Opinião|O Brasil e seu momento


Lula chegou ao Planalto. Agora, tem de continuar uma nova marcha, que só não será solitária e muito arriscada se souber escolher quem o acompanha

Por Horacio Lafer Piva, Pedro Passos e Pedro Wongtschowski

Nem o mais pretensioso especialista em Brasil poderia prever uma sociedade tão dividida como a que aflorou às vésperas desta recente eleição nacional e que nem a Copa do Mundo consegue amainar. Uma sociedade radical, cuja decisão, seja contra um ou outro candidato, seja a favor de sua opção, trouxe um grau de agressividade, mentiras, autoenganos e tensões jamais visto. Um Brasil que não conhecíamos, e que esperamos seja reconquistado brevemente por aquele outro no qual acreditamos.

O País está diante de diversos desafios nada triviais, mas duas certezas se mantêm: existem oportunidades, de todas as naturezas, e há disposição de muitos bons atores para ajudar. Agora, o foco deveria ser lidar com a resposta a vários e precisos diagnósticos e criar um verdadeiro sentido de urgência.

Um dos olhares de relevância para esta nova fase reside no entendimento do nosso povo, suas crenças e expectativas. E, nesse sentido, recentemente a Laje Brasil apresentou um estudo inédito, Branding Brasil – o valor que o País gera, que merece atenção, por ser fonte de valiosas informações.

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A pesquisa mostra um país isolado, perdido e desumano. Indica que assumimos os aspectos positivos da brasilidade e terceirizamos os aspectos negativos: a responsabilidade pelas deficiências é sempre do outro. E ponto de atenção: os jovens têm uma visão muito mais pessimista e desvinculada de Brasil do que a população mais velha. Para os mais velhos, o Brasil ainda é a pátria amada. Para os jovens, a relação com o Brasil é de amor e raiva.

Por outro lado, o trabalho indica, também, que felizmente os brasileiros são capazes de qualquer coisa quando se unem.

Com a abordagem de lidar com expectativas, decodificação de valores e nossa marca maior, num painel expressivo e representativo, os resultados iluminam e alertam. Um Brasil que nos deixa tristes, mas com uma brasilidade que nos traz felicidade. Um país ilhado, formado de vários Brasis, mas que deve ser estudado pela ótica das oportunidades. A beleza, a liberdade de viver e a hospitalidade, versus tantas dificuldades, a desigualdade e a infraestrutura precária. Contrastes, percepções fragmentadas, o orgulho de nossos símbolos, das coisas simples, o espaço de progresso que nossa jovem democracia e qualquer melhoria econômica podem nos oferecer, o peso do estudo desde cedo, a possibilidade de nos transformarmos em potência ambiental. E, acima de tudo, o cidadão brasileiro, seu ator principal, que muitas vezes fica de lado em nossas discussões um tanto teóricas e afastadas da realidade nacional.

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Por tudo o que já passamos, por tudo o que passaremos, pelo humilde aprendizado com nossos não poucos erros, está na hora de nos conhecermos melhor, nos pacificarmos e nos gostarmos mais. Está na hora de, discursos de palanque à parte, fazermos acontecer. Há de se ajudar o governo futuro, para que a escolha de caminhos errados não nos desvie do destino almejado, mas com senso crítico, construtivo e de realidade.

Sugere-se evitar o risco da soberba, dos ouvidos moucos, da tentação do passado, quando vivemos já no futuro. Precisamos educar, liderar a descarbonização, reposicionar a indústria, proteger o meio ambiente, fortalecer o comércio e os serviços, sofisticar ainda mais a agroindústria, incorporar ciência, tecnologia e inovação, empregar, acabar com a miséria, reformar, otimizar receitas, recalibrar custos, investir, apaziguar.

É condição essencial agir com coragem para retirar do orçamento público destinações dirigidas aos pequenos e influentes grupos de interesse, nas áreas pública e privada, que por meio de subsídios, incentivos e privilégios de toda ordem se apoderam de parcela substancial da riqueza nacional, deixando na penúria aqueles que precisam de saúde, educação, justiça e oportunidades, geradas por um Estado ético. Se continuarmos a empilhar gastos públicos, sem mexer nas bases da economia patrimonialista, continuaremos a perder produtividade, nos afastar do desenvolvimento e penalizar a ampla maioria dos brasileiros. Não nos iludamos, essa é a agenda necessária e urgente.

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O presidente Lula tem reconhecida liderança e conhecimento privilegiado deste povo, mas esses ativos não bastam. Ou o governo “para todos” desembarca da retórica para um planejamento com auxiliares capazes que fujam da experimentação e da improvisação – entendendo que não somos, mas estamos pobres em muitos sentidos, que não precisamos, mas somos fiscalmente devedores, que não queremos, mas jogamos a dinâmica do curto prazo –, ou seremos dragados pela realidade, com o risco real da volta a um estado de fragilidade democrática. E, pior, com o recrudescimento das visões negativas de futuro e o afastamento das esperanças de uma geração mais jovem, como visto, já hoje muito descrente do futuro do País.

Lula chegou ao Planalto, mas agora tem de continuar uma nova marcha, que só não será solitária e muito arriscada se souber escolher quem o acompanha, e para que e quem preside este novo Brasil para o qual as pesquisas apontam.

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SÃO EMPRESÁRIOS

Nem o mais pretensioso especialista em Brasil poderia prever uma sociedade tão dividida como a que aflorou às vésperas desta recente eleição nacional e que nem a Copa do Mundo consegue amainar. Uma sociedade radical, cuja decisão, seja contra um ou outro candidato, seja a favor de sua opção, trouxe um grau de agressividade, mentiras, autoenganos e tensões jamais visto. Um Brasil que não conhecíamos, e que esperamos seja reconquistado brevemente por aquele outro no qual acreditamos.

O País está diante de diversos desafios nada triviais, mas duas certezas se mantêm: existem oportunidades, de todas as naturezas, e há disposição de muitos bons atores para ajudar. Agora, o foco deveria ser lidar com a resposta a vários e precisos diagnósticos e criar um verdadeiro sentido de urgência.

Um dos olhares de relevância para esta nova fase reside no entendimento do nosso povo, suas crenças e expectativas. E, nesse sentido, recentemente a Laje Brasil apresentou um estudo inédito, Branding Brasil – o valor que o País gera, que merece atenção, por ser fonte de valiosas informações.

A pesquisa mostra um país isolado, perdido e desumano. Indica que assumimos os aspectos positivos da brasilidade e terceirizamos os aspectos negativos: a responsabilidade pelas deficiências é sempre do outro. E ponto de atenção: os jovens têm uma visão muito mais pessimista e desvinculada de Brasil do que a população mais velha. Para os mais velhos, o Brasil ainda é a pátria amada. Para os jovens, a relação com o Brasil é de amor e raiva.

Por outro lado, o trabalho indica, também, que felizmente os brasileiros são capazes de qualquer coisa quando se unem.

Com a abordagem de lidar com expectativas, decodificação de valores e nossa marca maior, num painel expressivo e representativo, os resultados iluminam e alertam. Um Brasil que nos deixa tristes, mas com uma brasilidade que nos traz felicidade. Um país ilhado, formado de vários Brasis, mas que deve ser estudado pela ótica das oportunidades. A beleza, a liberdade de viver e a hospitalidade, versus tantas dificuldades, a desigualdade e a infraestrutura precária. Contrastes, percepções fragmentadas, o orgulho de nossos símbolos, das coisas simples, o espaço de progresso que nossa jovem democracia e qualquer melhoria econômica podem nos oferecer, o peso do estudo desde cedo, a possibilidade de nos transformarmos em potência ambiental. E, acima de tudo, o cidadão brasileiro, seu ator principal, que muitas vezes fica de lado em nossas discussões um tanto teóricas e afastadas da realidade nacional.

Por tudo o que já passamos, por tudo o que passaremos, pelo humilde aprendizado com nossos não poucos erros, está na hora de nos conhecermos melhor, nos pacificarmos e nos gostarmos mais. Está na hora de, discursos de palanque à parte, fazermos acontecer. Há de se ajudar o governo futuro, para que a escolha de caminhos errados não nos desvie do destino almejado, mas com senso crítico, construtivo e de realidade.

Sugere-se evitar o risco da soberba, dos ouvidos moucos, da tentação do passado, quando vivemos já no futuro. Precisamos educar, liderar a descarbonização, reposicionar a indústria, proteger o meio ambiente, fortalecer o comércio e os serviços, sofisticar ainda mais a agroindústria, incorporar ciência, tecnologia e inovação, empregar, acabar com a miséria, reformar, otimizar receitas, recalibrar custos, investir, apaziguar.

É condição essencial agir com coragem para retirar do orçamento público destinações dirigidas aos pequenos e influentes grupos de interesse, nas áreas pública e privada, que por meio de subsídios, incentivos e privilégios de toda ordem se apoderam de parcela substancial da riqueza nacional, deixando na penúria aqueles que precisam de saúde, educação, justiça e oportunidades, geradas por um Estado ético. Se continuarmos a empilhar gastos públicos, sem mexer nas bases da economia patrimonialista, continuaremos a perder produtividade, nos afastar do desenvolvimento e penalizar a ampla maioria dos brasileiros. Não nos iludamos, essa é a agenda necessária e urgente.

O presidente Lula tem reconhecida liderança e conhecimento privilegiado deste povo, mas esses ativos não bastam. Ou o governo “para todos” desembarca da retórica para um planejamento com auxiliares capazes que fujam da experimentação e da improvisação – entendendo que não somos, mas estamos pobres em muitos sentidos, que não precisamos, mas somos fiscalmente devedores, que não queremos, mas jogamos a dinâmica do curto prazo –, ou seremos dragados pela realidade, com o risco real da volta a um estado de fragilidade democrática. E, pior, com o recrudescimento das visões negativas de futuro e o afastamento das esperanças de uma geração mais jovem, como visto, já hoje muito descrente do futuro do País.

Lula chegou ao Planalto, mas agora tem de continuar uma nova marcha, que só não será solitária e muito arriscada se souber escolher quem o acompanha, e para que e quem preside este novo Brasil para o qual as pesquisas apontam.

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SÃO EMPRESÁRIOS

Nem o mais pretensioso especialista em Brasil poderia prever uma sociedade tão dividida como a que aflorou às vésperas desta recente eleição nacional e que nem a Copa do Mundo consegue amainar. Uma sociedade radical, cuja decisão, seja contra um ou outro candidato, seja a favor de sua opção, trouxe um grau de agressividade, mentiras, autoenganos e tensões jamais visto. Um Brasil que não conhecíamos, e que esperamos seja reconquistado brevemente por aquele outro no qual acreditamos.

O País está diante de diversos desafios nada triviais, mas duas certezas se mantêm: existem oportunidades, de todas as naturezas, e há disposição de muitos bons atores para ajudar. Agora, o foco deveria ser lidar com a resposta a vários e precisos diagnósticos e criar um verdadeiro sentido de urgência.

Um dos olhares de relevância para esta nova fase reside no entendimento do nosso povo, suas crenças e expectativas. E, nesse sentido, recentemente a Laje Brasil apresentou um estudo inédito, Branding Brasil – o valor que o País gera, que merece atenção, por ser fonte de valiosas informações.

A pesquisa mostra um país isolado, perdido e desumano. Indica que assumimos os aspectos positivos da brasilidade e terceirizamos os aspectos negativos: a responsabilidade pelas deficiências é sempre do outro. E ponto de atenção: os jovens têm uma visão muito mais pessimista e desvinculada de Brasil do que a população mais velha. Para os mais velhos, o Brasil ainda é a pátria amada. Para os jovens, a relação com o Brasil é de amor e raiva.

Por outro lado, o trabalho indica, também, que felizmente os brasileiros são capazes de qualquer coisa quando se unem.

Com a abordagem de lidar com expectativas, decodificação de valores e nossa marca maior, num painel expressivo e representativo, os resultados iluminam e alertam. Um Brasil que nos deixa tristes, mas com uma brasilidade que nos traz felicidade. Um país ilhado, formado de vários Brasis, mas que deve ser estudado pela ótica das oportunidades. A beleza, a liberdade de viver e a hospitalidade, versus tantas dificuldades, a desigualdade e a infraestrutura precária. Contrastes, percepções fragmentadas, o orgulho de nossos símbolos, das coisas simples, o espaço de progresso que nossa jovem democracia e qualquer melhoria econômica podem nos oferecer, o peso do estudo desde cedo, a possibilidade de nos transformarmos em potência ambiental. E, acima de tudo, o cidadão brasileiro, seu ator principal, que muitas vezes fica de lado em nossas discussões um tanto teóricas e afastadas da realidade nacional.

Por tudo o que já passamos, por tudo o que passaremos, pelo humilde aprendizado com nossos não poucos erros, está na hora de nos conhecermos melhor, nos pacificarmos e nos gostarmos mais. Está na hora de, discursos de palanque à parte, fazermos acontecer. Há de se ajudar o governo futuro, para que a escolha de caminhos errados não nos desvie do destino almejado, mas com senso crítico, construtivo e de realidade.

Sugere-se evitar o risco da soberba, dos ouvidos moucos, da tentação do passado, quando vivemos já no futuro. Precisamos educar, liderar a descarbonização, reposicionar a indústria, proteger o meio ambiente, fortalecer o comércio e os serviços, sofisticar ainda mais a agroindústria, incorporar ciência, tecnologia e inovação, empregar, acabar com a miséria, reformar, otimizar receitas, recalibrar custos, investir, apaziguar.

É condição essencial agir com coragem para retirar do orçamento público destinações dirigidas aos pequenos e influentes grupos de interesse, nas áreas pública e privada, que por meio de subsídios, incentivos e privilégios de toda ordem se apoderam de parcela substancial da riqueza nacional, deixando na penúria aqueles que precisam de saúde, educação, justiça e oportunidades, geradas por um Estado ético. Se continuarmos a empilhar gastos públicos, sem mexer nas bases da economia patrimonialista, continuaremos a perder produtividade, nos afastar do desenvolvimento e penalizar a ampla maioria dos brasileiros. Não nos iludamos, essa é a agenda necessária e urgente.

O presidente Lula tem reconhecida liderança e conhecimento privilegiado deste povo, mas esses ativos não bastam. Ou o governo “para todos” desembarca da retórica para um planejamento com auxiliares capazes que fujam da experimentação e da improvisação – entendendo que não somos, mas estamos pobres em muitos sentidos, que não precisamos, mas somos fiscalmente devedores, que não queremos, mas jogamos a dinâmica do curto prazo –, ou seremos dragados pela realidade, com o risco real da volta a um estado de fragilidade democrática. E, pior, com o recrudescimento das visões negativas de futuro e o afastamento das esperanças de uma geração mais jovem, como visto, já hoje muito descrente do futuro do País.

Lula chegou ao Planalto, mas agora tem de continuar uma nova marcha, que só não será solitária e muito arriscada se souber escolher quem o acompanha, e para que e quem preside este novo Brasil para o qual as pesquisas apontam.

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SÃO EMPRESÁRIOS

Nem o mais pretensioso especialista em Brasil poderia prever uma sociedade tão dividida como a que aflorou às vésperas desta recente eleição nacional e que nem a Copa do Mundo consegue amainar. Uma sociedade radical, cuja decisão, seja contra um ou outro candidato, seja a favor de sua opção, trouxe um grau de agressividade, mentiras, autoenganos e tensões jamais visto. Um Brasil que não conhecíamos, e que esperamos seja reconquistado brevemente por aquele outro no qual acreditamos.

O País está diante de diversos desafios nada triviais, mas duas certezas se mantêm: existem oportunidades, de todas as naturezas, e há disposição de muitos bons atores para ajudar. Agora, o foco deveria ser lidar com a resposta a vários e precisos diagnósticos e criar um verdadeiro sentido de urgência.

Um dos olhares de relevância para esta nova fase reside no entendimento do nosso povo, suas crenças e expectativas. E, nesse sentido, recentemente a Laje Brasil apresentou um estudo inédito, Branding Brasil – o valor que o País gera, que merece atenção, por ser fonte de valiosas informações.

A pesquisa mostra um país isolado, perdido e desumano. Indica que assumimos os aspectos positivos da brasilidade e terceirizamos os aspectos negativos: a responsabilidade pelas deficiências é sempre do outro. E ponto de atenção: os jovens têm uma visão muito mais pessimista e desvinculada de Brasil do que a população mais velha. Para os mais velhos, o Brasil ainda é a pátria amada. Para os jovens, a relação com o Brasil é de amor e raiva.

Por outro lado, o trabalho indica, também, que felizmente os brasileiros são capazes de qualquer coisa quando se unem.

Com a abordagem de lidar com expectativas, decodificação de valores e nossa marca maior, num painel expressivo e representativo, os resultados iluminam e alertam. Um Brasil que nos deixa tristes, mas com uma brasilidade que nos traz felicidade. Um país ilhado, formado de vários Brasis, mas que deve ser estudado pela ótica das oportunidades. A beleza, a liberdade de viver e a hospitalidade, versus tantas dificuldades, a desigualdade e a infraestrutura precária. Contrastes, percepções fragmentadas, o orgulho de nossos símbolos, das coisas simples, o espaço de progresso que nossa jovem democracia e qualquer melhoria econômica podem nos oferecer, o peso do estudo desde cedo, a possibilidade de nos transformarmos em potência ambiental. E, acima de tudo, o cidadão brasileiro, seu ator principal, que muitas vezes fica de lado em nossas discussões um tanto teóricas e afastadas da realidade nacional.

Por tudo o que já passamos, por tudo o que passaremos, pelo humilde aprendizado com nossos não poucos erros, está na hora de nos conhecermos melhor, nos pacificarmos e nos gostarmos mais. Está na hora de, discursos de palanque à parte, fazermos acontecer. Há de se ajudar o governo futuro, para que a escolha de caminhos errados não nos desvie do destino almejado, mas com senso crítico, construtivo e de realidade.

Sugere-se evitar o risco da soberba, dos ouvidos moucos, da tentação do passado, quando vivemos já no futuro. Precisamos educar, liderar a descarbonização, reposicionar a indústria, proteger o meio ambiente, fortalecer o comércio e os serviços, sofisticar ainda mais a agroindústria, incorporar ciência, tecnologia e inovação, empregar, acabar com a miséria, reformar, otimizar receitas, recalibrar custos, investir, apaziguar.

É condição essencial agir com coragem para retirar do orçamento público destinações dirigidas aos pequenos e influentes grupos de interesse, nas áreas pública e privada, que por meio de subsídios, incentivos e privilégios de toda ordem se apoderam de parcela substancial da riqueza nacional, deixando na penúria aqueles que precisam de saúde, educação, justiça e oportunidades, geradas por um Estado ético. Se continuarmos a empilhar gastos públicos, sem mexer nas bases da economia patrimonialista, continuaremos a perder produtividade, nos afastar do desenvolvimento e penalizar a ampla maioria dos brasileiros. Não nos iludamos, essa é a agenda necessária e urgente.

O presidente Lula tem reconhecida liderança e conhecimento privilegiado deste povo, mas esses ativos não bastam. Ou o governo “para todos” desembarca da retórica para um planejamento com auxiliares capazes que fujam da experimentação e da improvisação – entendendo que não somos, mas estamos pobres em muitos sentidos, que não precisamos, mas somos fiscalmente devedores, que não queremos, mas jogamos a dinâmica do curto prazo –, ou seremos dragados pela realidade, com o risco real da volta a um estado de fragilidade democrática. E, pior, com o recrudescimento das visões negativas de futuro e o afastamento das esperanças de uma geração mais jovem, como visto, já hoje muito descrente do futuro do País.

Lula chegou ao Planalto, mas agora tem de continuar uma nova marcha, que só não será solitária e muito arriscada se souber escolher quem o acompanha, e para que e quem preside este novo Brasil para o qual as pesquisas apontam.

*

SÃO EMPRESÁRIOS

Nem o mais pretensioso especialista em Brasil poderia prever uma sociedade tão dividida como a que aflorou às vésperas desta recente eleição nacional e que nem a Copa do Mundo consegue amainar. Uma sociedade radical, cuja decisão, seja contra um ou outro candidato, seja a favor de sua opção, trouxe um grau de agressividade, mentiras, autoenganos e tensões jamais visto. Um Brasil que não conhecíamos, e que esperamos seja reconquistado brevemente por aquele outro no qual acreditamos.

O País está diante de diversos desafios nada triviais, mas duas certezas se mantêm: existem oportunidades, de todas as naturezas, e há disposição de muitos bons atores para ajudar. Agora, o foco deveria ser lidar com a resposta a vários e precisos diagnósticos e criar um verdadeiro sentido de urgência.

Um dos olhares de relevância para esta nova fase reside no entendimento do nosso povo, suas crenças e expectativas. E, nesse sentido, recentemente a Laje Brasil apresentou um estudo inédito, Branding Brasil – o valor que o País gera, que merece atenção, por ser fonte de valiosas informações.

A pesquisa mostra um país isolado, perdido e desumano. Indica que assumimos os aspectos positivos da brasilidade e terceirizamos os aspectos negativos: a responsabilidade pelas deficiências é sempre do outro. E ponto de atenção: os jovens têm uma visão muito mais pessimista e desvinculada de Brasil do que a população mais velha. Para os mais velhos, o Brasil ainda é a pátria amada. Para os jovens, a relação com o Brasil é de amor e raiva.

Por outro lado, o trabalho indica, também, que felizmente os brasileiros são capazes de qualquer coisa quando se unem.

Com a abordagem de lidar com expectativas, decodificação de valores e nossa marca maior, num painel expressivo e representativo, os resultados iluminam e alertam. Um Brasil que nos deixa tristes, mas com uma brasilidade que nos traz felicidade. Um país ilhado, formado de vários Brasis, mas que deve ser estudado pela ótica das oportunidades. A beleza, a liberdade de viver e a hospitalidade, versus tantas dificuldades, a desigualdade e a infraestrutura precária. Contrastes, percepções fragmentadas, o orgulho de nossos símbolos, das coisas simples, o espaço de progresso que nossa jovem democracia e qualquer melhoria econômica podem nos oferecer, o peso do estudo desde cedo, a possibilidade de nos transformarmos em potência ambiental. E, acima de tudo, o cidadão brasileiro, seu ator principal, que muitas vezes fica de lado em nossas discussões um tanto teóricas e afastadas da realidade nacional.

Por tudo o que já passamos, por tudo o que passaremos, pelo humilde aprendizado com nossos não poucos erros, está na hora de nos conhecermos melhor, nos pacificarmos e nos gostarmos mais. Está na hora de, discursos de palanque à parte, fazermos acontecer. Há de se ajudar o governo futuro, para que a escolha de caminhos errados não nos desvie do destino almejado, mas com senso crítico, construtivo e de realidade.

Sugere-se evitar o risco da soberba, dos ouvidos moucos, da tentação do passado, quando vivemos já no futuro. Precisamos educar, liderar a descarbonização, reposicionar a indústria, proteger o meio ambiente, fortalecer o comércio e os serviços, sofisticar ainda mais a agroindústria, incorporar ciência, tecnologia e inovação, empregar, acabar com a miséria, reformar, otimizar receitas, recalibrar custos, investir, apaziguar.

É condição essencial agir com coragem para retirar do orçamento público destinações dirigidas aos pequenos e influentes grupos de interesse, nas áreas pública e privada, que por meio de subsídios, incentivos e privilégios de toda ordem se apoderam de parcela substancial da riqueza nacional, deixando na penúria aqueles que precisam de saúde, educação, justiça e oportunidades, geradas por um Estado ético. Se continuarmos a empilhar gastos públicos, sem mexer nas bases da economia patrimonialista, continuaremos a perder produtividade, nos afastar do desenvolvimento e penalizar a ampla maioria dos brasileiros. Não nos iludamos, essa é a agenda necessária e urgente.

O presidente Lula tem reconhecida liderança e conhecimento privilegiado deste povo, mas esses ativos não bastam. Ou o governo “para todos” desembarca da retórica para um planejamento com auxiliares capazes que fujam da experimentação e da improvisação – entendendo que não somos, mas estamos pobres em muitos sentidos, que não precisamos, mas somos fiscalmente devedores, que não queremos, mas jogamos a dinâmica do curto prazo –, ou seremos dragados pela realidade, com o risco real da volta a um estado de fragilidade democrática. E, pior, com o recrudescimento das visões negativas de futuro e o afastamento das esperanças de uma geração mais jovem, como visto, já hoje muito descrente do futuro do País.

Lula chegou ao Planalto, mas agora tem de continuar uma nova marcha, que só não será solitária e muito arriscada se souber escolher quem o acompanha, e para que e quem preside este novo Brasil para o qual as pesquisas apontam.

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