Opinião|A vitória de Trump e seus impactos na transição energética global


Apesar dos desafios impostos pelas políticas de Trump, o avanço das energias renováveis e o compromisso com a descarbonização do setor energético mundial continuam sendo prioridades globais

Por Jonathan Colombo

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA trouxe um novo foco para a política energética do país, com a promessa de intensificar a produção de petróleo e gás, distanciando-se das políticas de combate às mudanças climáticas. Uma das principais propostas de sua campanha foi reverter ou enfraquecer iniciativas-chave do governo de Joe Biden, como a Inflation Reduction Act (IRA), sancionada em 2022. A IRA assegurou uma década de subsídios e incentivos para projetos de energia limpa, com especial ênfase na descarbonização do setor elétrico até 2035. Trump, por sua vez, criticou a lei, chamando-a de um “New Deal Verde Socialista”, e prometeu eliminar ou reduzir substancialmente os incentivos federais para fontes de energia renovável.

No entanto, apesar de seus esforços para enfraquecer o crescimento das energias renováveis, é improvável que Trump consiga reverter de maneira significativa a tendência de expansão desse setor. O apoio de Estados republicanos, investidores e empresas dedicadas às energias limpas provavelmente sustentará o avanço das energias renováveis, independentemente das políticas federais. Além disso, o mercado global, os avanços tecnológicos e a crescente pressão da sociedade civil tendem a ser fatores mais determinantes para o futuro da produção de energia nos EUA do que as políticas presidenciais. Embora Trump possa tentar reduzir o ritmo de crescimento de tecnologias renováveis – dificultando concessões federais ou o trabalho das agências responsáveis por subsídios e empréstimos –, a transição energética global provavelmente seguirá em frente, impulsionada pela demanda e pelos investimentos.

No campo da energia eólica, Trump já manifestou sua intenção de restringir o desenvolvimento de parques eólicos offshore, citando altos custos e impactos ambientais. No entanto, o avanço das energias limpas, combinado com o progresso tecnológico e os investimentos privados, pode neutralizar essas tentativas de retroceder no setor. As tensões comerciais, por sua vez, desempenham um papel significativo neste cenário. Durante seu mandato, Trump impôs tarifas severas sobre produtos chineses, e as tensões comerciais entre os dois países não diminuíram sob a administração de Joe Biden. A possibilidade de novas tarifas rigorosas sobre a importação de veículos elétricos (EVs), baterias para EVs e células solares afeta diretamente as ações de empresas do setor.

continua após a publicidade

Nas primeiras horas após sua vitória, o impacto desta nova fase política foi palpável. As ações de empresas de energia renovável caíram drasticamente, especialmente na Europa, enquanto investidores de energia eólica e outras fontes renováveis começaram a refletir sobre o impacto de um possível segundo mandato de Trump. O ex-presidente, que havia chamado a energia eólica de “besteira” e prometido interromper o desenvolvimento de turbinas offshore “no primeiro dia” de sua reeleição, gerou incertezas no mercado. As perspectivas de um retrocesso na política de energias renováveis, com políticas protecionistas, alimentaram essas reações negativas.

Apesar dos desafios impostos pelas políticas de Trump, o avanço das energias renováveis e o compromisso com a descarbonização do setor energético mundial continuam sendo prioridades globais. O mercado, os investimentos privados e a crescente conscientização pública seguirão sendo forças poderosas que impulsionarão a transição energética, independentemente da atitude presidencial. Enquanto as políticas de Trump podem afetar temporariamente o ritmo de crescimento, as tendências globais de sustentabilidade, inovação tecnológica e a pressão por uma transição energética justa permanecem fatores fundamentais para a construção de um futuro energético mais limpo e sustentável.

*

continua após a publicidade

ENGENHEIRO ELÉTRICO, PROFESSOR DO MBA EM ESG DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA DA FGV, É CONSULTOR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MENTOR DE STARTUPS ALINHADAS A MODELOS DE NEGÓCIO E PRÁTICAS ESG

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA trouxe um novo foco para a política energética do país, com a promessa de intensificar a produção de petróleo e gás, distanciando-se das políticas de combate às mudanças climáticas. Uma das principais propostas de sua campanha foi reverter ou enfraquecer iniciativas-chave do governo de Joe Biden, como a Inflation Reduction Act (IRA), sancionada em 2022. A IRA assegurou uma década de subsídios e incentivos para projetos de energia limpa, com especial ênfase na descarbonização do setor elétrico até 2035. Trump, por sua vez, criticou a lei, chamando-a de um “New Deal Verde Socialista”, e prometeu eliminar ou reduzir substancialmente os incentivos federais para fontes de energia renovável.

No entanto, apesar de seus esforços para enfraquecer o crescimento das energias renováveis, é improvável que Trump consiga reverter de maneira significativa a tendência de expansão desse setor. O apoio de Estados republicanos, investidores e empresas dedicadas às energias limpas provavelmente sustentará o avanço das energias renováveis, independentemente das políticas federais. Além disso, o mercado global, os avanços tecnológicos e a crescente pressão da sociedade civil tendem a ser fatores mais determinantes para o futuro da produção de energia nos EUA do que as políticas presidenciais. Embora Trump possa tentar reduzir o ritmo de crescimento de tecnologias renováveis – dificultando concessões federais ou o trabalho das agências responsáveis por subsídios e empréstimos –, a transição energética global provavelmente seguirá em frente, impulsionada pela demanda e pelos investimentos.

No campo da energia eólica, Trump já manifestou sua intenção de restringir o desenvolvimento de parques eólicos offshore, citando altos custos e impactos ambientais. No entanto, o avanço das energias limpas, combinado com o progresso tecnológico e os investimentos privados, pode neutralizar essas tentativas de retroceder no setor. As tensões comerciais, por sua vez, desempenham um papel significativo neste cenário. Durante seu mandato, Trump impôs tarifas severas sobre produtos chineses, e as tensões comerciais entre os dois países não diminuíram sob a administração de Joe Biden. A possibilidade de novas tarifas rigorosas sobre a importação de veículos elétricos (EVs), baterias para EVs e células solares afeta diretamente as ações de empresas do setor.

Nas primeiras horas após sua vitória, o impacto desta nova fase política foi palpável. As ações de empresas de energia renovável caíram drasticamente, especialmente na Europa, enquanto investidores de energia eólica e outras fontes renováveis começaram a refletir sobre o impacto de um possível segundo mandato de Trump. O ex-presidente, que havia chamado a energia eólica de “besteira” e prometido interromper o desenvolvimento de turbinas offshore “no primeiro dia” de sua reeleição, gerou incertezas no mercado. As perspectivas de um retrocesso na política de energias renováveis, com políticas protecionistas, alimentaram essas reações negativas.

Apesar dos desafios impostos pelas políticas de Trump, o avanço das energias renováveis e o compromisso com a descarbonização do setor energético mundial continuam sendo prioridades globais. O mercado, os investimentos privados e a crescente conscientização pública seguirão sendo forças poderosas que impulsionarão a transição energética, independentemente da atitude presidencial. Enquanto as políticas de Trump podem afetar temporariamente o ritmo de crescimento, as tendências globais de sustentabilidade, inovação tecnológica e a pressão por uma transição energética justa permanecem fatores fundamentais para a construção de um futuro energético mais limpo e sustentável.

*

ENGENHEIRO ELÉTRICO, PROFESSOR DO MBA EM ESG DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA DA FGV, É CONSULTOR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MENTOR DE STARTUPS ALINHADAS A MODELOS DE NEGÓCIO E PRÁTICAS ESG

A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA trouxe um novo foco para a política energética do país, com a promessa de intensificar a produção de petróleo e gás, distanciando-se das políticas de combate às mudanças climáticas. Uma das principais propostas de sua campanha foi reverter ou enfraquecer iniciativas-chave do governo de Joe Biden, como a Inflation Reduction Act (IRA), sancionada em 2022. A IRA assegurou uma década de subsídios e incentivos para projetos de energia limpa, com especial ênfase na descarbonização do setor elétrico até 2035. Trump, por sua vez, criticou a lei, chamando-a de um “New Deal Verde Socialista”, e prometeu eliminar ou reduzir substancialmente os incentivos federais para fontes de energia renovável.

No entanto, apesar de seus esforços para enfraquecer o crescimento das energias renováveis, é improvável que Trump consiga reverter de maneira significativa a tendência de expansão desse setor. O apoio de Estados republicanos, investidores e empresas dedicadas às energias limpas provavelmente sustentará o avanço das energias renováveis, independentemente das políticas federais. Além disso, o mercado global, os avanços tecnológicos e a crescente pressão da sociedade civil tendem a ser fatores mais determinantes para o futuro da produção de energia nos EUA do que as políticas presidenciais. Embora Trump possa tentar reduzir o ritmo de crescimento de tecnologias renováveis – dificultando concessões federais ou o trabalho das agências responsáveis por subsídios e empréstimos –, a transição energética global provavelmente seguirá em frente, impulsionada pela demanda e pelos investimentos.

No campo da energia eólica, Trump já manifestou sua intenção de restringir o desenvolvimento de parques eólicos offshore, citando altos custos e impactos ambientais. No entanto, o avanço das energias limpas, combinado com o progresso tecnológico e os investimentos privados, pode neutralizar essas tentativas de retroceder no setor. As tensões comerciais, por sua vez, desempenham um papel significativo neste cenário. Durante seu mandato, Trump impôs tarifas severas sobre produtos chineses, e as tensões comerciais entre os dois países não diminuíram sob a administração de Joe Biden. A possibilidade de novas tarifas rigorosas sobre a importação de veículos elétricos (EVs), baterias para EVs e células solares afeta diretamente as ações de empresas do setor.

Nas primeiras horas após sua vitória, o impacto desta nova fase política foi palpável. As ações de empresas de energia renovável caíram drasticamente, especialmente na Europa, enquanto investidores de energia eólica e outras fontes renováveis começaram a refletir sobre o impacto de um possível segundo mandato de Trump. O ex-presidente, que havia chamado a energia eólica de “besteira” e prometido interromper o desenvolvimento de turbinas offshore “no primeiro dia” de sua reeleição, gerou incertezas no mercado. As perspectivas de um retrocesso na política de energias renováveis, com políticas protecionistas, alimentaram essas reações negativas.

Apesar dos desafios impostos pelas políticas de Trump, o avanço das energias renováveis e o compromisso com a descarbonização do setor energético mundial continuam sendo prioridades globais. O mercado, os investimentos privados e a crescente conscientização pública seguirão sendo forças poderosas que impulsionarão a transição energética, independentemente da atitude presidencial. Enquanto as políticas de Trump podem afetar temporariamente o ritmo de crescimento, as tendências globais de sustentabilidade, inovação tecnológica e a pressão por uma transição energética justa permanecem fatores fundamentais para a construção de um futuro energético mais limpo e sustentável.

*

ENGENHEIRO ELÉTRICO, PROFESSOR DO MBA EM ESG DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA DA FGV, É CONSULTOR PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MENTOR DE STARTUPS ALINHADAS A MODELOS DE NEGÓCIO E PRÁTICAS ESG

Opinião por Jonathan Colombo

Engenheiro elétrico, professor do MBA em ESG de Mudanças Climáticas e Transição Energética da FGV, é consultor para o desenvolvimento sustentável e mentor de startups alinhadas a modelos de negócio e práticas ESG

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.