Educação errática em São Paulo


Avaliação das escolas estaduais mostra piora da educação paulista em 2023 e inspira dúvidas sobre a natureza e a eficácia das mudanças que o governo tem feito pela aprendizagem

Por Notas & Informações
Atualização:

O Estadão mostrou esta semana que o Estado mais rico do Brasil, onde estão as melhores universidades do País e alguns dos mais renomados especialistas em educação, tem falhado gravemente na formação de seus estudantes. Os resultados da avaliação da rede estadual de São Paulo, o Saresp, demonstram que o desempenho piorou no primeiro ano da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na educação básica: a média dos alunos em 2023, nos anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano), caiu dez pontos em Português e três pontos em Matemática, se comparados a 2022. Também aumentou o número de alunos nos níveis básico e abaixo do básico, considerados insuficientes, enquanto a maioria dos estudantes no 9.º ano não consegue nem localizar os argumentos de um artigo de opinião nem resolver equações de 2.º grau, competências apontadas como adequadas para a série.

Ainda não é possível saber se os números desabonadores de São Paulo seguem uma tendência nacional, se são um (mau) resultado isolado ou qual o patamar relativo em relação ao restante do País. Afinal, a avaliação nacional da educação básica de 2023 ainda não foi divulgada pelo Ministério da Educação. À essa altura, no entanto, isso importa menos. É mais grave saber que, passado o vendaval da pandemia de covid-19 (quando o Brasil foi o País que mais tempo deixou as escolas fechadas, causando prejuízos incalculáveis para a aprendizagem de crianças e jovens), São Paulo não apenas não conseguiu voltar aos padrões pré-pandemia, como viu seus números se agravarem: por aqui, os resultados voltaram a patamares de dez anos atrás e ainda são piores do que os registrados imediatamente após a pandemia.

Como afirmaram especialistas insuspeitas ouvidas pela repórter Renata Cafardo, mesmo que outros Estados tenham piorado, São Paulo tinha a obrigação de exibir melhores números – ainda que, como conforme destacou o governo estadual, tenha havido melhora nos anos iniciais do fundamental, uma responsabilidade dos municípios. A inquietação, contudo, vai além dos números. Desde o início do atual mandato, a gestão educacional de São Paulo tem colecionado polêmicas questionáveis. Propostas singulares, de eficácia incerta e típicas de quem deseja selar uma marca própria, somam-se a simples estultices. Exemplo disso foi o empenho do secretário estadual de Educação, Renato Feder, de abolir os livros didáticos tradicionais. Comparando a sala de aula a “uma grande TV” – expressão que usou em entrevista ao Estadão, em agosto do ano passado –, Feder pregou a sua substituição por slides em PowerPoint, convertidos numa espécie de apostila online para que os alunos se saiam bem nas provas.

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Outra “marca” da gestão até aqui foi a ideia, já transformada em lei sancionada pelo governador, de instituir as escolas cívico-militares na rede estadual. Pelo projeto, os municípios ficam autorizados a adotar o modelo em suas próprias redes, além de permitir que policiais militares da reserva possam desenvolver “atividades extracurriculares” nas escolas. Trata-se de um agrado evidente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao bolsonarismo, convictos que são de que a condução pedagógica militar é a mais conveniente para os jovens brasileiros. Para esses saudosos da ditadura, as escolas públicas de hoje são antros de indisciplina e incubadoras de esquerdistas, e só a rigidez militar seria capaz de pôr ordem nessa balbúrdia e instilar valores como respeito à hierarquia e à disciplina.

Em contrapartida, pouco ou nada se viu sobre outras prioridades que reconhecidamente têm efeito positivo sobre a aprendizagem, como o aumento das escolas em tempo integral, o foco na recuperação da aprendizagem abalada pela pandemia e o diálogo com professores e coordenadores das escolas públicas. Em nota, o governo estadual garante que tem realizado “mudanças importantes para melhorar o processo de aprendizagem”. Não há razão para duvidar. O problema a discutir agora é a natureza e a eficácia de tais mudanças, porque, segundo os números apresentados, a qualidade tem sido obliterada por uma estratégia que decididamente não está dando certo.

O Estadão mostrou esta semana que o Estado mais rico do Brasil, onde estão as melhores universidades do País e alguns dos mais renomados especialistas em educação, tem falhado gravemente na formação de seus estudantes. Os resultados da avaliação da rede estadual de São Paulo, o Saresp, demonstram que o desempenho piorou no primeiro ano da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na educação básica: a média dos alunos em 2023, nos anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano), caiu dez pontos em Português e três pontos em Matemática, se comparados a 2022. Também aumentou o número de alunos nos níveis básico e abaixo do básico, considerados insuficientes, enquanto a maioria dos estudantes no 9.º ano não consegue nem localizar os argumentos de um artigo de opinião nem resolver equações de 2.º grau, competências apontadas como adequadas para a série.

Ainda não é possível saber se os números desabonadores de São Paulo seguem uma tendência nacional, se são um (mau) resultado isolado ou qual o patamar relativo em relação ao restante do País. Afinal, a avaliação nacional da educação básica de 2023 ainda não foi divulgada pelo Ministério da Educação. À essa altura, no entanto, isso importa menos. É mais grave saber que, passado o vendaval da pandemia de covid-19 (quando o Brasil foi o País que mais tempo deixou as escolas fechadas, causando prejuízos incalculáveis para a aprendizagem de crianças e jovens), São Paulo não apenas não conseguiu voltar aos padrões pré-pandemia, como viu seus números se agravarem: por aqui, os resultados voltaram a patamares de dez anos atrás e ainda são piores do que os registrados imediatamente após a pandemia.

Como afirmaram especialistas insuspeitas ouvidas pela repórter Renata Cafardo, mesmo que outros Estados tenham piorado, São Paulo tinha a obrigação de exibir melhores números – ainda que, como conforme destacou o governo estadual, tenha havido melhora nos anos iniciais do fundamental, uma responsabilidade dos municípios. A inquietação, contudo, vai além dos números. Desde o início do atual mandato, a gestão educacional de São Paulo tem colecionado polêmicas questionáveis. Propostas singulares, de eficácia incerta e típicas de quem deseja selar uma marca própria, somam-se a simples estultices. Exemplo disso foi o empenho do secretário estadual de Educação, Renato Feder, de abolir os livros didáticos tradicionais. Comparando a sala de aula a “uma grande TV” – expressão que usou em entrevista ao Estadão, em agosto do ano passado –, Feder pregou a sua substituição por slides em PowerPoint, convertidos numa espécie de apostila online para que os alunos se saiam bem nas provas.

Outra “marca” da gestão até aqui foi a ideia, já transformada em lei sancionada pelo governador, de instituir as escolas cívico-militares na rede estadual. Pelo projeto, os municípios ficam autorizados a adotar o modelo em suas próprias redes, além de permitir que policiais militares da reserva possam desenvolver “atividades extracurriculares” nas escolas. Trata-se de um agrado evidente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao bolsonarismo, convictos que são de que a condução pedagógica militar é a mais conveniente para os jovens brasileiros. Para esses saudosos da ditadura, as escolas públicas de hoje são antros de indisciplina e incubadoras de esquerdistas, e só a rigidez militar seria capaz de pôr ordem nessa balbúrdia e instilar valores como respeito à hierarquia e à disciplina.

Em contrapartida, pouco ou nada se viu sobre outras prioridades que reconhecidamente têm efeito positivo sobre a aprendizagem, como o aumento das escolas em tempo integral, o foco na recuperação da aprendizagem abalada pela pandemia e o diálogo com professores e coordenadores das escolas públicas. Em nota, o governo estadual garante que tem realizado “mudanças importantes para melhorar o processo de aprendizagem”. Não há razão para duvidar. O problema a discutir agora é a natureza e a eficácia de tais mudanças, porque, segundo os números apresentados, a qualidade tem sido obliterada por uma estratégia que decididamente não está dando certo.

O Estadão mostrou esta semana que o Estado mais rico do Brasil, onde estão as melhores universidades do País e alguns dos mais renomados especialistas em educação, tem falhado gravemente na formação de seus estudantes. Os resultados da avaliação da rede estadual de São Paulo, o Saresp, demonstram que o desempenho piorou no primeiro ano da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na educação básica: a média dos alunos em 2023, nos anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano), caiu dez pontos em Português e três pontos em Matemática, se comparados a 2022. Também aumentou o número de alunos nos níveis básico e abaixo do básico, considerados insuficientes, enquanto a maioria dos estudantes no 9.º ano não consegue nem localizar os argumentos de um artigo de opinião nem resolver equações de 2.º grau, competências apontadas como adequadas para a série.

Ainda não é possível saber se os números desabonadores de São Paulo seguem uma tendência nacional, se são um (mau) resultado isolado ou qual o patamar relativo em relação ao restante do País. Afinal, a avaliação nacional da educação básica de 2023 ainda não foi divulgada pelo Ministério da Educação. À essa altura, no entanto, isso importa menos. É mais grave saber que, passado o vendaval da pandemia de covid-19 (quando o Brasil foi o País que mais tempo deixou as escolas fechadas, causando prejuízos incalculáveis para a aprendizagem de crianças e jovens), São Paulo não apenas não conseguiu voltar aos padrões pré-pandemia, como viu seus números se agravarem: por aqui, os resultados voltaram a patamares de dez anos atrás e ainda são piores do que os registrados imediatamente após a pandemia.

Como afirmaram especialistas insuspeitas ouvidas pela repórter Renata Cafardo, mesmo que outros Estados tenham piorado, São Paulo tinha a obrigação de exibir melhores números – ainda que, como conforme destacou o governo estadual, tenha havido melhora nos anos iniciais do fundamental, uma responsabilidade dos municípios. A inquietação, contudo, vai além dos números. Desde o início do atual mandato, a gestão educacional de São Paulo tem colecionado polêmicas questionáveis. Propostas singulares, de eficácia incerta e típicas de quem deseja selar uma marca própria, somam-se a simples estultices. Exemplo disso foi o empenho do secretário estadual de Educação, Renato Feder, de abolir os livros didáticos tradicionais. Comparando a sala de aula a “uma grande TV” – expressão que usou em entrevista ao Estadão, em agosto do ano passado –, Feder pregou a sua substituição por slides em PowerPoint, convertidos numa espécie de apostila online para que os alunos se saiam bem nas provas.

Outra “marca” da gestão até aqui foi a ideia, já transformada em lei sancionada pelo governador, de instituir as escolas cívico-militares na rede estadual. Pelo projeto, os municípios ficam autorizados a adotar o modelo em suas próprias redes, além de permitir que policiais militares da reserva possam desenvolver “atividades extracurriculares” nas escolas. Trata-se de um agrado evidente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao bolsonarismo, convictos que são de que a condução pedagógica militar é a mais conveniente para os jovens brasileiros. Para esses saudosos da ditadura, as escolas públicas de hoje são antros de indisciplina e incubadoras de esquerdistas, e só a rigidez militar seria capaz de pôr ordem nessa balbúrdia e instilar valores como respeito à hierarquia e à disciplina.

Em contrapartida, pouco ou nada se viu sobre outras prioridades que reconhecidamente têm efeito positivo sobre a aprendizagem, como o aumento das escolas em tempo integral, o foco na recuperação da aprendizagem abalada pela pandemia e o diálogo com professores e coordenadores das escolas públicas. Em nota, o governo estadual garante que tem realizado “mudanças importantes para melhorar o processo de aprendizagem”. Não há razão para duvidar. O problema a discutir agora é a natureza e a eficácia de tais mudanças, porque, segundo os números apresentados, a qualidade tem sido obliterada por uma estratégia que decididamente não está dando certo.

O Estadão mostrou esta semana que o Estado mais rico do Brasil, onde estão as melhores universidades do País e alguns dos mais renomados especialistas em educação, tem falhado gravemente na formação de seus estudantes. Os resultados da avaliação da rede estadual de São Paulo, o Saresp, demonstram que o desempenho piorou no primeiro ano da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na educação básica: a média dos alunos em 2023, nos anos finais do ensino fundamental (do 6.º ao 9.º ano), caiu dez pontos em Português e três pontos em Matemática, se comparados a 2022. Também aumentou o número de alunos nos níveis básico e abaixo do básico, considerados insuficientes, enquanto a maioria dos estudantes no 9.º ano não consegue nem localizar os argumentos de um artigo de opinião nem resolver equações de 2.º grau, competências apontadas como adequadas para a série.

Ainda não é possível saber se os números desabonadores de São Paulo seguem uma tendência nacional, se são um (mau) resultado isolado ou qual o patamar relativo em relação ao restante do País. Afinal, a avaliação nacional da educação básica de 2023 ainda não foi divulgada pelo Ministério da Educação. À essa altura, no entanto, isso importa menos. É mais grave saber que, passado o vendaval da pandemia de covid-19 (quando o Brasil foi o País que mais tempo deixou as escolas fechadas, causando prejuízos incalculáveis para a aprendizagem de crianças e jovens), São Paulo não apenas não conseguiu voltar aos padrões pré-pandemia, como viu seus números se agravarem: por aqui, os resultados voltaram a patamares de dez anos atrás e ainda são piores do que os registrados imediatamente após a pandemia.

Como afirmaram especialistas insuspeitas ouvidas pela repórter Renata Cafardo, mesmo que outros Estados tenham piorado, São Paulo tinha a obrigação de exibir melhores números – ainda que, como conforme destacou o governo estadual, tenha havido melhora nos anos iniciais do fundamental, uma responsabilidade dos municípios. A inquietação, contudo, vai além dos números. Desde o início do atual mandato, a gestão educacional de São Paulo tem colecionado polêmicas questionáveis. Propostas singulares, de eficácia incerta e típicas de quem deseja selar uma marca própria, somam-se a simples estultices. Exemplo disso foi o empenho do secretário estadual de Educação, Renato Feder, de abolir os livros didáticos tradicionais. Comparando a sala de aula a “uma grande TV” – expressão que usou em entrevista ao Estadão, em agosto do ano passado –, Feder pregou a sua substituição por slides em PowerPoint, convertidos numa espécie de apostila online para que os alunos se saiam bem nas provas.

Outra “marca” da gestão até aqui foi a ideia, já transformada em lei sancionada pelo governador, de instituir as escolas cívico-militares na rede estadual. Pelo projeto, os municípios ficam autorizados a adotar o modelo em suas próprias redes, além de permitir que policiais militares da reserva possam desenvolver “atividades extracurriculares” nas escolas. Trata-se de um agrado evidente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao bolsonarismo, convictos que são de que a condução pedagógica militar é a mais conveniente para os jovens brasileiros. Para esses saudosos da ditadura, as escolas públicas de hoje são antros de indisciplina e incubadoras de esquerdistas, e só a rigidez militar seria capaz de pôr ordem nessa balbúrdia e instilar valores como respeito à hierarquia e à disciplina.

Em contrapartida, pouco ou nada se viu sobre outras prioridades que reconhecidamente têm efeito positivo sobre a aprendizagem, como o aumento das escolas em tempo integral, o foco na recuperação da aprendizagem abalada pela pandemia e o diálogo com professores e coordenadores das escolas públicas. Em nota, o governo estadual garante que tem realizado “mudanças importantes para melhorar o processo de aprendizagem”. Não há razão para duvidar. O problema a discutir agora é a natureza e a eficácia de tais mudanças, porque, segundo os números apresentados, a qualidade tem sido obliterada por uma estratégia que decididamente não está dando certo.

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