Bastava o cartão vermelho


É exagerada a prisão de jogadoras do River que dirigiram ofensas racistas a adversárias num jogo

Por Notas & Informações

Trata-se de evidente exagero a prisão preventiva de quatro jogadoras do time feminino de futebol do River Plate sob suspeita de injúria racial durante uma partida contra o Grêmio em São Paulo. O episódio obviamente deveria ter sido tratado como uma questão de indisciplina desportiva, e não como um caso de polícia.

No campo, o time do River foi duramente punido, tendo sido eliminado da partida após ver várias de suas jogadoras serem expulsas por envolvimento na suposta agressão de cunho racista, dirigida a um gandula e a algumas jogadoras do Grêmio. Fora do campo, a punição foi ainda maior: o time argentino não poderá participar da competição pelos próximos dois anos. E é provável que as jogadoras que protagonizaram a violência também sofram sanções esportivas e profissionais – o próprio River manifestou “seu mais absoluto repúdio” e afirmou que tomará “medidas disciplinares”, além de trabalhar “para erradicar esse tipo de comportamento”.

Isso deveria bastar. No mundo do futebol, são comuns as ofensas entre jogadores, sobretudo quando há grande rivalidade, como acontece sempre que Argentina e Brasil se enfrentam. Se a polícia fosse prender cada jogador que xinga outro durante um jogo entre brasileiros e argentinos, não haveria cadeia suficiente no mundo.

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Consta que Leônidas da Silva, um dos maiores jogadores de futebol que o Brasil produziu, aconselhou um companheiro que se queixara das ofensas que vinha sofrendo durante uma partida a relevar aquele comportamento, dizendo que “a mãe que você leva para o campo não tem nada que ver com a mãe que você tem em casa”. Sábias palavras do craque, apelidado de “Diamante Negro”.

Isso significa que, numa partida de futebol, quando um jogador agride outro, ele é expulso de campo e suspenso por um ou mais jogos, conforme o artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e não detido por lesão corporal com base no artigo 129 do Código Penal.

Assim, a draconiana decisão de manter na cadeia atletas que apenas reproduziram o comportamento lamentável que muitos outros jogadores argentinos reservam a seus adversários brasileiros negros, comumente chamados pelos hermanos de “macaquitos”, parece destinada a provar que o Brasil é um lugar que não tolera racismo – o que, infelizmente, sabemos que não é verdade.

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Não é a primeira vez que isso acontece. Há quase 20 anos, em 2005, Desábato, um jogador argentino do Quilmes, foi preso, também sob acusação de injúria racial, por ofender o jogador Grafite, do São Paulo, durante uma partida no Morumbi. O então secretário de Segurança do Estado, que via o jogo pela TV, decerto insuflado pelo narrador que se indignou com o episódio, mandou a polícia agir. Estava armado o circo.

É evidente que ofensas de cunho racista no futebol são abomináveis, mas só deveriam se converter em caso de polícia quando acontecem nas arquibancadas. A esse propósito, aliás, há robusta campanha mundial contra o racismo nos estádios. Ademais, torcedores racistas volta e meia são presos e processados. Ou seja, está claro que o racismo não é tolerável – mas também não é razoável que se prendam atletas apenas porque xingaram adversários dentro de campo.

Trata-se de evidente exagero a prisão preventiva de quatro jogadoras do time feminino de futebol do River Plate sob suspeita de injúria racial durante uma partida contra o Grêmio em São Paulo. O episódio obviamente deveria ter sido tratado como uma questão de indisciplina desportiva, e não como um caso de polícia.

No campo, o time do River foi duramente punido, tendo sido eliminado da partida após ver várias de suas jogadoras serem expulsas por envolvimento na suposta agressão de cunho racista, dirigida a um gandula e a algumas jogadoras do Grêmio. Fora do campo, a punição foi ainda maior: o time argentino não poderá participar da competição pelos próximos dois anos. E é provável que as jogadoras que protagonizaram a violência também sofram sanções esportivas e profissionais – o próprio River manifestou “seu mais absoluto repúdio” e afirmou que tomará “medidas disciplinares”, além de trabalhar “para erradicar esse tipo de comportamento”.

Isso deveria bastar. No mundo do futebol, são comuns as ofensas entre jogadores, sobretudo quando há grande rivalidade, como acontece sempre que Argentina e Brasil se enfrentam. Se a polícia fosse prender cada jogador que xinga outro durante um jogo entre brasileiros e argentinos, não haveria cadeia suficiente no mundo.

Consta que Leônidas da Silva, um dos maiores jogadores de futebol que o Brasil produziu, aconselhou um companheiro que se queixara das ofensas que vinha sofrendo durante uma partida a relevar aquele comportamento, dizendo que “a mãe que você leva para o campo não tem nada que ver com a mãe que você tem em casa”. Sábias palavras do craque, apelidado de “Diamante Negro”.

Isso significa que, numa partida de futebol, quando um jogador agride outro, ele é expulso de campo e suspenso por um ou mais jogos, conforme o artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e não detido por lesão corporal com base no artigo 129 do Código Penal.

Assim, a draconiana decisão de manter na cadeia atletas que apenas reproduziram o comportamento lamentável que muitos outros jogadores argentinos reservam a seus adversários brasileiros negros, comumente chamados pelos hermanos de “macaquitos”, parece destinada a provar que o Brasil é um lugar que não tolera racismo – o que, infelizmente, sabemos que não é verdade.

Não é a primeira vez que isso acontece. Há quase 20 anos, em 2005, Desábato, um jogador argentino do Quilmes, foi preso, também sob acusação de injúria racial, por ofender o jogador Grafite, do São Paulo, durante uma partida no Morumbi. O então secretário de Segurança do Estado, que via o jogo pela TV, decerto insuflado pelo narrador que se indignou com o episódio, mandou a polícia agir. Estava armado o circo.

É evidente que ofensas de cunho racista no futebol são abomináveis, mas só deveriam se converter em caso de polícia quando acontecem nas arquibancadas. A esse propósito, aliás, há robusta campanha mundial contra o racismo nos estádios. Ademais, torcedores racistas volta e meia são presos e processados. Ou seja, está claro que o racismo não é tolerável – mas também não é razoável que se prendam atletas apenas porque xingaram adversários dentro de campo.

Trata-se de evidente exagero a prisão preventiva de quatro jogadoras do time feminino de futebol do River Plate sob suspeita de injúria racial durante uma partida contra o Grêmio em São Paulo. O episódio obviamente deveria ter sido tratado como uma questão de indisciplina desportiva, e não como um caso de polícia.

No campo, o time do River foi duramente punido, tendo sido eliminado da partida após ver várias de suas jogadoras serem expulsas por envolvimento na suposta agressão de cunho racista, dirigida a um gandula e a algumas jogadoras do Grêmio. Fora do campo, a punição foi ainda maior: o time argentino não poderá participar da competição pelos próximos dois anos. E é provável que as jogadoras que protagonizaram a violência também sofram sanções esportivas e profissionais – o próprio River manifestou “seu mais absoluto repúdio” e afirmou que tomará “medidas disciplinares”, além de trabalhar “para erradicar esse tipo de comportamento”.

Isso deveria bastar. No mundo do futebol, são comuns as ofensas entre jogadores, sobretudo quando há grande rivalidade, como acontece sempre que Argentina e Brasil se enfrentam. Se a polícia fosse prender cada jogador que xinga outro durante um jogo entre brasileiros e argentinos, não haveria cadeia suficiente no mundo.

Consta que Leônidas da Silva, um dos maiores jogadores de futebol que o Brasil produziu, aconselhou um companheiro que se queixara das ofensas que vinha sofrendo durante uma partida a relevar aquele comportamento, dizendo que “a mãe que você leva para o campo não tem nada que ver com a mãe que você tem em casa”. Sábias palavras do craque, apelidado de “Diamante Negro”.

Isso significa que, numa partida de futebol, quando um jogador agride outro, ele é expulso de campo e suspenso por um ou mais jogos, conforme o artigo 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e não detido por lesão corporal com base no artigo 129 do Código Penal.

Assim, a draconiana decisão de manter na cadeia atletas que apenas reproduziram o comportamento lamentável que muitos outros jogadores argentinos reservam a seus adversários brasileiros negros, comumente chamados pelos hermanos de “macaquitos”, parece destinada a provar que o Brasil é um lugar que não tolera racismo – o que, infelizmente, sabemos que não é verdade.

Não é a primeira vez que isso acontece. Há quase 20 anos, em 2005, Desábato, um jogador argentino do Quilmes, foi preso, também sob acusação de injúria racial, por ofender o jogador Grafite, do São Paulo, durante uma partida no Morumbi. O então secretário de Segurança do Estado, que via o jogo pela TV, decerto insuflado pelo narrador que se indignou com o episódio, mandou a polícia agir. Estava armado o circo.

É evidente que ofensas de cunho racista no futebol são abomináveis, mas só deveriam se converter em caso de polícia quando acontecem nas arquibancadas. A esse propósito, aliás, há robusta campanha mundial contra o racismo nos estádios. Ademais, torcedores racistas volta e meia são presos e processados. Ou seja, está claro que o racismo não é tolerável – mas também não é razoável que se prendam atletas apenas porque xingaram adversários dentro de campo.

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