Confusão guatemalteca


Tensão golpista cercou a posse do novo presidente da Guatemala; democracia triunfou, por ora

Por Notas & Informações

Em respeito à vontade dos eleitores e ao Estado Democrático de Direito, o presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, finalmente tomou posse na noite de domingo após nove horas de tensão. Manobras de última hora do Ministério Público e de políticos e magistrados conservadores para tentar deslegitimar a vitória eleitoral de Arévalo, sociólogo e ex-diplomata de centro-esquerda que obteve 60% dos votos válidos, atrasaram a cerimônia. Mas as reações de chefes de Estado e de representantes de governos estrangeiros ali presentes, bem como manifestações populares, impediram a mais recente tentativa de ruptura institucional. Na Guatemala, ao menos por ora, a democracia prevaleceu.

Não causa assombro a resistência de setores da classe política, do Ministério Público e do Judiciário à posse de um político progressista que prometera, na campanha eleitoral, reavivar a democracia e combater a corrupção endêmica no país. A Guatemala figura entre os países mais corruptos entre os 180 avaliados pela organização Transparência Internacional e mostra-se tão vulnerável quanto o Equador aos objetivos dos múltiplos cartéis do narcotráfico ali presentes de corroer as instituições. Aos favorecidos por esse statu quo, a continuidade da vista grossa do agora ex-presidente Alejandro Giammattei bem valeria um golpe de Estado.

A mais recente iniciativa do Ministério Público contra Arévalo surgiu com o veto à diplomação dos deputados eleitos de seu partido, o Semilla, o que não permitiria sua própria posse no Congresso. Essa foi apenas a última de uma série de investidas antidemocráticas desde o segundo turno das eleições presidenciais, em agosto. A lisura das urnas eletrônicas e a legalidade da candidatura de Arévalo e de seu partido foram contestadas no Tribunal Supremo Eleitoral, sem trégua nem argumentação plausível. Tal movimento contradiz os fatos de as eleições guatemaltecas e seus resultados terem sido avalizados por mais de 8.000 observadores, dentre os quais os enviados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela União Europeia.

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Articulações políticas internas foram essenciais para evitar a ruptura democrática no país nos seis meses entre o segundo turno e a tumultuada posse, que se deu em um centro cultural da Cidade da Guatemala. Mas as reações dos Estados Unidos, da União Europeia e da OEA mostraram-se determinantes – sobretudo no momento da posse de Arévalo.

Não se prevê o apaziguamento da Guatemala no curto prazo. Muito menos uma gestão minimamente tranquila para o novo presidente. A execução de sua agenda anticorrupção será posta à prova pelos setores antidemocráticos. O Orçamento exíguo do país limitará as políticas em favor dos pobres – 60% dos guatemaltecos estão abaixo da linha de pobreza –, justamente os mais afetados pela violência das gangues e que arriscam a vida tentando emigrar para os EUA. A garantia internacional para a posse de um governo essencialmente democrático terá, agora, de converter-se em apoio político, cooperação, financiamento e investimentos.

Em respeito à vontade dos eleitores e ao Estado Democrático de Direito, o presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, finalmente tomou posse na noite de domingo após nove horas de tensão. Manobras de última hora do Ministério Público e de políticos e magistrados conservadores para tentar deslegitimar a vitória eleitoral de Arévalo, sociólogo e ex-diplomata de centro-esquerda que obteve 60% dos votos válidos, atrasaram a cerimônia. Mas as reações de chefes de Estado e de representantes de governos estrangeiros ali presentes, bem como manifestações populares, impediram a mais recente tentativa de ruptura institucional. Na Guatemala, ao menos por ora, a democracia prevaleceu.

Não causa assombro a resistência de setores da classe política, do Ministério Público e do Judiciário à posse de um político progressista que prometera, na campanha eleitoral, reavivar a democracia e combater a corrupção endêmica no país. A Guatemala figura entre os países mais corruptos entre os 180 avaliados pela organização Transparência Internacional e mostra-se tão vulnerável quanto o Equador aos objetivos dos múltiplos cartéis do narcotráfico ali presentes de corroer as instituições. Aos favorecidos por esse statu quo, a continuidade da vista grossa do agora ex-presidente Alejandro Giammattei bem valeria um golpe de Estado.

A mais recente iniciativa do Ministério Público contra Arévalo surgiu com o veto à diplomação dos deputados eleitos de seu partido, o Semilla, o que não permitiria sua própria posse no Congresso. Essa foi apenas a última de uma série de investidas antidemocráticas desde o segundo turno das eleições presidenciais, em agosto. A lisura das urnas eletrônicas e a legalidade da candidatura de Arévalo e de seu partido foram contestadas no Tribunal Supremo Eleitoral, sem trégua nem argumentação plausível. Tal movimento contradiz os fatos de as eleições guatemaltecas e seus resultados terem sido avalizados por mais de 8.000 observadores, dentre os quais os enviados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela União Europeia.

Articulações políticas internas foram essenciais para evitar a ruptura democrática no país nos seis meses entre o segundo turno e a tumultuada posse, que se deu em um centro cultural da Cidade da Guatemala. Mas as reações dos Estados Unidos, da União Europeia e da OEA mostraram-se determinantes – sobretudo no momento da posse de Arévalo.

Não se prevê o apaziguamento da Guatemala no curto prazo. Muito menos uma gestão minimamente tranquila para o novo presidente. A execução de sua agenda anticorrupção será posta à prova pelos setores antidemocráticos. O Orçamento exíguo do país limitará as políticas em favor dos pobres – 60% dos guatemaltecos estão abaixo da linha de pobreza –, justamente os mais afetados pela violência das gangues e que arriscam a vida tentando emigrar para os EUA. A garantia internacional para a posse de um governo essencialmente democrático terá, agora, de converter-se em apoio político, cooperação, financiamento e investimentos.

Em respeito à vontade dos eleitores e ao Estado Democrático de Direito, o presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, finalmente tomou posse na noite de domingo após nove horas de tensão. Manobras de última hora do Ministério Público e de políticos e magistrados conservadores para tentar deslegitimar a vitória eleitoral de Arévalo, sociólogo e ex-diplomata de centro-esquerda que obteve 60% dos votos válidos, atrasaram a cerimônia. Mas as reações de chefes de Estado e de representantes de governos estrangeiros ali presentes, bem como manifestações populares, impediram a mais recente tentativa de ruptura institucional. Na Guatemala, ao menos por ora, a democracia prevaleceu.

Não causa assombro a resistência de setores da classe política, do Ministério Público e do Judiciário à posse de um político progressista que prometera, na campanha eleitoral, reavivar a democracia e combater a corrupção endêmica no país. A Guatemala figura entre os países mais corruptos entre os 180 avaliados pela organização Transparência Internacional e mostra-se tão vulnerável quanto o Equador aos objetivos dos múltiplos cartéis do narcotráfico ali presentes de corroer as instituições. Aos favorecidos por esse statu quo, a continuidade da vista grossa do agora ex-presidente Alejandro Giammattei bem valeria um golpe de Estado.

A mais recente iniciativa do Ministério Público contra Arévalo surgiu com o veto à diplomação dos deputados eleitos de seu partido, o Semilla, o que não permitiria sua própria posse no Congresso. Essa foi apenas a última de uma série de investidas antidemocráticas desde o segundo turno das eleições presidenciais, em agosto. A lisura das urnas eletrônicas e a legalidade da candidatura de Arévalo e de seu partido foram contestadas no Tribunal Supremo Eleitoral, sem trégua nem argumentação plausível. Tal movimento contradiz os fatos de as eleições guatemaltecas e seus resultados terem sido avalizados por mais de 8.000 observadores, dentre os quais os enviados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela União Europeia.

Articulações políticas internas foram essenciais para evitar a ruptura democrática no país nos seis meses entre o segundo turno e a tumultuada posse, que se deu em um centro cultural da Cidade da Guatemala. Mas as reações dos Estados Unidos, da União Europeia e da OEA mostraram-se determinantes – sobretudo no momento da posse de Arévalo.

Não se prevê o apaziguamento da Guatemala no curto prazo. Muito menos uma gestão minimamente tranquila para o novo presidente. A execução de sua agenda anticorrupção será posta à prova pelos setores antidemocráticos. O Orçamento exíguo do país limitará as políticas em favor dos pobres – 60% dos guatemaltecos estão abaixo da linha de pobreza –, justamente os mais afetados pela violência das gangues e que arriscam a vida tentando emigrar para os EUA. A garantia internacional para a posse de um governo essencialmente democrático terá, agora, de converter-se em apoio político, cooperação, financiamento e investimentos.

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