Opinião|Em busca de alternativas ao PNE


Dá para fazer algo, como ‘players’ da educação (gestores, professores, pais), para melhorar nosso cenário educativo sem depender das políticas oficiais?

Por Cláudio Alberto Rigo da Silva

Nas últimas semanas pouco temos visto sobre o andamento do novo Plano Nacional de Educação (PNE), documento que definirá a cara da educação do País na próxima década. A promessa é de que seja votado no plenário da Câmara em junho, mas o que será votado é um grande mistério. O que têm dito as pessoas sensatas do País é que o novo PNE está repleto de propostas ultrapassadas, comprovadamente fracassadas em outros países e na contramão das melhores práticas. Urge perguntar: quando teremos políticas educacionais focadas na melhoria da aprendizagem dos alunos? Ou, em outras palavras, dá para fazer algo, como players da educação (gestores, professores, pais), para melhorar nosso cenário educativo sem depender das políticas oficiais? Felizmente, dá.

Li, em entrevista recente na revista Diàlegs (Barcelona) com John Hattie, educador vanguardista da aprendizagem discente e da formação docente, dois aspectos essenciais para melhorar o cenário educativo. O neozelandês John Hattie é catedrático emérito da Melbourne Graduate School of Education e presidente do Australian Institute of Teaching and School Leaders. Coordenou investigação que gerou dois livros, Visible Learning (2008) e Visible Learning: The Sequel (2023), com mais de 250 milhões (isso mesmo!) de estudantes, sobre os impactos reais na aprendizagem.

Hattie sugere focar não no ensino, mas no aprendizado; não no que funciona em sala de aula, mas no que funciona melhor. “Os grandes professores”, diz, “em muitos sentidos são ‘intrometidos’: querem saber como pensam seus alunos, seus bloqueios e dificuldades. Aprender supõe um grande esforço e cometer muitos erros. Quando o professor cria um clima, não somente entre ele e os alunos, mas entre os próprios alunos, facilita que seja seguro cometer erros e que estes sejam vistos como oportunidades para aprender e não para envergonhar-se”.

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Segundo ele, o que causa impacto enorme no aprendizado é o fator humano: a competência dos professores e a expectativa dos pais. Outros fatores, como a tecnologia e o número de alunos por sala, têm impactos menores. Os diretores podem buscar identificar os professores excelentes (com quem os alunos de fato aprendem) dentro do seu claustro – sempre os há –, prestar atenção ao modo como fazem e convidar os demais docentes a fazerem como eles. Não é preciso ir a Xangai ou a Helsinque para ver excelência, pois ela pode estar perto de nós, nas nossas escolas. “O que desejo que esses grandes professores façam é pensar mais em voz alta, porque o importante não é o que fazem os professores (planos de estudo, aulas, avaliações), mas como pensam sobre o que fazem (como tomam decisões e interpretam situações).” Os melhores professores são ambiciosos: querem que seus alunos adquiram conhecimentos e resolvam problemas, e não deixam nenhuma criança para trás. Suas aulas são vibrantes, nas quais a paixão pelo progresso e o sucesso são palpáveis, sem distinção de desempenho ou origem do aluno.

Hattie é exigente quando trata de defender o que funciona: “O maior efeito acontece quando os professores trabalham juntos avaliando seu impacto, procurando aprender uns com os outros e melhorar. Nas escolas onde os professores se sentem independentes e argumentam que têm autonomia para ensinar do jeito que quiserem, o impacto normalmente é abaixo da média. Um professor da educação básica não tem direito a ensinar do jeito que quiser. No final do corredor há outro professor com os mesmos alunos, o mesmo plano de aula, a mesma avaliação, a mesma coordenação, e que tem um impacto muito maior”.

Mencionei também a expectativa dos pais sobre os filhos. O modo como as crianças se comportam tem mais a ver com as aspirações (o que eu desejo que meu filho seja no futuro?) ou com as expectativas (o que espero do meu filho?) dos pais? Claramente, com as expectativas, muito mais reais para eles. Além disso, as expectativas dos pais costumam se alinhar com as expectativas que os professores têm dos seus alunos. Segundo Hattie, “estudos realizados em classes de professores com altas expectativas para todos os alunos, comparados com classes de professores com baixas expectativas, mostram que as diferenças são dramáticas e se podem sentir e ver. E o mesmo acontece com os pais, independentemente de sua situação socioeconômica. Portanto, as expectativas dos pais são muito poderosas e, quando têm o apoio da escola, aceleram o aprendizado dos alunos”.

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Um exemplo prático da influência dos pais é atentar que eles não são os primeiros professores, mas os primeiros aprendizes. Ouçamos Hattie: “As crianças aprendem do modo de aprender dos seus pais. Se estes não conseguem lidar bem com os erros, não suportam o fracasso ou se esforçam sempre ao 100%, isso se vê nos alunos, para bem ou para mal”.

O que ajudará nossa educação são ideias simples e bem executadas. Parece que o novo PNE vai na linha das ideias atrasadas e ineficientes, piorando um cenário já muito ruim. Está nas nossas mãos, players da educação, escolher um caminho mais simples e independente, que possa nos tirar do fosso em que caímos.

*

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DOUTOR EM ENGENHARIA, MASTER EM GESTÃO ESCOLAR, É MEMBRO DO BOARD DO COLÉGIO CATAMARÃ (SP). E-MAIL: CLAUDIO.RIGO@COLEGIOCATAMARA.COM.BR

Nas últimas semanas pouco temos visto sobre o andamento do novo Plano Nacional de Educação (PNE), documento que definirá a cara da educação do País na próxima década. A promessa é de que seja votado no plenário da Câmara em junho, mas o que será votado é um grande mistério. O que têm dito as pessoas sensatas do País é que o novo PNE está repleto de propostas ultrapassadas, comprovadamente fracassadas em outros países e na contramão das melhores práticas. Urge perguntar: quando teremos políticas educacionais focadas na melhoria da aprendizagem dos alunos? Ou, em outras palavras, dá para fazer algo, como players da educação (gestores, professores, pais), para melhorar nosso cenário educativo sem depender das políticas oficiais? Felizmente, dá.

Li, em entrevista recente na revista Diàlegs (Barcelona) com John Hattie, educador vanguardista da aprendizagem discente e da formação docente, dois aspectos essenciais para melhorar o cenário educativo. O neozelandês John Hattie é catedrático emérito da Melbourne Graduate School of Education e presidente do Australian Institute of Teaching and School Leaders. Coordenou investigação que gerou dois livros, Visible Learning (2008) e Visible Learning: The Sequel (2023), com mais de 250 milhões (isso mesmo!) de estudantes, sobre os impactos reais na aprendizagem.

Hattie sugere focar não no ensino, mas no aprendizado; não no que funciona em sala de aula, mas no que funciona melhor. “Os grandes professores”, diz, “em muitos sentidos são ‘intrometidos’: querem saber como pensam seus alunos, seus bloqueios e dificuldades. Aprender supõe um grande esforço e cometer muitos erros. Quando o professor cria um clima, não somente entre ele e os alunos, mas entre os próprios alunos, facilita que seja seguro cometer erros e que estes sejam vistos como oportunidades para aprender e não para envergonhar-se”.

Segundo ele, o que causa impacto enorme no aprendizado é o fator humano: a competência dos professores e a expectativa dos pais. Outros fatores, como a tecnologia e o número de alunos por sala, têm impactos menores. Os diretores podem buscar identificar os professores excelentes (com quem os alunos de fato aprendem) dentro do seu claustro – sempre os há –, prestar atenção ao modo como fazem e convidar os demais docentes a fazerem como eles. Não é preciso ir a Xangai ou a Helsinque para ver excelência, pois ela pode estar perto de nós, nas nossas escolas. “O que desejo que esses grandes professores façam é pensar mais em voz alta, porque o importante não é o que fazem os professores (planos de estudo, aulas, avaliações), mas como pensam sobre o que fazem (como tomam decisões e interpretam situações).” Os melhores professores são ambiciosos: querem que seus alunos adquiram conhecimentos e resolvam problemas, e não deixam nenhuma criança para trás. Suas aulas são vibrantes, nas quais a paixão pelo progresso e o sucesso são palpáveis, sem distinção de desempenho ou origem do aluno.

Hattie é exigente quando trata de defender o que funciona: “O maior efeito acontece quando os professores trabalham juntos avaliando seu impacto, procurando aprender uns com os outros e melhorar. Nas escolas onde os professores se sentem independentes e argumentam que têm autonomia para ensinar do jeito que quiserem, o impacto normalmente é abaixo da média. Um professor da educação básica não tem direito a ensinar do jeito que quiser. No final do corredor há outro professor com os mesmos alunos, o mesmo plano de aula, a mesma avaliação, a mesma coordenação, e que tem um impacto muito maior”.

Mencionei também a expectativa dos pais sobre os filhos. O modo como as crianças se comportam tem mais a ver com as aspirações (o que eu desejo que meu filho seja no futuro?) ou com as expectativas (o que espero do meu filho?) dos pais? Claramente, com as expectativas, muito mais reais para eles. Além disso, as expectativas dos pais costumam se alinhar com as expectativas que os professores têm dos seus alunos. Segundo Hattie, “estudos realizados em classes de professores com altas expectativas para todos os alunos, comparados com classes de professores com baixas expectativas, mostram que as diferenças são dramáticas e se podem sentir e ver. E o mesmo acontece com os pais, independentemente de sua situação socioeconômica. Portanto, as expectativas dos pais são muito poderosas e, quando têm o apoio da escola, aceleram o aprendizado dos alunos”.

Um exemplo prático da influência dos pais é atentar que eles não são os primeiros professores, mas os primeiros aprendizes. Ouçamos Hattie: “As crianças aprendem do modo de aprender dos seus pais. Se estes não conseguem lidar bem com os erros, não suportam o fracasso ou se esforçam sempre ao 100%, isso se vê nos alunos, para bem ou para mal”.

O que ajudará nossa educação são ideias simples e bem executadas. Parece que o novo PNE vai na linha das ideias atrasadas e ineficientes, piorando um cenário já muito ruim. Está nas nossas mãos, players da educação, escolher um caminho mais simples e independente, que possa nos tirar do fosso em que caímos.

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DOUTOR EM ENGENHARIA, MASTER EM GESTÃO ESCOLAR, É MEMBRO DO BOARD DO COLÉGIO CATAMARÃ (SP). E-MAIL: CLAUDIO.RIGO@COLEGIOCATAMARA.COM.BR

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Li, em entrevista recente na revista Diàlegs (Barcelona) com John Hattie, educador vanguardista da aprendizagem discente e da formação docente, dois aspectos essenciais para melhorar o cenário educativo. O neozelandês John Hattie é catedrático emérito da Melbourne Graduate School of Education e presidente do Australian Institute of Teaching and School Leaders. Coordenou investigação que gerou dois livros, Visible Learning (2008) e Visible Learning: The Sequel (2023), com mais de 250 milhões (isso mesmo!) de estudantes, sobre os impactos reais na aprendizagem.

Hattie sugere focar não no ensino, mas no aprendizado; não no que funciona em sala de aula, mas no que funciona melhor. “Os grandes professores”, diz, “em muitos sentidos são ‘intrometidos’: querem saber como pensam seus alunos, seus bloqueios e dificuldades. Aprender supõe um grande esforço e cometer muitos erros. Quando o professor cria um clima, não somente entre ele e os alunos, mas entre os próprios alunos, facilita que seja seguro cometer erros e que estes sejam vistos como oportunidades para aprender e não para envergonhar-se”.

Segundo ele, o que causa impacto enorme no aprendizado é o fator humano: a competência dos professores e a expectativa dos pais. Outros fatores, como a tecnologia e o número de alunos por sala, têm impactos menores. Os diretores podem buscar identificar os professores excelentes (com quem os alunos de fato aprendem) dentro do seu claustro – sempre os há –, prestar atenção ao modo como fazem e convidar os demais docentes a fazerem como eles. Não é preciso ir a Xangai ou a Helsinque para ver excelência, pois ela pode estar perto de nós, nas nossas escolas. “O que desejo que esses grandes professores façam é pensar mais em voz alta, porque o importante não é o que fazem os professores (planos de estudo, aulas, avaliações), mas como pensam sobre o que fazem (como tomam decisões e interpretam situações).” Os melhores professores são ambiciosos: querem que seus alunos adquiram conhecimentos e resolvam problemas, e não deixam nenhuma criança para trás. Suas aulas são vibrantes, nas quais a paixão pelo progresso e o sucesso são palpáveis, sem distinção de desempenho ou origem do aluno.

Hattie é exigente quando trata de defender o que funciona: “O maior efeito acontece quando os professores trabalham juntos avaliando seu impacto, procurando aprender uns com os outros e melhorar. Nas escolas onde os professores se sentem independentes e argumentam que têm autonomia para ensinar do jeito que quiserem, o impacto normalmente é abaixo da média. Um professor da educação básica não tem direito a ensinar do jeito que quiser. No final do corredor há outro professor com os mesmos alunos, o mesmo plano de aula, a mesma avaliação, a mesma coordenação, e que tem um impacto muito maior”.

Mencionei também a expectativa dos pais sobre os filhos. O modo como as crianças se comportam tem mais a ver com as aspirações (o que eu desejo que meu filho seja no futuro?) ou com as expectativas (o que espero do meu filho?) dos pais? Claramente, com as expectativas, muito mais reais para eles. Além disso, as expectativas dos pais costumam se alinhar com as expectativas que os professores têm dos seus alunos. Segundo Hattie, “estudos realizados em classes de professores com altas expectativas para todos os alunos, comparados com classes de professores com baixas expectativas, mostram que as diferenças são dramáticas e se podem sentir e ver. E o mesmo acontece com os pais, independentemente de sua situação socioeconômica. Portanto, as expectativas dos pais são muito poderosas e, quando têm o apoio da escola, aceleram o aprendizado dos alunos”.

Um exemplo prático da influência dos pais é atentar que eles não são os primeiros professores, mas os primeiros aprendizes. Ouçamos Hattie: “As crianças aprendem do modo de aprender dos seus pais. Se estes não conseguem lidar bem com os erros, não suportam o fracasso ou se esforçam sempre ao 100%, isso se vê nos alunos, para bem ou para mal”.

O que ajudará nossa educação são ideias simples e bem executadas. Parece que o novo PNE vai na linha das ideias atrasadas e ineficientes, piorando um cenário já muito ruim. Está nas nossas mãos, players da educação, escolher um caminho mais simples e independente, que possa nos tirar do fosso em que caímos.

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Nas últimas semanas pouco temos visto sobre o andamento do novo Plano Nacional de Educação (PNE), documento que definirá a cara da educação do País na próxima década. A promessa é de que seja votado no plenário da Câmara em junho, mas o que será votado é um grande mistério. O que têm dito as pessoas sensatas do País é que o novo PNE está repleto de propostas ultrapassadas, comprovadamente fracassadas em outros países e na contramão das melhores práticas. Urge perguntar: quando teremos políticas educacionais focadas na melhoria da aprendizagem dos alunos? Ou, em outras palavras, dá para fazer algo, como players da educação (gestores, professores, pais), para melhorar nosso cenário educativo sem depender das políticas oficiais? Felizmente, dá.

Li, em entrevista recente na revista Diàlegs (Barcelona) com John Hattie, educador vanguardista da aprendizagem discente e da formação docente, dois aspectos essenciais para melhorar o cenário educativo. O neozelandês John Hattie é catedrático emérito da Melbourne Graduate School of Education e presidente do Australian Institute of Teaching and School Leaders. Coordenou investigação que gerou dois livros, Visible Learning (2008) e Visible Learning: The Sequel (2023), com mais de 250 milhões (isso mesmo!) de estudantes, sobre os impactos reais na aprendizagem.

Hattie sugere focar não no ensino, mas no aprendizado; não no que funciona em sala de aula, mas no que funciona melhor. “Os grandes professores”, diz, “em muitos sentidos são ‘intrometidos’: querem saber como pensam seus alunos, seus bloqueios e dificuldades. Aprender supõe um grande esforço e cometer muitos erros. Quando o professor cria um clima, não somente entre ele e os alunos, mas entre os próprios alunos, facilita que seja seguro cometer erros e que estes sejam vistos como oportunidades para aprender e não para envergonhar-se”.

Segundo ele, o que causa impacto enorme no aprendizado é o fator humano: a competência dos professores e a expectativa dos pais. Outros fatores, como a tecnologia e o número de alunos por sala, têm impactos menores. Os diretores podem buscar identificar os professores excelentes (com quem os alunos de fato aprendem) dentro do seu claustro – sempre os há –, prestar atenção ao modo como fazem e convidar os demais docentes a fazerem como eles. Não é preciso ir a Xangai ou a Helsinque para ver excelência, pois ela pode estar perto de nós, nas nossas escolas. “O que desejo que esses grandes professores façam é pensar mais em voz alta, porque o importante não é o que fazem os professores (planos de estudo, aulas, avaliações), mas como pensam sobre o que fazem (como tomam decisões e interpretam situações).” Os melhores professores são ambiciosos: querem que seus alunos adquiram conhecimentos e resolvam problemas, e não deixam nenhuma criança para trás. Suas aulas são vibrantes, nas quais a paixão pelo progresso e o sucesso são palpáveis, sem distinção de desempenho ou origem do aluno.

Hattie é exigente quando trata de defender o que funciona: “O maior efeito acontece quando os professores trabalham juntos avaliando seu impacto, procurando aprender uns com os outros e melhorar. Nas escolas onde os professores se sentem independentes e argumentam que têm autonomia para ensinar do jeito que quiserem, o impacto normalmente é abaixo da média. Um professor da educação básica não tem direito a ensinar do jeito que quiser. No final do corredor há outro professor com os mesmos alunos, o mesmo plano de aula, a mesma avaliação, a mesma coordenação, e que tem um impacto muito maior”.

Mencionei também a expectativa dos pais sobre os filhos. O modo como as crianças se comportam tem mais a ver com as aspirações (o que eu desejo que meu filho seja no futuro?) ou com as expectativas (o que espero do meu filho?) dos pais? Claramente, com as expectativas, muito mais reais para eles. Além disso, as expectativas dos pais costumam se alinhar com as expectativas que os professores têm dos seus alunos. Segundo Hattie, “estudos realizados em classes de professores com altas expectativas para todos os alunos, comparados com classes de professores com baixas expectativas, mostram que as diferenças são dramáticas e se podem sentir e ver. E o mesmo acontece com os pais, independentemente de sua situação socioeconômica. Portanto, as expectativas dos pais são muito poderosas e, quando têm o apoio da escola, aceleram o aprendizado dos alunos”.

Um exemplo prático da influência dos pais é atentar que eles não são os primeiros professores, mas os primeiros aprendizes. Ouçamos Hattie: “As crianças aprendem do modo de aprender dos seus pais. Se estes não conseguem lidar bem com os erros, não suportam o fracasso ou se esforçam sempre ao 100%, isso se vê nos alunos, para bem ou para mal”.

O que ajudará nossa educação são ideias simples e bem executadas. Parece que o novo PNE vai na linha das ideias atrasadas e ineficientes, piorando um cenário já muito ruim. Está nas nossas mãos, players da educação, escolher um caminho mais simples e independente, que possa nos tirar do fosso em que caímos.

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DOUTOR EM ENGENHARIA, MASTER EM GESTÃO ESCOLAR, É MEMBRO DO BOARD DO COLÉGIO CATAMARÃ (SP). E-MAIL: CLAUDIO.RIGO@COLEGIOCATAMARA.COM.BR

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