Tragédia do RS
Resiliência brasileira
Cumprimento o Estadão pela linda foto de Wilton Junior na primeira página de ontem, mostrando as doações recebidas na base da Força Aérea Brasileira para serem enviadas ao Rio Grande do Sul. Muitas emoções: tristeza pelo povo gaúcho, alegria com a solidariedade brasileira e ódio por nosso governo. Afinal, desde Noé acontecem catástrofes naturais, agravadas ou não pela ação do ser humano. Agora, culpam só as mudanças climáticas por décadas de incompetência. Mas sabemos que Brumadinho, Teresópolis, São Sebastião, as secas no Nordeste, Maceió, covid-19, dengue e tantos outros casos trágicos, como o que hoje vive o Rio Grande do Sul, poderiam ter suas consequências e seu número de vítimas severamente minimizados. E falam em bilhões de ajuda, mas a história também me provou que muito pouco chegou de fato ao povo. Enfim, nós não aprendemos nada. Nossa sorte é, mesmo, sermos tão resilientes.
Marcelo Teixeira
São Paulo
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O mínimo
1,5 milhão de porto-alegrenses têm apenas quatro preocupações na vida atualmente: 1) ter água para beber; 2) ter comida para comer; 3) quando vai voltar a luz?; e 4) quando vamos tomar um banho novamente?
Paulo Arisi
Porto Alegre
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O que diz a ciência?
Uma questão que não pode deixar de ser analisada e compreendida: que tempestade foi esta que conseguiu cobrir quase um Estado inteiro? O quanto ela foi anormal? Qual a possibilidade de uma tormenta assim acontecer de novo, e em outras regiões? Com a palavra, os cientistas meteorológicos e ambientais.
Francisco Eduardo Britto
São Paulo
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Alerta geral
Um fator que estava sendo pouco considerado sobre as alterações climáticas é a maior quantidade e intensidade de chuvas em razão do aquecimento dos oceanos, e não é só questão de mais água. Com o excesso de água, chegam grandes perturbações atmosféricas, com mais ventos, raios e trombas d’água. Pela variabilidade de onde ocorrem essas chuvas mais intensas, convém cuidar de todas as superfícies do terreno sujeitas a alagamentos, ou seja, daquelas áreas planas e baixas que margeiam os rios e que normalmente já têm uma cobertura de sedimentos arenosos dos próprios rios. Atenção deve ser dada a todas essas áreas, estejam ou não situadas próximas a regiões montanhosas.
Wilson Scarpelli
Cotia
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Catástrofes climáticas
Apesar dos sinais, cada vez mais violentos, os governos só adotam medidas paliativas e de socorro aos cidadãos e às comunidades vítimas dessas calamidades. Não conhecemos nenhum PAC para ações realmente preventivas. Apenas como exemplo: por que já não foram criados vigorosos programas de conservação, recomposição e recuperação das matas ciliares, fundamentais tanto diante de secas como de chuvas torrenciais?
Antonio Augusto d’Ávila
Porto Alegre
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Corja
Comecemos pela definição do termo corja: substantivo feminino, grupo de indivíduos grosseiros, vis, de má índole, canalha, súcia, malta. O ininterrupto e exaustivo noticiário nos canais de TV sobre a enchente no Rio Grande do Sul mostrou uma corja de meliantes que se aproveitavam da confusão causada pela inundação para saquear residências e estabelecimentos comerciais. Eram poucos e logo presos pela ousadia dos seus atos. Mais do que os roubos em si, pela insensibilidade demonstrada com as vítimas desta tragédia. Entretanto, a notícia Congresso aproveita calamidade no RS para tentar ampliar gasto (Estadão, 8/5) informa sobre a atuação de outra corja, muito maior do que aquela que foi presa e que exerce sua atividade criminosa nas dependências do Congresso Nacional. A primeira corja acima mencionada era constituída por meia dúzia de safados que prejudicaram uma dúzia de vítimas, e por isso foram presos. Já a segunda corja é formada por dezenas de bandidos de colarinho branco, com imunidade, que pretendem prejudicar milhões de brasileiros, e por isso teriam de ser punidos exemplarmente.
José Claudio Marmo Rizzo
São Paulo
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Reconstrução
R$ 19 bilhões é o custo inicial estimado da reconstrução dos estragos no Rio Grande do Sul (Estadão, 9/5). Tem gente que já está esfregando as mãos.
Panayotis Poulis
Rio de Janeiro
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
A FICHA CAIU
O editorial A ficha caiu (Estadão, 9/5, A3) trata com propriedade da condução errática e mentirosa do governo Lula 3, que transformou o arcabouço fiscal e o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em uma peça de ficção para o eleitor ver ao reproduzir a declaração do renomado gestor do Fundo Verde Asset, Luis Stuhlberger, que disse sem meias palavras num encontro de investidores: ”Me caiu a ficha e me penitencio de como pude acreditar que havia o mínimo de responsabilidade fiscal desse governo cujo único objetivo é ganhar eleição”. O editorial disse que “o petista não entendeu, até hoje, por que foi eleito por uma margem tão estreita de votos nem assimilou por que não conseguiu reunir nem duas mil pessoas para vê-lo discursar no ato comemorativo do 1.º de Maio em São Paulo. Tampouco foi convencido sobre a importância de zerar o déficit fiscal, que para ele é uma discussão inócua e irritante”. Como se vê, para Stuhlberger, a ficha caiu. Para Lula, ainda não. Pobre Brasil.
J. S. Decol
São Paulo
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ARREPENDIMENTO
Engraçado que o que pessoas esclarecidas já sabiam há muito tempo, agora estão se arrependendo de terem apoiado. O triste disto é que os brilhantes se protegem remetendo os seus próprios recursos e daqueles que administram em suas gestoras para um porto seguro no exterior. Tudo normal, faz parte do aprendizado, diriam os intelectuais, mas o pior é que esses que poderiam ter colocado luz na verdade e não na cor de sua ideologia, agora não têm coragem de criticar de forma enfática os erros e desmandos deste governo, apenas apontam o dedo e não conseguem tentar justificar seus erros a não ser criticando o governo anterior de um tal Jair Bolsonaro, sem que nunca tivessem visto um governo assim.
Guilherme A. Castilho
São Paulo
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OMISSÃO
As intempéries, se antes eram imprevisíveis, hoje já não são tanto. Seja como for, não há como responsabilizar os governantes pelas ocorrências. Contudo, as perdas por elas causadas, quando decorrentes da omissão e descaso dos governantes, têm responsabilidade certa: o Estado. Portanto, não bastam anúncios de bondade como o de financiamento com juros reduzidos para compras de produtos da linha branca e de materiais de construção, bem como a isenção de IPI e ICM para compra de carros e permissão para saques antecipados do FGTS. Fazer apenas isso é jogar nas costas dos cidadãos os prejuízos decorrentes das próprias omissões. Ou os governos assumem os erros, com medidas reparadoras, ou os tribunais serão abarrotados por pedidos de ação indenizatória.
Paulo Tarso J Santos
São Paulo
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AMAZÔNIA DE LADO
Desde a sua posse, o presidente Lula conseguiu marcar uma única reunião com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva – talvez pelo excesso de viagens e agendas cheias para defender Vladimir Putin, Nicolás Maduro e mais 11 ditadores desde 2023. Agora, após a calamidade pública instalada no Rio Grande do Sul, atordoado, Lula quer recuperar o tempo perdido e se dispôs a trabalhar na ajuda aos gaúchos. O descaso é tanto que basta ver os 80 mil pontos de garimpagem ilegais na Amazônia conhecidos até 2022 que continuam livres, leves e soltos. Depois de roubado, Lula resolveu trocar a fechadura.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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VOTAÇÃO ‘A TOQUE DE CAIXA’
O governo Lula tentou aproveitar a votação a toque de caixa dos projetos de socorro ao Rio Grande do Sul para alterar o Orçamento de 2024 e criar 160 funções comissionadas no Supremo Tribunal Federal (STF). O que são, exatamente, essas funções comissionadas?
Cleo Aidar
São Paulo
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MAZELAS
Vimos diariamente uma briga sem fim. Um governo extremamente corrupto que bota a culpa de seus fracassos em uma outra gestão. De um lado a esquerda, do outro a direita e o Centrão. Ninguém aguenta mais. Sugiro o seguinte: que tal cassar os direitos políticos de Lula também por um prazo de pelo menos 20 anos? Ficaríamos livres dessas mazelas por um bom tempo. Não é uma boa ideia?
Paulo Henrique Coimbra de Oliveira
Rio de Janeiro
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MINISTRA DA IGUALDADE RACIAL
O editorial Anielle Franco não decepciona (Estadão, 9/5, A16) escancara a falta de critérios na composição ministerial do atual governo. A ministra não está ali por suas qualidades ou seu currículo, está porque é/era irmã de Marielle Franco. Outros ministros também estão lá porque preenchem outras cotas, quando na verdade, o critério deveria ser qualidade profissional, caráter, passado ilibado e, não menos importante, conhecimento profundo sobre a pasta ministerial. Infelizmente, não é assim que as coisas funcionam no Brasil. Se o governo adotasse parâmetros usados nas empresas privadas, certamente as escolhas seriam bem diferentes.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador (BA)
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PEÇAS NÃO SE ENCAIXAM
A matéria Preocupado com índices de popularidade, Lula 3 vai para mais um difícil teste na tragédia do Sul (Estadão, 9/5, A7) afirma que o governo Lula 3 nasceu em grande medida do repúdio do eleitorado ao candidato adversário. As peças não se encaixam, prezado William Waack. Dias atrás, um missivista dessa seção afirmou: “o governo Bolsonaro não foi tão ruim assim”. Uno-me a ele, declarando que éramos felizes e não sabíamos.
Maurílio Polizello Junior
Ribeirão Preto
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TRAGÉDIA NO RS
A tragédia no Rio Grande do Sul está nos permitindo conhecer muitas de suas cidades. Moradores com fibra, coragem e perseverança. O cenário confirma que nosso país não está preparado para nada, atrasado, perdulário e com políticos deslumbrados e interesseiros. Infelizmente, constatamos que só vamos para frente com os brasileiros caminhando e o empurrando.
Carlos Gaspar
São Paulo
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NÃO ESQUECEREMOS
Estamos diante de uma das maiores tragédias no Rio Grande do Sul. Assistimos uma mobilização da população de vários estados, todos colocando-se no papel de que poderia ser com qualquer um de nós. Orgulho de nosso povo, da empatia de todos. Enquanto isso, não vemos o mesmo dos políticos em Brasília. Todos falando em solidariedade ao povo gaúcho, colocando as cores da bandeira gaúcha no Congresso, mas palavras não confortam ou mitigam a dor e o sofrimento. Todos sentados em poltronas confortáveis, com ar condicionado, em reuniões com serviço farto de cafezinhos, almoços e jantares, reproduzindo na mídia fotos e mensagens, só pensando em ficar bem na fita. Políticos que não abrem mão do fundo partidário, de seus salários e benesses em prol dos brasileiros. Mas as atitudes tomadas vêm tarde, ou sequer são liberadas, mínimas diante do horror. Que cada um de nós sinta a mesma indignação e a governança, que somente pensa no poder e em continuar usufruindo o que nós proporcionamos com o pagamento de nossos impostos. Desperdício, descaso e falta de respeito ao povo. Nós não nos esqueceremos.
Lucia Helena Flaquer
São Paulo
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SOLIDARIEDADE
Minha solidariedade à população do Rio Grande do Sul, especialmente àquelas famílias que perderam vidas e suas casas. Oremos! Vamos ajudar as vítimas das chuvas. Deus tenha misericórdia do povo gaúcho.
José Ribamar Pinheiro Filho
Brasília
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CORTE DE RECURSOS
Tarcísio de Freitas é mais um governador que atenta contra a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a mais eficiente fundação de apoio à pesquisa do País, reconhecida em todo o mundo. Os pesquisadores já se movimentaram contra a recente tentativa de diminuir os recursos das universidades paulistas (Unesp, Unicamp e USP), e há também manifestação pública de empresários para mostrar a importância da Fapesp para o desenvolvimento econômico de São Paulo. A diminuição do orçamento deverá ser revertida, haja vista sua inconstitucionalidade e a mobilização da comunidade científica nacional e internacional, mas a marca negacionista do governo paulista, que vai embalada pelo movimento bolsonarista de extrema-direita do País fica cada vez mais explícita.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
A suspensão da venda de armas para Israel por Joe Biden em meio à guerra com Irã e seus proxies acaba de dar a maior contribuição que Teerã precisava para intensificar o conflito em várias frentes, objetivando trazer à tona as consequências da nova restrição americana, e a fim de aproveitar ao máximo o momento em que os interesses de Biden e Ali Khamenei caminham de mãos dadas. É um momento histórico: um presidente americano, o grande promotor do genocídio dos judeus na atualidade e o maior patrocinador mundial do terror se juntam contra Israel. Se antes um acordo para a libertação dos reféns era extremamente difícil, agora se tornou impossível. E, sem armas de precisão retidas pelo democrata contra a decisão do Congresso, os combates devem prosseguir de forma muito mais mortífera para os civis, pois neles serão utilizadas as antigas bombas imprecisas. Aliás, a doutrina Biden – de nunca ganhar em conflito algum – tem sido um constante tiro no pé, perpetuando e agravando os confrontos em toda parte. E todos aqueles que atualmente baseiam sua segurança no suprimento de armas americano ou que estão cogitando fazê-lo, devem estar revendo a sua posição em busca de um plano B. Os Estados Unidos de Biden, definitivamente, não são um fornecedor e um parceiro confiável. Talvez esses países possam vir a se suprir alternativamente de Israel que, com certeza, irá desenvolver soluções próprias. Com sua atitude, Biden talvez recupere parte de uma ou duas centenas de milhares de votos de democratas de extrema-esquerda em Michigan. Mas, certamente, irá perder milhões de votos de judeus e amigos de Israel, democratas tradicionais, domiciliados principalmente em Nova York e na Califórnia.
Jorge Alberto Nurkin
São Paulo
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ECONOMIAS INTERLIGADAS
A economia é a ciência da escassez, as variáveis econômicas são interligadas e interdependentes. Além disso, o Brasil está inserido no cenário mundial e é influenciado pelos acontecimentos mundo afora. Leigos estão se indignando com a diminuição no ritmo de queda na taxa de juros, no entanto, isso é um reflexo muito mais do cenário externo do que do interno: guerras na Europa e no Oriente Médio e a diminuição no ritmo da queda dos juros nos Estados Unidos explicam a diminuição no ritmo da queda dos juros no Brasil. Se o País reduzir os juros na base da patriotada, o resultado será o derretimento do real frente ao dólar, algo potencialmente mais nocivo do que os juros altos.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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HAMAS
Absolutamente certo é que o Hamas é uma organização criminosa sem igual. Planejou a ação hedionda de longa data construindo um sistema de túneis, prevendo a obrigação de Israel de reagir, especulando que as vítimas palestinas, que usa como escudo, provocariam uma compaixão na opinião pública e que países muçulmanos acorreriam em seu apoio. Objetivo: destruir o Estado de Israel. Fantasia megalômana, doentia. O Hamas é responsável por todas as vítimas ocorridas. É assombroso. É imperativo que o Hamas seja forçado à capitulação e seus chefes presos e condenados por um tribunal, segundo o modelo de Nürenberg.
Harald Hellmuth
São Paulo