A Amazônia é objeto da cobiça internacional. É um fato. Narrativas construídas de costas para a verdade e reproduzidas em fóruns estratégicos pavimentam um projeto que pretende questionar a nossa soberania sobre o fascinante continente verde.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, visitou o Brasil no final de julho para participar de reunião com autoridades do G-20 no Rio de Janeiro. Mas, como lembrou Aldo Rebelo, “dedicou seu precioso tempo ao tema da hora na geopolítica mundial: a Amazônia e o aquecimento global”.
Yellen propôs ao Brasil o papel de provedor de recursos naturais, ou seja, terras raras, que também atendem pelo nome de minerais estratégicos para a indústria dos Estados Unidos. Como bem lembrou Rebelo, notável conhecedor da região, “não é necessário acrescentar que a Amazônia, a mais promissora fronteira mineral do mundo, está coberta de minérios raros, até agora bloqueados pela ação de ONGs financiadas no exterior”.
Mas a secretária, estimulada com a omissão e o silêncio do governo brasileiro, propôs um termo de cooperação entre os serviços de inteligência e segurança dos Estados Unidos com os serviços de inteligência e segurança dos países amazônicos. É a ousadia de um império em visita a um dos seus enclaves. Claro assim.
Enquanto isso, uma classificação criada por pesquisadores da Universidade Harvard apontou as cidades da Amazônia como as de pior qualidade de vida no Brasil, e liderando a classificação, os municípios com maior presença de população indígena. Nenhuma palavra para os 30 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia.
Chegou a hora de preservar o meio ambiente. Mas já passou da hora de promover o desenvolvimento da região e resgatar a vida e a dignidade de milhões de brasileiros. A soberania da Amazônia exige pensar grande e investir na força da informação verdadeira.
O Grupo Rede Amazônica, conglomerado de mídia que visa a integrar e desenvolver a Amazônia através da informação, entretenimento e educação, deu um passo decisivo ao criar uma agência de notícias sobre a Amazônia: a Amazon Agency. Com conteúdos exclusivos e com foco no mercado internacional, a agência oferece cobertura completa sobre os principais assuntos relacionados à região, em formatos variados, como vídeos, fotos e textos. As agências Reuters e Associated Press confiaram na qualidade do projeto e são parceiras da Amazon Agency no empenho de divulgação da Amazônia real.
Como conselheiro do grupo, participei da iniciativa com grande entusiasmo. Estou convencido da importância da Amazônia para o Brasil e para o mundo. Daí a urgente necessidade de oferecer uma informação de alta qualidade técnica e ética.
O CEO do Grupo Rede Amazônica e um dos idealizadores do projeto, Phelippe Daou Junior, comentou que “o grande objetivo pensado é o de levar a Amazônia para o mundo, mas com a visão de quem vive aqui”.
O site oficial da agência é o portfólio de conteúdos e notícias que o mundo já pode acessar (https://amazonagency.news).
A Amazônia é dos amazônidas e dos brasileiros. Não pode ser sequestrada pela cobiça internacional e pelo descaso dos governos. Preservar o meio ambiente é uma necessidade. Mas promover o desenvolvimento é um dever humanitário essencial. Não é aceitável que milhões de brasileiros vivam sem saneamento básico, saúde e educação. Chegou a hora de unir os brasileiros na construção de uma magnífica causa: a soberania e o desenvolvimento da Amazônia. E isso passa, sem dúvida, por informação de credibilidade. Eis aqui, amigo leitor, a motivação central da Amazon Agency.
Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a atuação das Organizações Não Governamentais (ONGs) na Amazônia, Aldo Rebelo afirmou que convivem na região três Estados paralelos: o primeiro seria o oficial, das prefeituras, Estados e União, com suas agências e órgãos; o segundo seria o do crime organizado e narcotráfico; e o terceiro é o que ele chama de “Estado paralelo das ONGs”.
Existem, por óbvio, ONGs sérias e que desenvolvem um bom trabalho. Outras, no entanto, são apenas instrumentos de interesses internacionais. “Não é pelo meio ambiente que a Amazônia está em evidência. É pelos nossos bens”, enfatizou Rebelo.
A Amazônia reclama comunicação de qualidade. Quem informar com seriedade será bem percebido pela sociedade. Vivemos um momento disruptivo e de desintermediação. Todos, sem exceção, percebem que chegou para o jornalismo a hora da reinvenção.
O jornalismo reclama alguns valores essenciais: amor pela verdade, paixão pela liberdade e uma imensa capacidade de sonhar e de inovar.
O jornalismo sustenta a democracia não com engajamentos espúrios, mas com a força informativa da reportagem e com o farol de uma opinião firme, mas equilibrada e magnânima. A reportagem é, sem dúvida, o coração da mídia.
É isso, e só isso, o grande objetivo da Amazon Agency. Fazer jornalismo propositivo. Não ocultar os equívocos, mas valorizar as oportunidades. A Amazônia merece a defesa, o entusiasmo e o trabalho de todos nós.
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JORNALISTA. E-MAIL: DIFRANCO@ISE.ORG.BR