Opinião|Por que precisamos de uma filantropia feminista?


A sociedade brasileira não pode continuar ignorando os custos sociais da violência de gênero nem os potenciais ganhos de uma sociedade mais justa e segura para meninas e mulheres

Por Amanda Sadalla e Luciana Temer

Ser menina e mulher no Brasil é enfrentar desafios diários de violência, discriminação e opressão. Em 2023, um feminicídio foi registrado a cada seis horas, e um estupro a cada 6 minutos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Isso sem contar os milhares de casos de violência doméstica, psicológica e sexual que nem sequer chegam às delegacias. São números que chocam, mas ainda não refletem a realidade: apenas 8,5% dos casos de estupros são formalmente denunciados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Além disso, a violência baseada no gênero não afeta todas as mulheres e meninas igualmente. Meninas negras de até 13 anos são as maiores vítimas de estupro no Brasil, e meninas e mulheres com deficiência enfrentam até dez vezes mais violência baseada no gênero do que aquelas sem deficiência, segundo estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) de 2018.

As meninas vítimas de violência sexual carregam não somente o trauma, mas também estão suscetíveis a uma série de outras consequências para seu desenvolvimento integral, como impactos negativos no rendimento escolar, efeitos na saúde física e mental, dificuldades de manter relacionamentos saudáveis, e até mesmo consequências futuras no mundo do trabalho, perpetuando ciclos de desigualdade.

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Sabemos que os governos estão falhando em investir em meninas e mulheres. Nesse cenário, instituições como o Instituto Liberta e a Serenas têm investido fortemente em campanhas de comunicação, incidência política e assessoria para governos, para trazer esses dados à tona, em uma tentativa de tirar o problema de debaixo do tapete e mobilizar tanto a sociedade civil quanto os governantes para enfrentar essa realidade com a urgência necessária. Mas, neste Dia Internacional do Enfrentamento à Violência contra a Mulher, queremos ir além. Nosso chamado é para um compromisso sólido de lideranças por trás do investimento social privado.

Embora a equidade de gênero seja urgente, ainda recebe pouca atenção na filantropia. Nos Estados Unidos, 2020 foi um marco: o financiamento para mulheres e meninas ultrapassou US$ 10 bilhões, mas isso representou apenas 2% do total da filantropia do país, segundo o Women’s Philanthropy Institute. No Brasil, o cenário não é mais animador. O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais de 2023, do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), que analisou 74 fundos no Brasil, revelou que apenas três apontaram direitos humanos como prioridade, enquanto cinco mencionaram a proteção da infância. A disparidade é clara: temas centrais para a equidade de gênero ainda não estão entre os principais focos de investimento.

Tradicionalmente, a educação é a área que concentra o maior volume de investimentos. Dados do Censo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) mostram que, em 2022, o setor representou 42% do total investido pelo investimento social privado. Sabemos que a educação desempenha um papel essencial na prevenção de violências e na construção de relações respeitosas. No entanto, a agenda de equidade de gênero ainda está longe das mesas de decisão das políticas educacionais e do investimento social.

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Essa lacuna não é apenas uma falha ética, mas também indica um erro estratégico para a economia. A ONU Mulheres estimou que o custo global de não educar meninas adequadamente é de US$ 10 trilhões por ano. Já no Brasil, uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais de 2021 apontou que o fim da violência contra mulheres poderia poupar mais de R$ 214 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em uma década – para se ter ideia, seria o valor equivalente a uma década do Programa Bolsa Família.

Nas últimas duas décadas, movimentos de mulheres conquistaram avanços legais importantes, como a Lei Maria da Penha, a lei do feminicídio e, mais recente, a lei da igualdade salarial. Mas para que essas leis não fiquem no papel, precisamos fortalecer as organizações da sociedade civil que atuam na linha de frente do enfrentamento às violências de gênero.

Infelizmente, as regras de financiamento advindo do investimento social privado costumam ser rígidas e não consideram as reais necessidades das organizações. É essencial oferecer recursos flexíveis que permitam qualificar e fortalecer sua atuação e seu impacto, focando esforços naquilo que as organizações já fazem, para que façam mais e melhor, e não fazendo com que se tornem executoras de metas impostas pelos doadores. A confiança e a escuta qualificada estão no centro de uma relação com mais equidade entre doadores e organizações da sociedade civil.

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Uma filantropia feminista também exige investir nas meninas de hoje, reconhecendo-as como especialistas de suas próprias vidas. Elas já estão liderando mudanças, lutando contra a pobreza menstrual, pela justiça climática ou pelo fim da discriminação racial. Investir em meninas vai além de dar voz a elas em eventos simbólicos. Significa proporcionar oportunidades reais e contínuas para que sejam líderes de movimentos.

Como bem pontua o Filantropando, relatório produzido pelo Instituto Beja sobre tendências inovadoras da filantropia, “a filantropia deve ser mais que uma fonte de financiamento para o desenvolvimento sustentável; seu papel também envolve impulsionar mudanças profundas e duradouras”. É exatamente isso que a filantropia feminista proporciona: uma transformação estrutural na sociedade.

A sociedade brasileira não pode continuar ignorando os custos sociais da violência de gênero nem os potenciais ganhos de uma sociedade mais justa e segura para meninas e mulheres. Para isso, é indispensável que o investimento social privado e as políticas públicas caminhem juntos, com um compromisso sólido e coordenado pela equidade de gênero.

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A mudança é possível. Resta saber: quem se compromete a liderá-la?

*

SÃO, RESPECTIVAMENTE, COFUNDADORA E DIRETORA-EXECUTIVA DA SERENAS, MESTRE EM POLÍTICAS PÚBLICAS PELA BLAVATNIK SCHOOL OF GOVERNMENT, DA UNIVERSIDADE DE OXFORD, ADMINISTRADORA PÚBLICA PELA FGV-SP; E ADVOGADA, PROFESSORA DOUTORA EM DIREITO CONSTITUCIONAL NA PUC-SP, PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERTA, CONSELHEIRA CONSULTIVA DA SERENAS

Ser menina e mulher no Brasil é enfrentar desafios diários de violência, discriminação e opressão. Em 2023, um feminicídio foi registrado a cada seis horas, e um estupro a cada 6 minutos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Isso sem contar os milhares de casos de violência doméstica, psicológica e sexual que nem sequer chegam às delegacias. São números que chocam, mas ainda não refletem a realidade: apenas 8,5% dos casos de estupros são formalmente denunciados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Além disso, a violência baseada no gênero não afeta todas as mulheres e meninas igualmente. Meninas negras de até 13 anos são as maiores vítimas de estupro no Brasil, e meninas e mulheres com deficiência enfrentam até dez vezes mais violência baseada no gênero do que aquelas sem deficiência, segundo estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) de 2018.

As meninas vítimas de violência sexual carregam não somente o trauma, mas também estão suscetíveis a uma série de outras consequências para seu desenvolvimento integral, como impactos negativos no rendimento escolar, efeitos na saúde física e mental, dificuldades de manter relacionamentos saudáveis, e até mesmo consequências futuras no mundo do trabalho, perpetuando ciclos de desigualdade.

Sabemos que os governos estão falhando em investir em meninas e mulheres. Nesse cenário, instituições como o Instituto Liberta e a Serenas têm investido fortemente em campanhas de comunicação, incidência política e assessoria para governos, para trazer esses dados à tona, em uma tentativa de tirar o problema de debaixo do tapete e mobilizar tanto a sociedade civil quanto os governantes para enfrentar essa realidade com a urgência necessária. Mas, neste Dia Internacional do Enfrentamento à Violência contra a Mulher, queremos ir além. Nosso chamado é para um compromisso sólido de lideranças por trás do investimento social privado.

Embora a equidade de gênero seja urgente, ainda recebe pouca atenção na filantropia. Nos Estados Unidos, 2020 foi um marco: o financiamento para mulheres e meninas ultrapassou US$ 10 bilhões, mas isso representou apenas 2% do total da filantropia do país, segundo o Women’s Philanthropy Institute. No Brasil, o cenário não é mais animador. O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais de 2023, do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), que analisou 74 fundos no Brasil, revelou que apenas três apontaram direitos humanos como prioridade, enquanto cinco mencionaram a proteção da infância. A disparidade é clara: temas centrais para a equidade de gênero ainda não estão entre os principais focos de investimento.

Tradicionalmente, a educação é a área que concentra o maior volume de investimentos. Dados do Censo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) mostram que, em 2022, o setor representou 42% do total investido pelo investimento social privado. Sabemos que a educação desempenha um papel essencial na prevenção de violências e na construção de relações respeitosas. No entanto, a agenda de equidade de gênero ainda está longe das mesas de decisão das políticas educacionais e do investimento social.

Essa lacuna não é apenas uma falha ética, mas também indica um erro estratégico para a economia. A ONU Mulheres estimou que o custo global de não educar meninas adequadamente é de US$ 10 trilhões por ano. Já no Brasil, uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais de 2021 apontou que o fim da violência contra mulheres poderia poupar mais de R$ 214 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em uma década – para se ter ideia, seria o valor equivalente a uma década do Programa Bolsa Família.

Nas últimas duas décadas, movimentos de mulheres conquistaram avanços legais importantes, como a Lei Maria da Penha, a lei do feminicídio e, mais recente, a lei da igualdade salarial. Mas para que essas leis não fiquem no papel, precisamos fortalecer as organizações da sociedade civil que atuam na linha de frente do enfrentamento às violências de gênero.

Infelizmente, as regras de financiamento advindo do investimento social privado costumam ser rígidas e não consideram as reais necessidades das organizações. É essencial oferecer recursos flexíveis que permitam qualificar e fortalecer sua atuação e seu impacto, focando esforços naquilo que as organizações já fazem, para que façam mais e melhor, e não fazendo com que se tornem executoras de metas impostas pelos doadores. A confiança e a escuta qualificada estão no centro de uma relação com mais equidade entre doadores e organizações da sociedade civil.

Uma filantropia feminista também exige investir nas meninas de hoje, reconhecendo-as como especialistas de suas próprias vidas. Elas já estão liderando mudanças, lutando contra a pobreza menstrual, pela justiça climática ou pelo fim da discriminação racial. Investir em meninas vai além de dar voz a elas em eventos simbólicos. Significa proporcionar oportunidades reais e contínuas para que sejam líderes de movimentos.

Como bem pontua o Filantropando, relatório produzido pelo Instituto Beja sobre tendências inovadoras da filantropia, “a filantropia deve ser mais que uma fonte de financiamento para o desenvolvimento sustentável; seu papel também envolve impulsionar mudanças profundas e duradouras”. É exatamente isso que a filantropia feminista proporciona: uma transformação estrutural na sociedade.

A sociedade brasileira não pode continuar ignorando os custos sociais da violência de gênero nem os potenciais ganhos de uma sociedade mais justa e segura para meninas e mulheres. Para isso, é indispensável que o investimento social privado e as políticas públicas caminhem juntos, com um compromisso sólido e coordenado pela equidade de gênero.

A mudança é possível. Resta saber: quem se compromete a liderá-la?

*

SÃO, RESPECTIVAMENTE, COFUNDADORA E DIRETORA-EXECUTIVA DA SERENAS, MESTRE EM POLÍTICAS PÚBLICAS PELA BLAVATNIK SCHOOL OF GOVERNMENT, DA UNIVERSIDADE DE OXFORD, ADMINISTRADORA PÚBLICA PELA FGV-SP; E ADVOGADA, PROFESSORA DOUTORA EM DIREITO CONSTITUCIONAL NA PUC-SP, PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERTA, CONSELHEIRA CONSULTIVA DA SERENAS

Ser menina e mulher no Brasil é enfrentar desafios diários de violência, discriminação e opressão. Em 2023, um feminicídio foi registrado a cada seis horas, e um estupro a cada 6 minutos, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Isso sem contar os milhares de casos de violência doméstica, psicológica e sexual que nem sequer chegam às delegacias. São números que chocam, mas ainda não refletem a realidade: apenas 8,5% dos casos de estupros são formalmente denunciados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Além disso, a violência baseada no gênero não afeta todas as mulheres e meninas igualmente. Meninas negras de até 13 anos são as maiores vítimas de estupro no Brasil, e meninas e mulheres com deficiência enfrentam até dez vezes mais violência baseada no gênero do que aquelas sem deficiência, segundo estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) de 2018.

As meninas vítimas de violência sexual carregam não somente o trauma, mas também estão suscetíveis a uma série de outras consequências para seu desenvolvimento integral, como impactos negativos no rendimento escolar, efeitos na saúde física e mental, dificuldades de manter relacionamentos saudáveis, e até mesmo consequências futuras no mundo do trabalho, perpetuando ciclos de desigualdade.

Sabemos que os governos estão falhando em investir em meninas e mulheres. Nesse cenário, instituições como o Instituto Liberta e a Serenas têm investido fortemente em campanhas de comunicação, incidência política e assessoria para governos, para trazer esses dados à tona, em uma tentativa de tirar o problema de debaixo do tapete e mobilizar tanto a sociedade civil quanto os governantes para enfrentar essa realidade com a urgência necessária. Mas, neste Dia Internacional do Enfrentamento à Violência contra a Mulher, queremos ir além. Nosso chamado é para um compromisso sólido de lideranças por trás do investimento social privado.

Embora a equidade de gênero seja urgente, ainda recebe pouca atenção na filantropia. Nos Estados Unidos, 2020 foi um marco: o financiamento para mulheres e meninas ultrapassou US$ 10 bilhões, mas isso representou apenas 2% do total da filantropia do país, segundo o Women’s Philanthropy Institute. No Brasil, o cenário não é mais animador. O Anuário de Desempenho de Fundos Patrimoniais de 2023, do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), que analisou 74 fundos no Brasil, revelou que apenas três apontaram direitos humanos como prioridade, enquanto cinco mencionaram a proteção da infância. A disparidade é clara: temas centrais para a equidade de gênero ainda não estão entre os principais focos de investimento.

Tradicionalmente, a educação é a área que concentra o maior volume de investimentos. Dados do Censo Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) mostram que, em 2022, o setor representou 42% do total investido pelo investimento social privado. Sabemos que a educação desempenha um papel essencial na prevenção de violências e na construção de relações respeitosas. No entanto, a agenda de equidade de gênero ainda está longe das mesas de decisão das políticas educacionais e do investimento social.

Essa lacuna não é apenas uma falha ética, mas também indica um erro estratégico para a economia. A ONU Mulheres estimou que o custo global de não educar meninas adequadamente é de US$ 10 trilhões por ano. Já no Brasil, uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais de 2021 apontou que o fim da violência contra mulheres poderia poupar mais de R$ 214 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em uma década – para se ter ideia, seria o valor equivalente a uma década do Programa Bolsa Família.

Nas últimas duas décadas, movimentos de mulheres conquistaram avanços legais importantes, como a Lei Maria da Penha, a lei do feminicídio e, mais recente, a lei da igualdade salarial. Mas para que essas leis não fiquem no papel, precisamos fortalecer as organizações da sociedade civil que atuam na linha de frente do enfrentamento às violências de gênero.

Infelizmente, as regras de financiamento advindo do investimento social privado costumam ser rígidas e não consideram as reais necessidades das organizações. É essencial oferecer recursos flexíveis que permitam qualificar e fortalecer sua atuação e seu impacto, focando esforços naquilo que as organizações já fazem, para que façam mais e melhor, e não fazendo com que se tornem executoras de metas impostas pelos doadores. A confiança e a escuta qualificada estão no centro de uma relação com mais equidade entre doadores e organizações da sociedade civil.

Uma filantropia feminista também exige investir nas meninas de hoje, reconhecendo-as como especialistas de suas próprias vidas. Elas já estão liderando mudanças, lutando contra a pobreza menstrual, pela justiça climática ou pelo fim da discriminação racial. Investir em meninas vai além de dar voz a elas em eventos simbólicos. Significa proporcionar oportunidades reais e contínuas para que sejam líderes de movimentos.

Como bem pontua o Filantropando, relatório produzido pelo Instituto Beja sobre tendências inovadoras da filantropia, “a filantropia deve ser mais que uma fonte de financiamento para o desenvolvimento sustentável; seu papel também envolve impulsionar mudanças profundas e duradouras”. É exatamente isso que a filantropia feminista proporciona: uma transformação estrutural na sociedade.

A sociedade brasileira não pode continuar ignorando os custos sociais da violência de gênero nem os potenciais ganhos de uma sociedade mais justa e segura para meninas e mulheres. Para isso, é indispensável que o investimento social privado e as políticas públicas caminhem juntos, com um compromisso sólido e coordenado pela equidade de gênero.

A mudança é possível. Resta saber: quem se compromete a liderá-la?

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SÃO, RESPECTIVAMENTE, COFUNDADORA E DIRETORA-EXECUTIVA DA SERENAS, MESTRE EM POLÍTICAS PÚBLICAS PELA BLAVATNIK SCHOOL OF GOVERNMENT, DA UNIVERSIDADE DE OXFORD, ADMINISTRADORA PÚBLICA PELA FGV-SP; E ADVOGADA, PROFESSORA DOUTORA EM DIREITO CONSTITUCIONAL NA PUC-SP, PRESIDENTE DO INSTITUTO LIBERTA, CONSELHEIRA CONSULTIVA DA SERENAS

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Opinião por Amanda Sadalla

Cofundadora e diretora-executiva da Serenas, é mestre em Políticas Públicas pela Blavatnik School of Government, da Universidade de Oxford, e administradora pública pela FGV-SP

Luciana Temer

Advogada, professora doutora em Direito Constitucional na PUC-SP, presidente do Instituto Liberta, é conselheira consultiva da Serenas

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