Democracia exige moderação


A agonia do PSDB é o sintoma de uma política que legitima o extremismo e desabona o que deveria ser uma premissa para a democracia: forças centristas, democráticas e responsáveis

Por Notas & Informações

Tomado por divisões e extremismos de toda ordem – não arrefecidos mesmo após quase 18 meses da mais acirrada e violenta disputa presidencial desde a redemocratização –, o Brasil precisa urgentemente de um centro democrático, moderado, responsável e viável eleitoralmente. Enquanto as principais forças se resumirem ao lulopetismo e ao bolsonarismo, sobretudo com seus respectivos radicais livres dispostos a deslegitimar qualquer esforço de diálogo e união, seguiremos em meio a escombros ideológicos e partidários. Não nos enganemos: nem o presidente Lula da Silva nem o antecessor, Jair Bolsonaro, dois líderes inegavelmente populares, serão capazes de inspirar valores e aspirações comuns à maioria dos brasileiros. Trata-se de uma tarefa especialmente complexa para um país fraturado e mais ainda para quem gosta, como eles, de usar dissensos como arma eleitoral.

Se de Lula e Bolsonaro pouco ou nada se pode esperar para atender a essa necessidade, a perspectiva se torna ainda mais sombria quando se assiste ao ocaso do PSDB – partido que, durante mais de 20 anos, funcionou como uma espécie de farol do centro democrático, a possibilidade concreta de destruição de muros que separam esquerda e direita, e o mais próximo que chegamos de uma social-democracia moderna e reformista, defensora de princípios liberais e avessa tanto ao populismo personalista quanto ao fetiche do estatismo. Em São Paulo, Estado onde governou numa sequência ininterrupta de 28 anos, no Congresso, onde suas bancadas vivem numa espiral descendente, ou em outros Estados País afora, o PSDB é hoje um constrangedor exemplo de agonia lenta e constante. Com ele agoniza também o centro de que precisamos.

O necrológio tucano ganhou adendos consideráveis nos últimos dias. O líder do partido no Senado, o senador Izalci Lucas (DF), está oficializando sua migração para o PL de Bolsonaro, deixando como representante do PSDB na Casa apenas o amazonense Plínio Valério (AM). Em 1998, auge do poder tucano e ano da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o partido tinha 16 senadores. Na Câmara, depois de chegar a ter 99 deputados, a legenda alcançou sua menor bancada na história: 13. Recentemente perdeu um, o deputado Carlos Sampaio (SP), que foi para o PSD. Em São Paulo, vereadores preparam uma debandada e ameaçam migrar para MDB, União Brasil, PSD, Podemos e PL – sedimentando um enfraquecimento que já se via nas prefeituras pelo interior. Enquanto isso, o partido ficou engolfado pelo debate sobre o apoio ou não ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

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São variadas as razões para a queda tucana, mas a principal delas remete à covardia instalada nos seus quadros sob inspiração de Aécio Neves. Coube ao ex-governador, ex-senador e hoje deputado a tarefa de abrir as rachaduras que mais tarde fariam o PSDB desmoronar. Em 2014, ao perder a disputa presidencial para Dilma Rousseff, Aécio fez seu partido esperar apenas quatro dias para gritar oficialmente contra o resultado. A ação jurídico-eleitoral era marota: por um lado, aliviava a barra do Tribunal Superior Eleitoral, argumentando não pôr em dúvida a lisura da apuração; por outro, justificava o gesto com “denúncias e desconfianças” surgidas nas redes sociais. Vindo de uma linhagem de políticos mineiros marcados pela conciliação – a começar pelo seu avô, Tancredo Neves –, Aécio ajudou a plantar a semente do golpismo que não aceita a derrota. O que veio a seguir foi seu epitáfio. Na oposição ao governo Dilma, tornou-se um espantalho do PT. No governo de Michel Temer, fez a defesa envergonhada das reformas de então. Em seguida, converteu-se em fantoche de Bolsonaro. Não foi o único.

“Na política”, dizia Tancredo Neves, “são as ideias e não os homens que brigam.” Ignorando tal lição, partidos e lideranças legitimam forças extremistas que veem as disputas eleitorais e partidárias como batalhas em que derrotados devem ser eliminados da vida pública. Mas só a existência de forças centristas, moderadas e responsáveis é capaz de deslegitimar tais métodos e inspirar a sociedade a voltar a acreditar que diferença não é sinônimo de conflito.

Tomado por divisões e extremismos de toda ordem – não arrefecidos mesmo após quase 18 meses da mais acirrada e violenta disputa presidencial desde a redemocratização –, o Brasil precisa urgentemente de um centro democrático, moderado, responsável e viável eleitoralmente. Enquanto as principais forças se resumirem ao lulopetismo e ao bolsonarismo, sobretudo com seus respectivos radicais livres dispostos a deslegitimar qualquer esforço de diálogo e união, seguiremos em meio a escombros ideológicos e partidários. Não nos enganemos: nem o presidente Lula da Silva nem o antecessor, Jair Bolsonaro, dois líderes inegavelmente populares, serão capazes de inspirar valores e aspirações comuns à maioria dos brasileiros. Trata-se de uma tarefa especialmente complexa para um país fraturado e mais ainda para quem gosta, como eles, de usar dissensos como arma eleitoral.

Se de Lula e Bolsonaro pouco ou nada se pode esperar para atender a essa necessidade, a perspectiva se torna ainda mais sombria quando se assiste ao ocaso do PSDB – partido que, durante mais de 20 anos, funcionou como uma espécie de farol do centro democrático, a possibilidade concreta de destruição de muros que separam esquerda e direita, e o mais próximo que chegamos de uma social-democracia moderna e reformista, defensora de princípios liberais e avessa tanto ao populismo personalista quanto ao fetiche do estatismo. Em São Paulo, Estado onde governou numa sequência ininterrupta de 28 anos, no Congresso, onde suas bancadas vivem numa espiral descendente, ou em outros Estados País afora, o PSDB é hoje um constrangedor exemplo de agonia lenta e constante. Com ele agoniza também o centro de que precisamos.

O necrológio tucano ganhou adendos consideráveis nos últimos dias. O líder do partido no Senado, o senador Izalci Lucas (DF), está oficializando sua migração para o PL de Bolsonaro, deixando como representante do PSDB na Casa apenas o amazonense Plínio Valério (AM). Em 1998, auge do poder tucano e ano da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o partido tinha 16 senadores. Na Câmara, depois de chegar a ter 99 deputados, a legenda alcançou sua menor bancada na história: 13. Recentemente perdeu um, o deputado Carlos Sampaio (SP), que foi para o PSD. Em São Paulo, vereadores preparam uma debandada e ameaçam migrar para MDB, União Brasil, PSD, Podemos e PL – sedimentando um enfraquecimento que já se via nas prefeituras pelo interior. Enquanto isso, o partido ficou engolfado pelo debate sobre o apoio ou não ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

São variadas as razões para a queda tucana, mas a principal delas remete à covardia instalada nos seus quadros sob inspiração de Aécio Neves. Coube ao ex-governador, ex-senador e hoje deputado a tarefa de abrir as rachaduras que mais tarde fariam o PSDB desmoronar. Em 2014, ao perder a disputa presidencial para Dilma Rousseff, Aécio fez seu partido esperar apenas quatro dias para gritar oficialmente contra o resultado. A ação jurídico-eleitoral era marota: por um lado, aliviava a barra do Tribunal Superior Eleitoral, argumentando não pôr em dúvida a lisura da apuração; por outro, justificava o gesto com “denúncias e desconfianças” surgidas nas redes sociais. Vindo de uma linhagem de políticos mineiros marcados pela conciliação – a começar pelo seu avô, Tancredo Neves –, Aécio ajudou a plantar a semente do golpismo que não aceita a derrota. O que veio a seguir foi seu epitáfio. Na oposição ao governo Dilma, tornou-se um espantalho do PT. No governo de Michel Temer, fez a defesa envergonhada das reformas de então. Em seguida, converteu-se em fantoche de Bolsonaro. Não foi o único.

“Na política”, dizia Tancredo Neves, “são as ideias e não os homens que brigam.” Ignorando tal lição, partidos e lideranças legitimam forças extremistas que veem as disputas eleitorais e partidárias como batalhas em que derrotados devem ser eliminados da vida pública. Mas só a existência de forças centristas, moderadas e responsáveis é capaz de deslegitimar tais métodos e inspirar a sociedade a voltar a acreditar que diferença não é sinônimo de conflito.

Tomado por divisões e extremismos de toda ordem – não arrefecidos mesmo após quase 18 meses da mais acirrada e violenta disputa presidencial desde a redemocratização –, o Brasil precisa urgentemente de um centro democrático, moderado, responsável e viável eleitoralmente. Enquanto as principais forças se resumirem ao lulopetismo e ao bolsonarismo, sobretudo com seus respectivos radicais livres dispostos a deslegitimar qualquer esforço de diálogo e união, seguiremos em meio a escombros ideológicos e partidários. Não nos enganemos: nem o presidente Lula da Silva nem o antecessor, Jair Bolsonaro, dois líderes inegavelmente populares, serão capazes de inspirar valores e aspirações comuns à maioria dos brasileiros. Trata-se de uma tarefa especialmente complexa para um país fraturado e mais ainda para quem gosta, como eles, de usar dissensos como arma eleitoral.

Se de Lula e Bolsonaro pouco ou nada se pode esperar para atender a essa necessidade, a perspectiva se torna ainda mais sombria quando se assiste ao ocaso do PSDB – partido que, durante mais de 20 anos, funcionou como uma espécie de farol do centro democrático, a possibilidade concreta de destruição de muros que separam esquerda e direita, e o mais próximo que chegamos de uma social-democracia moderna e reformista, defensora de princípios liberais e avessa tanto ao populismo personalista quanto ao fetiche do estatismo. Em São Paulo, Estado onde governou numa sequência ininterrupta de 28 anos, no Congresso, onde suas bancadas vivem numa espiral descendente, ou em outros Estados País afora, o PSDB é hoje um constrangedor exemplo de agonia lenta e constante. Com ele agoniza também o centro de que precisamos.

O necrológio tucano ganhou adendos consideráveis nos últimos dias. O líder do partido no Senado, o senador Izalci Lucas (DF), está oficializando sua migração para o PL de Bolsonaro, deixando como representante do PSDB na Casa apenas o amazonense Plínio Valério (AM). Em 1998, auge do poder tucano e ano da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o partido tinha 16 senadores. Na Câmara, depois de chegar a ter 99 deputados, a legenda alcançou sua menor bancada na história: 13. Recentemente perdeu um, o deputado Carlos Sampaio (SP), que foi para o PSD. Em São Paulo, vereadores preparam uma debandada e ameaçam migrar para MDB, União Brasil, PSD, Podemos e PL – sedimentando um enfraquecimento que já se via nas prefeituras pelo interior. Enquanto isso, o partido ficou engolfado pelo debate sobre o apoio ou não ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

São variadas as razões para a queda tucana, mas a principal delas remete à covardia instalada nos seus quadros sob inspiração de Aécio Neves. Coube ao ex-governador, ex-senador e hoje deputado a tarefa de abrir as rachaduras que mais tarde fariam o PSDB desmoronar. Em 2014, ao perder a disputa presidencial para Dilma Rousseff, Aécio fez seu partido esperar apenas quatro dias para gritar oficialmente contra o resultado. A ação jurídico-eleitoral era marota: por um lado, aliviava a barra do Tribunal Superior Eleitoral, argumentando não pôr em dúvida a lisura da apuração; por outro, justificava o gesto com “denúncias e desconfianças” surgidas nas redes sociais. Vindo de uma linhagem de políticos mineiros marcados pela conciliação – a começar pelo seu avô, Tancredo Neves –, Aécio ajudou a plantar a semente do golpismo que não aceita a derrota. O que veio a seguir foi seu epitáfio. Na oposição ao governo Dilma, tornou-se um espantalho do PT. No governo de Michel Temer, fez a defesa envergonhada das reformas de então. Em seguida, converteu-se em fantoche de Bolsonaro. Não foi o único.

“Na política”, dizia Tancredo Neves, “são as ideias e não os homens que brigam.” Ignorando tal lição, partidos e lideranças legitimam forças extremistas que veem as disputas eleitorais e partidárias como batalhas em que derrotados devem ser eliminados da vida pública. Mas só a existência de forças centristas, moderadas e responsáveis é capaz de deslegitimar tais métodos e inspirar a sociedade a voltar a acreditar que diferença não é sinônimo de conflito.

Tomado por divisões e extremismos de toda ordem – não arrefecidos mesmo após quase 18 meses da mais acirrada e violenta disputa presidencial desde a redemocratização –, o Brasil precisa urgentemente de um centro democrático, moderado, responsável e viável eleitoralmente. Enquanto as principais forças se resumirem ao lulopetismo e ao bolsonarismo, sobretudo com seus respectivos radicais livres dispostos a deslegitimar qualquer esforço de diálogo e união, seguiremos em meio a escombros ideológicos e partidários. Não nos enganemos: nem o presidente Lula da Silva nem o antecessor, Jair Bolsonaro, dois líderes inegavelmente populares, serão capazes de inspirar valores e aspirações comuns à maioria dos brasileiros. Trata-se de uma tarefa especialmente complexa para um país fraturado e mais ainda para quem gosta, como eles, de usar dissensos como arma eleitoral.

Se de Lula e Bolsonaro pouco ou nada se pode esperar para atender a essa necessidade, a perspectiva se torna ainda mais sombria quando se assiste ao ocaso do PSDB – partido que, durante mais de 20 anos, funcionou como uma espécie de farol do centro democrático, a possibilidade concreta de destruição de muros que separam esquerda e direita, e o mais próximo que chegamos de uma social-democracia moderna e reformista, defensora de princípios liberais e avessa tanto ao populismo personalista quanto ao fetiche do estatismo. Em São Paulo, Estado onde governou numa sequência ininterrupta de 28 anos, no Congresso, onde suas bancadas vivem numa espiral descendente, ou em outros Estados País afora, o PSDB é hoje um constrangedor exemplo de agonia lenta e constante. Com ele agoniza também o centro de que precisamos.

O necrológio tucano ganhou adendos consideráveis nos últimos dias. O líder do partido no Senado, o senador Izalci Lucas (DF), está oficializando sua migração para o PL de Bolsonaro, deixando como representante do PSDB na Casa apenas o amazonense Plínio Valério (AM). Em 1998, auge do poder tucano e ano da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o partido tinha 16 senadores. Na Câmara, depois de chegar a ter 99 deputados, a legenda alcançou sua menor bancada na história: 13. Recentemente perdeu um, o deputado Carlos Sampaio (SP), que foi para o PSD. Em São Paulo, vereadores preparam uma debandada e ameaçam migrar para MDB, União Brasil, PSD, Podemos e PL – sedimentando um enfraquecimento que já se via nas prefeituras pelo interior. Enquanto isso, o partido ficou engolfado pelo debate sobre o apoio ou não ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

São variadas as razões para a queda tucana, mas a principal delas remete à covardia instalada nos seus quadros sob inspiração de Aécio Neves. Coube ao ex-governador, ex-senador e hoje deputado a tarefa de abrir as rachaduras que mais tarde fariam o PSDB desmoronar. Em 2014, ao perder a disputa presidencial para Dilma Rousseff, Aécio fez seu partido esperar apenas quatro dias para gritar oficialmente contra o resultado. A ação jurídico-eleitoral era marota: por um lado, aliviava a barra do Tribunal Superior Eleitoral, argumentando não pôr em dúvida a lisura da apuração; por outro, justificava o gesto com “denúncias e desconfianças” surgidas nas redes sociais. Vindo de uma linhagem de políticos mineiros marcados pela conciliação – a começar pelo seu avô, Tancredo Neves –, Aécio ajudou a plantar a semente do golpismo que não aceita a derrota. O que veio a seguir foi seu epitáfio. Na oposição ao governo Dilma, tornou-se um espantalho do PT. No governo de Michel Temer, fez a defesa envergonhada das reformas de então. Em seguida, converteu-se em fantoche de Bolsonaro. Não foi o único.

“Na política”, dizia Tancredo Neves, “são as ideias e não os homens que brigam.” Ignorando tal lição, partidos e lideranças legitimam forças extremistas que veem as disputas eleitorais e partidárias como batalhas em que derrotados devem ser eliminados da vida pública. Mas só a existência de forças centristas, moderadas e responsáveis é capaz de deslegitimar tais métodos e inspirar a sociedade a voltar a acreditar que diferença não é sinônimo de conflito.

Tomado por divisões e extremismos de toda ordem – não arrefecidos mesmo após quase 18 meses da mais acirrada e violenta disputa presidencial desde a redemocratização –, o Brasil precisa urgentemente de um centro democrático, moderado, responsável e viável eleitoralmente. Enquanto as principais forças se resumirem ao lulopetismo e ao bolsonarismo, sobretudo com seus respectivos radicais livres dispostos a deslegitimar qualquer esforço de diálogo e união, seguiremos em meio a escombros ideológicos e partidários. Não nos enganemos: nem o presidente Lula da Silva nem o antecessor, Jair Bolsonaro, dois líderes inegavelmente populares, serão capazes de inspirar valores e aspirações comuns à maioria dos brasileiros. Trata-se de uma tarefa especialmente complexa para um país fraturado e mais ainda para quem gosta, como eles, de usar dissensos como arma eleitoral.

Se de Lula e Bolsonaro pouco ou nada se pode esperar para atender a essa necessidade, a perspectiva se torna ainda mais sombria quando se assiste ao ocaso do PSDB – partido que, durante mais de 20 anos, funcionou como uma espécie de farol do centro democrático, a possibilidade concreta de destruição de muros que separam esquerda e direita, e o mais próximo que chegamos de uma social-democracia moderna e reformista, defensora de princípios liberais e avessa tanto ao populismo personalista quanto ao fetiche do estatismo. Em São Paulo, Estado onde governou numa sequência ininterrupta de 28 anos, no Congresso, onde suas bancadas vivem numa espiral descendente, ou em outros Estados País afora, o PSDB é hoje um constrangedor exemplo de agonia lenta e constante. Com ele agoniza também o centro de que precisamos.

O necrológio tucano ganhou adendos consideráveis nos últimos dias. O líder do partido no Senado, o senador Izalci Lucas (DF), está oficializando sua migração para o PL de Bolsonaro, deixando como representante do PSDB na Casa apenas o amazonense Plínio Valério (AM). Em 1998, auge do poder tucano e ano da reeleição do então presidente Fernando Henrique Cardoso, o partido tinha 16 senadores. Na Câmara, depois de chegar a ter 99 deputados, a legenda alcançou sua menor bancada na história: 13. Recentemente perdeu um, o deputado Carlos Sampaio (SP), que foi para o PSD. Em São Paulo, vereadores preparam uma debandada e ameaçam migrar para MDB, União Brasil, PSD, Podemos e PL – sedimentando um enfraquecimento que já se via nas prefeituras pelo interior. Enquanto isso, o partido ficou engolfado pelo debate sobre o apoio ou não ao prefeito Ricardo Nunes (MDB).

São variadas as razões para a queda tucana, mas a principal delas remete à covardia instalada nos seus quadros sob inspiração de Aécio Neves. Coube ao ex-governador, ex-senador e hoje deputado a tarefa de abrir as rachaduras que mais tarde fariam o PSDB desmoronar. Em 2014, ao perder a disputa presidencial para Dilma Rousseff, Aécio fez seu partido esperar apenas quatro dias para gritar oficialmente contra o resultado. A ação jurídico-eleitoral era marota: por um lado, aliviava a barra do Tribunal Superior Eleitoral, argumentando não pôr em dúvida a lisura da apuração; por outro, justificava o gesto com “denúncias e desconfianças” surgidas nas redes sociais. Vindo de uma linhagem de políticos mineiros marcados pela conciliação – a começar pelo seu avô, Tancredo Neves –, Aécio ajudou a plantar a semente do golpismo que não aceita a derrota. O que veio a seguir foi seu epitáfio. Na oposição ao governo Dilma, tornou-se um espantalho do PT. No governo de Michel Temer, fez a defesa envergonhada das reformas de então. Em seguida, converteu-se em fantoche de Bolsonaro. Não foi o único.

“Na política”, dizia Tancredo Neves, “são as ideias e não os homens que brigam.” Ignorando tal lição, partidos e lideranças legitimam forças extremistas que veem as disputas eleitorais e partidárias como batalhas em que derrotados devem ser eliminados da vida pública. Mas só a existência de forças centristas, moderadas e responsáveis é capaz de deslegitimar tais métodos e inspirar a sociedade a voltar a acreditar que diferença não é sinônimo de conflito.

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