Opinião|Por que março é azul?


Apesar da importância do diagnóstico precoce, cerca de 85% dos casos de câncer colorretal só são diagnosticados em fase avançada

Por Marcelo Averbach

Prevenir é melhor que curar. É fato. Na Medicina, ajuda a manter a qualidade de vida, evita tratamentos mais onerosos e os efeitos colaterais de tratamentos mais fortes, além de outros benefícios. Com diagnósticos precoces, é possível detectar doenças nas fases iniciais, em que a cura é rápida e sem maiores consequências.

Campanhas para conscientização têm efeitos positivos no bem-estar de todos. Janeiro foi branco, na prevenção da saúde mental; fevereiro roxo, na prevenção do Alzheimer; e, agora, março foi azul, na prevenção do câncer colorretal. É um dos tumores malignos mais frequentes no mundo e uma das principais causas de morte relacionadas ao câncer.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou, para o biênio de 2020-2022, 20.520 casos novos deste câncer em homens e 20.470 em mulheres. É o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres e homens, excluindo os casos de tumores de pele não melanoma.

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É prevista, no Brasil, uma elevação nas taxas de mortalidade relacionadas ao câncer colorretal nos próximos anos, principalmente em razão do processo de envelhecimento da população. Essa tendência deverá ser mais pronunciada nas regiões menos desenvolvidas do País, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O estágio da doença no momento do diagnóstico é determinante para a sobrevida. Assim, enquanto aqueles pacientes com doença restrita à parede intestinal têm sobrevida de 90%, aqueles com doença que toma os linfonodos ou gânglios têm sobrevida de cerca de 70%, caindo para 10% quando existe doença que se estende para outros órgãos.

Apesar da importância do diagnóstico precoce, cerca de 85% dos casos só são diagnosticados em fase avançada. Por isso é importante fazer o diagnóstico nas fases mais iniciais. O exame de pessoas sem sintomas tem importante papel. Isto é, o rastreamento, que é definido como a busca de doença em pessoas assintomáticas com a finalidade de diagnosticar o câncer ainda em fase inicial.

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Alguns sinais e sintomas devem ser conhecidos pela população, como a presença de sangue nas fezes, dor abdominal em cólica frequente e persistente, alteração do ritmo intestinal com aparecimento de diarreia, obstipação ou alternância dessas situações, além de emagrecimento, anemia e cansaço. Diante destes quadros, é altamente recomendável procurar um médico.

Por outro lado, algumas atitudes podem reduzir a chance do desenvolvimento do câncer colorretal, como a prática regular de atividades físicas, evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação rica em fibras, reduzir o consumo de carnes vermelhas em excesso, bem como de embutidos e defumados, e manter o peso adequado para a altura.

Além disso, fundamental é o rastreamento a partir dos 45 anos, independentemente da existência de sintomas. Só assim alterações que antecedem o câncer podem ser diagnosticadas e tratadas, ou mesmo o câncer já instalado, mas em fase inicial, o que permitirá o tratamento com êxito.

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A maioria dos programas de rastreamento propostos inclui a pesquisa de sangue nas fezes, e, se positivo, os pacientes são encaminhados para fazer colonoscopia quando pólipos encontrados podem ser retirados no momento do diagnóstico, evitando o aparecimento do câncer.

No Brasil, não existe ainda uma política oficial de prevenção do câncer colorretal. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) estão trabalhando para estabelecer oficialmente o mês de março dedicado à prevenção do câncer colorretal e a cor azul associada a este mês.

Desta forma, a cidade de Pilar (AL) foi sede de importante evento, que buscou rastrear toda a sua população na faixa etária entre 50 e 70 anos. Já no Estado do Pará, a pequena cidade de Belterra também foi alvo desta campanha, continuando um trabalho que foi desenvolvido entre os anos de 2014 e 2017 e que, agora, foi realizado pela ONG Zoé, em parceria com as duas sociedades.

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Esta ideia se baseia em campanhas bem estabelecidas em outros países. No Brasil, o plenário do Senado Federal aprovou, no dia 10 de fevereiro deste ano, o Projeto de Lei n.º 5.024/2019, tornando março o mês de combate ao câncer colorretal e incluindo sua prevenção no calendário oficial da saúde pública. O texto voltou para apreciação da Câmara dos Deputados.

Faz parte da campanha a Cartilha de Prevenção do Câncer Colorretal, que está no site das duas sociedades e no marcoazul.org.br. A mensagem mais importante da cartilha é de que o câncer colorretal tem cura. Destaca quais são os fatores que podem provocar a doença: idade, histórico familiar e pessoal e diabetes. E tem, também, recomendações para evitar a enfermidade.

A campanha Março Azul serve para alertar a população para a conscientização e prevenção do câncer colorretal. Apesar dessa mobilização, os cuidados devem durar o ano todo. Quanto mais gente souber como agir, mais chances teremos de avançar contra o câncer colorretal. É um ganha-ganha. Ganham todos. Março é azul!

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MÉDICO, É COORDENADOR DA CAMPANHA MARÇO AZUL

Prevenir é melhor que curar. É fato. Na Medicina, ajuda a manter a qualidade de vida, evita tratamentos mais onerosos e os efeitos colaterais de tratamentos mais fortes, além de outros benefícios. Com diagnósticos precoces, é possível detectar doenças nas fases iniciais, em que a cura é rápida e sem maiores consequências.

Campanhas para conscientização têm efeitos positivos no bem-estar de todos. Janeiro foi branco, na prevenção da saúde mental; fevereiro roxo, na prevenção do Alzheimer; e, agora, março foi azul, na prevenção do câncer colorretal. É um dos tumores malignos mais frequentes no mundo e uma das principais causas de morte relacionadas ao câncer.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou, para o biênio de 2020-2022, 20.520 casos novos deste câncer em homens e 20.470 em mulheres. É o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres e homens, excluindo os casos de tumores de pele não melanoma.

É prevista, no Brasil, uma elevação nas taxas de mortalidade relacionadas ao câncer colorretal nos próximos anos, principalmente em razão do processo de envelhecimento da população. Essa tendência deverá ser mais pronunciada nas regiões menos desenvolvidas do País, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O estágio da doença no momento do diagnóstico é determinante para a sobrevida. Assim, enquanto aqueles pacientes com doença restrita à parede intestinal têm sobrevida de 90%, aqueles com doença que toma os linfonodos ou gânglios têm sobrevida de cerca de 70%, caindo para 10% quando existe doença que se estende para outros órgãos.

Apesar da importância do diagnóstico precoce, cerca de 85% dos casos só são diagnosticados em fase avançada. Por isso é importante fazer o diagnóstico nas fases mais iniciais. O exame de pessoas sem sintomas tem importante papel. Isto é, o rastreamento, que é definido como a busca de doença em pessoas assintomáticas com a finalidade de diagnosticar o câncer ainda em fase inicial.

Alguns sinais e sintomas devem ser conhecidos pela população, como a presença de sangue nas fezes, dor abdominal em cólica frequente e persistente, alteração do ritmo intestinal com aparecimento de diarreia, obstipação ou alternância dessas situações, além de emagrecimento, anemia e cansaço. Diante destes quadros, é altamente recomendável procurar um médico.

Por outro lado, algumas atitudes podem reduzir a chance do desenvolvimento do câncer colorretal, como a prática regular de atividades físicas, evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação rica em fibras, reduzir o consumo de carnes vermelhas em excesso, bem como de embutidos e defumados, e manter o peso adequado para a altura.

Além disso, fundamental é o rastreamento a partir dos 45 anos, independentemente da existência de sintomas. Só assim alterações que antecedem o câncer podem ser diagnosticadas e tratadas, ou mesmo o câncer já instalado, mas em fase inicial, o que permitirá o tratamento com êxito.

A maioria dos programas de rastreamento propostos inclui a pesquisa de sangue nas fezes, e, se positivo, os pacientes são encaminhados para fazer colonoscopia quando pólipos encontrados podem ser retirados no momento do diagnóstico, evitando o aparecimento do câncer.

No Brasil, não existe ainda uma política oficial de prevenção do câncer colorretal. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) estão trabalhando para estabelecer oficialmente o mês de março dedicado à prevenção do câncer colorretal e a cor azul associada a este mês.

Desta forma, a cidade de Pilar (AL) foi sede de importante evento, que buscou rastrear toda a sua população na faixa etária entre 50 e 70 anos. Já no Estado do Pará, a pequena cidade de Belterra também foi alvo desta campanha, continuando um trabalho que foi desenvolvido entre os anos de 2014 e 2017 e que, agora, foi realizado pela ONG Zoé, em parceria com as duas sociedades.

Esta ideia se baseia em campanhas bem estabelecidas em outros países. No Brasil, o plenário do Senado Federal aprovou, no dia 10 de fevereiro deste ano, o Projeto de Lei n.º 5.024/2019, tornando março o mês de combate ao câncer colorretal e incluindo sua prevenção no calendário oficial da saúde pública. O texto voltou para apreciação da Câmara dos Deputados.

Faz parte da campanha a Cartilha de Prevenção do Câncer Colorretal, que está no site das duas sociedades e no marcoazul.org.br. A mensagem mais importante da cartilha é de que o câncer colorretal tem cura. Destaca quais são os fatores que podem provocar a doença: idade, histórico familiar e pessoal e diabetes. E tem, também, recomendações para evitar a enfermidade.

A campanha Março Azul serve para alertar a população para a conscientização e prevenção do câncer colorretal. Apesar dessa mobilização, os cuidados devem durar o ano todo. Quanto mais gente souber como agir, mais chances teremos de avançar contra o câncer colorretal. É um ganha-ganha. Ganham todos. Março é azul!

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MÉDICO, É COORDENADOR DA CAMPANHA MARÇO AZUL

Prevenir é melhor que curar. É fato. Na Medicina, ajuda a manter a qualidade de vida, evita tratamentos mais onerosos e os efeitos colaterais de tratamentos mais fortes, além de outros benefícios. Com diagnósticos precoces, é possível detectar doenças nas fases iniciais, em que a cura é rápida e sem maiores consequências.

Campanhas para conscientização têm efeitos positivos no bem-estar de todos. Janeiro foi branco, na prevenção da saúde mental; fevereiro roxo, na prevenção do Alzheimer; e, agora, março foi azul, na prevenção do câncer colorretal. É um dos tumores malignos mais frequentes no mundo e uma das principais causas de morte relacionadas ao câncer.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou, para o biênio de 2020-2022, 20.520 casos novos deste câncer em homens e 20.470 em mulheres. É o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres e homens, excluindo os casos de tumores de pele não melanoma.

É prevista, no Brasil, uma elevação nas taxas de mortalidade relacionadas ao câncer colorretal nos próximos anos, principalmente em razão do processo de envelhecimento da população. Essa tendência deverá ser mais pronunciada nas regiões menos desenvolvidas do País, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O estágio da doença no momento do diagnóstico é determinante para a sobrevida. Assim, enquanto aqueles pacientes com doença restrita à parede intestinal têm sobrevida de 90%, aqueles com doença que toma os linfonodos ou gânglios têm sobrevida de cerca de 70%, caindo para 10% quando existe doença que se estende para outros órgãos.

Apesar da importância do diagnóstico precoce, cerca de 85% dos casos só são diagnosticados em fase avançada. Por isso é importante fazer o diagnóstico nas fases mais iniciais. O exame de pessoas sem sintomas tem importante papel. Isto é, o rastreamento, que é definido como a busca de doença em pessoas assintomáticas com a finalidade de diagnosticar o câncer ainda em fase inicial.

Alguns sinais e sintomas devem ser conhecidos pela população, como a presença de sangue nas fezes, dor abdominal em cólica frequente e persistente, alteração do ritmo intestinal com aparecimento de diarreia, obstipação ou alternância dessas situações, além de emagrecimento, anemia e cansaço. Diante destes quadros, é altamente recomendável procurar um médico.

Por outro lado, algumas atitudes podem reduzir a chance do desenvolvimento do câncer colorretal, como a prática regular de atividades físicas, evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação rica em fibras, reduzir o consumo de carnes vermelhas em excesso, bem como de embutidos e defumados, e manter o peso adequado para a altura.

Além disso, fundamental é o rastreamento a partir dos 45 anos, independentemente da existência de sintomas. Só assim alterações que antecedem o câncer podem ser diagnosticadas e tratadas, ou mesmo o câncer já instalado, mas em fase inicial, o que permitirá o tratamento com êxito.

A maioria dos programas de rastreamento propostos inclui a pesquisa de sangue nas fezes, e, se positivo, os pacientes são encaminhados para fazer colonoscopia quando pólipos encontrados podem ser retirados no momento do diagnóstico, evitando o aparecimento do câncer.

No Brasil, não existe ainda uma política oficial de prevenção do câncer colorretal. A Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) estão trabalhando para estabelecer oficialmente o mês de março dedicado à prevenção do câncer colorretal e a cor azul associada a este mês.

Desta forma, a cidade de Pilar (AL) foi sede de importante evento, que buscou rastrear toda a sua população na faixa etária entre 50 e 70 anos. Já no Estado do Pará, a pequena cidade de Belterra também foi alvo desta campanha, continuando um trabalho que foi desenvolvido entre os anos de 2014 e 2017 e que, agora, foi realizado pela ONG Zoé, em parceria com as duas sociedades.

Esta ideia se baseia em campanhas bem estabelecidas em outros países. No Brasil, o plenário do Senado Federal aprovou, no dia 10 de fevereiro deste ano, o Projeto de Lei n.º 5.024/2019, tornando março o mês de combate ao câncer colorretal e incluindo sua prevenção no calendário oficial da saúde pública. O texto voltou para apreciação da Câmara dos Deputados.

Faz parte da campanha a Cartilha de Prevenção do Câncer Colorretal, que está no site das duas sociedades e no marcoazul.org.br. A mensagem mais importante da cartilha é de que o câncer colorretal tem cura. Destaca quais são os fatores que podem provocar a doença: idade, histórico familiar e pessoal e diabetes. E tem, também, recomendações para evitar a enfermidade.

A campanha Março Azul serve para alertar a população para a conscientização e prevenção do câncer colorretal. Apesar dessa mobilização, os cuidados devem durar o ano todo. Quanto mais gente souber como agir, mais chances teremos de avançar contra o câncer colorretal. É um ganha-ganha. Ganham todos. Março é azul!

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