Opinião|Construção moderna fará Brasil avançar mais


Existem barreiras de toda ordem econômica para o setor ainda lançar mão de tantos métodos artesanais, especialmente na questão tributária

Por Construção é+

Até o início dos anos 1980, itens como janelas e portas eram feitos artesanalmente nos canteiros de obras. Na construção de um edifício residencial, por exemplo, grande parte do tempo e da mão de obra era dedicada somente à confecção desses componentes. Os resultados variavam muito. Podiam ser bons, mas por vezes envolviam atrasos, desperdícios e a realização de atividades em ambientes inadequados. Nessa época, começaram a ser fixados padrões em alguns produtos para melhorar a eficiência da construção e, em passos graduais, a produção desses itens começou a migrar para a indústria.

Hoje, apesar dos avanços, ainda há uma longa caminhada na direção de soluções modernas para quem constrói, principalmente em quesitos como qualidade, segurança do trabalhador e sustentabilidade. Nesta trilha de racionalização da construção, a produção se dá em fábricas, deixando para os canteiros uma espécie de linha de montagem. Os mais disseminados exemplos disso são kits hidráulicos para banheiros e estruturas pré-moldadas. Vários desses itens já fazem parte do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H).

Mas, quando comparado a Estados Unidos e Europa, o Brasil ainda apresenta um cenário com enormes possibilidades de avanço em inovação, produtividade e padronização. Apesar da modernização recente, a construção brasileira ainda tem muito a evoluir nesses quesitos, cujas dificuldades aumentam os desperdícios ambientais e financeiros.

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Uma boa oportunidade para darmos este salto é inovarmos na entrega de moradias aos brasileiros que ainda vivem em situação precária. Hoje, temos 7,8 milhões de famílias em habitações sem segurança ou estrutura mínimas. É um cenário triste, que exige medidas eficazes e urgentes, encontradas em técnicas de construção com processo produtivo industrial.

Modernizar a construção é possível. Mais do que isso, é necessário. O mercado está cada vez mais exigente e não será possível zerar o déficit habitacional com modelos convencionais. Adotar soluções inovadoras é a oportunidade para uma construção com mais produtividade, sustentabilidade, qualidade e eficiência.

A pandemia de covid-19 colocou este modelo à prova. Diante das mortes e do desafio avassalador para o sistema de saúde brasileiro, a construção se fez presente. Hospitais foram erguidos em semanas e com custo reduzido com técnicas modernas. A partir de materiais e processos inovadores, estruturas hospitalares foram rapidamente montadas.

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Também obras de infraestrutura têm verificado cada vez mais ganhos de competitividade na produção ao adotar métodos de construção racionais, em que vigas e pilares são construídos em ambientes fabris para serem montados diretamente na obra.

Então por que o setor ainda lança mão de tantos métodos artesanais? Existem barreiras de toda ordem econômica para isso, mas uma questão tributária ajuda a responder à questão.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tem sido uma grande barreira à adoção de novas tecnologias no setor. Ele incide sobre componentes industrializados e desestimula a racionalização da construção. Assim, a produção no canteiro de obras segue como opção barata unicamente por causa de planejamento tributário.

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Neste momento de debate sobre uma modernização tributária, uma alteração desses princípios poderia trazer maior potencial de desenvolvimento da habitação e da infraestrutura, além de colaborar com a criação de empregos mais qualificados na indústria.

Outros elementos que atrasam o avanço dos processos produtivos da construção são a maturidade das empresas, o ambiente regulatório e a necessidade de maior capacitação de profissionais.

A construção não deve dar as costas à evolução mundial e manter métodos artesanais de produção. Tecnologia, transformação digital e eficiência energética são temas já bastante conhecidos no setor, que é uma das principais atividades econômicas do Brasil. Apesar dos avanços, a construção é levada a conviver com processos antiquados. O potencial é comprovadamente enorme, principalmente se usado para reduzir problemas já conhecidos, como a falta de moradias e gargalos de infraestrutura urbana, além das implicações positivas para a sustentabilidade.

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O macrossetor da construção, que inclui desde produtores de materiais básicos até incorporadoras e varejo, está disposto a assumir este desafio de avançar mais, com criatividade e inovação. Temos o compromisso de atuar para resolver esses gargalos, com responsabilidade ambiental e melhorando a qualidade de vida dos brasileiros, tanto no local onde eles moram quanto na infraestrutura das cidades por onde transitam.

*

IRIA LÍCIA OLIVA DONIAK (ABCIC); PAULO CAMILLO PENNA (ABCP); LUCIEN BELMONTE (ABIVIDRO); LUIZ CORNACCHIONI (ABRAFATI); LUIZ FRANÇA (ABRAINC); RODRIGO NAVARRO (ABRAMAT); JOSÉ DOMINGOS SEIXAS (ABRAVIDRO); ALBERTO CORDEIRO (AFEAL); GERALDO DEFALCO (ANAMACO); MAURÍCIO BORGES (ANFACER); NATEL MORAES (ANICER); JOSÉ CARLOS MARTINS (CBIC); LUIZ MARTINS (DRYWALL); E RODRIGO LUNA (SECOVI-SP)

Até o início dos anos 1980, itens como janelas e portas eram feitos artesanalmente nos canteiros de obras. Na construção de um edifício residencial, por exemplo, grande parte do tempo e da mão de obra era dedicada somente à confecção desses componentes. Os resultados variavam muito. Podiam ser bons, mas por vezes envolviam atrasos, desperdícios e a realização de atividades em ambientes inadequados. Nessa época, começaram a ser fixados padrões em alguns produtos para melhorar a eficiência da construção e, em passos graduais, a produção desses itens começou a migrar para a indústria.

Hoje, apesar dos avanços, ainda há uma longa caminhada na direção de soluções modernas para quem constrói, principalmente em quesitos como qualidade, segurança do trabalhador e sustentabilidade. Nesta trilha de racionalização da construção, a produção se dá em fábricas, deixando para os canteiros uma espécie de linha de montagem. Os mais disseminados exemplos disso são kits hidráulicos para banheiros e estruturas pré-moldadas. Vários desses itens já fazem parte do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H).

Mas, quando comparado a Estados Unidos e Europa, o Brasil ainda apresenta um cenário com enormes possibilidades de avanço em inovação, produtividade e padronização. Apesar da modernização recente, a construção brasileira ainda tem muito a evoluir nesses quesitos, cujas dificuldades aumentam os desperdícios ambientais e financeiros.

Uma boa oportunidade para darmos este salto é inovarmos na entrega de moradias aos brasileiros que ainda vivem em situação precária. Hoje, temos 7,8 milhões de famílias em habitações sem segurança ou estrutura mínimas. É um cenário triste, que exige medidas eficazes e urgentes, encontradas em técnicas de construção com processo produtivo industrial.

Modernizar a construção é possível. Mais do que isso, é necessário. O mercado está cada vez mais exigente e não será possível zerar o déficit habitacional com modelos convencionais. Adotar soluções inovadoras é a oportunidade para uma construção com mais produtividade, sustentabilidade, qualidade e eficiência.

A pandemia de covid-19 colocou este modelo à prova. Diante das mortes e do desafio avassalador para o sistema de saúde brasileiro, a construção se fez presente. Hospitais foram erguidos em semanas e com custo reduzido com técnicas modernas. A partir de materiais e processos inovadores, estruturas hospitalares foram rapidamente montadas.

Também obras de infraestrutura têm verificado cada vez mais ganhos de competitividade na produção ao adotar métodos de construção racionais, em que vigas e pilares são construídos em ambientes fabris para serem montados diretamente na obra.

Então por que o setor ainda lança mão de tantos métodos artesanais? Existem barreiras de toda ordem econômica para isso, mas uma questão tributária ajuda a responder à questão.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tem sido uma grande barreira à adoção de novas tecnologias no setor. Ele incide sobre componentes industrializados e desestimula a racionalização da construção. Assim, a produção no canteiro de obras segue como opção barata unicamente por causa de planejamento tributário.

Neste momento de debate sobre uma modernização tributária, uma alteração desses princípios poderia trazer maior potencial de desenvolvimento da habitação e da infraestrutura, além de colaborar com a criação de empregos mais qualificados na indústria.

Outros elementos que atrasam o avanço dos processos produtivos da construção são a maturidade das empresas, o ambiente regulatório e a necessidade de maior capacitação de profissionais.

A construção não deve dar as costas à evolução mundial e manter métodos artesanais de produção. Tecnologia, transformação digital e eficiência energética são temas já bastante conhecidos no setor, que é uma das principais atividades econômicas do Brasil. Apesar dos avanços, a construção é levada a conviver com processos antiquados. O potencial é comprovadamente enorme, principalmente se usado para reduzir problemas já conhecidos, como a falta de moradias e gargalos de infraestrutura urbana, além das implicações positivas para a sustentabilidade.

O macrossetor da construção, que inclui desde produtores de materiais básicos até incorporadoras e varejo, está disposto a assumir este desafio de avançar mais, com criatividade e inovação. Temos o compromisso de atuar para resolver esses gargalos, com responsabilidade ambiental e melhorando a qualidade de vida dos brasileiros, tanto no local onde eles moram quanto na infraestrutura das cidades por onde transitam.

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IRIA LÍCIA OLIVA DONIAK (ABCIC); PAULO CAMILLO PENNA (ABCP); LUCIEN BELMONTE (ABIVIDRO); LUIZ CORNACCHIONI (ABRAFATI); LUIZ FRANÇA (ABRAINC); RODRIGO NAVARRO (ABRAMAT); JOSÉ DOMINGOS SEIXAS (ABRAVIDRO); ALBERTO CORDEIRO (AFEAL); GERALDO DEFALCO (ANAMACO); MAURÍCIO BORGES (ANFACER); NATEL MORAES (ANICER); JOSÉ CARLOS MARTINS (CBIC); LUIZ MARTINS (DRYWALL); E RODRIGO LUNA (SECOVI-SP)

Até o início dos anos 1980, itens como janelas e portas eram feitos artesanalmente nos canteiros de obras. Na construção de um edifício residencial, por exemplo, grande parte do tempo e da mão de obra era dedicada somente à confecção desses componentes. Os resultados variavam muito. Podiam ser bons, mas por vezes envolviam atrasos, desperdícios e a realização de atividades em ambientes inadequados. Nessa época, começaram a ser fixados padrões em alguns produtos para melhorar a eficiência da construção e, em passos graduais, a produção desses itens começou a migrar para a indústria.

Hoje, apesar dos avanços, ainda há uma longa caminhada na direção de soluções modernas para quem constrói, principalmente em quesitos como qualidade, segurança do trabalhador e sustentabilidade. Nesta trilha de racionalização da construção, a produção se dá em fábricas, deixando para os canteiros uma espécie de linha de montagem. Os mais disseminados exemplos disso são kits hidráulicos para banheiros e estruturas pré-moldadas. Vários desses itens já fazem parte do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H).

Mas, quando comparado a Estados Unidos e Europa, o Brasil ainda apresenta um cenário com enormes possibilidades de avanço em inovação, produtividade e padronização. Apesar da modernização recente, a construção brasileira ainda tem muito a evoluir nesses quesitos, cujas dificuldades aumentam os desperdícios ambientais e financeiros.

Uma boa oportunidade para darmos este salto é inovarmos na entrega de moradias aos brasileiros que ainda vivem em situação precária. Hoje, temos 7,8 milhões de famílias em habitações sem segurança ou estrutura mínimas. É um cenário triste, que exige medidas eficazes e urgentes, encontradas em técnicas de construção com processo produtivo industrial.

Modernizar a construção é possível. Mais do que isso, é necessário. O mercado está cada vez mais exigente e não será possível zerar o déficit habitacional com modelos convencionais. Adotar soluções inovadoras é a oportunidade para uma construção com mais produtividade, sustentabilidade, qualidade e eficiência.

A pandemia de covid-19 colocou este modelo à prova. Diante das mortes e do desafio avassalador para o sistema de saúde brasileiro, a construção se fez presente. Hospitais foram erguidos em semanas e com custo reduzido com técnicas modernas. A partir de materiais e processos inovadores, estruturas hospitalares foram rapidamente montadas.

Também obras de infraestrutura têm verificado cada vez mais ganhos de competitividade na produção ao adotar métodos de construção racionais, em que vigas e pilares são construídos em ambientes fabris para serem montados diretamente na obra.

Então por que o setor ainda lança mão de tantos métodos artesanais? Existem barreiras de toda ordem econômica para isso, mas uma questão tributária ajuda a responder à questão.

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tem sido uma grande barreira à adoção de novas tecnologias no setor. Ele incide sobre componentes industrializados e desestimula a racionalização da construção. Assim, a produção no canteiro de obras segue como opção barata unicamente por causa de planejamento tributário.

Neste momento de debate sobre uma modernização tributária, uma alteração desses princípios poderia trazer maior potencial de desenvolvimento da habitação e da infraestrutura, além de colaborar com a criação de empregos mais qualificados na indústria.

Outros elementos que atrasam o avanço dos processos produtivos da construção são a maturidade das empresas, o ambiente regulatório e a necessidade de maior capacitação de profissionais.

A construção não deve dar as costas à evolução mundial e manter métodos artesanais de produção. Tecnologia, transformação digital e eficiência energética são temas já bastante conhecidos no setor, que é uma das principais atividades econômicas do Brasil. Apesar dos avanços, a construção é levada a conviver com processos antiquados. O potencial é comprovadamente enorme, principalmente se usado para reduzir problemas já conhecidos, como a falta de moradias e gargalos de infraestrutura urbana, além das implicações positivas para a sustentabilidade.

O macrossetor da construção, que inclui desde produtores de materiais básicos até incorporadoras e varejo, está disposto a assumir este desafio de avançar mais, com criatividade e inovação. Temos o compromisso de atuar para resolver esses gargalos, com responsabilidade ambiental e melhorando a qualidade de vida dos brasileiros, tanto no local onde eles moram quanto na infraestrutura das cidades por onde transitam.

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IRIA LÍCIA OLIVA DONIAK (ABCIC); PAULO CAMILLO PENNA (ABCP); LUCIEN BELMONTE (ABIVIDRO); LUIZ CORNACCHIONI (ABRAFATI); LUIZ FRANÇA (ABRAINC); RODRIGO NAVARRO (ABRAMAT); JOSÉ DOMINGOS SEIXAS (ABRAVIDRO); ALBERTO CORDEIRO (AFEAL); GERALDO DEFALCO (ANAMACO); MAURÍCIO BORGES (ANFACER); NATEL MORAES (ANICER); JOSÉ CARLOS MARTINS (CBIC); LUIZ MARTINS (DRYWALL); E RODRIGO LUNA (SECOVI-SP)

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