Opinião|Tensões globais e fortalecimento industrial


Não nos resta outro caminho do que enfrentar os desafios do novo ambiente internacional sem cairmos no equívoco do isolamento e assegurando avanços em nossa competitividade

Por Guilherme C. Gerdau Johannpeter
Atualização:

A multiplicação de focos de tensão geopolítica e a intensificação da competição entre as principais potências globais têm levado a mudanças na governança do comércio mundial e gerado incertezas sobre a organização das cadeias globais. A indústria está no cerne desse processo. Seja porque as relações comerciais entre países são nutridas sobretudo por meio de bens manufaturados, seja porque foram as cadeias industriais, mais longas e complexas, que passaram a se organizar em escala global a partir dos anos 1990.

Outra razão é que a disputa entre os países se dá notadamente em torno do domínio de tecnologias estratégicas ou inovadoras e a indústria é um elo fundamental da inovação, respondendo por cerca de 70% dos gastos privados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no mundo.

Embora haja outros elementos, muito do que temos visto se deve aos embates entre EUA e China. No campo econômico, as pretensões chinesas de se tornar, além da “fábrica do mundo”, uma referência em produtos e tecnologias de ponta têm reforçado o apoio à sua manufatura por meio de subsídios e de suas empresas estatais. Como resultado, tem ocorrido ampliação de capacidade produtiva que não é absorvida integralmente por sua demanda interna, exercendo forte pressão concorrencial sobre mercados externos.

continua após a publicidade

Os EUA, por sua vez, além de se ressentirem de seus vultosos déficits comerciais, vistos como resultado da concorrência desleal da China, passaram a adotar políticas industriais explícitas, inclusive com recurso a instrumentos como conteúdo local. A majoração de alíquotas de importação sobre produtos chineses adotada pelo governo Trump foi mantida pelo governo Biden, que em maio deste ano ampliou a lista de produtos, incluindo veículos elétricos, semicondutores, baterias, células fotovoltaicas, aço, alumínio, etc.

É preocupante que as distorções derivadas deste quadro de desconfiança mútua entre os dois maiores players da economia global não estejam sendo adequadamente contidas, em razão do esvaziamento da OMC, cujo órgão de apelação do Sistema de Solução de Controvérsias está paralisado desde 2019 por objeções dos EUA.

Para países como o Brasil, que carecem de maior integração ao sistema produtivo global e têm graves problemas de competitividade, os fatores acima trazem grandes desafios. Primeiro, porque tendem a enfraquecer o comércio internacional, que nas últimas décadas promoveu importantes ganhos de produtividade, constituindo uma via de crescimento e desenvolvimento para muitos países que souberam aproveitá-los. Segundo, porque o estreitamento das vendas da China para os EUA, que em 2023 encolheram 20%, mais a supercapacidade produtiva notadamente em setores fornecedores de insumos à construção, que dá sinais de declínio, estão redirecionando produtos chineses a preços cadentes para outros mercados.

continua após a publicidade

Tamanha pressão concorrencial pode significar para o Brasil mais importados no mercado doméstico e uma perda de market share de nossas exportações de manufaturados. Isso lembra a crise econômica mundial de 2008-2009, quando o saldo de balança comercial da indústria de transformação brasileira passou a ser deficitário.

Não nos resta outro caminho do que enfrentar os desafios do novo ambiente internacional sem cairmos no equívoco do isolamento e assegurando avanços substanciais em nossa competitividade. A almejada neoindustrialização brasileira depende da nossa habilidade para navegar nessas águas turbulentas. Para tanto, três ordens de medidas igualmente importantes seriam necessárias.

Primeiro, nossa diplomacia deve atuar para fortalecer a OMC, pois, diante da ausência de regras de comércio internacional, vale a posição do mais forte e amplia-se a margem para ações protecionistas. É também imprescindível reforçar a atenção a práticas desleais, não hesitando em acionar medidas antidumping quando necessárias.

continua após a publicidade

Em segundo lugar, não podemos mais adiar, remendar e muito menos ignorar as reformas que assegurem níveis superiores de competitividade de nossa economia em geral e, sobretudo, da sua indústria, que se expõe mais às distorções de nosso ambiente de negócios por apresentar cadeias produtivas mais longas. Nesse sentido, a redução do chamado custo Brasil é para ontem. Embora isso passe pelo enfrentamento de problemas em diversas áreas, é patente que já avançamos muito na reforma tributária, que agora deve ser regulamentada de modo a assegurar a menor alíquota padrão possível para o maior número de atividades. Com um sistema de impostos melhor e mais moderno, devemos ainda abrir caminho para a redução da carga tributária do País.

Por fim, caberia especificar melhor e implementar adequadamente as medidas da Nova Indústria Brasil (NIB), para que tenhamos uma estratégia de longo prazo para o fortalecimento industrial por meio da inovação e da modernização do setor, com vistas ao crescimento da produtividade. O aumento da produtividade apoiado na inovação é o determinante em última instância da competitividade, da produção nacional e do aumento do emprego e da renda.

Com essas ações em andamento, teremos mais chances de transformar os desafios do novo ambiente econômico mundial, que tendem a se agravar com as mudanças climáticas, em oportunidades para o desenvolvimento do Brasil, integrando-o mais e melhor ao restante do mundo.

continua após a publicidade

*

PRESIDENTE DO CONSELHO DA GERDAU, É PRESIDENTE DO IEDI

A multiplicação de focos de tensão geopolítica e a intensificação da competição entre as principais potências globais têm levado a mudanças na governança do comércio mundial e gerado incertezas sobre a organização das cadeias globais. A indústria está no cerne desse processo. Seja porque as relações comerciais entre países são nutridas sobretudo por meio de bens manufaturados, seja porque foram as cadeias industriais, mais longas e complexas, que passaram a se organizar em escala global a partir dos anos 1990.

Outra razão é que a disputa entre os países se dá notadamente em torno do domínio de tecnologias estratégicas ou inovadoras e a indústria é um elo fundamental da inovação, respondendo por cerca de 70% dos gastos privados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no mundo.

Embora haja outros elementos, muito do que temos visto se deve aos embates entre EUA e China. No campo econômico, as pretensões chinesas de se tornar, além da “fábrica do mundo”, uma referência em produtos e tecnologias de ponta têm reforçado o apoio à sua manufatura por meio de subsídios e de suas empresas estatais. Como resultado, tem ocorrido ampliação de capacidade produtiva que não é absorvida integralmente por sua demanda interna, exercendo forte pressão concorrencial sobre mercados externos.

Os EUA, por sua vez, além de se ressentirem de seus vultosos déficits comerciais, vistos como resultado da concorrência desleal da China, passaram a adotar políticas industriais explícitas, inclusive com recurso a instrumentos como conteúdo local. A majoração de alíquotas de importação sobre produtos chineses adotada pelo governo Trump foi mantida pelo governo Biden, que em maio deste ano ampliou a lista de produtos, incluindo veículos elétricos, semicondutores, baterias, células fotovoltaicas, aço, alumínio, etc.

É preocupante que as distorções derivadas deste quadro de desconfiança mútua entre os dois maiores players da economia global não estejam sendo adequadamente contidas, em razão do esvaziamento da OMC, cujo órgão de apelação do Sistema de Solução de Controvérsias está paralisado desde 2019 por objeções dos EUA.

Para países como o Brasil, que carecem de maior integração ao sistema produtivo global e têm graves problemas de competitividade, os fatores acima trazem grandes desafios. Primeiro, porque tendem a enfraquecer o comércio internacional, que nas últimas décadas promoveu importantes ganhos de produtividade, constituindo uma via de crescimento e desenvolvimento para muitos países que souberam aproveitá-los. Segundo, porque o estreitamento das vendas da China para os EUA, que em 2023 encolheram 20%, mais a supercapacidade produtiva notadamente em setores fornecedores de insumos à construção, que dá sinais de declínio, estão redirecionando produtos chineses a preços cadentes para outros mercados.

Tamanha pressão concorrencial pode significar para o Brasil mais importados no mercado doméstico e uma perda de market share de nossas exportações de manufaturados. Isso lembra a crise econômica mundial de 2008-2009, quando o saldo de balança comercial da indústria de transformação brasileira passou a ser deficitário.

Não nos resta outro caminho do que enfrentar os desafios do novo ambiente internacional sem cairmos no equívoco do isolamento e assegurando avanços substanciais em nossa competitividade. A almejada neoindustrialização brasileira depende da nossa habilidade para navegar nessas águas turbulentas. Para tanto, três ordens de medidas igualmente importantes seriam necessárias.

Primeiro, nossa diplomacia deve atuar para fortalecer a OMC, pois, diante da ausência de regras de comércio internacional, vale a posição do mais forte e amplia-se a margem para ações protecionistas. É também imprescindível reforçar a atenção a práticas desleais, não hesitando em acionar medidas antidumping quando necessárias.

Em segundo lugar, não podemos mais adiar, remendar e muito menos ignorar as reformas que assegurem níveis superiores de competitividade de nossa economia em geral e, sobretudo, da sua indústria, que se expõe mais às distorções de nosso ambiente de negócios por apresentar cadeias produtivas mais longas. Nesse sentido, a redução do chamado custo Brasil é para ontem. Embora isso passe pelo enfrentamento de problemas em diversas áreas, é patente que já avançamos muito na reforma tributária, que agora deve ser regulamentada de modo a assegurar a menor alíquota padrão possível para o maior número de atividades. Com um sistema de impostos melhor e mais moderno, devemos ainda abrir caminho para a redução da carga tributária do País.

Por fim, caberia especificar melhor e implementar adequadamente as medidas da Nova Indústria Brasil (NIB), para que tenhamos uma estratégia de longo prazo para o fortalecimento industrial por meio da inovação e da modernização do setor, com vistas ao crescimento da produtividade. O aumento da produtividade apoiado na inovação é o determinante em última instância da competitividade, da produção nacional e do aumento do emprego e da renda.

Com essas ações em andamento, teremos mais chances de transformar os desafios do novo ambiente econômico mundial, que tendem a se agravar com as mudanças climáticas, em oportunidades para o desenvolvimento do Brasil, integrando-o mais e melhor ao restante do mundo.

*

PRESIDENTE DO CONSELHO DA GERDAU, É PRESIDENTE DO IEDI

A multiplicação de focos de tensão geopolítica e a intensificação da competição entre as principais potências globais têm levado a mudanças na governança do comércio mundial e gerado incertezas sobre a organização das cadeias globais. A indústria está no cerne desse processo. Seja porque as relações comerciais entre países são nutridas sobretudo por meio de bens manufaturados, seja porque foram as cadeias industriais, mais longas e complexas, que passaram a se organizar em escala global a partir dos anos 1990.

Outra razão é que a disputa entre os países se dá notadamente em torno do domínio de tecnologias estratégicas ou inovadoras e a indústria é um elo fundamental da inovação, respondendo por cerca de 70% dos gastos privados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no mundo.

Embora haja outros elementos, muito do que temos visto se deve aos embates entre EUA e China. No campo econômico, as pretensões chinesas de se tornar, além da “fábrica do mundo”, uma referência em produtos e tecnologias de ponta têm reforçado o apoio à sua manufatura por meio de subsídios e de suas empresas estatais. Como resultado, tem ocorrido ampliação de capacidade produtiva que não é absorvida integralmente por sua demanda interna, exercendo forte pressão concorrencial sobre mercados externos.

Os EUA, por sua vez, além de se ressentirem de seus vultosos déficits comerciais, vistos como resultado da concorrência desleal da China, passaram a adotar políticas industriais explícitas, inclusive com recurso a instrumentos como conteúdo local. A majoração de alíquotas de importação sobre produtos chineses adotada pelo governo Trump foi mantida pelo governo Biden, que em maio deste ano ampliou a lista de produtos, incluindo veículos elétricos, semicondutores, baterias, células fotovoltaicas, aço, alumínio, etc.

É preocupante que as distorções derivadas deste quadro de desconfiança mútua entre os dois maiores players da economia global não estejam sendo adequadamente contidas, em razão do esvaziamento da OMC, cujo órgão de apelação do Sistema de Solução de Controvérsias está paralisado desde 2019 por objeções dos EUA.

Para países como o Brasil, que carecem de maior integração ao sistema produtivo global e têm graves problemas de competitividade, os fatores acima trazem grandes desafios. Primeiro, porque tendem a enfraquecer o comércio internacional, que nas últimas décadas promoveu importantes ganhos de produtividade, constituindo uma via de crescimento e desenvolvimento para muitos países que souberam aproveitá-los. Segundo, porque o estreitamento das vendas da China para os EUA, que em 2023 encolheram 20%, mais a supercapacidade produtiva notadamente em setores fornecedores de insumos à construção, que dá sinais de declínio, estão redirecionando produtos chineses a preços cadentes para outros mercados.

Tamanha pressão concorrencial pode significar para o Brasil mais importados no mercado doméstico e uma perda de market share de nossas exportações de manufaturados. Isso lembra a crise econômica mundial de 2008-2009, quando o saldo de balança comercial da indústria de transformação brasileira passou a ser deficitário.

Não nos resta outro caminho do que enfrentar os desafios do novo ambiente internacional sem cairmos no equívoco do isolamento e assegurando avanços substanciais em nossa competitividade. A almejada neoindustrialização brasileira depende da nossa habilidade para navegar nessas águas turbulentas. Para tanto, três ordens de medidas igualmente importantes seriam necessárias.

Primeiro, nossa diplomacia deve atuar para fortalecer a OMC, pois, diante da ausência de regras de comércio internacional, vale a posição do mais forte e amplia-se a margem para ações protecionistas. É também imprescindível reforçar a atenção a práticas desleais, não hesitando em acionar medidas antidumping quando necessárias.

Em segundo lugar, não podemos mais adiar, remendar e muito menos ignorar as reformas que assegurem níveis superiores de competitividade de nossa economia em geral e, sobretudo, da sua indústria, que se expõe mais às distorções de nosso ambiente de negócios por apresentar cadeias produtivas mais longas. Nesse sentido, a redução do chamado custo Brasil é para ontem. Embora isso passe pelo enfrentamento de problemas em diversas áreas, é patente que já avançamos muito na reforma tributária, que agora deve ser regulamentada de modo a assegurar a menor alíquota padrão possível para o maior número de atividades. Com um sistema de impostos melhor e mais moderno, devemos ainda abrir caminho para a redução da carga tributária do País.

Por fim, caberia especificar melhor e implementar adequadamente as medidas da Nova Indústria Brasil (NIB), para que tenhamos uma estratégia de longo prazo para o fortalecimento industrial por meio da inovação e da modernização do setor, com vistas ao crescimento da produtividade. O aumento da produtividade apoiado na inovação é o determinante em última instância da competitividade, da produção nacional e do aumento do emprego e da renda.

Com essas ações em andamento, teremos mais chances de transformar os desafios do novo ambiente econômico mundial, que tendem a se agravar com as mudanças climáticas, em oportunidades para o desenvolvimento do Brasil, integrando-o mais e melhor ao restante do mundo.

*

PRESIDENTE DO CONSELHO DA GERDAU, É PRESIDENTE DO IEDI

A multiplicação de focos de tensão geopolítica e a intensificação da competição entre as principais potências globais têm levado a mudanças na governança do comércio mundial e gerado incertezas sobre a organização das cadeias globais. A indústria está no cerne desse processo. Seja porque as relações comerciais entre países são nutridas sobretudo por meio de bens manufaturados, seja porque foram as cadeias industriais, mais longas e complexas, que passaram a se organizar em escala global a partir dos anos 1990.

Outra razão é que a disputa entre os países se dá notadamente em torno do domínio de tecnologias estratégicas ou inovadoras e a indústria é um elo fundamental da inovação, respondendo por cerca de 70% dos gastos privados em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no mundo.

Embora haja outros elementos, muito do que temos visto se deve aos embates entre EUA e China. No campo econômico, as pretensões chinesas de se tornar, além da “fábrica do mundo”, uma referência em produtos e tecnologias de ponta têm reforçado o apoio à sua manufatura por meio de subsídios e de suas empresas estatais. Como resultado, tem ocorrido ampliação de capacidade produtiva que não é absorvida integralmente por sua demanda interna, exercendo forte pressão concorrencial sobre mercados externos.

Os EUA, por sua vez, além de se ressentirem de seus vultosos déficits comerciais, vistos como resultado da concorrência desleal da China, passaram a adotar políticas industriais explícitas, inclusive com recurso a instrumentos como conteúdo local. A majoração de alíquotas de importação sobre produtos chineses adotada pelo governo Trump foi mantida pelo governo Biden, que em maio deste ano ampliou a lista de produtos, incluindo veículos elétricos, semicondutores, baterias, células fotovoltaicas, aço, alumínio, etc.

É preocupante que as distorções derivadas deste quadro de desconfiança mútua entre os dois maiores players da economia global não estejam sendo adequadamente contidas, em razão do esvaziamento da OMC, cujo órgão de apelação do Sistema de Solução de Controvérsias está paralisado desde 2019 por objeções dos EUA.

Para países como o Brasil, que carecem de maior integração ao sistema produtivo global e têm graves problemas de competitividade, os fatores acima trazem grandes desafios. Primeiro, porque tendem a enfraquecer o comércio internacional, que nas últimas décadas promoveu importantes ganhos de produtividade, constituindo uma via de crescimento e desenvolvimento para muitos países que souberam aproveitá-los. Segundo, porque o estreitamento das vendas da China para os EUA, que em 2023 encolheram 20%, mais a supercapacidade produtiva notadamente em setores fornecedores de insumos à construção, que dá sinais de declínio, estão redirecionando produtos chineses a preços cadentes para outros mercados.

Tamanha pressão concorrencial pode significar para o Brasil mais importados no mercado doméstico e uma perda de market share de nossas exportações de manufaturados. Isso lembra a crise econômica mundial de 2008-2009, quando o saldo de balança comercial da indústria de transformação brasileira passou a ser deficitário.

Não nos resta outro caminho do que enfrentar os desafios do novo ambiente internacional sem cairmos no equívoco do isolamento e assegurando avanços substanciais em nossa competitividade. A almejada neoindustrialização brasileira depende da nossa habilidade para navegar nessas águas turbulentas. Para tanto, três ordens de medidas igualmente importantes seriam necessárias.

Primeiro, nossa diplomacia deve atuar para fortalecer a OMC, pois, diante da ausência de regras de comércio internacional, vale a posição do mais forte e amplia-se a margem para ações protecionistas. É também imprescindível reforçar a atenção a práticas desleais, não hesitando em acionar medidas antidumping quando necessárias.

Em segundo lugar, não podemos mais adiar, remendar e muito menos ignorar as reformas que assegurem níveis superiores de competitividade de nossa economia em geral e, sobretudo, da sua indústria, que se expõe mais às distorções de nosso ambiente de negócios por apresentar cadeias produtivas mais longas. Nesse sentido, a redução do chamado custo Brasil é para ontem. Embora isso passe pelo enfrentamento de problemas em diversas áreas, é patente que já avançamos muito na reforma tributária, que agora deve ser regulamentada de modo a assegurar a menor alíquota padrão possível para o maior número de atividades. Com um sistema de impostos melhor e mais moderno, devemos ainda abrir caminho para a redução da carga tributária do País.

Por fim, caberia especificar melhor e implementar adequadamente as medidas da Nova Indústria Brasil (NIB), para que tenhamos uma estratégia de longo prazo para o fortalecimento industrial por meio da inovação e da modernização do setor, com vistas ao crescimento da produtividade. O aumento da produtividade apoiado na inovação é o determinante em última instância da competitividade, da produção nacional e do aumento do emprego e da renda.

Com essas ações em andamento, teremos mais chances de transformar os desafios do novo ambiente econômico mundial, que tendem a se agravar com as mudanças climáticas, em oportunidades para o desenvolvimento do Brasil, integrando-o mais e melhor ao restante do mundo.

*

PRESIDENTE DO CONSELHO DA GERDAU, É PRESIDENTE DO IEDI

Opinião por Guilherme C. Gerdau Johannpeter

Presidente do Conselho da Gerdau, é presidente do Iedi

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.