Dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, escreve mensalmente na seção Espaço Aberto

Opinião|Os 70 anos da Catedral da Sé


A vida da atual metrópole teve início mediante o encontro de povos, raças, culturas e religiões. E a catedral é testemunha desse encontro

Por Dom Odilo P. Scherer

A Catedral Metropolitana de São Paulo, conhecida popularmente como Catedral da Sé, vai comemorar o 70.º aniversário de sua inauguração no próximo dia 5 de setembro. Ela, de fato, é a segunda catedral da Arquidiocese de São Paulo. A “antiga Sé”, em estilo barroco colonial, estava localizada na mesma Praça da Sé, perto de onde se ergueu a atual. Ela era pequena para as dimensões de São Paulo e foi demolida em 1912, quando se iniciou a construção da atual catedral.

Até 1908, a Diocese de São Paulo abrangia todo o Estado de São Paulo; naquele ano, ela foi elevada à arquidiocese, ao mesmo tempo em que o papa São Pio X criava outras cinco dioceses no Estado. O primeiro arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, homem dinâmico e de grande visão de futuro, quis edificar para a nova arquidiocese uma catedral que fizesse jus ao crescimento exponencial da cidade no início do século 20.

Assim, ele encomendou um projeto a arquitetos italianos e alemães, em estilo neogótico e de dimensões grandiosas. As obras iniciaram em 1912 e a previsão era inaugurar a nova Sé em 1922, como parte das comemorações do primeiro centenário da Independência do Brasil, proclamada em São Paulo. No entanto, com a deflagração da 1.ª Guerra Mundial e a grave crise econômica que a acompanhou, as obras foram interrompidas quando as grandes pilastras de sustentação apenas estavam uns poucos metros acima do chão. Contudo, conseguiu-se levar adiante a construção da cripta, que fica num nível inferior, debaixo do altar. Ela foi inaugurada em 1919.

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Entre as duas grandes guerras, houve a grave depressão financeira e econômica, que não permitiu retomar as obras de edificação da catedral. Em seguida, sobreveio a 2.ª Guerra Mundial e, até 1945, a construção avançou bem pouco. Enquanto isso, já havia falecido dom Duarte, sem ter podido ver a inauguração do templo sonhado por ele. E também havia falecido o seu sucessor, dom José Gaspar de Affonseca e Silva, morto tragicamente num acidente aéreo no Rio de Janeiro. O terceiro arcebispo, o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, retomou a construção em 1945, mobilizando a sociedade e o clero paulistanos para concluir a obra. A nova meta era inaugurar a catedral no quarto centenário de fundação da cidade de São Paulo.

Assim, em 5 de setembro de 1954, foi solenemente inaugurada e dedicada a Deus a nova Catedral Nossa Senhora da Assunção, com a presença de numerosas e representativas autoridades da Igreja e da sociedade. O papa Pio XII presenteou a catedral com os grandes mosaicos de Sant’Ana com Nossa Senhora Menina e do apóstolo São Paulo, que se encontram nas capelas laterais à esquerda e à direita da nave, perto das portas laterais. Pouco tempo depois, a catedral foi dotada de seu grande órgão de tubos, que serviu à música sacra e também para concertos em momentos culturais especiais. Atualmente, esse órgão encontra-se em processo de restauro e a proposta é devolvê-lo à sua plena função para os eventos religiosos e também culturais.

A Catedral de São Paulo é um dos maiores templos católicos do mundo. Situada no centro antigo, ela é uma das referências da cidade e nela são celebrados os principais atos religiosos da Igreja em São Paulo. Foi visitada pelos papas São João Paulo II e Bento XVI, além de numerosas personalidades da vida pública. Junto com a praça, que leva o seu nome, a Catedral da Sé também foi referência para momentos cívicos importantes, como as manifestações em favor da dignidade da pessoa e dos direitos humanos e pela redemocratização do Brasil, nos anos 1970 e 1980. No seu interior, há numerosas obras de arte, e seus vitrais, fabricados em Florença, são de grande valor e beleza. O batistério, à direita de quem entra pela porta principal, é ornado de finas obras de arte, bem como a capela do Santíssimo Sacramento, que possui belos e variados mármores e esculturas. A cripta é um espaço arquitetônico à parte, em estilo gótico, muito harmonioso, onde se encontram, entre túmulos de vários bispos e arcebispos de São Paulo, os restos mortais do índio Tibiriçá, do padre Antônio Feijó e do padre Bartolomeu de Gusmão, um dos predecessores da aviação. Ali repousam também dois grandes arcebispos falecidos em anos recentes: os cardeais Paulo Evaristo Arns e Cláudio Hummes.

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A catedral metropolitana está localizada a poucos passos do Pateo do Collegio, onde São Paulo teve início em 1554, com a missão jesuítica que contou, entre outros, com o padre Manoel da Nóbrega e São José de Anchieta. Entre as casinhas dos indígenas e dos poucos portugueses, erguia-se a primeira capela da cidade. Consta que o terreno onde está situada a atual Catedral da Sé foi doado aos missionários pelo cacique Tibiriçá. A vida da atual metrópole teve início mediante o encontro de povos, raças, culturas e religiões. Esse mesmo encontro e interação marcaram também o seu desenvolvimento. A catedral é testemunha desse encontro. Oxalá siga sendo assim também para o futuro de nossa cidade.

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CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO

A Catedral Metropolitana de São Paulo, conhecida popularmente como Catedral da Sé, vai comemorar o 70.º aniversário de sua inauguração no próximo dia 5 de setembro. Ela, de fato, é a segunda catedral da Arquidiocese de São Paulo. A “antiga Sé”, em estilo barroco colonial, estava localizada na mesma Praça da Sé, perto de onde se ergueu a atual. Ela era pequena para as dimensões de São Paulo e foi demolida em 1912, quando se iniciou a construção da atual catedral.

Até 1908, a Diocese de São Paulo abrangia todo o Estado de São Paulo; naquele ano, ela foi elevada à arquidiocese, ao mesmo tempo em que o papa São Pio X criava outras cinco dioceses no Estado. O primeiro arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, homem dinâmico e de grande visão de futuro, quis edificar para a nova arquidiocese uma catedral que fizesse jus ao crescimento exponencial da cidade no início do século 20.

Assim, ele encomendou um projeto a arquitetos italianos e alemães, em estilo neogótico e de dimensões grandiosas. As obras iniciaram em 1912 e a previsão era inaugurar a nova Sé em 1922, como parte das comemorações do primeiro centenário da Independência do Brasil, proclamada em São Paulo. No entanto, com a deflagração da 1.ª Guerra Mundial e a grave crise econômica que a acompanhou, as obras foram interrompidas quando as grandes pilastras de sustentação apenas estavam uns poucos metros acima do chão. Contudo, conseguiu-se levar adiante a construção da cripta, que fica num nível inferior, debaixo do altar. Ela foi inaugurada em 1919.

Entre as duas grandes guerras, houve a grave depressão financeira e econômica, que não permitiu retomar as obras de edificação da catedral. Em seguida, sobreveio a 2.ª Guerra Mundial e, até 1945, a construção avançou bem pouco. Enquanto isso, já havia falecido dom Duarte, sem ter podido ver a inauguração do templo sonhado por ele. E também havia falecido o seu sucessor, dom José Gaspar de Affonseca e Silva, morto tragicamente num acidente aéreo no Rio de Janeiro. O terceiro arcebispo, o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, retomou a construção em 1945, mobilizando a sociedade e o clero paulistanos para concluir a obra. A nova meta era inaugurar a catedral no quarto centenário de fundação da cidade de São Paulo.

Assim, em 5 de setembro de 1954, foi solenemente inaugurada e dedicada a Deus a nova Catedral Nossa Senhora da Assunção, com a presença de numerosas e representativas autoridades da Igreja e da sociedade. O papa Pio XII presenteou a catedral com os grandes mosaicos de Sant’Ana com Nossa Senhora Menina e do apóstolo São Paulo, que se encontram nas capelas laterais à esquerda e à direita da nave, perto das portas laterais. Pouco tempo depois, a catedral foi dotada de seu grande órgão de tubos, que serviu à música sacra e também para concertos em momentos culturais especiais. Atualmente, esse órgão encontra-se em processo de restauro e a proposta é devolvê-lo à sua plena função para os eventos religiosos e também culturais.

A Catedral de São Paulo é um dos maiores templos católicos do mundo. Situada no centro antigo, ela é uma das referências da cidade e nela são celebrados os principais atos religiosos da Igreja em São Paulo. Foi visitada pelos papas São João Paulo II e Bento XVI, além de numerosas personalidades da vida pública. Junto com a praça, que leva o seu nome, a Catedral da Sé também foi referência para momentos cívicos importantes, como as manifestações em favor da dignidade da pessoa e dos direitos humanos e pela redemocratização do Brasil, nos anos 1970 e 1980. No seu interior, há numerosas obras de arte, e seus vitrais, fabricados em Florença, são de grande valor e beleza. O batistério, à direita de quem entra pela porta principal, é ornado de finas obras de arte, bem como a capela do Santíssimo Sacramento, que possui belos e variados mármores e esculturas. A cripta é um espaço arquitetônico à parte, em estilo gótico, muito harmonioso, onde se encontram, entre túmulos de vários bispos e arcebispos de São Paulo, os restos mortais do índio Tibiriçá, do padre Antônio Feijó e do padre Bartolomeu de Gusmão, um dos predecessores da aviação. Ali repousam também dois grandes arcebispos falecidos em anos recentes: os cardeais Paulo Evaristo Arns e Cláudio Hummes.

A catedral metropolitana está localizada a poucos passos do Pateo do Collegio, onde São Paulo teve início em 1554, com a missão jesuítica que contou, entre outros, com o padre Manoel da Nóbrega e São José de Anchieta. Entre as casinhas dos indígenas e dos poucos portugueses, erguia-se a primeira capela da cidade. Consta que o terreno onde está situada a atual Catedral da Sé foi doado aos missionários pelo cacique Tibiriçá. A vida da atual metrópole teve início mediante o encontro de povos, raças, culturas e religiões. Esse mesmo encontro e interação marcaram também o seu desenvolvimento. A catedral é testemunha desse encontro. Oxalá siga sendo assim também para o futuro de nossa cidade.

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CARDEAL-ARCEBISPO DE SÃO PAULO

A Catedral Metropolitana de São Paulo, conhecida popularmente como Catedral da Sé, vai comemorar o 70.º aniversário de sua inauguração no próximo dia 5 de setembro. Ela, de fato, é a segunda catedral da Arquidiocese de São Paulo. A “antiga Sé”, em estilo barroco colonial, estava localizada na mesma Praça da Sé, perto de onde se ergueu a atual. Ela era pequena para as dimensões de São Paulo e foi demolida em 1912, quando se iniciou a construção da atual catedral.

Até 1908, a Diocese de São Paulo abrangia todo o Estado de São Paulo; naquele ano, ela foi elevada à arquidiocese, ao mesmo tempo em que o papa São Pio X criava outras cinco dioceses no Estado. O primeiro arcebispo de São Paulo, dom Duarte Leopoldo e Silva, homem dinâmico e de grande visão de futuro, quis edificar para a nova arquidiocese uma catedral que fizesse jus ao crescimento exponencial da cidade no início do século 20.

Assim, ele encomendou um projeto a arquitetos italianos e alemães, em estilo neogótico e de dimensões grandiosas. As obras iniciaram em 1912 e a previsão era inaugurar a nova Sé em 1922, como parte das comemorações do primeiro centenário da Independência do Brasil, proclamada em São Paulo. No entanto, com a deflagração da 1.ª Guerra Mundial e a grave crise econômica que a acompanhou, as obras foram interrompidas quando as grandes pilastras de sustentação apenas estavam uns poucos metros acima do chão. Contudo, conseguiu-se levar adiante a construção da cripta, que fica num nível inferior, debaixo do altar. Ela foi inaugurada em 1919.

Entre as duas grandes guerras, houve a grave depressão financeira e econômica, que não permitiu retomar as obras de edificação da catedral. Em seguida, sobreveio a 2.ª Guerra Mundial e, até 1945, a construção avançou bem pouco. Enquanto isso, já havia falecido dom Duarte, sem ter podido ver a inauguração do templo sonhado por ele. E também havia falecido o seu sucessor, dom José Gaspar de Affonseca e Silva, morto tragicamente num acidente aéreo no Rio de Janeiro. O terceiro arcebispo, o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, retomou a construção em 1945, mobilizando a sociedade e o clero paulistanos para concluir a obra. A nova meta era inaugurar a catedral no quarto centenário de fundação da cidade de São Paulo.

Assim, em 5 de setembro de 1954, foi solenemente inaugurada e dedicada a Deus a nova Catedral Nossa Senhora da Assunção, com a presença de numerosas e representativas autoridades da Igreja e da sociedade. O papa Pio XII presenteou a catedral com os grandes mosaicos de Sant’Ana com Nossa Senhora Menina e do apóstolo São Paulo, que se encontram nas capelas laterais à esquerda e à direita da nave, perto das portas laterais. Pouco tempo depois, a catedral foi dotada de seu grande órgão de tubos, que serviu à música sacra e também para concertos em momentos culturais especiais. Atualmente, esse órgão encontra-se em processo de restauro e a proposta é devolvê-lo à sua plena função para os eventos religiosos e também culturais.

A Catedral de São Paulo é um dos maiores templos católicos do mundo. Situada no centro antigo, ela é uma das referências da cidade e nela são celebrados os principais atos religiosos da Igreja em São Paulo. Foi visitada pelos papas São João Paulo II e Bento XVI, além de numerosas personalidades da vida pública. Junto com a praça, que leva o seu nome, a Catedral da Sé também foi referência para momentos cívicos importantes, como as manifestações em favor da dignidade da pessoa e dos direitos humanos e pela redemocratização do Brasil, nos anos 1970 e 1980. No seu interior, há numerosas obras de arte, e seus vitrais, fabricados em Florença, são de grande valor e beleza. O batistério, à direita de quem entra pela porta principal, é ornado de finas obras de arte, bem como a capela do Santíssimo Sacramento, que possui belos e variados mármores e esculturas. A cripta é um espaço arquitetônico à parte, em estilo gótico, muito harmonioso, onde se encontram, entre túmulos de vários bispos e arcebispos de São Paulo, os restos mortais do índio Tibiriçá, do padre Antônio Feijó e do padre Bartolomeu de Gusmão, um dos predecessores da aviação. Ali repousam também dois grandes arcebispos falecidos em anos recentes: os cardeais Paulo Evaristo Arns e Cláudio Hummes.

A catedral metropolitana está localizada a poucos passos do Pateo do Collegio, onde São Paulo teve início em 1554, com a missão jesuítica que contou, entre outros, com o padre Manoel da Nóbrega e São José de Anchieta. Entre as casinhas dos indígenas e dos poucos portugueses, erguia-se a primeira capela da cidade. Consta que o terreno onde está situada a atual Catedral da Sé foi doado aos missionários pelo cacique Tibiriçá. A vida da atual metrópole teve início mediante o encontro de povos, raças, culturas e religiões. Esse mesmo encontro e interação marcaram também o seu desenvolvimento. A catedral é testemunha desse encontro. Oxalá siga sendo assim também para o futuro de nossa cidade.

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