China vive crise de identidade econômica


Plenário econômico do PCCh até diagnosticou as debilidades no mercado de trabalho e no mercado imobiliário. Mas a geopolítica de Xi Jinping interfere na escolha dos remédios

Por Notas & Informações

Em meados de julho, os membros do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) se reuniram para o terceiro de sete plenários tradicionalmente realizados durante o seu mandato quinquenal. Historicamente, o chamado “Terceiro Plenário” se dedica à economia, e havia grande expectativa para o encontro de 2024, dadas as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. Analistas se acostumaram a discernir entre as palavras e as ações a verdadeira intenção do Partido. A resolução deste ano – “Aprofundar as Reformas Abrangentes para Avançar a Modernização Chinesa” – enfatizou slogans como “reforma e abertura” e “estilo chinês de modernização”, ecoando as medidas liberalizantes promovidas por Deng Xiaoping a partir dos anos 80, mas está longe de ser claro que o líder do Partido, Xi Jinping, resgatará o espírito dessas reformas, e não o contrário.

Formou-se hoje em dia um consenso no Ocidente de que a China é uma superpotência econômica em ascensão e que inexoravelmente se tornará a principal economia do mundo. Muitos políticos e economistas sugerem que o caminho para as democracias liberais é emular as políticas mercantilistas e intervencionistas chinesas. Mas essas ideias se baseiam numa narrativa unívoca e simplista.

A economia da China de Mao Tsé-tung era pesadamente centralizada, com pouco comércio exterior. As reformas de Deng eliminaram os coletivos agrícolas, introduziram fazendas privadas, aboliram o monopólio do Estado em comércio internacional e, gradativamente, permitiram a introdução de investimentos estrangeiros e reduziram barreiras comerciais. Entre 1980 e 2010, a liberalização econômica tirou mais de 800 milhões da pobreza e melhorou dramaticamente a qualidade de vida dos cidadãos. Mas hoje o país enfrenta problemas de curto e longo prazos.

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Desde 2012, Xi passou a reorientar a economia numa direção iliberal. O setor de tecnologia se desacelerou e a antipatia generalizada pelo setor privado abastece o desemprego. As políticas industriais intensificaram tensões geopolíticas e conflitos comerciais, muitas vezes oferecendo pretextos a políticos ocidentais para promoverem suas próprias intervenções. O setor imobiliário está hiperinflacionado e as incorporadoras não estão conseguindo entregar as residências prometidas a uma classe média com dificuldades de quitar seus financiamentos. Os governos locais, tradicionalmente financiados pela venda de terras, sofrem com orçamentos apertados.

A longo prazo, o rápido envelhecimento populacional ameaça a produção econômica e a inovação, e pressiona os serviços públicos. Muitos jovens talentos, frustrados com as restrições políticas e econômicas, estão buscando oportunidades fora. A produtividade não está se expandindo no mesmo ritmo do passado. Sob Xi, a participação das empresas estatais aumentou, mas, segundo o FMI, elas são 20% menos produtivas que suas contrapartes na iniciativa privada.

Nesse contexto, a Terceira Plenária soa como uma oportunidade perdida. Ela persiste no papel do Estado para estimular o lado da “oferta”, mas deu poucas indicações substanciais de como revitalizar a “demanda” de empreendedores e famílias. O comunicado faz promessas de aumentar a fatia da renda familiar no PIB, subsidiar filhos, aumentar gradualmente as aposentadorias e gastos sociais a fim de gerar espaço entre as famílias para o consumo doméstico, ou moderar as regulações sobre empreendimentos privados. Mas há pouca concretude sobre como o Partido fará isso. Mais importante, o histórico recente das políticas econômicas chinesas não permite muita confiança de que queira fazê-lo.

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O Plenário foi rico em retórica (sobretudo para exaltar o comando de Xi), mas fraco em substância. Falta uma estratégia clara para revigorar as duas áreas mais debilitadas da economia chinesa: o mercado imobiliário e o mercado de trabalho. Um resgate das reformas de mercado do passado seriam um primeiro passo para o crescimento econômico futuro. Mas as obsessões geopolíticas de Xi parecem arrastar a economia para um passado mais distante: o de Mao Tsé-tung.

Em meados de julho, os membros do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) se reuniram para o terceiro de sete plenários tradicionalmente realizados durante o seu mandato quinquenal. Historicamente, o chamado “Terceiro Plenário” se dedica à economia, e havia grande expectativa para o encontro de 2024, dadas as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. Analistas se acostumaram a discernir entre as palavras e as ações a verdadeira intenção do Partido. A resolução deste ano – “Aprofundar as Reformas Abrangentes para Avançar a Modernização Chinesa” – enfatizou slogans como “reforma e abertura” e “estilo chinês de modernização”, ecoando as medidas liberalizantes promovidas por Deng Xiaoping a partir dos anos 80, mas está longe de ser claro que o líder do Partido, Xi Jinping, resgatará o espírito dessas reformas, e não o contrário.

Formou-se hoje em dia um consenso no Ocidente de que a China é uma superpotência econômica em ascensão e que inexoravelmente se tornará a principal economia do mundo. Muitos políticos e economistas sugerem que o caminho para as democracias liberais é emular as políticas mercantilistas e intervencionistas chinesas. Mas essas ideias se baseiam numa narrativa unívoca e simplista.

A economia da China de Mao Tsé-tung era pesadamente centralizada, com pouco comércio exterior. As reformas de Deng eliminaram os coletivos agrícolas, introduziram fazendas privadas, aboliram o monopólio do Estado em comércio internacional e, gradativamente, permitiram a introdução de investimentos estrangeiros e reduziram barreiras comerciais. Entre 1980 e 2010, a liberalização econômica tirou mais de 800 milhões da pobreza e melhorou dramaticamente a qualidade de vida dos cidadãos. Mas hoje o país enfrenta problemas de curto e longo prazos.

Desde 2012, Xi passou a reorientar a economia numa direção iliberal. O setor de tecnologia se desacelerou e a antipatia generalizada pelo setor privado abastece o desemprego. As políticas industriais intensificaram tensões geopolíticas e conflitos comerciais, muitas vezes oferecendo pretextos a políticos ocidentais para promoverem suas próprias intervenções. O setor imobiliário está hiperinflacionado e as incorporadoras não estão conseguindo entregar as residências prometidas a uma classe média com dificuldades de quitar seus financiamentos. Os governos locais, tradicionalmente financiados pela venda de terras, sofrem com orçamentos apertados.

A longo prazo, o rápido envelhecimento populacional ameaça a produção econômica e a inovação, e pressiona os serviços públicos. Muitos jovens talentos, frustrados com as restrições políticas e econômicas, estão buscando oportunidades fora. A produtividade não está se expandindo no mesmo ritmo do passado. Sob Xi, a participação das empresas estatais aumentou, mas, segundo o FMI, elas são 20% menos produtivas que suas contrapartes na iniciativa privada.

Nesse contexto, a Terceira Plenária soa como uma oportunidade perdida. Ela persiste no papel do Estado para estimular o lado da “oferta”, mas deu poucas indicações substanciais de como revitalizar a “demanda” de empreendedores e famílias. O comunicado faz promessas de aumentar a fatia da renda familiar no PIB, subsidiar filhos, aumentar gradualmente as aposentadorias e gastos sociais a fim de gerar espaço entre as famílias para o consumo doméstico, ou moderar as regulações sobre empreendimentos privados. Mas há pouca concretude sobre como o Partido fará isso. Mais importante, o histórico recente das políticas econômicas chinesas não permite muita confiança de que queira fazê-lo.

O Plenário foi rico em retórica (sobretudo para exaltar o comando de Xi), mas fraco em substância. Falta uma estratégia clara para revigorar as duas áreas mais debilitadas da economia chinesa: o mercado imobiliário e o mercado de trabalho. Um resgate das reformas de mercado do passado seriam um primeiro passo para o crescimento econômico futuro. Mas as obsessões geopolíticas de Xi parecem arrastar a economia para um passado mais distante: o de Mao Tsé-tung.

Em meados de julho, os membros do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) se reuniram para o terceiro de sete plenários tradicionalmente realizados durante o seu mandato quinquenal. Historicamente, o chamado “Terceiro Plenário” se dedica à economia, e havia grande expectativa para o encontro de 2024, dadas as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. Analistas se acostumaram a discernir entre as palavras e as ações a verdadeira intenção do Partido. A resolução deste ano – “Aprofundar as Reformas Abrangentes para Avançar a Modernização Chinesa” – enfatizou slogans como “reforma e abertura” e “estilo chinês de modernização”, ecoando as medidas liberalizantes promovidas por Deng Xiaoping a partir dos anos 80, mas está longe de ser claro que o líder do Partido, Xi Jinping, resgatará o espírito dessas reformas, e não o contrário.

Formou-se hoje em dia um consenso no Ocidente de que a China é uma superpotência econômica em ascensão e que inexoravelmente se tornará a principal economia do mundo. Muitos políticos e economistas sugerem que o caminho para as democracias liberais é emular as políticas mercantilistas e intervencionistas chinesas. Mas essas ideias se baseiam numa narrativa unívoca e simplista.

A economia da China de Mao Tsé-tung era pesadamente centralizada, com pouco comércio exterior. As reformas de Deng eliminaram os coletivos agrícolas, introduziram fazendas privadas, aboliram o monopólio do Estado em comércio internacional e, gradativamente, permitiram a introdução de investimentos estrangeiros e reduziram barreiras comerciais. Entre 1980 e 2010, a liberalização econômica tirou mais de 800 milhões da pobreza e melhorou dramaticamente a qualidade de vida dos cidadãos. Mas hoje o país enfrenta problemas de curto e longo prazos.

Desde 2012, Xi passou a reorientar a economia numa direção iliberal. O setor de tecnologia se desacelerou e a antipatia generalizada pelo setor privado abastece o desemprego. As políticas industriais intensificaram tensões geopolíticas e conflitos comerciais, muitas vezes oferecendo pretextos a políticos ocidentais para promoverem suas próprias intervenções. O setor imobiliário está hiperinflacionado e as incorporadoras não estão conseguindo entregar as residências prometidas a uma classe média com dificuldades de quitar seus financiamentos. Os governos locais, tradicionalmente financiados pela venda de terras, sofrem com orçamentos apertados.

A longo prazo, o rápido envelhecimento populacional ameaça a produção econômica e a inovação, e pressiona os serviços públicos. Muitos jovens talentos, frustrados com as restrições políticas e econômicas, estão buscando oportunidades fora. A produtividade não está se expandindo no mesmo ritmo do passado. Sob Xi, a participação das empresas estatais aumentou, mas, segundo o FMI, elas são 20% menos produtivas que suas contrapartes na iniciativa privada.

Nesse contexto, a Terceira Plenária soa como uma oportunidade perdida. Ela persiste no papel do Estado para estimular o lado da “oferta”, mas deu poucas indicações substanciais de como revitalizar a “demanda” de empreendedores e famílias. O comunicado faz promessas de aumentar a fatia da renda familiar no PIB, subsidiar filhos, aumentar gradualmente as aposentadorias e gastos sociais a fim de gerar espaço entre as famílias para o consumo doméstico, ou moderar as regulações sobre empreendimentos privados. Mas há pouca concretude sobre como o Partido fará isso. Mais importante, o histórico recente das políticas econômicas chinesas não permite muita confiança de que queira fazê-lo.

O Plenário foi rico em retórica (sobretudo para exaltar o comando de Xi), mas fraco em substância. Falta uma estratégia clara para revigorar as duas áreas mais debilitadas da economia chinesa: o mercado imobiliário e o mercado de trabalho. Um resgate das reformas de mercado do passado seriam um primeiro passo para o crescimento econômico futuro. Mas as obsessões geopolíticas de Xi parecem arrastar a economia para um passado mais distante: o de Mao Tsé-tung.

Em meados de julho, os membros do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) se reuniram para o terceiro de sete plenários tradicionalmente realizados durante o seu mandato quinquenal. Historicamente, o chamado “Terceiro Plenário” se dedica à economia, e havia grande expectativa para o encontro de 2024, dadas as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país. Analistas se acostumaram a discernir entre as palavras e as ações a verdadeira intenção do Partido. A resolução deste ano – “Aprofundar as Reformas Abrangentes para Avançar a Modernização Chinesa” – enfatizou slogans como “reforma e abertura” e “estilo chinês de modernização”, ecoando as medidas liberalizantes promovidas por Deng Xiaoping a partir dos anos 80, mas está longe de ser claro que o líder do Partido, Xi Jinping, resgatará o espírito dessas reformas, e não o contrário.

Formou-se hoje em dia um consenso no Ocidente de que a China é uma superpotência econômica em ascensão e que inexoravelmente se tornará a principal economia do mundo. Muitos políticos e economistas sugerem que o caminho para as democracias liberais é emular as políticas mercantilistas e intervencionistas chinesas. Mas essas ideias se baseiam numa narrativa unívoca e simplista.

A economia da China de Mao Tsé-tung era pesadamente centralizada, com pouco comércio exterior. As reformas de Deng eliminaram os coletivos agrícolas, introduziram fazendas privadas, aboliram o monopólio do Estado em comércio internacional e, gradativamente, permitiram a introdução de investimentos estrangeiros e reduziram barreiras comerciais. Entre 1980 e 2010, a liberalização econômica tirou mais de 800 milhões da pobreza e melhorou dramaticamente a qualidade de vida dos cidadãos. Mas hoje o país enfrenta problemas de curto e longo prazos.

Desde 2012, Xi passou a reorientar a economia numa direção iliberal. O setor de tecnologia se desacelerou e a antipatia generalizada pelo setor privado abastece o desemprego. As políticas industriais intensificaram tensões geopolíticas e conflitos comerciais, muitas vezes oferecendo pretextos a políticos ocidentais para promoverem suas próprias intervenções. O setor imobiliário está hiperinflacionado e as incorporadoras não estão conseguindo entregar as residências prometidas a uma classe média com dificuldades de quitar seus financiamentos. Os governos locais, tradicionalmente financiados pela venda de terras, sofrem com orçamentos apertados.

A longo prazo, o rápido envelhecimento populacional ameaça a produção econômica e a inovação, e pressiona os serviços públicos. Muitos jovens talentos, frustrados com as restrições políticas e econômicas, estão buscando oportunidades fora. A produtividade não está se expandindo no mesmo ritmo do passado. Sob Xi, a participação das empresas estatais aumentou, mas, segundo o FMI, elas são 20% menos produtivas que suas contrapartes na iniciativa privada.

Nesse contexto, a Terceira Plenária soa como uma oportunidade perdida. Ela persiste no papel do Estado para estimular o lado da “oferta”, mas deu poucas indicações substanciais de como revitalizar a “demanda” de empreendedores e famílias. O comunicado faz promessas de aumentar a fatia da renda familiar no PIB, subsidiar filhos, aumentar gradualmente as aposentadorias e gastos sociais a fim de gerar espaço entre as famílias para o consumo doméstico, ou moderar as regulações sobre empreendimentos privados. Mas há pouca concretude sobre como o Partido fará isso. Mais importante, o histórico recente das políticas econômicas chinesas não permite muita confiança de que queira fazê-lo.

O Plenário foi rico em retórica (sobretudo para exaltar o comando de Xi), mas fraco em substância. Falta uma estratégia clara para revigorar as duas áreas mais debilitadas da economia chinesa: o mercado imobiliário e o mercado de trabalho. Um resgate das reformas de mercado do passado seriam um primeiro passo para o crescimento econômico futuro. Mas as obsessões geopolíticas de Xi parecem arrastar a economia para um passado mais distante: o de Mao Tsé-tung.

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