Balbúrdia em La Paz


Golpe de Estado ou golpe de cena, a quartelada aprofunda o descrédito da Bolívia

Por Notas & Informações

Pelas estimativas de Jonathan Powell e Clayton Thyne, que pesquisam golpes de Estado, revoltas e insurreições, a Bolívia é não só o país que mais sofreu golpes de Estado desde 1950, mas também o que mais os frustrou: foram 23 no total, 12 malogrados. Na última quarta-feira, essa história de tragédias e farsas se repetiu mais uma vez.

Por volta das 14h, os transeuntes da Plaza Murillo foram surpreendidos por um destacamento de soldados cercando o Palácio do Governo. Um pequeno blindado marretou as portas, e o general Juan José Zúñiga entrou cercado por câmeras, disparando palavras confusas sobre restaurar a “verdadeira democracia” e libertar “presos políticos”. Não houve tentativa de deter ministros ou fechar o Congresso. O presidente Luis Arce confrontou os golpistas cara a cara e entrou em seu gabinete. Enquanto manifestantes protestavam na praça, Arce instalou um novo Alto Comando que deu ordens de dispersão às tropas. Elas partiram junto com Zúñiga, enquanto Arce saudava de um balcão os manifestantes entre cantos de louvor à democracia. Eram 17h30. À noite, Zúñiga foi detido por ordem do procurador-geral, protestando que a intentona foi encomendada por Arce para “levantar sua imagem”.

O que aconteceu em La Paz? Tragédia malograda ou farsa consumada? Qualquer afirmação categórica é temerária. As respostas a duas perguntas acrescentam um grau a mais de desconcerto. Primeiro, quem apoiou o golpe? Ninguém, nem as Forças Armadas, nem a facção rival do partido de Arce, o Movimento ao Socialismo (MAS), liderada por seu ex-tutor, o ex-presidente Evo Morales, nem a oposição e muito menos a população, que reagiu com uma enxurrada de memes satíricos.

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A segunda pergunta, e mais relevante, é quem se beneficiará com o fracasso do golpe e seus efeitos de curto e médio prazos? Aqui entram conjecturas. Mas, para emprestar alguma plausibilidade à “tese” de Zúñiga, Arce de fato sofre com uma impopularidade exasperante e acusa a facção de Morales no MAS de sabotar o seu governo. Morales protestou contra os militares e em favor da democracia. Mas tanto seus apoiadores quanto líderes de oposição relembraram que Zúñiga era um homem de confiança de Arce e foram às redes denunciar um “autogolpe”, “teatro”, “cortina de fumaça”.

Os bolivianos esperam do processo judicial contra Zúñiga novos dados que os ajudem a elucidar a charada. Qualquer que seja a resposta, a pergunta sinaliza um mal-estar profundo. Como sugeriu o editorial do jornal La Razón, “com todos os contornos de um ato orquestrado não para tomar o poder, mas para enviar algum tipo de mensagem, a intentona é apenas um sintoma”.

Enquanto Arce e Morales disputam o poder a um ano das eleições gerais, a economia derrete a olhos vistos; as reservas de gás, a principal fonte de recursos do país, se esgotam; faltam dólares e combustível; o desemprego cresce, assim como os preços e os negócios do narcotráfico e do contrabando.

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O futuro dirá o que aconteceu em La Paz. Mas, depois de quarta-feira, a política da Bolívia está mais instável e sua economia, mais desacreditada.

Pelas estimativas de Jonathan Powell e Clayton Thyne, que pesquisam golpes de Estado, revoltas e insurreições, a Bolívia é não só o país que mais sofreu golpes de Estado desde 1950, mas também o que mais os frustrou: foram 23 no total, 12 malogrados. Na última quarta-feira, essa história de tragédias e farsas se repetiu mais uma vez.

Por volta das 14h, os transeuntes da Plaza Murillo foram surpreendidos por um destacamento de soldados cercando o Palácio do Governo. Um pequeno blindado marretou as portas, e o general Juan José Zúñiga entrou cercado por câmeras, disparando palavras confusas sobre restaurar a “verdadeira democracia” e libertar “presos políticos”. Não houve tentativa de deter ministros ou fechar o Congresso. O presidente Luis Arce confrontou os golpistas cara a cara e entrou em seu gabinete. Enquanto manifestantes protestavam na praça, Arce instalou um novo Alto Comando que deu ordens de dispersão às tropas. Elas partiram junto com Zúñiga, enquanto Arce saudava de um balcão os manifestantes entre cantos de louvor à democracia. Eram 17h30. À noite, Zúñiga foi detido por ordem do procurador-geral, protestando que a intentona foi encomendada por Arce para “levantar sua imagem”.

O que aconteceu em La Paz? Tragédia malograda ou farsa consumada? Qualquer afirmação categórica é temerária. As respostas a duas perguntas acrescentam um grau a mais de desconcerto. Primeiro, quem apoiou o golpe? Ninguém, nem as Forças Armadas, nem a facção rival do partido de Arce, o Movimento ao Socialismo (MAS), liderada por seu ex-tutor, o ex-presidente Evo Morales, nem a oposição e muito menos a população, que reagiu com uma enxurrada de memes satíricos.

A segunda pergunta, e mais relevante, é quem se beneficiará com o fracasso do golpe e seus efeitos de curto e médio prazos? Aqui entram conjecturas. Mas, para emprestar alguma plausibilidade à “tese” de Zúñiga, Arce de fato sofre com uma impopularidade exasperante e acusa a facção de Morales no MAS de sabotar o seu governo. Morales protestou contra os militares e em favor da democracia. Mas tanto seus apoiadores quanto líderes de oposição relembraram que Zúñiga era um homem de confiança de Arce e foram às redes denunciar um “autogolpe”, “teatro”, “cortina de fumaça”.

Os bolivianos esperam do processo judicial contra Zúñiga novos dados que os ajudem a elucidar a charada. Qualquer que seja a resposta, a pergunta sinaliza um mal-estar profundo. Como sugeriu o editorial do jornal La Razón, “com todos os contornos de um ato orquestrado não para tomar o poder, mas para enviar algum tipo de mensagem, a intentona é apenas um sintoma”.

Enquanto Arce e Morales disputam o poder a um ano das eleições gerais, a economia derrete a olhos vistos; as reservas de gás, a principal fonte de recursos do país, se esgotam; faltam dólares e combustível; o desemprego cresce, assim como os preços e os negócios do narcotráfico e do contrabando.

O futuro dirá o que aconteceu em La Paz. Mas, depois de quarta-feira, a política da Bolívia está mais instável e sua economia, mais desacreditada.

Pelas estimativas de Jonathan Powell e Clayton Thyne, que pesquisam golpes de Estado, revoltas e insurreições, a Bolívia é não só o país que mais sofreu golpes de Estado desde 1950, mas também o que mais os frustrou: foram 23 no total, 12 malogrados. Na última quarta-feira, essa história de tragédias e farsas se repetiu mais uma vez.

Por volta das 14h, os transeuntes da Plaza Murillo foram surpreendidos por um destacamento de soldados cercando o Palácio do Governo. Um pequeno blindado marretou as portas, e o general Juan José Zúñiga entrou cercado por câmeras, disparando palavras confusas sobre restaurar a “verdadeira democracia” e libertar “presos políticos”. Não houve tentativa de deter ministros ou fechar o Congresso. O presidente Luis Arce confrontou os golpistas cara a cara e entrou em seu gabinete. Enquanto manifestantes protestavam na praça, Arce instalou um novo Alto Comando que deu ordens de dispersão às tropas. Elas partiram junto com Zúñiga, enquanto Arce saudava de um balcão os manifestantes entre cantos de louvor à democracia. Eram 17h30. À noite, Zúñiga foi detido por ordem do procurador-geral, protestando que a intentona foi encomendada por Arce para “levantar sua imagem”.

O que aconteceu em La Paz? Tragédia malograda ou farsa consumada? Qualquer afirmação categórica é temerária. As respostas a duas perguntas acrescentam um grau a mais de desconcerto. Primeiro, quem apoiou o golpe? Ninguém, nem as Forças Armadas, nem a facção rival do partido de Arce, o Movimento ao Socialismo (MAS), liderada por seu ex-tutor, o ex-presidente Evo Morales, nem a oposição e muito menos a população, que reagiu com uma enxurrada de memes satíricos.

A segunda pergunta, e mais relevante, é quem se beneficiará com o fracasso do golpe e seus efeitos de curto e médio prazos? Aqui entram conjecturas. Mas, para emprestar alguma plausibilidade à “tese” de Zúñiga, Arce de fato sofre com uma impopularidade exasperante e acusa a facção de Morales no MAS de sabotar o seu governo. Morales protestou contra os militares e em favor da democracia. Mas tanto seus apoiadores quanto líderes de oposição relembraram que Zúñiga era um homem de confiança de Arce e foram às redes denunciar um “autogolpe”, “teatro”, “cortina de fumaça”.

Os bolivianos esperam do processo judicial contra Zúñiga novos dados que os ajudem a elucidar a charada. Qualquer que seja a resposta, a pergunta sinaliza um mal-estar profundo. Como sugeriu o editorial do jornal La Razón, “com todos os contornos de um ato orquestrado não para tomar o poder, mas para enviar algum tipo de mensagem, a intentona é apenas um sintoma”.

Enquanto Arce e Morales disputam o poder a um ano das eleições gerais, a economia derrete a olhos vistos; as reservas de gás, a principal fonte de recursos do país, se esgotam; faltam dólares e combustível; o desemprego cresce, assim como os preços e os negócios do narcotráfico e do contrabando.

O futuro dirá o que aconteceu em La Paz. Mas, depois de quarta-feira, a política da Bolívia está mais instável e sua economia, mais desacreditada.

Pelas estimativas de Jonathan Powell e Clayton Thyne, que pesquisam golpes de Estado, revoltas e insurreições, a Bolívia é não só o país que mais sofreu golpes de Estado desde 1950, mas também o que mais os frustrou: foram 23 no total, 12 malogrados. Na última quarta-feira, essa história de tragédias e farsas se repetiu mais uma vez.

Por volta das 14h, os transeuntes da Plaza Murillo foram surpreendidos por um destacamento de soldados cercando o Palácio do Governo. Um pequeno blindado marretou as portas, e o general Juan José Zúñiga entrou cercado por câmeras, disparando palavras confusas sobre restaurar a “verdadeira democracia” e libertar “presos políticos”. Não houve tentativa de deter ministros ou fechar o Congresso. O presidente Luis Arce confrontou os golpistas cara a cara e entrou em seu gabinete. Enquanto manifestantes protestavam na praça, Arce instalou um novo Alto Comando que deu ordens de dispersão às tropas. Elas partiram junto com Zúñiga, enquanto Arce saudava de um balcão os manifestantes entre cantos de louvor à democracia. Eram 17h30. À noite, Zúñiga foi detido por ordem do procurador-geral, protestando que a intentona foi encomendada por Arce para “levantar sua imagem”.

O que aconteceu em La Paz? Tragédia malograda ou farsa consumada? Qualquer afirmação categórica é temerária. As respostas a duas perguntas acrescentam um grau a mais de desconcerto. Primeiro, quem apoiou o golpe? Ninguém, nem as Forças Armadas, nem a facção rival do partido de Arce, o Movimento ao Socialismo (MAS), liderada por seu ex-tutor, o ex-presidente Evo Morales, nem a oposição e muito menos a população, que reagiu com uma enxurrada de memes satíricos.

A segunda pergunta, e mais relevante, é quem se beneficiará com o fracasso do golpe e seus efeitos de curto e médio prazos? Aqui entram conjecturas. Mas, para emprestar alguma plausibilidade à “tese” de Zúñiga, Arce de fato sofre com uma impopularidade exasperante e acusa a facção de Morales no MAS de sabotar o seu governo. Morales protestou contra os militares e em favor da democracia. Mas tanto seus apoiadores quanto líderes de oposição relembraram que Zúñiga era um homem de confiança de Arce e foram às redes denunciar um “autogolpe”, “teatro”, “cortina de fumaça”.

Os bolivianos esperam do processo judicial contra Zúñiga novos dados que os ajudem a elucidar a charada. Qualquer que seja a resposta, a pergunta sinaliza um mal-estar profundo. Como sugeriu o editorial do jornal La Razón, “com todos os contornos de um ato orquestrado não para tomar o poder, mas para enviar algum tipo de mensagem, a intentona é apenas um sintoma”.

Enquanto Arce e Morales disputam o poder a um ano das eleições gerais, a economia derrete a olhos vistos; as reservas de gás, a principal fonte de recursos do país, se esgotam; faltam dólares e combustível; o desemprego cresce, assim como os preços e os negócios do narcotráfico e do contrabando.

O futuro dirá o que aconteceu em La Paz. Mas, depois de quarta-feira, a política da Bolívia está mais instável e sua economia, mais desacreditada.

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