra cidade. Ela oferece lições não só pelos sucessos de seu planejamento urbano, mas pelos seus fracassos.

Desde o início do século 20, Tóquio focou em transporte público, priorizando, ao invés de rodas, trilhos que se espalharam pelos seus subterrâneos. Por outro lado, com poucos recursos no pós-guerra, a prefeitura malogrou em seu intento de implementar o ethos modernista e separar funções da cidade, como trabalho e moradia, tal como se fez, por exemplo, no desenho de Brasília. Enquanto grandes empresas nos EUA se deslocavam aos subúrbios, no Japão elas se concentraram em torno dos núcleos de transporte, incentivando o uso de trens e metrôs. À revelia dos planos oficiais, os bairros cresceram aglomerando usos mistos, tornando-se mais igualitários ao invés de mais estratificados. Tóquio se tornou uma cidade policêntrica, com muitos centros, não um. Assim, a capital japonesa concretizou, involuntariamente, os objetivos que São Paulo, por exemplo, busca conquistar por meio de seu Plano Diretor.

Mas as cidades também são laboratórios que concentram os dramas de seus países. No último ano, o único indicador que registrou retrocessos ao redor do mundo foi a “estabilidade”. Não só cidades nas últimas posições do ranking, como Damasco ou Trípoli, foram assoladas por conflitos, terrorismo e agitações sociais, como nas cidades europeias e norte-americanas se viu um aumento de protestos e tumultos civis, refletindo percepções de corrupção, aumento do custo de vida ou ondas de delinquência.

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Desde 2019, todas as cidades latino-americanas caíram no ranking, não tanto por uma piora nas suas condições de vida, mas pela melhora de outras cidades no mundo, especialmente na Ásia. A pobreza e a desigualdade são persistentes. Ainda que índices de violência em assentamentos irregulares, como as favelas do Rio de Janeiro, tenham melhorado, o acesso ao saneamento e outros serviços básicos é precário. Os extremos climáticos se intensificam, mas os investimentos em prevenção de desastres são escassos, deixando um rastro de destruição, por exemplo, nas épocas de enchentes e deslizamentos. Erradicar a miséria e mitigar impactos climáticos continua a ser o maior desafio das cidades da América Latina. A busca por metais e minerais da região valiosos para a transição energética é uma fonte de recursos que não pode ser desperdiçada.

Em 1950, só 30% da população mundial era urbana; em 2050, serão quase 70%. Assim, o futuro da cidadania no planeta depende – literalmente, e cada vez mais – das respostas que os cidadãos darão aos desafios de suas cidades.

Por dois anos um inimigo invisível dominou as cidades, enquanto os cidadãos se entrincheiravam em suas casas. Agora que a pandemia passou, como estão as condições de vida nas cidades?

Todos os anos, a Economist Intelligence Unit publica um Índice de Condições de Vida (liveability), avaliando 170 cidades a partir de 30 fatores agrupados em cinco categorias: estabilidade, saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura. A última edição traz o título sugestivo de Otimismo em meio à instabilidade.

O otimismo é realista. A média dos indicadores cresceu, atingindo seu ponto mais alto em 15 anos. Após a pressão sobre o sistema hospitalar e o fechamento das escolas, indicadores de educação e, sobretudo, de saúde melhoraram significativamente, especialmente na Ásia, no Oriente Médio e na África.

Paradoxalmente, as metrópoles atraem muitas pessoas, mas também muitos dissabores. Dos tempos da Babilônia até as distopias cinematográficas, as grandes cidades povoam o imaginário popular como núcleos condensados de insalubridade, violência e egoísmo. Mas o índice desmoraliza esse mito, mostrando que grandes cidades podem ser um lugar agradável para viver. Paradigmático é o caso da maior de todas, Tóquio, com 14 milhões de habitantes (37 milhões na área metropolitana). É um dos lugares que oferecem melhores condições de vida no mundo, com transporte público pontual, bairros seguros, ruas limpas e mais restaurantes estrelados do que qualquer outra cidade. Ela oferece lições não só pelos sucessos de seu planejamento urbano, mas pelos seus fracassos.

Desde o início do século 20, Tóquio focou em transporte público, priorizando, ao invés de rodas, trilhos que se espalharam pelos seus subterrâneos. Por outro lado, com poucos recursos no pós-guerra, a prefeitura malogrou em seu intento de implementar o ethos modernista e separar funções da cidade, como trabalho e moradia, tal como se fez, por exemplo, no desenho de Brasília. Enquanto grandes empresas nos EUA se deslocavam aos subúrbios, no Japão elas se concentraram em torno dos núcleos de transporte, incentivando o uso de trens e metrôs. À revelia dos planos oficiais, os bairros cresceram aglomerando usos mistos, tornando-se mais igualitários ao invés de mais estratificados. Tóquio se tornou uma cidade policêntrica, com muitos centros, não um. Assim, a capital japonesa concretizou, involuntariamente, os objetivos que São Paulo, por exemplo, busca conquistar por meio de seu Plano Diretor.

Mas as cidades também são laboratórios que concentram os dramas de seus países. No último ano, o único indicador que registrou retrocessos ao redor do mundo foi a “estabilidade”. Não só cidades nas últimas posições do ranking, como Damasco ou Trípoli, foram assoladas por conflitos, terrorismo e agitações sociais, como nas cidades europeias e norte-americanas se viu um aumento de protestos e tumultos civis, refletindo percepções de corrupção, aumento do custo de vida ou ondas de delinquência.

Desde 2019, todas as cidades latino-americanas caíram no ranking, não tanto por uma piora nas suas condições de vida, mas pela melhora de outras cidades no mundo, especialmente na Ásia. A pobreza e a desigualdade são persistentes. Ainda que índices de violência em assentamentos irregulares, como as favelas do Rio de Janeiro, tenham melhorado, o acesso ao saneamento e outros serviços básicos é precário. Os extremos climáticos se intensificam, mas os investimentos em prevenção de desastres são escassos, deixando um rastro de destruição, por exemplo, nas épocas de enchentes e deslizamentos. Erradicar a miséria e mitigar impactos climáticos continua a ser o maior desafio das cidades da América Latina. A busca por metais e minerais da região valiosos para a transição energética é uma fonte de recursos que não pode ser desperdiçada.

Em 1950, só 30% da população mundial era urbana; em 2050, serão quase 70%. Assim, o futuro da cidadania no planeta depende – literalmente, e cada vez mais – das respostas que os cidadãos darão aos desafios de suas cidades.

Por dois anos um inimigo invisível dominou as cidades, enquanto os cidadãos se entrincheiravam em suas casas. Agora que a pandemia passou, como estão as condições de vida nas cidades?

Todos os anos, a Economist Intelligence Unit publica um Índice de Condições de Vida (liveability), avaliando 170 cidades a partir de 30 fatores agrupados em cinco categorias: estabilidade, saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura. A última edição traz o título sugestivo de Otimismo em meio à instabilidade.

O otimismo é realista. A média dos indicadores cresceu, atingindo seu ponto mais alto em 15 anos. Após a pressão sobre o sistema hospitalar e o fechamento das escolas, indicadores de educação e, sobretudo, de saúde melhoraram significativamente, especialmente na Ásia, no Oriente Médio e na África.

Paradoxalmente, as metrópoles atraem muitas pessoas, mas também muitos dissabores. Dos tempos da Babilônia até as distopias cinematográficas, as grandes cidades povoam o imaginário popular como núcleos condensados de insalubridade, violência e egoísmo. Mas o índice desmoraliza esse mito, mostrando que grandes cidades podem ser um lugar agradável para viver. Paradigmático é o caso da maior de todas, Tóquio, com 14 milhões de habitantes (37 milhões na área metropolitana). É um dos lugares que oferecem melhores condições de vida no mundo, com transporte público pontual, bairros seguros, ruas limpas e mais restaurantes estrelados do que qualquer outra cidade. Ela oferece lições não só pelos sucessos de seu planejamento urbano, mas pelos seus fracassos.

Desde o início do século 20, Tóquio focou em transporte público, priorizando, ao invés de rodas, trilhos que se espalharam pelos seus subterrâneos. Por outro lado, com poucos recursos no pós-guerra, a prefeitura malogrou em seu intento de implementar o ethos modernista e separar funções da cidade, como trabalho e moradia, tal como se fez, por exemplo, no desenho de Brasília. Enquanto grandes empresas nos EUA se deslocavam aos subúrbios, no Japão elas se concentraram em torno dos núcleos de transporte, incentivando o uso de trens e metrôs. À revelia dos planos oficiais, os bairros cresceram aglomerando usos mistos, tornando-se mais igualitários ao invés de mais estratificados. Tóquio se tornou uma cidade policêntrica, com muitos centros, não um. Assim, a capital japonesa concretizou, involuntariamente, os objetivos que São Paulo, por exemplo, busca conquistar por meio de seu Plano Diretor.

Mas as cidades também são laboratórios que concentram os dramas de seus países. No último ano, o único indicador que registrou retrocessos ao redor do mundo foi a “estabilidade”. Não só cidades nas últimas posições do ranking, como Damasco ou Trípoli, foram assoladas por conflitos, terrorismo e agitações sociais, como nas cidades europeias e norte-americanas se viu um aumento de protestos e tumultos civis, refletindo percepções de corrupção, aumento do custo de vida ou ondas de delinquência.

Desde 2019, todas as cidades latino-americanas caíram no ranking, não tanto por uma piora nas suas condições de vida, mas pela melhora de outras cidades no mundo, especialmente na Ásia. A pobreza e a desigualdade são persistentes. Ainda que índices de violência em assentamentos irregulares, como as favelas do Rio de Janeiro, tenham melhorado, o acesso ao saneamento e outros serviços básicos é precário. Os extremos climáticos se intensificam, mas os investimentos em prevenção de desastres são escassos, deixando um rastro de destruição, por exemplo, nas épocas de enchentes e deslizamentos. Erradicar a miséria e mitigar impactos climáticos continua a ser o maior desafio das cidades da América Latina. A busca por metais e minerais da região valiosos para a transição energética é uma fonte de recursos que não pode ser desperdiçada.

Em 1950, só 30% da população mundial era urbana; em 2050, serão quase 70%. Assim, o futuro da cidadania no planeta depende – literalmente, e cada vez mais – das respostas que os cidadãos darão aos desafios de suas cidades.

Por dois anos um inimigo invisível dominou as cidades, enquanto os cidadãos se entrincheiravam em suas casas. Agora que a pandemia passou, como estão as condições de vida nas cidades?

Todos os anos, a Economist Intelligence Unit publica um Índice de Condições de Vida (liveability), avaliando 170 cidades a partir de 30 fatores agrupados em cinco categorias: estabilidade, saúde, cultura e meio ambiente, educação e infraestrutura. A última edição traz o título sugestivo de Otimismo em meio à instabilidade.

O otimismo é realista. A média dos indicadores cresceu, atingindo seu ponto mais alto em 15 anos. Após a pressão sobre o sistema hospitalar e o fechamento das escolas, indicadores de educação e, sobretudo, de saúde melhoraram significativamente, especialmente na Ásia, no Oriente Médio e na África.

Paradoxalmente, as metrópoles atraem muitas pessoas, mas também muitos dissabores. Dos tempos da Babilônia até as distopias cinematográficas, as grandes cidades povoam o imaginário popular como núcleos condensados de insalubridade, violência e egoísmo. Mas o índice desmoraliza esse mito, mostrando que grandes cidades podem ser um lugar agradável para viver. Paradigmático é o caso da maior de todas, Tóquio, com 14 milhões de habitantes (37 milhões na área metropolitana). É um dos lugares que oferecem melhores condições de vida no mundo, com transporte público pontual, bairros seguros, ruas limpas e mais restaurantes estrelados do que qualquer outra cidade. Ela oferece lições não só pelos sucessos de seu planejamento urbano, mas pelos seus fracassos.

Desde o início do século 20, Tóquio focou em transporte público, priorizando, ao invés de rodas, trilhos que se espalharam pelos seus subterrâneos. Por outro lado, com poucos recursos no pós-guerra, a prefeitura malogrou em seu intento de implementar o ethos modernista e separar funções da cidade, como trabalho e moradia, tal como se fez, por exemplo, no desenho de Brasília. Enquanto grandes empresas nos EUA se deslocavam aos subúrbios, no Japão elas se concentraram em torno dos núcleos de transporte, incentivando o uso de trens e metrôs. À revelia dos planos oficiais, os bairros cresceram aglomerando usos mistos, tornando-se mais igualitários ao invés de mais estratificados. Tóquio se tornou uma cidade policêntrica, com muitos centros, não um. Assim, a capital japonesa concretizou, involuntariamente, os objetivos que São Paulo, por exemplo, busca conquistar por meio de seu Plano Diretor.

Mas as cidades também são laboratórios que concentram os dramas de seus países. No último ano, o único indicador que registrou retrocessos ao redor do mundo foi a “estabilidade”. Não só cidades nas últimas posições do ranking, como Damasco ou Trípoli, foram assoladas por conflitos, terrorismo e agitações sociais, como nas cidades europeias e norte-americanas se viu um aumento de protestos e tumultos civis, refletindo percepções de corrupção, aumento do custo de vida ou ondas de delinquência.

Desde 2019, todas as cidades latino-americanas caíram no ranking, não tanto por uma piora nas suas condições de vida, mas pela melhora de outras cidades no mundo, especialmente na Ásia. A pobreza e a desigualdade são persistentes. Ainda que índices de violência em assentamentos irregulares, como as favelas do Rio de Janeiro, tenham melhorado, o acesso ao saneamento e outros serviços básicos é precário. Os extremos climáticos se intensificam, mas os investimentos em prevenção de desastres são escassos, deixando um rastro de destruição, por exemplo, nas épocas de enchentes e deslizamentos. Erradicar a miséria e mitigar impactos climáticos continua a ser o maior desafio das cidades da América Latina. A busca por metais e minerais da região valiosos para a transição energética é uma fonte de recursos que não pode ser desperdiçada.

Em 1950, só 30% da população mundial era urbana; em 2050, serão quase 70%. Assim, o futuro da cidadania no planeta depende – literalmente, e cada vez mais – das respostas que os cidadãos darão aos desafios de suas cidades.

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