Redes sociais
Desinformação
O posicionamento da Meta divulgado no dia 7/1, no atual contexto de ameaça à(s) democracia(s), é de extrema gravidade, como muito bem descreve Eugênio Bucci no em seu artigo As ‘big techs’ e o fascismo (9/1, A5). Na mesma edição do Estadão, o editorial Zuckerberg lava as mãos (A3) trata do assunto, lembrando os riscos de censura. No entanto, há nesse texto uma premissa questionável, que fica explícita na afirmação de que o antídoto contra os discursos que induzem ao ódio ou a visões distorcidas da realidade “não é a limitação da circulação de desinformação, e sim a informação de qualidade, apurada e editada pela imprensa segundo padrões éticos e profissionais”. Ao mesmo tempo que reconheço o inegável valor da referida informação de qualidade, noto a presença, nessa afirmativa, do que Yuval Noah Harari denomina “noção ingênua de informação”. É um conceito crucial, ao qual o autor dedica toda uma seção no livro Nexus. Com robusta argumentação e fundamentação factual, Harari demonstra que, sozinha, a difusão de informação qualificada não é suficiente para combater a desinformação. Para ser eficaz, precisa ser combinada a mecanismos que – nos marcos da transparência e democracia, e sem ferir o direito à liberdade de expressão – coíbam a proliferação de desinformação. É uma obra atualíssima e essencial a todos que se preocupam com o futuro da democracia.
Aron Belinky
São Paulo
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Judiciário
Hegemonia religiosa
Muito lúcida foi a reflexão de Caetano Dias Corrêa acerca da liberdade religiosa em nosso país e as decisões jurídico-políticas (Estadão, 7/1, A4). O último problema enfrentado pelo Supremo Tribunal Federal (em novembro) desembocou na tese que justifica a não inconstitucionalidade da exposição de símbolos religiosos em prédios públicos. A lucidez de Caetano em relação a essa pauta é justamente em enfatizar que no Estado laico a liberdade religiosa deve andar pari passu à igualdade. A História e as sombras da colonização do Brasil tendem a reforçar a hegemonia de algumas expressões religiosas e o preconceito em relação a outras. Portanto, qualquer decisão jurídica que se proponha a “ordenar” os espaços de manifestação religiosa na esfera pública jamais deveria abrir mão de tentar garantir o direito de igualdade de todo cidadão. Pergunto: todas as expressões religiosas que marcam a identidade cultural do brasileiro poderão gozar desse privilégio de exposição pública? Não creio. A hegemonia religiosa é uma ideologia a favor da desigualdade. Ela, infelizmente, rejeita andar de mãos dadas a outras expressões da religiosidade plural da cultura brasileira.
Luís Fabiano dos Santos Barbosa
Bauru
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Baixada Santista
Norovírus
Sou morador de Santos e, no último domingo, 5/1, estive na Praia Grande com a minha família visitando amigos. Logo de cara nos deparamos com um esgoto a céu aberto despejando no mar, em frente à Rua Tamoios, na Vila Tupi. Resultado: toda a nossa família contraiu o norovírus.
Ricardo Serrano
Santos
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‘Estadão’, 150 anos
Viver a democracia
Nem sempre o Brasil viveu a democracia. Mas O Estado de S. Paulo, desde A Província de São Paulo, sim. Sua leitura sempre foi fundamental para os que desejam acesso aos fatos, mas também desejam seriedade nos artigos e editoriais. Cento e cinquenta anos em favor do Brasil. Parabéns.
Michel Temer, ex-presidente da República
São Paulo
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Jornal respeitável
Parabéns ao jornal O Estado de S. Paulo pelos 150 anos de existência e por ser um dos mais respeitáveis e importantes órgãos de imprensa do País. Aproveito para agradecer ao Estadão por, ao longo desses anos, ter apoiado divulgando atividades em defesa da soberania do querido e sofrido Líbano.
Lody Brais, presidente da Associação Cultural Brasil-Líbano
São Paulo
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O Estadão agradece os cumprimentos de aniversário de Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil; Ebe Reale, presidente da Fundação Nuce e Miguel Reale; Fernando Justus Fischer e Ana Karina Bortoni, respectivamente COO do SBT e CEO do Grupo Silvio Santos; e Alberto Whitaker, presidente do CRA-SP.
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
DELEGADO FEDERAL
O editorial do Estadão O supremo ‘delegado’ federal (Estadão, 9/1, A3) se posiciona contra a alta concentração de inquéritos policiais de relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e foi mais longe dizendo não ser normal em um Estado Democrático de Direito. Na verdade, há que se fazer algumas pontuações. A primeira é que o relator sorteado para a relatoria de um inquérito policial se torna prevento e, assim, avoca naturalmente todos inquéritos que tenham o mesmo objeto ou que se confundam com o mérito daquele. Em segundo, independente desse fato legal, o ministro em sua função é o maior e melhor protetor dos graves problemas criados pelos golpistas de plantão, tanto é verdade que seus pares, quase por unanimidade, só faltou André Mendonça, o apoiaram e entenderam que Moraes deveria permanecer com todas as relatorias que se entrelaçam. Sem desmerecer os demais, Moraes além de destemido, coloca sua cara para bater para duelar contra os radicais conhecidos. Aliás, muita água ainda vai rolar nessas investigações, abrangendo desde aquele gari que quebrou a vidraça do Congresso Nacional, bem como militares e o próprio ex-presidente fujão, que abandonou seus comparsas golpistas. A pergunta que não quer calar: há algum outro ministro interessado em acabar com essa terra sem lei? Terminando, vale a pena lembrar dos recentes problemas criados pela plataforma X, de Elon Musk. Por isso devemos dizer Habemus Moraes para a defesa e para o bem do Brasil.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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ERROS DA CORTE
Segundo o nosso vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ‘Na democracia, não cabe ao árbitro construir o resultado’ (Estadão, 9/1, A6). Se faz necessário avisar o nosso ministro que os juízes de futebol erravam tanto que foi criado o VAR. A minha pergunta é: quem corrige os erros da nossa Corte?
Humberto Cícero de Cerqueira
São Paulo
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INDIGNAÇÃO
A pretexto de defender a democracia dos atos golpistas do 8 de janeiro, Lula da Silva armou um palanque dentro do Palácio do Planalto para se reunir com seus asseclas e obter ganhos políticos e eleitorais com o evento. Fez piada com o apelido do ministro Alexandre de Morais, o Xandão, e foi desrespeitoso com as mulheres ao afirmar que se considera um amante da democracia, pois entende que os maridos amam mais as amantes do que as próprias companheiras. Parafraseando o título do filme de Walter Salles, vencedor do Globo de Ouro, Ainda Estou Aqui, disse que hoje é dia de dizermos em alto e bom som: “ainda estamos aqui”. É preciso, presidente, dizermos também em alto e bom som que ainda estamos aqui, apesar de tantas coisas horríveis que se passa no País, como por exemplo, as decisões arbitrárias do STF; do inquérito do fim do mundo de Alexandre de Moraes; do vergonhoso orçamento secreto; dos escândalos do mensalão e do petrolão; das escandalosas decisões do ministro Dias Toffoli no âmbito da Lava Jato; e de vermos o criminoso contumaz e reincidente José Dirceu, que foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, livre, leve e solto. Isso também nos causa indignação.
Deri Lemos Maia
Araçatuba
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INDECÊNCIA
Lula colocou Sidônio Palmeira na Secom para mudar a comunicação do governo que, segundo ele, está perdendo a narrativa para a direita e não comunicando as grandes conquistas da sua administração. Sidônio não gosta de ser chamado de marqueteiro, prefere publicitário. Mas quem é Sidônio Palmeira publicitário? Alguém conhece? Ele é publicitário em qual área: criação, atendimento, mídia, financeiro, pesquisa? O próprio Estadão, no editorial Lula e o ministro marqueteiro (Estadão, 8/1, A3), afirma “Sidônio não tem nenhuma experiência de governo nem de comunicação pública, mas nada disso é necessário quando o objetivo é ajudar Lula a se reeleger”. Sidônio na Secom é apenas mais um poste de Lula em cargo relevante. Entenda-se por poste pessoas que o presidente coloca em cargos-chave para trabalharem, não pelo País, mas para ele pessoa física. Alguns chamam isso de indecência.
Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva
Salvador
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‘DESRESPEITO’
O presidente Lula é gênio ao conseguir unir, na sua fala sobre democracia e direitos humanos, o seu machismo: “na maioria das vezes, os maridos são mais apaixonados pelas amantes do que pelas mulheres”. Além de exacerbado machismo, foi um terrível desrespeito com a sua esposa, Janja da Silva, presente no ato. Não tem marqueteiro que conserte.
Vital Romaneli Penha
Jacareí
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POSSE DE TRUMP
Jair Bolsonaro deve estar se sentindo orgulhoso de ter sido convidado para a posse de Donald Trump. Agora quer viajar para os Estados Unidos? Com a investigação por suspeita de tentativa de golpe de Estado (e o passaporte cassado), a minha sugestão é que Bolsonaro fique com o convite bem guardadinho, pois quem sabe, se for realmente inocentado, no futuro pode haver muitos outros convites.
Tomomasa Yano
Campinas
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BIG TECHS
Donald Trump e as big techs criaram uma nova ideologia governamental techno-plutocrática. Um novo poder se levanta no século digital, fruto da união de empresas donas das redes sociais e as altas finanças. A política analógica foi sucedida pela política digital de ideologia plutocrata.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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VENENO ESTRUTURAL
A tristeza pelo episódio envolvendo a morte de quatro pessoas envenenadas se avoluma ao ver a foto do prato de comida, com veneno, servido na refeição de Ano Novo: arroz, feijão e farinha, numa casa de pau a pique. O veneno também está na enorme desigualdade, nos altos salários dos juízes e na corrupção impune.
Carlos José Marciéri
São Paulo
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150 ANOS
Neste momento histórico do jornal é importante lembrar duas frases que ficaram na história do jornalismo: “Por que permitir a liberdade de expressão e de imprensa? Por que um governo que está fazendo o que pensa ser certo deve permitir que seja criticado? Não se pode permitir oposição por meios letais. As ideias são muito mais fatais do que os revólveres. Por que permitir que alguém compre uma impressora e dissemine opiniões perniciosas, calculadamente para embaraçar o governo?”, disse Nikolai Lenin, em discurso em Moscou, em1920. “Sendo a opinião pública a base de nosso governo, o principal objetivo deve ser o de manter esse direito. Se me fosse dado decidir se devemos ter um governo sem jornais, ou jornais sem governo, eu não hesitaria um momento em escolher a última alternativa”, disse Thomas Jefferson, em 1787. Um grande abraço a todos que constroem o jornalismo e ajudaram a fazer os 150 anos do Estadão.
David Ferretti
Amparo
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LIGAÇÕES DE OPERADORA
Sábado passado fui à loja da Claro no Shopping Cidade de S. Paulo, na Avenida Paulista, e cancelei a minha linha de controle da operadora, pois não tenho necessidade dela. Apesar disso, a Claro me liga cinco a seis vezes por dia para confirmar o meu cancelamento da linha. Atendi algumas vezes e fiz a confirmação, mas as ligações continuam.
Carlos A. M. Ciscato
São Paulo