Opinião|Com Trump, agro precisa se mostrar competitivo


A eleição presidencial americana pode impactar o agronegócio brasileiro, mas o futuro do setor depende das escolhas que o Brasil fará para se adaptar e crescer

Por Patrícia Arantes de Paiva Medeiros

O agronegócio brasileiro encontra-se em um momento decisivo. A demanda por alimentos e insumos sustentáveis continua crescendo, e o setor, com sua vasta capacidade produtiva, deve aproveitar essa oportunidade. Como maior exportador mundial de café verde, carne bovina, frango in natura, celulose, soja em grão e açúcar, o Brasil ultrapassou os EUA na liderança do mercado de milho e algodão. Mais de 70% da soja que entra na China foi produzida aqui.

A desvalorização do real em relação ao dólar e os investimentos em infraestrutura e logística são outros fatores que intensificam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. Temos aumentado a produtividade e aperfeiçoado a tecnologia de plantio direto, de irrigação e de melhoramento genético, podendo colher até três safras por ano.

Os EUA também dominam técnicas produtivas, mas as quebras de safra por conta de reveses climáticos, da agressividade da China no mercado global e dos conflitos entre Rússia e Ucrânia impactam mais os norte-americanos. Assim como aqui, os produtores rurais nos EUA têm custos altos para adquirir equipamentos, fertilizantes, sementes e químicos.

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Desde a campanha presidencial, Donald Trump indica que o setor receberá mais recursos com juros subsidiados via Farm Bill (tal como fazemos aqui com o Plano Safra, mas os EUA garantem previsibilidade por dez anos, enquanto nós temos embates anuais). Protecionismo econômico (principalmente contra a China) e um suposto “alívio” nas restrições ambientais devem ser estratégias para auxiliar o agro nos Estados Unidos. Questiona-se: como ficarão os temas de transição energética em que o Brasil é o principal player? Em 2023, EUA, Brasil e Índia trabalharam para a criação da Aliança Global para Biocombustíveis. A iniciativa foi lançada na cúpula do G-20 e, como maior emissor de carbono do mundo, para os EUA interessa que o tema avance.

Embora tenhamos que nos atentar ao ocupante do cargo político mais importante do mundo, temos todas as condições de trabalharmos para abocanhar mais uma fatia no mercado global. Como fazer isso? Passando por cinco medidas: inovação, sustentabilidade, diplomacia econômica, diversificação de mercados e apoio aos pequenos produtores. Podemos intensificar investimentos em tecnologias de precisão, biotecnologia e agricultura regenerativa, o que é essencial para atrair mercados mais exigentes, como os da União Europeia, que pagam por práticas sustentáveis e rastreabilidade dos produtos agrícolas. Investimentos em tecnologia de precisão, como uso de drones para monitoramento e controle de pragas, podem elevar a produtividade, ao mesmo tempo em que reduzem o uso de insumos e melhoram a qualidade final dos produtos.

A sustentabilidade é mais do que uma exigência de mercado, é uma poderosa vantagem competitiva. A implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas e o plantio direto, torna o setor mais competitivo e capaz de atender às exigências globais. O agro brasileiro pode liderar essa transformação ao praticar compromissos claros em relação a emissões de carbono e ao desmatamento ilegal, agregando valor à marca do Brasil como fornecedor confiável de alimentos sustentáveis.

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A dependência de mercados tradicionais pode representar um risco diante de mudanças nas políticas comerciais dos EUA e da China. Diversificar mercados e produtos é a chave para o sucesso econômico. Expansão para mercados emergentes na Ásia, Oriente Médio e África pode ser uma estratégia viável para evitar gargalos comerciais e volatilidade nos preços.

O Brasil precisa intensificar sua diplomacia econômica para negociar acordos comerciais que beneficiem o agronegócio e reduzam barreiras tarifárias e não tarifárias. O novo governo dos EUA pode apresentar desafios e diálogo, e é essencial construir relações que beneficiem o setor, gerando cooperação. A Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa ser resgatada para o ambiente de comércio justo e previsível.

O fortalecimento do agronegócio brasileiro passa, ainda, pelo apoio aos pequenos e médios produtores, que representam parcela destacada no setor. Financiamentos adequados e assistência técnica ajudam produtores a adotarem tecnologias sustentáveis, aumentando sua competitividade. Integrar pequenos e médios produtores na cadeia global, através de consórcios de exportação, pode criar uma rede mais robusta e diversificada de produtos, ajudando o País a se consolidar como um player global.

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A eleição presidencial americana pode impactar o agro, mas o futuro do setor depende, sobretudo, das escolhas que o próprio Brasil fará para se adaptar e crescer. Com inovação, sustentabilidade, diversificação de mercados e fortalecimento de políticas comerciais, teremos a liderança para o protagonismo global. Agora é o momento de transformar desafios em oportunidades e consolidar nossa produção no mundo.

*

ADVOGADA, É DIRETORA-EXECUTIVA DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

O agronegócio brasileiro encontra-se em um momento decisivo. A demanda por alimentos e insumos sustentáveis continua crescendo, e o setor, com sua vasta capacidade produtiva, deve aproveitar essa oportunidade. Como maior exportador mundial de café verde, carne bovina, frango in natura, celulose, soja em grão e açúcar, o Brasil ultrapassou os EUA na liderança do mercado de milho e algodão. Mais de 70% da soja que entra na China foi produzida aqui.

A desvalorização do real em relação ao dólar e os investimentos em infraestrutura e logística são outros fatores que intensificam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. Temos aumentado a produtividade e aperfeiçoado a tecnologia de plantio direto, de irrigação e de melhoramento genético, podendo colher até três safras por ano.

Os EUA também dominam técnicas produtivas, mas as quebras de safra por conta de reveses climáticos, da agressividade da China no mercado global e dos conflitos entre Rússia e Ucrânia impactam mais os norte-americanos. Assim como aqui, os produtores rurais nos EUA têm custos altos para adquirir equipamentos, fertilizantes, sementes e químicos.

Desde a campanha presidencial, Donald Trump indica que o setor receberá mais recursos com juros subsidiados via Farm Bill (tal como fazemos aqui com o Plano Safra, mas os EUA garantem previsibilidade por dez anos, enquanto nós temos embates anuais). Protecionismo econômico (principalmente contra a China) e um suposto “alívio” nas restrições ambientais devem ser estratégias para auxiliar o agro nos Estados Unidos. Questiona-se: como ficarão os temas de transição energética em que o Brasil é o principal player? Em 2023, EUA, Brasil e Índia trabalharam para a criação da Aliança Global para Biocombustíveis. A iniciativa foi lançada na cúpula do G-20 e, como maior emissor de carbono do mundo, para os EUA interessa que o tema avance.

Embora tenhamos que nos atentar ao ocupante do cargo político mais importante do mundo, temos todas as condições de trabalharmos para abocanhar mais uma fatia no mercado global. Como fazer isso? Passando por cinco medidas: inovação, sustentabilidade, diplomacia econômica, diversificação de mercados e apoio aos pequenos produtores. Podemos intensificar investimentos em tecnologias de precisão, biotecnologia e agricultura regenerativa, o que é essencial para atrair mercados mais exigentes, como os da União Europeia, que pagam por práticas sustentáveis e rastreabilidade dos produtos agrícolas. Investimentos em tecnologia de precisão, como uso de drones para monitoramento e controle de pragas, podem elevar a produtividade, ao mesmo tempo em que reduzem o uso de insumos e melhoram a qualidade final dos produtos.

A sustentabilidade é mais do que uma exigência de mercado, é uma poderosa vantagem competitiva. A implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas e o plantio direto, torna o setor mais competitivo e capaz de atender às exigências globais. O agro brasileiro pode liderar essa transformação ao praticar compromissos claros em relação a emissões de carbono e ao desmatamento ilegal, agregando valor à marca do Brasil como fornecedor confiável de alimentos sustentáveis.

A dependência de mercados tradicionais pode representar um risco diante de mudanças nas políticas comerciais dos EUA e da China. Diversificar mercados e produtos é a chave para o sucesso econômico. Expansão para mercados emergentes na Ásia, Oriente Médio e África pode ser uma estratégia viável para evitar gargalos comerciais e volatilidade nos preços.

O Brasil precisa intensificar sua diplomacia econômica para negociar acordos comerciais que beneficiem o agronegócio e reduzam barreiras tarifárias e não tarifárias. O novo governo dos EUA pode apresentar desafios e diálogo, e é essencial construir relações que beneficiem o setor, gerando cooperação. A Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa ser resgatada para o ambiente de comércio justo e previsível.

O fortalecimento do agronegócio brasileiro passa, ainda, pelo apoio aos pequenos e médios produtores, que representam parcela destacada no setor. Financiamentos adequados e assistência técnica ajudam produtores a adotarem tecnologias sustentáveis, aumentando sua competitividade. Integrar pequenos e médios produtores na cadeia global, através de consórcios de exportação, pode criar uma rede mais robusta e diversificada de produtos, ajudando o País a se consolidar como um player global.

A eleição presidencial americana pode impactar o agro, mas o futuro do setor depende, sobretudo, das escolhas que o próprio Brasil fará para se adaptar e crescer. Com inovação, sustentabilidade, diversificação de mercados e fortalecimento de políticas comerciais, teremos a liderança para o protagonismo global. Agora é o momento de transformar desafios em oportunidades e consolidar nossa produção no mundo.

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ADVOGADA, É DIRETORA-EXECUTIVA DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

O agronegócio brasileiro encontra-se em um momento decisivo. A demanda por alimentos e insumos sustentáveis continua crescendo, e o setor, com sua vasta capacidade produtiva, deve aproveitar essa oportunidade. Como maior exportador mundial de café verde, carne bovina, frango in natura, celulose, soja em grão e açúcar, o Brasil ultrapassou os EUA na liderança do mercado de milho e algodão. Mais de 70% da soja que entra na China foi produzida aqui.

A desvalorização do real em relação ao dólar e os investimentos em infraestrutura e logística são outros fatores que intensificam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. Temos aumentado a produtividade e aperfeiçoado a tecnologia de plantio direto, de irrigação e de melhoramento genético, podendo colher até três safras por ano.

Os EUA também dominam técnicas produtivas, mas as quebras de safra por conta de reveses climáticos, da agressividade da China no mercado global e dos conflitos entre Rússia e Ucrânia impactam mais os norte-americanos. Assim como aqui, os produtores rurais nos EUA têm custos altos para adquirir equipamentos, fertilizantes, sementes e químicos.

Desde a campanha presidencial, Donald Trump indica que o setor receberá mais recursos com juros subsidiados via Farm Bill (tal como fazemos aqui com o Plano Safra, mas os EUA garantem previsibilidade por dez anos, enquanto nós temos embates anuais). Protecionismo econômico (principalmente contra a China) e um suposto “alívio” nas restrições ambientais devem ser estratégias para auxiliar o agro nos Estados Unidos. Questiona-se: como ficarão os temas de transição energética em que o Brasil é o principal player? Em 2023, EUA, Brasil e Índia trabalharam para a criação da Aliança Global para Biocombustíveis. A iniciativa foi lançada na cúpula do G-20 e, como maior emissor de carbono do mundo, para os EUA interessa que o tema avance.

Embora tenhamos que nos atentar ao ocupante do cargo político mais importante do mundo, temos todas as condições de trabalharmos para abocanhar mais uma fatia no mercado global. Como fazer isso? Passando por cinco medidas: inovação, sustentabilidade, diplomacia econômica, diversificação de mercados e apoio aos pequenos produtores. Podemos intensificar investimentos em tecnologias de precisão, biotecnologia e agricultura regenerativa, o que é essencial para atrair mercados mais exigentes, como os da União Europeia, que pagam por práticas sustentáveis e rastreabilidade dos produtos agrícolas. Investimentos em tecnologia de precisão, como uso de drones para monitoramento e controle de pragas, podem elevar a produtividade, ao mesmo tempo em que reduzem o uso de insumos e melhoram a qualidade final dos produtos.

A sustentabilidade é mais do que uma exigência de mercado, é uma poderosa vantagem competitiva. A implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas e o plantio direto, torna o setor mais competitivo e capaz de atender às exigências globais. O agro brasileiro pode liderar essa transformação ao praticar compromissos claros em relação a emissões de carbono e ao desmatamento ilegal, agregando valor à marca do Brasil como fornecedor confiável de alimentos sustentáveis.

A dependência de mercados tradicionais pode representar um risco diante de mudanças nas políticas comerciais dos EUA e da China. Diversificar mercados e produtos é a chave para o sucesso econômico. Expansão para mercados emergentes na Ásia, Oriente Médio e África pode ser uma estratégia viável para evitar gargalos comerciais e volatilidade nos preços.

O Brasil precisa intensificar sua diplomacia econômica para negociar acordos comerciais que beneficiem o agronegócio e reduzam barreiras tarifárias e não tarifárias. O novo governo dos EUA pode apresentar desafios e diálogo, e é essencial construir relações que beneficiem o setor, gerando cooperação. A Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa ser resgatada para o ambiente de comércio justo e previsível.

O fortalecimento do agronegócio brasileiro passa, ainda, pelo apoio aos pequenos e médios produtores, que representam parcela destacada no setor. Financiamentos adequados e assistência técnica ajudam produtores a adotarem tecnologias sustentáveis, aumentando sua competitividade. Integrar pequenos e médios produtores na cadeia global, através de consórcios de exportação, pode criar uma rede mais robusta e diversificada de produtos, ajudando o País a se consolidar como um player global.

A eleição presidencial americana pode impactar o agro, mas o futuro do setor depende, sobretudo, das escolhas que o próprio Brasil fará para se adaptar e crescer. Com inovação, sustentabilidade, diversificação de mercados e fortalecimento de políticas comerciais, teremos a liderança para o protagonismo global. Agora é o momento de transformar desafios em oportunidades e consolidar nossa produção no mundo.

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ADVOGADA, É DIRETORA-EXECUTIVA DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

O agronegócio brasileiro encontra-se em um momento decisivo. A demanda por alimentos e insumos sustentáveis continua crescendo, e o setor, com sua vasta capacidade produtiva, deve aproveitar essa oportunidade. Como maior exportador mundial de café verde, carne bovina, frango in natura, celulose, soja em grão e açúcar, o Brasil ultrapassou os EUA na liderança do mercado de milho e algodão. Mais de 70% da soja que entra na China foi produzida aqui.

A desvalorização do real em relação ao dólar e os investimentos em infraestrutura e logística são outros fatores que intensificam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. Temos aumentado a produtividade e aperfeiçoado a tecnologia de plantio direto, de irrigação e de melhoramento genético, podendo colher até três safras por ano.

Os EUA também dominam técnicas produtivas, mas as quebras de safra por conta de reveses climáticos, da agressividade da China no mercado global e dos conflitos entre Rússia e Ucrânia impactam mais os norte-americanos. Assim como aqui, os produtores rurais nos EUA têm custos altos para adquirir equipamentos, fertilizantes, sementes e químicos.

Desde a campanha presidencial, Donald Trump indica que o setor receberá mais recursos com juros subsidiados via Farm Bill (tal como fazemos aqui com o Plano Safra, mas os EUA garantem previsibilidade por dez anos, enquanto nós temos embates anuais). Protecionismo econômico (principalmente contra a China) e um suposto “alívio” nas restrições ambientais devem ser estratégias para auxiliar o agro nos Estados Unidos. Questiona-se: como ficarão os temas de transição energética em que o Brasil é o principal player? Em 2023, EUA, Brasil e Índia trabalharam para a criação da Aliança Global para Biocombustíveis. A iniciativa foi lançada na cúpula do G-20 e, como maior emissor de carbono do mundo, para os EUA interessa que o tema avance.

Embora tenhamos que nos atentar ao ocupante do cargo político mais importante do mundo, temos todas as condições de trabalharmos para abocanhar mais uma fatia no mercado global. Como fazer isso? Passando por cinco medidas: inovação, sustentabilidade, diplomacia econômica, diversificação de mercados e apoio aos pequenos produtores. Podemos intensificar investimentos em tecnologias de precisão, biotecnologia e agricultura regenerativa, o que é essencial para atrair mercados mais exigentes, como os da União Europeia, que pagam por práticas sustentáveis e rastreabilidade dos produtos agrícolas. Investimentos em tecnologia de precisão, como uso de drones para monitoramento e controle de pragas, podem elevar a produtividade, ao mesmo tempo em que reduzem o uso de insumos e melhoram a qualidade final dos produtos.

A sustentabilidade é mais do que uma exigência de mercado, é uma poderosa vantagem competitiva. A implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas e o plantio direto, torna o setor mais competitivo e capaz de atender às exigências globais. O agro brasileiro pode liderar essa transformação ao praticar compromissos claros em relação a emissões de carbono e ao desmatamento ilegal, agregando valor à marca do Brasil como fornecedor confiável de alimentos sustentáveis.

A dependência de mercados tradicionais pode representar um risco diante de mudanças nas políticas comerciais dos EUA e da China. Diversificar mercados e produtos é a chave para o sucesso econômico. Expansão para mercados emergentes na Ásia, Oriente Médio e África pode ser uma estratégia viável para evitar gargalos comerciais e volatilidade nos preços.

O Brasil precisa intensificar sua diplomacia econômica para negociar acordos comerciais que beneficiem o agronegócio e reduzam barreiras tarifárias e não tarifárias. O novo governo dos EUA pode apresentar desafios e diálogo, e é essencial construir relações que beneficiem o setor, gerando cooperação. A Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa ser resgatada para o ambiente de comércio justo e previsível.

O fortalecimento do agronegócio brasileiro passa, ainda, pelo apoio aos pequenos e médios produtores, que representam parcela destacada no setor. Financiamentos adequados e assistência técnica ajudam produtores a adotarem tecnologias sustentáveis, aumentando sua competitividade. Integrar pequenos e médios produtores na cadeia global, através de consórcios de exportação, pode criar uma rede mais robusta e diversificada de produtos, ajudando o País a se consolidar como um player global.

A eleição presidencial americana pode impactar o agro, mas o futuro do setor depende, sobretudo, das escolhas que o próprio Brasil fará para se adaptar e crescer. Com inovação, sustentabilidade, diversificação de mercados e fortalecimento de políticas comerciais, teremos a liderança para o protagonismo global. Agora é o momento de transformar desafios em oportunidades e consolidar nossa produção no mundo.

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ADVOGADA, É DIRETORA-EXECUTIVA DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

O agronegócio brasileiro encontra-se em um momento decisivo. A demanda por alimentos e insumos sustentáveis continua crescendo, e o setor, com sua vasta capacidade produtiva, deve aproveitar essa oportunidade. Como maior exportador mundial de café verde, carne bovina, frango in natura, celulose, soja em grão e açúcar, o Brasil ultrapassou os EUA na liderança do mercado de milho e algodão. Mais de 70% da soja que entra na China foi produzida aqui.

A desvalorização do real em relação ao dólar e os investimentos em infraestrutura e logística são outros fatores que intensificam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. Temos aumentado a produtividade e aperfeiçoado a tecnologia de plantio direto, de irrigação e de melhoramento genético, podendo colher até três safras por ano.

Os EUA também dominam técnicas produtivas, mas as quebras de safra por conta de reveses climáticos, da agressividade da China no mercado global e dos conflitos entre Rússia e Ucrânia impactam mais os norte-americanos. Assim como aqui, os produtores rurais nos EUA têm custos altos para adquirir equipamentos, fertilizantes, sementes e químicos.

Desde a campanha presidencial, Donald Trump indica que o setor receberá mais recursos com juros subsidiados via Farm Bill (tal como fazemos aqui com o Plano Safra, mas os EUA garantem previsibilidade por dez anos, enquanto nós temos embates anuais). Protecionismo econômico (principalmente contra a China) e um suposto “alívio” nas restrições ambientais devem ser estratégias para auxiliar o agro nos Estados Unidos. Questiona-se: como ficarão os temas de transição energética em que o Brasil é o principal player? Em 2023, EUA, Brasil e Índia trabalharam para a criação da Aliança Global para Biocombustíveis. A iniciativa foi lançada na cúpula do G-20 e, como maior emissor de carbono do mundo, para os EUA interessa que o tema avance.

Embora tenhamos que nos atentar ao ocupante do cargo político mais importante do mundo, temos todas as condições de trabalharmos para abocanhar mais uma fatia no mercado global. Como fazer isso? Passando por cinco medidas: inovação, sustentabilidade, diplomacia econômica, diversificação de mercados e apoio aos pequenos produtores. Podemos intensificar investimentos em tecnologias de precisão, biotecnologia e agricultura regenerativa, o que é essencial para atrair mercados mais exigentes, como os da União Europeia, que pagam por práticas sustentáveis e rastreabilidade dos produtos agrícolas. Investimentos em tecnologia de precisão, como uso de drones para monitoramento e controle de pragas, podem elevar a produtividade, ao mesmo tempo em que reduzem o uso de insumos e melhoram a qualidade final dos produtos.

A sustentabilidade é mais do que uma exigência de mercado, é uma poderosa vantagem competitiva. A implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como a recuperação de pastagens degradadas e o plantio direto, torna o setor mais competitivo e capaz de atender às exigências globais. O agro brasileiro pode liderar essa transformação ao praticar compromissos claros em relação a emissões de carbono e ao desmatamento ilegal, agregando valor à marca do Brasil como fornecedor confiável de alimentos sustentáveis.

A dependência de mercados tradicionais pode representar um risco diante de mudanças nas políticas comerciais dos EUA e da China. Diversificar mercados e produtos é a chave para o sucesso econômico. Expansão para mercados emergentes na Ásia, Oriente Médio e África pode ser uma estratégia viável para evitar gargalos comerciais e volatilidade nos preços.

O Brasil precisa intensificar sua diplomacia econômica para negociar acordos comerciais que beneficiem o agronegócio e reduzam barreiras tarifárias e não tarifárias. O novo governo dos EUA pode apresentar desafios e diálogo, e é essencial construir relações que beneficiem o setor, gerando cooperação. A Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa ser resgatada para o ambiente de comércio justo e previsível.

O fortalecimento do agronegócio brasileiro passa, ainda, pelo apoio aos pequenos e médios produtores, que representam parcela destacada no setor. Financiamentos adequados e assistência técnica ajudam produtores a adotarem tecnologias sustentáveis, aumentando sua competitividade. Integrar pequenos e médios produtores na cadeia global, através de consórcios de exportação, pode criar uma rede mais robusta e diversificada de produtos, ajudando o País a se consolidar como um player global.

A eleição presidencial americana pode impactar o agro, mas o futuro do setor depende, sobretudo, das escolhas que o próprio Brasil fará para se adaptar e crescer. Com inovação, sustentabilidade, diversificação de mercados e fortalecimento de políticas comerciais, teremos a liderança para o protagonismo global. Agora é o momento de transformar desafios em oportunidades e consolidar nossa produção no mundo.

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ADVOGADA, É DIRETORA-EXECUTIVA DA SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA

Opinião por Patrícia Arantes de Paiva Medeiros

Advogada, é diretora-executiva da Sociedade Rural Brasileira

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