Opinião|Para acabar com a aids, protejamos os direitos humanos de todas as pessoas


Como podemos proteger o progresso já conquistado em relação ao HIV e avançar ainda mais em direção à meta de 2030?

Por Andrea Boccardi Vidarte

O mundo fez um enorme progresso na redução do impacto do HIV nos últimos 15 anos. Em 2023, um total de 30,7 milhões de pessoas estavam em tratamento, ou seja, 77% das pessoas que vivem com HIV no mundo – em comparação com apenas 7,7 milhões em 2010. Esse avanço resultou em uma redução significativa nas mortes relacionadas à aids, com queda de 51% no mesmo período.

Mais que um dado biomédico, essa informação representa mais pessoas com a possibilidade de viver, planejar sonhos e conquistar objetivos. Isso porque o tratamento do HIV permite que as pessoas tenham qualidade de vida, e quando estão em tratamento regular e acompanhamento médico, essas pessoas podem alcançar a supressão viral e, portanto, não transmitir o HIV. O tratamento das pessoas que vive com HIV também é prevenção a novas infecções.

Além do tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostra ao mundo qual é o caminho certo para promover a resposta ao HIV: pelo caminho dos direitos humanos, respeitando todas as pessoas e fornecendo informações e insumos para que cada pessoa possa tomar decisões sobre seus corpos. Em 2024 foram mais de 311 milhões de preservativos e mais de 9 milhões de autotestes para HIV distribuídos gratuitamente.

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Outra conquista deste ano é que o Brasil alcançou o número de 100 mil pessoas usuárias de PrEP, a profilaxia pré-exposição, um medicamento capaz de prevenir o HIV. Esse número representa um marco no que diz respeito à diversidade de estratégias fornecidas pelo SUS e uma oportunidade para que pensemos e planejemos a prevenção do HIV a partir da perspectiva da escolha.

Outra ferramenta biomédica inovadora é o lenacapavir, um medicamento preventivo que é administrado por injeção duas vezes por ano e representa um caminho para que as novas infecções sejam reduzidas.

Neste ano, a farmacêutica Gilead disponibilizou autorização para que seis farmacêuticas possam produzir a versão genérica do lenacapavir e tornar disponível para 120 países, mas o Brasil foi excluído do acordo por ser considerado um país de renda média. Um medicamento como o lenacapavir tem o potencial de transformar radicalmente a resposta a essa epidemia no Brasil.

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Isso mostra que, embora uma série de ferramentas eficazes de tratamento e prevenção tenha sido desenvolvida, o mundo ainda não está no caminho certo para acabar com a aids como uma ameaça global à saúde até 2030.

O progresso global está muito lento: em pelo menos 28 países, as novas infecções por HIV estão aumentando e, particularmente na América Latina, aumentou 9%.

Então, como podemos proteger o progresso já conquistado em relação ao HIV e avançar ainda mais em direção à meta de 2030?

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Um relatório do Unaids, Sigamos o caminho dos direitos, divulgado antes do Dia Mundial da Aids, mostra que a defesa dos direitos é o caminho para uma resposta ao HIV que seja robusta e sustentável.

As barreiras à saúde precisam ser eliminadas. Por exemplo, mais da metade dos países tem leis que impedem que pessoas jovens façam o teste para saber seu status de HIV, a menos que obtenham permissão de responsáveis. E essas barreiras precisam ser abordadas pelas lideranças.

Sabemos que o mundo quer colocar a resposta ao HIV no caminho certo. As lideranças do G-20 assumiram esse compromisso recentemente no Rio de Janeiro, ao estabelecer a Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo, para promover acesso a vacinas, tratamentos terapêuticos e outras tecnologias de saúde, e ao reconhecer que as desigualdades impactam a saúde das pessoas.

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A criminalização e a marginalização de grupos de pessoas também estão prejudicando que os direitos dessas populações sejam respeitados. É por causa do impacto da discriminação que o risco de contrair o HIV é 23 vezes maior para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, nove vezes maior para profissionais do sexo e 20 vezes maior para mulheres trans do que para a população em geral em todo o mundo.

Há esperança.

Em todo o mundo, várias leis que impedem a prestação de serviços de saúde pública a grupos de pessoas foram removidas. Dois terços dos países agora não criminalizam pessoas LGBTQIA+. Há uma tendência também para a remoção das leis contraproducentes que criminalizam a exposição, a não revelação ou a transmissão do HIV.

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O novo relatório apresenta um caminho explícito: para acabar com a aids, sigamos no caminho dos direitos. Para proteger a saúde de todas as pessoas, precisamos proteger os direitos de cada pessoa.

*

É DIRETORA E REPRESENTANTE DO UNAIDS NO BRASIL

O mundo fez um enorme progresso na redução do impacto do HIV nos últimos 15 anos. Em 2023, um total de 30,7 milhões de pessoas estavam em tratamento, ou seja, 77% das pessoas que vivem com HIV no mundo – em comparação com apenas 7,7 milhões em 2010. Esse avanço resultou em uma redução significativa nas mortes relacionadas à aids, com queda de 51% no mesmo período.

Mais que um dado biomédico, essa informação representa mais pessoas com a possibilidade de viver, planejar sonhos e conquistar objetivos. Isso porque o tratamento do HIV permite que as pessoas tenham qualidade de vida, e quando estão em tratamento regular e acompanhamento médico, essas pessoas podem alcançar a supressão viral e, portanto, não transmitir o HIV. O tratamento das pessoas que vive com HIV também é prevenção a novas infecções.

Além do tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostra ao mundo qual é o caminho certo para promover a resposta ao HIV: pelo caminho dos direitos humanos, respeitando todas as pessoas e fornecendo informações e insumos para que cada pessoa possa tomar decisões sobre seus corpos. Em 2024 foram mais de 311 milhões de preservativos e mais de 9 milhões de autotestes para HIV distribuídos gratuitamente.

Outra conquista deste ano é que o Brasil alcançou o número de 100 mil pessoas usuárias de PrEP, a profilaxia pré-exposição, um medicamento capaz de prevenir o HIV. Esse número representa um marco no que diz respeito à diversidade de estratégias fornecidas pelo SUS e uma oportunidade para que pensemos e planejemos a prevenção do HIV a partir da perspectiva da escolha.

Outra ferramenta biomédica inovadora é o lenacapavir, um medicamento preventivo que é administrado por injeção duas vezes por ano e representa um caminho para que as novas infecções sejam reduzidas.

Neste ano, a farmacêutica Gilead disponibilizou autorização para que seis farmacêuticas possam produzir a versão genérica do lenacapavir e tornar disponível para 120 países, mas o Brasil foi excluído do acordo por ser considerado um país de renda média. Um medicamento como o lenacapavir tem o potencial de transformar radicalmente a resposta a essa epidemia no Brasil.

Isso mostra que, embora uma série de ferramentas eficazes de tratamento e prevenção tenha sido desenvolvida, o mundo ainda não está no caminho certo para acabar com a aids como uma ameaça global à saúde até 2030.

O progresso global está muito lento: em pelo menos 28 países, as novas infecções por HIV estão aumentando e, particularmente na América Latina, aumentou 9%.

Então, como podemos proteger o progresso já conquistado em relação ao HIV e avançar ainda mais em direção à meta de 2030?

Um relatório do Unaids, Sigamos o caminho dos direitos, divulgado antes do Dia Mundial da Aids, mostra que a defesa dos direitos é o caminho para uma resposta ao HIV que seja robusta e sustentável.

As barreiras à saúde precisam ser eliminadas. Por exemplo, mais da metade dos países tem leis que impedem que pessoas jovens façam o teste para saber seu status de HIV, a menos que obtenham permissão de responsáveis. E essas barreiras precisam ser abordadas pelas lideranças.

Sabemos que o mundo quer colocar a resposta ao HIV no caminho certo. As lideranças do G-20 assumiram esse compromisso recentemente no Rio de Janeiro, ao estabelecer a Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo, para promover acesso a vacinas, tratamentos terapêuticos e outras tecnologias de saúde, e ao reconhecer que as desigualdades impactam a saúde das pessoas.

A criminalização e a marginalização de grupos de pessoas também estão prejudicando que os direitos dessas populações sejam respeitados. É por causa do impacto da discriminação que o risco de contrair o HIV é 23 vezes maior para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, nove vezes maior para profissionais do sexo e 20 vezes maior para mulheres trans do que para a população em geral em todo o mundo.

Há esperança.

Em todo o mundo, várias leis que impedem a prestação de serviços de saúde pública a grupos de pessoas foram removidas. Dois terços dos países agora não criminalizam pessoas LGBTQIA+. Há uma tendência também para a remoção das leis contraproducentes que criminalizam a exposição, a não revelação ou a transmissão do HIV.

O novo relatório apresenta um caminho explícito: para acabar com a aids, sigamos no caminho dos direitos. Para proteger a saúde de todas as pessoas, precisamos proteger os direitos de cada pessoa.

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É DIRETORA E REPRESENTANTE DO UNAIDS NO BRASIL

O mundo fez um enorme progresso na redução do impacto do HIV nos últimos 15 anos. Em 2023, um total de 30,7 milhões de pessoas estavam em tratamento, ou seja, 77% das pessoas que vivem com HIV no mundo – em comparação com apenas 7,7 milhões em 2010. Esse avanço resultou em uma redução significativa nas mortes relacionadas à aids, com queda de 51% no mesmo período.

Mais que um dado biomédico, essa informação representa mais pessoas com a possibilidade de viver, planejar sonhos e conquistar objetivos. Isso porque o tratamento do HIV permite que as pessoas tenham qualidade de vida, e quando estão em tratamento regular e acompanhamento médico, essas pessoas podem alcançar a supressão viral e, portanto, não transmitir o HIV. O tratamento das pessoas que vive com HIV também é prevenção a novas infecções.

Além do tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostra ao mundo qual é o caminho certo para promover a resposta ao HIV: pelo caminho dos direitos humanos, respeitando todas as pessoas e fornecendo informações e insumos para que cada pessoa possa tomar decisões sobre seus corpos. Em 2024 foram mais de 311 milhões de preservativos e mais de 9 milhões de autotestes para HIV distribuídos gratuitamente.

Outra conquista deste ano é que o Brasil alcançou o número de 100 mil pessoas usuárias de PrEP, a profilaxia pré-exposição, um medicamento capaz de prevenir o HIV. Esse número representa um marco no que diz respeito à diversidade de estratégias fornecidas pelo SUS e uma oportunidade para que pensemos e planejemos a prevenção do HIV a partir da perspectiva da escolha.

Outra ferramenta biomédica inovadora é o lenacapavir, um medicamento preventivo que é administrado por injeção duas vezes por ano e representa um caminho para que as novas infecções sejam reduzidas.

Neste ano, a farmacêutica Gilead disponibilizou autorização para que seis farmacêuticas possam produzir a versão genérica do lenacapavir e tornar disponível para 120 países, mas o Brasil foi excluído do acordo por ser considerado um país de renda média. Um medicamento como o lenacapavir tem o potencial de transformar radicalmente a resposta a essa epidemia no Brasil.

Isso mostra que, embora uma série de ferramentas eficazes de tratamento e prevenção tenha sido desenvolvida, o mundo ainda não está no caminho certo para acabar com a aids como uma ameaça global à saúde até 2030.

O progresso global está muito lento: em pelo menos 28 países, as novas infecções por HIV estão aumentando e, particularmente na América Latina, aumentou 9%.

Então, como podemos proteger o progresso já conquistado em relação ao HIV e avançar ainda mais em direção à meta de 2030?

Um relatório do Unaids, Sigamos o caminho dos direitos, divulgado antes do Dia Mundial da Aids, mostra que a defesa dos direitos é o caminho para uma resposta ao HIV que seja robusta e sustentável.

As barreiras à saúde precisam ser eliminadas. Por exemplo, mais da metade dos países tem leis que impedem que pessoas jovens façam o teste para saber seu status de HIV, a menos que obtenham permissão de responsáveis. E essas barreiras precisam ser abordadas pelas lideranças.

Sabemos que o mundo quer colocar a resposta ao HIV no caminho certo. As lideranças do G-20 assumiram esse compromisso recentemente no Rio de Janeiro, ao estabelecer a Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo, para promover acesso a vacinas, tratamentos terapêuticos e outras tecnologias de saúde, e ao reconhecer que as desigualdades impactam a saúde das pessoas.

A criminalização e a marginalização de grupos de pessoas também estão prejudicando que os direitos dessas populações sejam respeitados. É por causa do impacto da discriminação que o risco de contrair o HIV é 23 vezes maior para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, nove vezes maior para profissionais do sexo e 20 vezes maior para mulheres trans do que para a população em geral em todo o mundo.

Há esperança.

Em todo o mundo, várias leis que impedem a prestação de serviços de saúde pública a grupos de pessoas foram removidas. Dois terços dos países agora não criminalizam pessoas LGBTQIA+. Há uma tendência também para a remoção das leis contraproducentes que criminalizam a exposição, a não revelação ou a transmissão do HIV.

O novo relatório apresenta um caminho explícito: para acabar com a aids, sigamos no caminho dos direitos. Para proteger a saúde de todas as pessoas, precisamos proteger os direitos de cada pessoa.

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É DIRETORA E REPRESENTANTE DO UNAIDS NO BRASIL

O mundo fez um enorme progresso na redução do impacto do HIV nos últimos 15 anos. Em 2023, um total de 30,7 milhões de pessoas estavam em tratamento, ou seja, 77% das pessoas que vivem com HIV no mundo – em comparação com apenas 7,7 milhões em 2010. Esse avanço resultou em uma redução significativa nas mortes relacionadas à aids, com queda de 51% no mesmo período.

Mais que um dado biomédico, essa informação representa mais pessoas com a possibilidade de viver, planejar sonhos e conquistar objetivos. Isso porque o tratamento do HIV permite que as pessoas tenham qualidade de vida, e quando estão em tratamento regular e acompanhamento médico, essas pessoas podem alcançar a supressão viral e, portanto, não transmitir o HIV. O tratamento das pessoas que vive com HIV também é prevenção a novas infecções.

Além do tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostra ao mundo qual é o caminho certo para promover a resposta ao HIV: pelo caminho dos direitos humanos, respeitando todas as pessoas e fornecendo informações e insumos para que cada pessoa possa tomar decisões sobre seus corpos. Em 2024 foram mais de 311 milhões de preservativos e mais de 9 milhões de autotestes para HIV distribuídos gratuitamente.

Outra conquista deste ano é que o Brasil alcançou o número de 100 mil pessoas usuárias de PrEP, a profilaxia pré-exposição, um medicamento capaz de prevenir o HIV. Esse número representa um marco no que diz respeito à diversidade de estratégias fornecidas pelo SUS e uma oportunidade para que pensemos e planejemos a prevenção do HIV a partir da perspectiva da escolha.

Outra ferramenta biomédica inovadora é o lenacapavir, um medicamento preventivo que é administrado por injeção duas vezes por ano e representa um caminho para que as novas infecções sejam reduzidas.

Neste ano, a farmacêutica Gilead disponibilizou autorização para que seis farmacêuticas possam produzir a versão genérica do lenacapavir e tornar disponível para 120 países, mas o Brasil foi excluído do acordo por ser considerado um país de renda média. Um medicamento como o lenacapavir tem o potencial de transformar radicalmente a resposta a essa epidemia no Brasil.

Isso mostra que, embora uma série de ferramentas eficazes de tratamento e prevenção tenha sido desenvolvida, o mundo ainda não está no caminho certo para acabar com a aids como uma ameaça global à saúde até 2030.

O progresso global está muito lento: em pelo menos 28 países, as novas infecções por HIV estão aumentando e, particularmente na América Latina, aumentou 9%.

Então, como podemos proteger o progresso já conquistado em relação ao HIV e avançar ainda mais em direção à meta de 2030?

Um relatório do Unaids, Sigamos o caminho dos direitos, divulgado antes do Dia Mundial da Aids, mostra que a defesa dos direitos é o caminho para uma resposta ao HIV que seja robusta e sustentável.

As barreiras à saúde precisam ser eliminadas. Por exemplo, mais da metade dos países tem leis que impedem que pessoas jovens façam o teste para saber seu status de HIV, a menos que obtenham permissão de responsáveis. E essas barreiras precisam ser abordadas pelas lideranças.

Sabemos que o mundo quer colocar a resposta ao HIV no caminho certo. As lideranças do G-20 assumiram esse compromisso recentemente no Rio de Janeiro, ao estabelecer a Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo, para promover acesso a vacinas, tratamentos terapêuticos e outras tecnologias de saúde, e ao reconhecer que as desigualdades impactam a saúde das pessoas.

A criminalização e a marginalização de grupos de pessoas também estão prejudicando que os direitos dessas populações sejam respeitados. É por causa do impacto da discriminação que o risco de contrair o HIV é 23 vezes maior para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, nove vezes maior para profissionais do sexo e 20 vezes maior para mulheres trans do que para a população em geral em todo o mundo.

Há esperança.

Em todo o mundo, várias leis que impedem a prestação de serviços de saúde pública a grupos de pessoas foram removidas. Dois terços dos países agora não criminalizam pessoas LGBTQIA+. Há uma tendência também para a remoção das leis contraproducentes que criminalizam a exposição, a não revelação ou a transmissão do HIV.

O novo relatório apresenta um caminho explícito: para acabar com a aids, sigamos no caminho dos direitos. Para proteger a saúde de todas as pessoas, precisamos proteger os direitos de cada pessoa.

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É DIRETORA E REPRESENTANTE DO UNAIDS NO BRASIL

O mundo fez um enorme progresso na redução do impacto do HIV nos últimos 15 anos. Em 2023, um total de 30,7 milhões de pessoas estavam em tratamento, ou seja, 77% das pessoas que vivem com HIV no mundo – em comparação com apenas 7,7 milhões em 2010. Esse avanço resultou em uma redução significativa nas mortes relacionadas à aids, com queda de 51% no mesmo período.

Mais que um dado biomédico, essa informação representa mais pessoas com a possibilidade de viver, planejar sonhos e conquistar objetivos. Isso porque o tratamento do HIV permite que as pessoas tenham qualidade de vida, e quando estão em tratamento regular e acompanhamento médico, essas pessoas podem alcançar a supressão viral e, portanto, não transmitir o HIV. O tratamento das pessoas que vive com HIV também é prevenção a novas infecções.

Além do tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostra ao mundo qual é o caminho certo para promover a resposta ao HIV: pelo caminho dos direitos humanos, respeitando todas as pessoas e fornecendo informações e insumos para que cada pessoa possa tomar decisões sobre seus corpos. Em 2024 foram mais de 311 milhões de preservativos e mais de 9 milhões de autotestes para HIV distribuídos gratuitamente.

Outra conquista deste ano é que o Brasil alcançou o número de 100 mil pessoas usuárias de PrEP, a profilaxia pré-exposição, um medicamento capaz de prevenir o HIV. Esse número representa um marco no que diz respeito à diversidade de estratégias fornecidas pelo SUS e uma oportunidade para que pensemos e planejemos a prevenção do HIV a partir da perspectiva da escolha.

Outra ferramenta biomédica inovadora é o lenacapavir, um medicamento preventivo que é administrado por injeção duas vezes por ano e representa um caminho para que as novas infecções sejam reduzidas.

Neste ano, a farmacêutica Gilead disponibilizou autorização para que seis farmacêuticas possam produzir a versão genérica do lenacapavir e tornar disponível para 120 países, mas o Brasil foi excluído do acordo por ser considerado um país de renda média. Um medicamento como o lenacapavir tem o potencial de transformar radicalmente a resposta a essa epidemia no Brasil.

Isso mostra que, embora uma série de ferramentas eficazes de tratamento e prevenção tenha sido desenvolvida, o mundo ainda não está no caminho certo para acabar com a aids como uma ameaça global à saúde até 2030.

O progresso global está muito lento: em pelo menos 28 países, as novas infecções por HIV estão aumentando e, particularmente na América Latina, aumentou 9%.

Então, como podemos proteger o progresso já conquistado em relação ao HIV e avançar ainda mais em direção à meta de 2030?

Um relatório do Unaids, Sigamos o caminho dos direitos, divulgado antes do Dia Mundial da Aids, mostra que a defesa dos direitos é o caminho para uma resposta ao HIV que seja robusta e sustentável.

As barreiras à saúde precisam ser eliminadas. Por exemplo, mais da metade dos países tem leis que impedem que pessoas jovens façam o teste para saber seu status de HIV, a menos que obtenham permissão de responsáveis. E essas barreiras precisam ser abordadas pelas lideranças.

Sabemos que o mundo quer colocar a resposta ao HIV no caminho certo. As lideranças do G-20 assumiram esse compromisso recentemente no Rio de Janeiro, ao estabelecer a Coalizão para Produção Local e Regional, Inovação e Acesso Equitativo, para promover acesso a vacinas, tratamentos terapêuticos e outras tecnologias de saúde, e ao reconhecer que as desigualdades impactam a saúde das pessoas.

A criminalização e a marginalização de grupos de pessoas também estão prejudicando que os direitos dessas populações sejam respeitados. É por causa do impacto da discriminação que o risco de contrair o HIV é 23 vezes maior para homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, nove vezes maior para profissionais do sexo e 20 vezes maior para mulheres trans do que para a população em geral em todo o mundo.

Há esperança.

Em todo o mundo, várias leis que impedem a prestação de serviços de saúde pública a grupos de pessoas foram removidas. Dois terços dos países agora não criminalizam pessoas LGBTQIA+. Há uma tendência também para a remoção das leis contraproducentes que criminalizam a exposição, a não revelação ou a transmissão do HIV.

O novo relatório apresenta um caminho explícito: para acabar com a aids, sigamos no caminho dos direitos. Para proteger a saúde de todas as pessoas, precisamos proteger os direitos de cada pessoa.

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