Falatório não reduz criminalidade


Com incurável mania de grandeza e confusão entre comunicação pública e governamental, o PT combate um problema real e uma insatisfação da população com campanha publicitária

Por Notas & Informações

Eis uma certeza nos métodos de gestão lulopetistas: resultados modestos em áreas centrais, dificuldades em programas governamentais, questionamentos da população, tudo isso se resolve com uma boa campanha publicitária. Nada de dar prioridade ao necessário ajuste, a partir de métricas e avaliação das políticas implementadas. Nada de fazer uma correção incremental de rumos, algo natural na boa gestão pública. Nada de concentrar recursos para campanhas de utilidade pública e prestação de serviços. A bala de prata petista, mais eficiente segundo tal lógica, é a chamada “disputa de narrativa”, capaz de difundir o discurso triunfalista, governista e partidário.

A nova evidência dessa deformação de propósitos é a informação de que uma das primeiras campanhas de 2024 será destinada à segurança pública. Com o mote “Brasil unido contra o crime”, o governo promete exaltar suas ações no combate ao crime organizado e às milícias. As cabeças pensantes do Palácio do Planalto e suas agências de publicidade tentarão mostrar ao distinto público o que vêm fazendo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as Forças Armadas nas fronteiras, portos e aeroportos, e o combate aos crimes na internet, à violência contra as mulheres e à pedofilia, além de celebrar as parcerias firmadas com Estados e municípios.

Há duas peças que estão no ar e têm muito a ver com a prometida campanha da segurança pública: uma sobre a cultura de paz nas escolas e outra sobre o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), adotada pelo governo federal para reforçar a fiscalização em portos e aeroportos do País. O governo poderia concentrar seus esforços em tratar os temas como informação de interesse público, ajudando a população a promover uma cultura de paz nas escolas, por exemplo, ou entender melhor a natureza da ação da chamada GLO. Mas com sua incurável mania de grandeza, especialmente diante de resultados nem tão celebráveis assim, o presidente Lula da Silva e seus bajuladores acham insuficiente. É preciso mais.

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A escolha do tema é providencial. Em dezembro, pesquisa da Quaest/UFMG mostrou que a sensação de insegurança havia crescido. Oito em cada dez brasileiros enxergaram agravamento da violência em 2023. A mesma fatia (81%) acha que a segurança pública e o crime organizado são problemas nacionais, enquanto 83% consideram que as facções criminosas têm ganhado força. Mais: 43% acham que Lula vai melhor do que o antecessor; 43% consideram que seu desempenho é pior. Também em dezembro, o Datafolha mostrou a segurança pública como o segundo principal problema apontado pela população.

Embora seja prerrogativa concentrada nos governos estaduais, a segurança pública divide a conta entre governadores e o presidente. E, para além das percepções, o governo federal tem seu papel fundamental de indução das políticas dos Estados e do direcionamento dos recursos distribuídos no Plano Nacional de Segurança Pública. O que se viu no primeiro ano, porém, foi a soma de algumas boas iniciativas com muita espuma retórica e lacradora, um estado de campanha permanente na mídia e nas redes sociais que contamina as ações num terreno em que a técnica, as evidências e a despolitização devem prevalecer. Para agravar, a iminente saída do ministro Flávio Dino para o STF e o esforço um tanto constrangedor do seu secretário executivo, Ricardo Capelli, para se manter no cargo geram mais ações erráticas.

Para reagir a esses problemas, o governo se protege com seu habitual desvio de entendimento sobre o papel da comunicação pública. Com campanha publicitária ou uso desmedido do aparelho estatal, sobretudo a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), prevalecem narrativas fiéis à visão de mundo do PT e seus aliados. “Pública”, no caso, resultaria em algo menos partidário, menos governista e mais independente. Evidentemente tal promessa nunca se cumpriu. Nem com Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer ou Jair Bolsonaro – em todos, em maior ou menor grau, a balança editorial pendeu invariavelmente para os pontos de vista convenientes ao governo de ocasião. À esquerda ou à direita, o dano é o mesmo: uma comunicação pública que se confunde com a governamental e se converte num megafone de adulação de autoridades e projetos partidários.

Eis uma certeza nos métodos de gestão lulopetistas: resultados modestos em áreas centrais, dificuldades em programas governamentais, questionamentos da população, tudo isso se resolve com uma boa campanha publicitária. Nada de dar prioridade ao necessário ajuste, a partir de métricas e avaliação das políticas implementadas. Nada de fazer uma correção incremental de rumos, algo natural na boa gestão pública. Nada de concentrar recursos para campanhas de utilidade pública e prestação de serviços. A bala de prata petista, mais eficiente segundo tal lógica, é a chamada “disputa de narrativa”, capaz de difundir o discurso triunfalista, governista e partidário.

A nova evidência dessa deformação de propósitos é a informação de que uma das primeiras campanhas de 2024 será destinada à segurança pública. Com o mote “Brasil unido contra o crime”, o governo promete exaltar suas ações no combate ao crime organizado e às milícias. As cabeças pensantes do Palácio do Planalto e suas agências de publicidade tentarão mostrar ao distinto público o que vêm fazendo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as Forças Armadas nas fronteiras, portos e aeroportos, e o combate aos crimes na internet, à violência contra as mulheres e à pedofilia, além de celebrar as parcerias firmadas com Estados e municípios.

Há duas peças que estão no ar e têm muito a ver com a prometida campanha da segurança pública: uma sobre a cultura de paz nas escolas e outra sobre o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), adotada pelo governo federal para reforçar a fiscalização em portos e aeroportos do País. O governo poderia concentrar seus esforços em tratar os temas como informação de interesse público, ajudando a população a promover uma cultura de paz nas escolas, por exemplo, ou entender melhor a natureza da ação da chamada GLO. Mas com sua incurável mania de grandeza, especialmente diante de resultados nem tão celebráveis assim, o presidente Lula da Silva e seus bajuladores acham insuficiente. É preciso mais.

A escolha do tema é providencial. Em dezembro, pesquisa da Quaest/UFMG mostrou que a sensação de insegurança havia crescido. Oito em cada dez brasileiros enxergaram agravamento da violência em 2023. A mesma fatia (81%) acha que a segurança pública e o crime organizado são problemas nacionais, enquanto 83% consideram que as facções criminosas têm ganhado força. Mais: 43% acham que Lula vai melhor do que o antecessor; 43% consideram que seu desempenho é pior. Também em dezembro, o Datafolha mostrou a segurança pública como o segundo principal problema apontado pela população.

Embora seja prerrogativa concentrada nos governos estaduais, a segurança pública divide a conta entre governadores e o presidente. E, para além das percepções, o governo federal tem seu papel fundamental de indução das políticas dos Estados e do direcionamento dos recursos distribuídos no Plano Nacional de Segurança Pública. O que se viu no primeiro ano, porém, foi a soma de algumas boas iniciativas com muita espuma retórica e lacradora, um estado de campanha permanente na mídia e nas redes sociais que contamina as ações num terreno em que a técnica, as evidências e a despolitização devem prevalecer. Para agravar, a iminente saída do ministro Flávio Dino para o STF e o esforço um tanto constrangedor do seu secretário executivo, Ricardo Capelli, para se manter no cargo geram mais ações erráticas.

Para reagir a esses problemas, o governo se protege com seu habitual desvio de entendimento sobre o papel da comunicação pública. Com campanha publicitária ou uso desmedido do aparelho estatal, sobretudo a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), prevalecem narrativas fiéis à visão de mundo do PT e seus aliados. “Pública”, no caso, resultaria em algo menos partidário, menos governista e mais independente. Evidentemente tal promessa nunca se cumpriu. Nem com Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer ou Jair Bolsonaro – em todos, em maior ou menor grau, a balança editorial pendeu invariavelmente para os pontos de vista convenientes ao governo de ocasião. À esquerda ou à direita, o dano é o mesmo: uma comunicação pública que se confunde com a governamental e se converte num megafone de adulação de autoridades e projetos partidários.

Eis uma certeza nos métodos de gestão lulopetistas: resultados modestos em áreas centrais, dificuldades em programas governamentais, questionamentos da população, tudo isso se resolve com uma boa campanha publicitária. Nada de dar prioridade ao necessário ajuste, a partir de métricas e avaliação das políticas implementadas. Nada de fazer uma correção incremental de rumos, algo natural na boa gestão pública. Nada de concentrar recursos para campanhas de utilidade pública e prestação de serviços. A bala de prata petista, mais eficiente segundo tal lógica, é a chamada “disputa de narrativa”, capaz de difundir o discurso triunfalista, governista e partidário.

A nova evidência dessa deformação de propósitos é a informação de que uma das primeiras campanhas de 2024 será destinada à segurança pública. Com o mote “Brasil unido contra o crime”, o governo promete exaltar suas ações no combate ao crime organizado e às milícias. As cabeças pensantes do Palácio do Planalto e suas agências de publicidade tentarão mostrar ao distinto público o que vêm fazendo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e as Forças Armadas nas fronteiras, portos e aeroportos, e o combate aos crimes na internet, à violência contra as mulheres e à pedofilia, além de celebrar as parcerias firmadas com Estados e municípios.

Há duas peças que estão no ar e têm muito a ver com a prometida campanha da segurança pública: uma sobre a cultura de paz nas escolas e outra sobre o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), adotada pelo governo federal para reforçar a fiscalização em portos e aeroportos do País. O governo poderia concentrar seus esforços em tratar os temas como informação de interesse público, ajudando a população a promover uma cultura de paz nas escolas, por exemplo, ou entender melhor a natureza da ação da chamada GLO. Mas com sua incurável mania de grandeza, especialmente diante de resultados nem tão celebráveis assim, o presidente Lula da Silva e seus bajuladores acham insuficiente. É preciso mais.

A escolha do tema é providencial. Em dezembro, pesquisa da Quaest/UFMG mostrou que a sensação de insegurança havia crescido. Oito em cada dez brasileiros enxergaram agravamento da violência em 2023. A mesma fatia (81%) acha que a segurança pública e o crime organizado são problemas nacionais, enquanto 83% consideram que as facções criminosas têm ganhado força. Mais: 43% acham que Lula vai melhor do que o antecessor; 43% consideram que seu desempenho é pior. Também em dezembro, o Datafolha mostrou a segurança pública como o segundo principal problema apontado pela população.

Embora seja prerrogativa concentrada nos governos estaduais, a segurança pública divide a conta entre governadores e o presidente. E, para além das percepções, o governo federal tem seu papel fundamental de indução das políticas dos Estados e do direcionamento dos recursos distribuídos no Plano Nacional de Segurança Pública. O que se viu no primeiro ano, porém, foi a soma de algumas boas iniciativas com muita espuma retórica e lacradora, um estado de campanha permanente na mídia e nas redes sociais que contamina as ações num terreno em que a técnica, as evidências e a despolitização devem prevalecer. Para agravar, a iminente saída do ministro Flávio Dino para o STF e o esforço um tanto constrangedor do seu secretário executivo, Ricardo Capelli, para se manter no cargo geram mais ações erráticas.

Para reagir a esses problemas, o governo se protege com seu habitual desvio de entendimento sobre o papel da comunicação pública. Com campanha publicitária ou uso desmedido do aparelho estatal, sobretudo a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), prevalecem narrativas fiéis à visão de mundo do PT e seus aliados. “Pública”, no caso, resultaria em algo menos partidário, menos governista e mais independente. Evidentemente tal promessa nunca se cumpriu. Nem com Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer ou Jair Bolsonaro – em todos, em maior ou menor grau, a balança editorial pendeu invariavelmente para os pontos de vista convenientes ao governo de ocasião. À esquerda ou à direita, o dano é o mesmo: uma comunicação pública que se confunde com a governamental e se converte num megafone de adulação de autoridades e projetos partidários.

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