Brincando com fogo


Na expectativa de que o mercado se acalme por conta própria, governo Lula menospreza compromisso fiscal, culpa investidores, colhe valorização do dólar e contrata inflação elevada

Por Notas & Informações

O governo Lula da Silva parece não compreender o quão contraproducente tem sido sua reticência em relação à responsabilidade fiscal. Na segunda-feira, 16, o dólar encerrou o dia a R$ 6,09, uma cotação recorde, e isso a despeito de o Banco Central (BC) ter injetado US$ 4,617 bilhões em dois leilões cambiais. Ontem, a cotação da moeda norte-americana chegou a tocar os R$ 6,20, mesmo com a intervenção do BC, e só fechou a R$ 6,09 depois que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que faria uma manobra para acelerar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote de corte de gastos apresentada pelo governo.

A razão por trás das turbulências que têm afetado o mercado nas últimas semanas é óbvia: a incapacidade do presidente Lula da Silva de convencer os investidores de que leva a sério a necessidade de um duro ajuste fiscal. Não bastasse a frustração com as medidas anunciadas pelo governo, deputados da base aliada, sobretudo do PT, têm atuado para desidratá-las ainda mais. Isso explica não só a disparada do dólar, mas também dos juros futuros, o grande indicador do ceticismo do mercado.

Uma parte da alta do dólar é sazonal, resultado da compra da moeda por multinacionais, que precisam enviar remessas às suas matrizes antes que o ano acabe. Os leilões do BC foram uma tentativa de dar alguma liquidez a essas operações, sobretudo em um momento em que os investidores têm saído do País.

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A moeda norte-americana também tem subido em razão das prováveis medidas econômicas protecionistas que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu tomar assim que tomar posse, e também pela expectativa sobre a decisão do Federal Reserve, o banco central americano, que deve anunciar hoje o terceiro corte consecutivo na taxa de juros.

Em relação a isso, o País tem pouco ou nada a fazer. Internamente, no entanto, o governo teria muito a colaborar, uma vez que o que agita o mercado é a perspectiva de que os caminhos da política monetária do BC e da política fiscal do governo sigam em direções diametralmente opostas.

Em meio a essa crise, Lula da Silva vocifera contra os investidores, fazendo o que dele se espera. O problema é muito mais grave, no entanto, quando é o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quem anda espalhando por aí que há uma “ação orquestrada” de agentes cujas análises estariam contaminadas por suas preferências políticas, segundo apurou o Estadão. Também segundo a reportagem, técnicos do Ministério da Fazenda entendem que o mercado “está exagerando” e argumentam que os fundamentos da economia brasileira não justificam uma disparada tão forte do dólar.

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Isso deixa claro que o governo começa a operar no universo paralelo característico do lulopetismo, ignorando que o mercado não se move apenas pelos indicadores macroeconômicos atuais, mas, sobretudo, pelos futuros.

O fato é que o frágil pacote de gastos que o governo apresentou permite afirmar, com alguma segurança, que o câmbio vai se desvalorizar, com a saída de capital externo; que os juros serão elevados pelo BC, para tentar conter a inflação; e que o endividamento continuará a subir na proporção do PIB, uma vez que os gastos crescem em uma intensidade maior que a das receitas.

É bom lembrar que a desvalorização do real ante o dólar não é algo tão recente. No fim do ano passado, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,90. A perda de valor se acentuou em abril, quando o governo decidiu mudar as metas fiscais de 2025 e 2026 sem qualquer comunicação ou justificativa.

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O governo, no entanto, prefere brincar com fogo na expectativa de que o mercado se acalme por conta própria, sem qualquer sinalização mais firme a respeito de seu compromisso fiscal. Ainda que isso venha a ocorrer, o que é certo é que o câmbio, nesse patamar, terá forte impacto na inflação, que já acumula alta de 4,87% nos 12 meses encerrados em novembro, acima do teto da meta.

Por enquanto, o dólar já tem acelerado a inflação ao produtor e a da construção civil, mais próximas de 6% no acumulado em 12 meses, mas logo esse estrago chegará ao consumidor. Enquanto isso, o governo só enxerga o ano eleitoral de 2026, esquecendo o quanto a inflação elevada pode prejudicar os mais pobres e, por consequência, suas chances na disputa.

O governo Lula da Silva parece não compreender o quão contraproducente tem sido sua reticência em relação à responsabilidade fiscal. Na segunda-feira, 16, o dólar encerrou o dia a R$ 6,09, uma cotação recorde, e isso a despeito de o Banco Central (BC) ter injetado US$ 4,617 bilhões em dois leilões cambiais. Ontem, a cotação da moeda norte-americana chegou a tocar os R$ 6,20, mesmo com a intervenção do BC, e só fechou a R$ 6,09 depois que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que faria uma manobra para acelerar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote de corte de gastos apresentada pelo governo.

A razão por trás das turbulências que têm afetado o mercado nas últimas semanas é óbvia: a incapacidade do presidente Lula da Silva de convencer os investidores de que leva a sério a necessidade de um duro ajuste fiscal. Não bastasse a frustração com as medidas anunciadas pelo governo, deputados da base aliada, sobretudo do PT, têm atuado para desidratá-las ainda mais. Isso explica não só a disparada do dólar, mas também dos juros futuros, o grande indicador do ceticismo do mercado.

Uma parte da alta do dólar é sazonal, resultado da compra da moeda por multinacionais, que precisam enviar remessas às suas matrizes antes que o ano acabe. Os leilões do BC foram uma tentativa de dar alguma liquidez a essas operações, sobretudo em um momento em que os investidores têm saído do País.

A moeda norte-americana também tem subido em razão das prováveis medidas econômicas protecionistas que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu tomar assim que tomar posse, e também pela expectativa sobre a decisão do Federal Reserve, o banco central americano, que deve anunciar hoje o terceiro corte consecutivo na taxa de juros.

Em relação a isso, o País tem pouco ou nada a fazer. Internamente, no entanto, o governo teria muito a colaborar, uma vez que o que agita o mercado é a perspectiva de que os caminhos da política monetária do BC e da política fiscal do governo sigam em direções diametralmente opostas.

Em meio a essa crise, Lula da Silva vocifera contra os investidores, fazendo o que dele se espera. O problema é muito mais grave, no entanto, quando é o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quem anda espalhando por aí que há uma “ação orquestrada” de agentes cujas análises estariam contaminadas por suas preferências políticas, segundo apurou o Estadão. Também segundo a reportagem, técnicos do Ministério da Fazenda entendem que o mercado “está exagerando” e argumentam que os fundamentos da economia brasileira não justificam uma disparada tão forte do dólar.

Isso deixa claro que o governo começa a operar no universo paralelo característico do lulopetismo, ignorando que o mercado não se move apenas pelos indicadores macroeconômicos atuais, mas, sobretudo, pelos futuros.

O fato é que o frágil pacote de gastos que o governo apresentou permite afirmar, com alguma segurança, que o câmbio vai se desvalorizar, com a saída de capital externo; que os juros serão elevados pelo BC, para tentar conter a inflação; e que o endividamento continuará a subir na proporção do PIB, uma vez que os gastos crescem em uma intensidade maior que a das receitas.

É bom lembrar que a desvalorização do real ante o dólar não é algo tão recente. No fim do ano passado, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,90. A perda de valor se acentuou em abril, quando o governo decidiu mudar as metas fiscais de 2025 e 2026 sem qualquer comunicação ou justificativa.

O governo, no entanto, prefere brincar com fogo na expectativa de que o mercado se acalme por conta própria, sem qualquer sinalização mais firme a respeito de seu compromisso fiscal. Ainda que isso venha a ocorrer, o que é certo é que o câmbio, nesse patamar, terá forte impacto na inflação, que já acumula alta de 4,87% nos 12 meses encerrados em novembro, acima do teto da meta.

Por enquanto, o dólar já tem acelerado a inflação ao produtor e a da construção civil, mais próximas de 6% no acumulado em 12 meses, mas logo esse estrago chegará ao consumidor. Enquanto isso, o governo só enxerga o ano eleitoral de 2026, esquecendo o quanto a inflação elevada pode prejudicar os mais pobres e, por consequência, suas chances na disputa.

O governo Lula da Silva parece não compreender o quão contraproducente tem sido sua reticência em relação à responsabilidade fiscal. Na segunda-feira, 16, o dólar encerrou o dia a R$ 6,09, uma cotação recorde, e isso a despeito de o Banco Central (BC) ter injetado US$ 4,617 bilhões em dois leilões cambiais. Ontem, a cotação da moeda norte-americana chegou a tocar os R$ 6,20, mesmo com a intervenção do BC, e só fechou a R$ 6,09 depois que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que faria uma manobra para acelerar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote de corte de gastos apresentada pelo governo.

A razão por trás das turbulências que têm afetado o mercado nas últimas semanas é óbvia: a incapacidade do presidente Lula da Silva de convencer os investidores de que leva a sério a necessidade de um duro ajuste fiscal. Não bastasse a frustração com as medidas anunciadas pelo governo, deputados da base aliada, sobretudo do PT, têm atuado para desidratá-las ainda mais. Isso explica não só a disparada do dólar, mas também dos juros futuros, o grande indicador do ceticismo do mercado.

Uma parte da alta do dólar é sazonal, resultado da compra da moeda por multinacionais, que precisam enviar remessas às suas matrizes antes que o ano acabe. Os leilões do BC foram uma tentativa de dar alguma liquidez a essas operações, sobretudo em um momento em que os investidores têm saído do País.

A moeda norte-americana também tem subido em razão das prováveis medidas econômicas protecionistas que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu tomar assim que tomar posse, e também pela expectativa sobre a decisão do Federal Reserve, o banco central americano, que deve anunciar hoje o terceiro corte consecutivo na taxa de juros.

Em relação a isso, o País tem pouco ou nada a fazer. Internamente, no entanto, o governo teria muito a colaborar, uma vez que o que agita o mercado é a perspectiva de que os caminhos da política monetária do BC e da política fiscal do governo sigam em direções diametralmente opostas.

Em meio a essa crise, Lula da Silva vocifera contra os investidores, fazendo o que dele se espera. O problema é muito mais grave, no entanto, quando é o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quem anda espalhando por aí que há uma “ação orquestrada” de agentes cujas análises estariam contaminadas por suas preferências políticas, segundo apurou o Estadão. Também segundo a reportagem, técnicos do Ministério da Fazenda entendem que o mercado “está exagerando” e argumentam que os fundamentos da economia brasileira não justificam uma disparada tão forte do dólar.

Isso deixa claro que o governo começa a operar no universo paralelo característico do lulopetismo, ignorando que o mercado não se move apenas pelos indicadores macroeconômicos atuais, mas, sobretudo, pelos futuros.

O fato é que o frágil pacote de gastos que o governo apresentou permite afirmar, com alguma segurança, que o câmbio vai se desvalorizar, com a saída de capital externo; que os juros serão elevados pelo BC, para tentar conter a inflação; e que o endividamento continuará a subir na proporção do PIB, uma vez que os gastos crescem em uma intensidade maior que a das receitas.

É bom lembrar que a desvalorização do real ante o dólar não é algo tão recente. No fim do ano passado, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,90. A perda de valor se acentuou em abril, quando o governo decidiu mudar as metas fiscais de 2025 e 2026 sem qualquer comunicação ou justificativa.

O governo, no entanto, prefere brincar com fogo na expectativa de que o mercado se acalme por conta própria, sem qualquer sinalização mais firme a respeito de seu compromisso fiscal. Ainda que isso venha a ocorrer, o que é certo é que o câmbio, nesse patamar, terá forte impacto na inflação, que já acumula alta de 4,87% nos 12 meses encerrados em novembro, acima do teto da meta.

Por enquanto, o dólar já tem acelerado a inflação ao produtor e a da construção civil, mais próximas de 6% no acumulado em 12 meses, mas logo esse estrago chegará ao consumidor. Enquanto isso, o governo só enxerga o ano eleitoral de 2026, esquecendo o quanto a inflação elevada pode prejudicar os mais pobres e, por consequência, suas chances na disputa.

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