Banco Central desfaz um mito


Nova pesquisa do BC sugere que percepção do setor produtivo sobre a inflação é ainda pior que a do mercado financeiro e mostra influência das expectativas nas decisões da economia real

Por Notas & Informações

A mais nova pesquisa do Banco Central (BC) deve ter causado incômodo ao governo Lula da Silva. O levantamento mostrou que não é só o mercado que acha que a inflação deve superar a meta de 3% neste ano e nos próximos. No setor produtivo, inclusive, a expectativa sobre o comportamento dos preços é até mais negativa que a de bancos e instituições financeiras.

Batizada de Firmus, a pesquisa ouviu representantes de 92 empresas não financeiras entre os dias 13 e 31 de maio sobre a situação de seus negócios e as variáveis econômicas que podem influenciar suas decisões.

Em sua primeira edição, a Firmus mostrou que as empresas não financeiras esperam que a inflação deve atingir 4% neste ano e em 2025 e 3,70% em 2026. Todas as projeções ficaram acima das expectativas do mercado para o IPCA da mesma época – de 3,89% neste ano, 3,77% em 2025 e 3,60% em 2026, segundo o Boletim Focus.

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As empresas não financeiras deram respostas importantes sobre aspectos que têm sido monitorados com atenção pelo Banco Central, como o dinamismo do mercado de trabalho. A maioria (46,7%) disse esperar que seus custos com mão de obra cresçam entre 4% e 6% nos próximos 12 meses. Outros 34,8% acreditam que terão de arcar com um aumento de 2% a 4%, enquanto 13% preveem alta superior a 6%.

Outro dado relevante sobre as expectativas dos empresários é o que diz respeito aos preços dos produtos. A maioria (41,3%) espera que eles fiquem em linha com o IPCA, enquanto 32,6% esperam alta discretamente acima da inflação e 6,5% fortemente acima. Somente 16,3% esperam aumento discretamente abaixo do IPCA e 3,3%, fortemente abaixo.

Quanto às margens nos próximos 12 meses, a maioria (37%) espera que elas fiquem em linha com os resultados atuais, 34,8% esperam que fiquem ligeiramente acima e 21,7%, discretamente abaixo.

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O resultado foi divulgado nesta semana ainda em formato-piloto, mas a pesquisa será realizada a cada três meses, na semana seguinte à primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em cada trimestre. O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, destacou a importância das expectativas na condução da política monetária. “Se a gente consegue saber qual é a expectativa dessa empresa que vai definir preço, ajuda muito”, disse.

A pesquisa é a melhor resposta que o Banco Central poderia dar a integrantes do Executivo e do Legislativo que acusam a instituição de tomar decisões baseadas somente na opinião dos operadores do mercado. Isso nunca foi verdade, mas não há dúvida de que a realização periódica da Firmus formaliza a aproximação entre a autoridade monetária e a economia real.

E a leitura dos primeiros resultados da Firmus também prova um ponto que o Banco Central costuma repetir em documentos oficiais e por meio de declarações públicas de seus diretores, mas que muitos, a começar pelo presidente Lula da Silva, fingem não entender.

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Quando a maioria dos empresários acredita que a inflação vai superar a meta, eles se preparam para aumentar os preços de seus produtos em linha com essa expectativa. Isso visa a cobrir os aumentos salariais que sabem que terão de conceder em razão de um mercado de trabalho mais aquecido. E se os empresários acreditam que suas margens ficarão iguais ou um pouco maiores que as atuais, é porque veem espaço para repassar esses aumento de custos ao consumidor sem perder participação no mercado.

O resultado da Firmus mostra algo que o mercado financeiro já sabe. Ninguém projeta uma inflação elevada por apostar contra o governo ou para obrigar o Banco Central a subir os juros – muito menos os setores não financeiros, que precisam de juros baixos para financiar seus investimentos. As previsões embutidas nas pesquisas revelam apenas uma sensação compartilhada pelos setores financeiro e não financeiro sobre o comportamento da economia.

Essa percepção, por óbvio, gera consequências palpáveis nos preços dos produtos, nas margens das empresas e nos salários dos trabalhadores. Cabe ao Banco Central interpretar essas informações para saber como conduzir a política monetária da melhor forma possível. O governo faria bem se não as ignorasse.

A mais nova pesquisa do Banco Central (BC) deve ter causado incômodo ao governo Lula da Silva. O levantamento mostrou que não é só o mercado que acha que a inflação deve superar a meta de 3% neste ano e nos próximos. No setor produtivo, inclusive, a expectativa sobre o comportamento dos preços é até mais negativa que a de bancos e instituições financeiras.

Batizada de Firmus, a pesquisa ouviu representantes de 92 empresas não financeiras entre os dias 13 e 31 de maio sobre a situação de seus negócios e as variáveis econômicas que podem influenciar suas decisões.

Em sua primeira edição, a Firmus mostrou que as empresas não financeiras esperam que a inflação deve atingir 4% neste ano e em 2025 e 3,70% em 2026. Todas as projeções ficaram acima das expectativas do mercado para o IPCA da mesma época – de 3,89% neste ano, 3,77% em 2025 e 3,60% em 2026, segundo o Boletim Focus.

As empresas não financeiras deram respostas importantes sobre aspectos que têm sido monitorados com atenção pelo Banco Central, como o dinamismo do mercado de trabalho. A maioria (46,7%) disse esperar que seus custos com mão de obra cresçam entre 4% e 6% nos próximos 12 meses. Outros 34,8% acreditam que terão de arcar com um aumento de 2% a 4%, enquanto 13% preveem alta superior a 6%.

Outro dado relevante sobre as expectativas dos empresários é o que diz respeito aos preços dos produtos. A maioria (41,3%) espera que eles fiquem em linha com o IPCA, enquanto 32,6% esperam alta discretamente acima da inflação e 6,5% fortemente acima. Somente 16,3% esperam aumento discretamente abaixo do IPCA e 3,3%, fortemente abaixo.

Quanto às margens nos próximos 12 meses, a maioria (37%) espera que elas fiquem em linha com os resultados atuais, 34,8% esperam que fiquem ligeiramente acima e 21,7%, discretamente abaixo.

O resultado foi divulgado nesta semana ainda em formato-piloto, mas a pesquisa será realizada a cada três meses, na semana seguinte à primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em cada trimestre. O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, destacou a importância das expectativas na condução da política monetária. “Se a gente consegue saber qual é a expectativa dessa empresa que vai definir preço, ajuda muito”, disse.

A pesquisa é a melhor resposta que o Banco Central poderia dar a integrantes do Executivo e do Legislativo que acusam a instituição de tomar decisões baseadas somente na opinião dos operadores do mercado. Isso nunca foi verdade, mas não há dúvida de que a realização periódica da Firmus formaliza a aproximação entre a autoridade monetária e a economia real.

E a leitura dos primeiros resultados da Firmus também prova um ponto que o Banco Central costuma repetir em documentos oficiais e por meio de declarações públicas de seus diretores, mas que muitos, a começar pelo presidente Lula da Silva, fingem não entender.

Quando a maioria dos empresários acredita que a inflação vai superar a meta, eles se preparam para aumentar os preços de seus produtos em linha com essa expectativa. Isso visa a cobrir os aumentos salariais que sabem que terão de conceder em razão de um mercado de trabalho mais aquecido. E se os empresários acreditam que suas margens ficarão iguais ou um pouco maiores que as atuais, é porque veem espaço para repassar esses aumento de custos ao consumidor sem perder participação no mercado.

O resultado da Firmus mostra algo que o mercado financeiro já sabe. Ninguém projeta uma inflação elevada por apostar contra o governo ou para obrigar o Banco Central a subir os juros – muito menos os setores não financeiros, que precisam de juros baixos para financiar seus investimentos. As previsões embutidas nas pesquisas revelam apenas uma sensação compartilhada pelos setores financeiro e não financeiro sobre o comportamento da economia.

Essa percepção, por óbvio, gera consequências palpáveis nos preços dos produtos, nas margens das empresas e nos salários dos trabalhadores. Cabe ao Banco Central interpretar essas informações para saber como conduzir a política monetária da melhor forma possível. O governo faria bem se não as ignorasse.

A mais nova pesquisa do Banco Central (BC) deve ter causado incômodo ao governo Lula da Silva. O levantamento mostrou que não é só o mercado que acha que a inflação deve superar a meta de 3% neste ano e nos próximos. No setor produtivo, inclusive, a expectativa sobre o comportamento dos preços é até mais negativa que a de bancos e instituições financeiras.

Batizada de Firmus, a pesquisa ouviu representantes de 92 empresas não financeiras entre os dias 13 e 31 de maio sobre a situação de seus negócios e as variáveis econômicas que podem influenciar suas decisões.

Em sua primeira edição, a Firmus mostrou que as empresas não financeiras esperam que a inflação deve atingir 4% neste ano e em 2025 e 3,70% em 2026. Todas as projeções ficaram acima das expectativas do mercado para o IPCA da mesma época – de 3,89% neste ano, 3,77% em 2025 e 3,60% em 2026, segundo o Boletim Focus.

As empresas não financeiras deram respostas importantes sobre aspectos que têm sido monitorados com atenção pelo Banco Central, como o dinamismo do mercado de trabalho. A maioria (46,7%) disse esperar que seus custos com mão de obra cresçam entre 4% e 6% nos próximos 12 meses. Outros 34,8% acreditam que terão de arcar com um aumento de 2% a 4%, enquanto 13% preveem alta superior a 6%.

Outro dado relevante sobre as expectativas dos empresários é o que diz respeito aos preços dos produtos. A maioria (41,3%) espera que eles fiquem em linha com o IPCA, enquanto 32,6% esperam alta discretamente acima da inflação e 6,5% fortemente acima. Somente 16,3% esperam aumento discretamente abaixo do IPCA e 3,3%, fortemente abaixo.

Quanto às margens nos próximos 12 meses, a maioria (37%) espera que elas fiquem em linha com os resultados atuais, 34,8% esperam que fiquem ligeiramente acima e 21,7%, discretamente abaixo.

O resultado foi divulgado nesta semana ainda em formato-piloto, mas a pesquisa será realizada a cada três meses, na semana seguinte à primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em cada trimestre. O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, destacou a importância das expectativas na condução da política monetária. “Se a gente consegue saber qual é a expectativa dessa empresa que vai definir preço, ajuda muito”, disse.

A pesquisa é a melhor resposta que o Banco Central poderia dar a integrantes do Executivo e do Legislativo que acusam a instituição de tomar decisões baseadas somente na opinião dos operadores do mercado. Isso nunca foi verdade, mas não há dúvida de que a realização periódica da Firmus formaliza a aproximação entre a autoridade monetária e a economia real.

E a leitura dos primeiros resultados da Firmus também prova um ponto que o Banco Central costuma repetir em documentos oficiais e por meio de declarações públicas de seus diretores, mas que muitos, a começar pelo presidente Lula da Silva, fingem não entender.

Quando a maioria dos empresários acredita que a inflação vai superar a meta, eles se preparam para aumentar os preços de seus produtos em linha com essa expectativa. Isso visa a cobrir os aumentos salariais que sabem que terão de conceder em razão de um mercado de trabalho mais aquecido. E se os empresários acreditam que suas margens ficarão iguais ou um pouco maiores que as atuais, é porque veem espaço para repassar esses aumento de custos ao consumidor sem perder participação no mercado.

O resultado da Firmus mostra algo que o mercado financeiro já sabe. Ninguém projeta uma inflação elevada por apostar contra o governo ou para obrigar o Banco Central a subir os juros – muito menos os setores não financeiros, que precisam de juros baixos para financiar seus investimentos. As previsões embutidas nas pesquisas revelam apenas uma sensação compartilhada pelos setores financeiro e não financeiro sobre o comportamento da economia.

Essa percepção, por óbvio, gera consequências palpáveis nos preços dos produtos, nas margens das empresas e nos salários dos trabalhadores. Cabe ao Banco Central interpretar essas informações para saber como conduzir a política monetária da melhor forma possível. O governo faria bem se não as ignorasse.

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