Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Eleições 2024

PSD vitorioso

Sai de cena derrotado o PSDB azul desbotado e entra em seu lugar o PSD de Gilberto Kassab, o grande vitorioso das eleições municipais deste ano, com nada menos que 878 prefeitos eleitos em todo o País, dos quais 203 só no Estado de São Paulo.

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J. S. Decol

São Paulo

*

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Debates entre vices

O prefeito Ricardo Nunes propõe três debates com Guilherme Boulos neste segundo turno, mas Boulos insiste em até nove debates, sabe-se lá para quê. Três debates entre os candidatos a prefeito são mais que suficientes no tempo exíguo até 27 de outubro. Mas faltam, sim, outros debates, entre os candidatos a vice-prefeito. Boulos, por exemplo, fala o tempo todo em nome de Marta Suplicy. Alguém já ouviu a candidata Marta falar em 2024 por ela mesma? Mello Araújo tem falado publicamente, pelo menos. Precisamos, necessariamente, de um ou dois debates ao vivo entre os candidatos a vice-prefeito em São Paulo.

Suely Mandelbaum

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São Paulo

*

Economia

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BC sob nova direção

Com folga, Galípolo é aprovado para dirigir Banco Central (Estadão, 9/10). Agora, Gabriel Galípolo tem de explicar ao Lula: a dívida é mais alta porque a taxa Selic é maior ou a taxa Selic é maior porque a dívida é mais alta.

Vital Romaneli Penha

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Jacareí

*

O recado da Moody’s

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Com a benesse concedida ao Brasil pela agência Moody’s, que elevou discretamente a nota de classificação de risco do País, o presidente Lula ficou radiante. Posando como responsável pelo reconhecimento da agência, voltou a desdenhar da sacrificada meta de déficit zero, dizendo que fará o “necessário para cumprir o arcabouço fiscal”, mas com uma ressalva: “caso não haja coisas mais importantes para fazer”. É ridículo, Lula faz pouco-caso da responsabilidade fiscal, comprometendo a credibilidade dos esforços do ministro Fernando Haddad. Lula precisa descer de uma vez por todas do palanque e parar de tentar reescrever sua trajetória pouco ortodoxa. E atenção à dica da Moody’s: não saia das quatro linhas do equilíbrio fiscal, para não voltar a ser rebaixado. Lula, consegue entender?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

Um ano de guerra

Paciência de Jó

Há um ano, o ataque covarde do Hamas em Israel ceifou a vida de centenas de jovens inocentes num festival musical. Não satisfeitos, os terroristas invadiram ruas e casas e, com requintes de crueldade, estupraram e mataram civis, mulheres grávidas, subjugaram velhos e crianças e sequestraram pessoas. Algumas morreram, outras ainda hoje sofrem em cativeiros e servem como moeda de troca. Passado um ano desse triste episódio da história contemporânea, não se vislumbra, infelizmente, o fim do conflito (Um ano de uma guerra sem vencedores, Estadão, 8/10, A20). E hoje só o que se ouve são críticas a Israel e ao seu primeiro-ministro, por autorizar as incursões em Gaza e, agora, no Líbano. Até parece que despejar toneladas de bombas sobre a população de Israel deve ser aceitável. Nem Jó, em sua santa paciência, suportaria tamanha hipocrisia de países que assistem de camarote ao espetáculo pirotécnico dantesco naquela região. Fingem preocupação com a Palestina. O presidente dos EUA, Joe Biden, sem concluir seus raciocínios, pede a Israel moderação em seus ataques; China e Rússia ficam na moita (“quanto pior para eles, muito melhor para nós”, devem pensar). A União Europeia, dividida, optou pelo “vai da valsa” – o futuro a Alá pertence. Por aqui, no Brasil, a tônica tem sido a mesma desde o início das hostilidades: a crucificação de Israel. A verdade é que os interesses comerciais vêm em primeiro lugar.

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

O Exército libanês

O Líbano nunca aceitou a presença do Hezbollah em seu território e se sente impotente para derrotá-lo militarmente. Mas, à medida que a guerra de Israel contra o Hezbollah avança, resultando em pesadas perdas de sua liderança, de seus combatentes e de seu arsenal, o enfraquecimento do grupo terrorista chegará a tal situação que o Exército libanês pode vir a ter condições de derrotá-lo ao lado das forças de Israel. Trata-se de uma decisão ousada a ser tomada por seus líderes, que definirá qual futuro deseja para seu povo este país pacífico que já foi a Suíça do Oriente Médio.

Simão Korn

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

RETORNO DO X

O X pagou os R$ 28 milhões de multas, nomeou uma representante no Brasil e voltou para o mundo das redes antissocial de fofocas mil. O X sempre foi uma incógnita em álgebra. É o X da questão, uma encruzilhada, um ponto de interrogação. Decifra-me ou te devoro. Somos todos Xis em busca de uma resposta. Mister X, que não sabe o que fazer com tanto dinheiro, reabriu sua nova mina de ouro em forma de X.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

CRIADOR E CRIATURA

A verdade nua e crua. A ver verdade, “a democracia não deve ser mero jogo de aparências, em que a liberdade se confunde com a indisciplina e a injustiça social se perpetua, disfarçada pela promessa fácil dos demagogos”. Infelizmente é o que tem ocorrido com o criador e sua criatura. Ademais, “os povos têm, é verdade, os governos que merecem. Mas, também, e não é menos verdade que os povos refletem, copiam, imitam os governos que têm”. A atual verdade e realidade que estamos vivenciando já foi definida pelo imortal Rui Barbosa in Novos Discursos e Conferências, na página 397. Assim, real e muitíssimo oportuno por sua veracidade e realidade o editorial titulado Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3).

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

*

‘CADA VEZ MAIS PARECIDO’

Em relação ao editorial Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: realmente não se pode nem se deve esperar grande coisa desse verdadeiro (des)governo, que provavelmente irá baixar os juros na marra em 2025 e tentar influenciar artificialmente os preços dos combustíveis e da energia, independentemente das terríveis consequências que ações semelhantes já tiveram no finado des(governo) Dilma. Não se vêem ações concretas para realmente melhorar a nossa produtividade e competitividade internacional, como se isso pouco ou nada importasse no século XXI. Ficamos, portanto, apenas reféns dos projetos de perpetuação do poder por uns poucos, que aparentemente não se importam se o País for mantido eternamente no atraso e no subdesenvolvimento. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

IRMÃOS BATISTA

A Justiça federal do Amazonas determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cumprisse ordem judicial em transferir o controle da Amazonas Energia para a Âmbar que, por coincidência, é dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que estão de volta à política e ligadíssimos ao presidente Lula da Silva. O valor da transação gira em torno de R$ 14 bilhões, mas quem vai pagar a conta é o próprio consumidor brasileiro nos próximos singelos 15 anos. Na verdade, a holding J&F, lá atrás, em 2017, informou que cerca de US$ 150 milhões de propina foram transferidos para Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em contas bancárias do exterior. Nossa, quanta óbvia coincidência. Afinal, esse é o País dos espertalhões corruptos de plantão.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

SABATINA DE GALÍPOLO

Bastou dar uma olhada na sabatina de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central no Senado Federal, que se tornou premente em 2026 trocar 2/3 daquela casa. Vimos um concorrente fechando os olhinhos, querendo passar mais bondade do que real conhecimento do cargo que irá decidir a vida de 213 milhões de brasileiros. Em vez de perguntas contundentes, inteligentes, coerentes e críveis, a sabatina ao leigo mais pareceu um chá de comadres. O Banco Central independente merecia alguém expert em economia e não um indivíduo com jeito de garotinho mimado. Essa aprovação ficou evidente quão pobre é nossa Casa Revisora, vulgo Senado, e torna-se premente sua renovação em 2026.

Beatriz Campos

São Paulo

*

ELEIÇÕES EM SÃO PAULO

O resultado da eleição em São Paulo neste primeiro turno revela uma boa parte da população iludida com as aventuras do marketing digital e subserviência à uberização do trabalho, muito distantes do verdadeiro empreendedorismo, que continua reservado aos donos do capital. O falso fetiche capitalista atrai muita gente, lamentável.

Erivan Santana

Teixeira de Freitas (BA)

*

NAUFRÁGIO DO PSDB

No meio de todas as polêmicas e destaques das eleições municipais, um fato chama a atenção: o naufrágio do PSDB, partido historicamente relevante no cenário nacional e tribo de muitos caciques famosos do passado. O recado das urnas é claro; ou o PSDB busca em seu baú as boas inspirações do passado e se reinventa, ou desaparecerá como o Titanic, para ficar apenas na nistória.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

*

PARTIDO DOS TRABALHADORES

As urnas foram ingratas com o PT. O partido quase passa vergonha no primeiro turno das eleições. Antes de ser preso, acusado de corrupção, Lula era imbatível. Craque nas urnas. Colocava o PT nas nuvens. Nos píncaros da glória. Lula elegia até poste. Lula e o PT não tinham adversários. Hoje, o quadro mudou. A buchada salgou, a picanha sumiu. A pinga virou vinagre. Viagens internacionais de Lula, muita conversa fiada, críticas a Israel e à ONU não deram votos para o PT e filiados. O PT parece mais um quadro amarelado na parede. O partido murchou. Lula não convence mais o povo com a facilidade. Tem que fazer tudo praticamente sozinho. Bater o corner e correr para cabecear no gol adversário. O desgaste físico é visível. Boulos bota os bofes para fora, implorando que Lula não saia de perto dele, no segundo turno. Risco de Lula colar em Boulos é imenso. Se Nunes vencer Boulos quem mais vai sofrer em 2026 é Lula. Para Boulos, vida segue mansa. Reassume o mandato de deputado federal. Numa boa. Cresceu muito, por sua vez, o PSD de Gilberto Kassab. Passou o MDB em prefeituras. São 882 contra 856 do MDB. Kassab é mago dos bastidores da política. Discreto e eficiente secretário o governador paulista Tarcísio de Freitas. Com o trator de Kassab também contra o PT, mais uma razão para Lula colocar as barbas brancas de molho. Bolsonaro também comendo as urnas pelas beiradas. Fartou-se de eleger e reeleger aliados. É outro aliado forte de Nunes no segundo turno. Quem gosta de política acirrada, com chutes na virilha e acusações de envergonhar anjos, esperem 2026. Terá de tudo, bastante.

Vicente Limongi Netto

Brasília

*

LIÇÕES

Nas prateleiras de nossos falsos líderes, orna um único livro: Como enganar eleitores despolitizados, com somente três capítulos: I, Como chegar ao poder vendendo ilusões; II, Como criar ilusões; e III, Ilusões digitais, acrescido na reedição e aplicado nas eleições de São Paulo. Foi impressionante como um terço dos eleitores paulistanos se deixaram iludir com o discurso do messias digital, do servo Pablo Marçal, com a missão de pregar o enriquecimento de todos em um passe de mágica, ou melhor, celestial. Outro terço, ditos de esquerda, seguiram acreditando que seus líderes combatem a miséria e a desigualdade, embora estes se omitem nas ações estruturantes nesse sentido porque é dessa indigência que saem seus votos. E no terço final, os crentes na direita, vestidos de verde e amarelo imaginando reafirmar a cidadania, e inspirados no slogan Deus, Pátria e Família, embora a divindade seja escolha íntima, o sentimento pátrio é natural, e a família é o que construímos nas relações parentais. Da novidade do servo Marçal aos ilusionistas Lula da Silva e Jair Bolsonaro, têm-se em comum que todos são seguidores do livro indicado, e sabem aplicar a cortina da pregação messiânica que esconde os respectivos projetos de poder. Carecemos urgentemente de dar adeus às ilusões e construirmos uma realidade que atenda o interesse comum. São as lições de 6 de outubro.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

*

INFLAÇÃO

A inflação deu um salto: foi para 0,44% em setembro. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que o aumento é temporário, que tem a ver com os problemas climáticos, a seca, e que logo a chuva virá e a inflação vai baixar. Segundo ele “isso não tem a ver com juro, juro não faz chover”. Assim como chuva também não tem a ver com responsabilidade fiscal, não é mesmo, ministro? Até entendo as boas intenções que a área econômica demonstra no controle dos gastos públicos, mas não há como dissociar que o governo é um só, e que seu comandante não está nem aí e nem quer ouvir falar em cortes no Orçamento. Aí a inflação aumenta, o dólar aumenta, a desconfiança no governo aumenta e aumenta a certeza de que o pior ainda está por vir.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

PLANOS DE SAÚDE

A matéria de 8/10, intitulada Alta excepcional poderá ser diluída, propõe ANS (Estadão, 8/10, A25) diz que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está discutindo em audiência pública reajustes excepcionais nos planos de saúde individuais, mas já autorizou há meses a Unimed Ferj um reajuste de 13% a título de manter o equilíbrio financeiro da carteira transferida da Unimed Rio, e foi em uma parcela única e não diluída em vários anos como proposto. Uma das funções das agências reguladoras é defender o consumidor, mas parece que a ANS defende só as empresas de saúde.

Antonio Carlos Bento

Santos

*

CRISE CLIMÁTICA

Os gigantescos incêndios no Brasil jogaram um quantidade enorme de calor na atmosfera, isso resultou no aquecimento das águas do oceano Atlântico. As águas mais quentes que o normal são diretamente responsáveis pelos furacões, cada vez mais fortes e mais frequentes. Existe uma relação direta entre os incêndios gigantescos no Brasil e os furacões arrasadores nos Estados Unidos, só não vê quem não quer. Negacionista negarão, resta saber até quando o mundo vai continuar no caminho da destruição.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

MAURO VIEIRA

O chanceler Mauro Vieira, ao ser perguntado sobre a situação da Venezuela, disse em entrevista que o Brasil reconhece Estados e não governos. Não, não foi um engano e ele estava plenamente ciente do que falava, pois reconhecer Estados independentemente do governo vigente – se foi eleito democraticamente ou usurpado – explica e normaliza a relação do Brasil com as ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela, esta recentemente prorrogada por Nicolás Maduro após o faz de conta das eleições locais (e as atas, por onde andam?). Fechar o olho para ditaduras significa reconhecê-las, simples assim. O resto é retórica patética.

Luciano Harary

São Paulo

*

FURACÃO MILTON

Os brasileiros que estão na Flórida terão direito a um voo de repatriação também?

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

PRÊMIO NOBEL

Geoffrey Hinton um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física deste ano pelo trabalho pioneiro no campo das redes neurais artificiais e do machine learning, que deram origem ao surgimento da distópica Inteligência Artificial, disse logo após o anúncio da láurea que “a transformação imposta pela IA nos próximos anos será comparável a da Revolução Industrial no século 19. Mas, em vez de superar as pessoas na força física, vai superar as pessoas na força intelectual. A IA vai trazer aumentos brutais na produtividade”. Com efeito, suas palavras resumem de forma clara, cristalina e objetiva a impactante Revolução da Inteligência Artificial que o mundo vive. Viva Geoffrey Hinton e seu colega de Prêmio Nobel, John Hopfield, pelos estudos que possibilitaram o desenvolvimento da IA, justificando plenamente o recebimento da icônica láurea.

J. S. Decol

São Paulo

Eleições 2024

PSD vitorioso

Sai de cena derrotado o PSDB azul desbotado e entra em seu lugar o PSD de Gilberto Kassab, o grande vitorioso das eleições municipais deste ano, com nada menos que 878 prefeitos eleitos em todo o País, dos quais 203 só no Estado de São Paulo.

J. S. Decol

São Paulo

*

Debates entre vices

O prefeito Ricardo Nunes propõe três debates com Guilherme Boulos neste segundo turno, mas Boulos insiste em até nove debates, sabe-se lá para quê. Três debates entre os candidatos a prefeito são mais que suficientes no tempo exíguo até 27 de outubro. Mas faltam, sim, outros debates, entre os candidatos a vice-prefeito. Boulos, por exemplo, fala o tempo todo em nome de Marta Suplicy. Alguém já ouviu a candidata Marta falar em 2024 por ela mesma? Mello Araújo tem falado publicamente, pelo menos. Precisamos, necessariamente, de um ou dois debates ao vivo entre os candidatos a vice-prefeito em São Paulo.

Suely Mandelbaum

São Paulo

*

Economia

BC sob nova direção

Com folga, Galípolo é aprovado para dirigir Banco Central (Estadão, 9/10). Agora, Gabriel Galípolo tem de explicar ao Lula: a dívida é mais alta porque a taxa Selic é maior ou a taxa Selic é maior porque a dívida é mais alta.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

O recado da Moody’s

Com a benesse concedida ao Brasil pela agência Moody’s, que elevou discretamente a nota de classificação de risco do País, o presidente Lula ficou radiante. Posando como responsável pelo reconhecimento da agência, voltou a desdenhar da sacrificada meta de déficit zero, dizendo que fará o “necessário para cumprir o arcabouço fiscal”, mas com uma ressalva: “caso não haja coisas mais importantes para fazer”. É ridículo, Lula faz pouco-caso da responsabilidade fiscal, comprometendo a credibilidade dos esforços do ministro Fernando Haddad. Lula precisa descer de uma vez por todas do palanque e parar de tentar reescrever sua trajetória pouco ortodoxa. E atenção à dica da Moody’s: não saia das quatro linhas do equilíbrio fiscal, para não voltar a ser rebaixado. Lula, consegue entender?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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Um ano de guerra

Paciência de Jó

Há um ano, o ataque covarde do Hamas em Israel ceifou a vida de centenas de jovens inocentes num festival musical. Não satisfeitos, os terroristas invadiram ruas e casas e, com requintes de crueldade, estupraram e mataram civis, mulheres grávidas, subjugaram velhos e crianças e sequestraram pessoas. Algumas morreram, outras ainda hoje sofrem em cativeiros e servem como moeda de troca. Passado um ano desse triste episódio da história contemporânea, não se vislumbra, infelizmente, o fim do conflito (Um ano de uma guerra sem vencedores, Estadão, 8/10, A20). E hoje só o que se ouve são críticas a Israel e ao seu primeiro-ministro, por autorizar as incursões em Gaza e, agora, no Líbano. Até parece que despejar toneladas de bombas sobre a população de Israel deve ser aceitável. Nem Jó, em sua santa paciência, suportaria tamanha hipocrisia de países que assistem de camarote ao espetáculo pirotécnico dantesco naquela região. Fingem preocupação com a Palestina. O presidente dos EUA, Joe Biden, sem concluir seus raciocínios, pede a Israel moderação em seus ataques; China e Rússia ficam na moita (“quanto pior para eles, muito melhor para nós”, devem pensar). A União Europeia, dividida, optou pelo “vai da valsa” – o futuro a Alá pertence. Por aqui, no Brasil, a tônica tem sido a mesma desde o início das hostilidades: a crucificação de Israel. A verdade é que os interesses comerciais vêm em primeiro lugar.

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

O Exército libanês

O Líbano nunca aceitou a presença do Hezbollah em seu território e se sente impotente para derrotá-lo militarmente. Mas, à medida que a guerra de Israel contra o Hezbollah avança, resultando em pesadas perdas de sua liderança, de seus combatentes e de seu arsenal, o enfraquecimento do grupo terrorista chegará a tal situação que o Exército libanês pode vir a ter condições de derrotá-lo ao lado das forças de Israel. Trata-se de uma decisão ousada a ser tomada por seus líderes, que definirá qual futuro deseja para seu povo este país pacífico que já foi a Suíça do Oriente Médio.

Simão Korn

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

RETORNO DO X

O X pagou os R$ 28 milhões de multas, nomeou uma representante no Brasil e voltou para o mundo das redes antissocial de fofocas mil. O X sempre foi uma incógnita em álgebra. É o X da questão, uma encruzilhada, um ponto de interrogação. Decifra-me ou te devoro. Somos todos Xis em busca de uma resposta. Mister X, que não sabe o que fazer com tanto dinheiro, reabriu sua nova mina de ouro em forma de X.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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CRIADOR E CRIATURA

A verdade nua e crua. A ver verdade, “a democracia não deve ser mero jogo de aparências, em que a liberdade se confunde com a indisciplina e a injustiça social se perpetua, disfarçada pela promessa fácil dos demagogos”. Infelizmente é o que tem ocorrido com o criador e sua criatura. Ademais, “os povos têm, é verdade, os governos que merecem. Mas, também, e não é menos verdade que os povos refletem, copiam, imitam os governos que têm”. A atual verdade e realidade que estamos vivenciando já foi definida pelo imortal Rui Barbosa in Novos Discursos e Conferências, na página 397. Assim, real e muitíssimo oportuno por sua veracidade e realidade o editorial titulado Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3).

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

*

‘CADA VEZ MAIS PARECIDO’

Em relação ao editorial Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: realmente não se pode nem se deve esperar grande coisa desse verdadeiro (des)governo, que provavelmente irá baixar os juros na marra em 2025 e tentar influenciar artificialmente os preços dos combustíveis e da energia, independentemente das terríveis consequências que ações semelhantes já tiveram no finado des(governo) Dilma. Não se vêem ações concretas para realmente melhorar a nossa produtividade e competitividade internacional, como se isso pouco ou nada importasse no século XXI. Ficamos, portanto, apenas reféns dos projetos de perpetuação do poder por uns poucos, que aparentemente não se importam se o País for mantido eternamente no atraso e no subdesenvolvimento. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

IRMÃOS BATISTA

A Justiça federal do Amazonas determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cumprisse ordem judicial em transferir o controle da Amazonas Energia para a Âmbar que, por coincidência, é dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que estão de volta à política e ligadíssimos ao presidente Lula da Silva. O valor da transação gira em torno de R$ 14 bilhões, mas quem vai pagar a conta é o próprio consumidor brasileiro nos próximos singelos 15 anos. Na verdade, a holding J&F, lá atrás, em 2017, informou que cerca de US$ 150 milhões de propina foram transferidos para Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em contas bancárias do exterior. Nossa, quanta óbvia coincidência. Afinal, esse é o País dos espertalhões corruptos de plantão.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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SABATINA DE GALÍPOLO

Bastou dar uma olhada na sabatina de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central no Senado Federal, que se tornou premente em 2026 trocar 2/3 daquela casa. Vimos um concorrente fechando os olhinhos, querendo passar mais bondade do que real conhecimento do cargo que irá decidir a vida de 213 milhões de brasileiros. Em vez de perguntas contundentes, inteligentes, coerentes e críveis, a sabatina ao leigo mais pareceu um chá de comadres. O Banco Central independente merecia alguém expert em economia e não um indivíduo com jeito de garotinho mimado. Essa aprovação ficou evidente quão pobre é nossa Casa Revisora, vulgo Senado, e torna-se premente sua renovação em 2026.

Beatriz Campos

São Paulo

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ELEIÇÕES EM SÃO PAULO

O resultado da eleição em São Paulo neste primeiro turno revela uma boa parte da população iludida com as aventuras do marketing digital e subserviência à uberização do trabalho, muito distantes do verdadeiro empreendedorismo, que continua reservado aos donos do capital. O falso fetiche capitalista atrai muita gente, lamentável.

Erivan Santana

Teixeira de Freitas (BA)

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NAUFRÁGIO DO PSDB

No meio de todas as polêmicas e destaques das eleições municipais, um fato chama a atenção: o naufrágio do PSDB, partido historicamente relevante no cenário nacional e tribo de muitos caciques famosos do passado. O recado das urnas é claro; ou o PSDB busca em seu baú as boas inspirações do passado e se reinventa, ou desaparecerá como o Titanic, para ficar apenas na nistória.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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PARTIDO DOS TRABALHADORES

As urnas foram ingratas com o PT. O partido quase passa vergonha no primeiro turno das eleições. Antes de ser preso, acusado de corrupção, Lula era imbatível. Craque nas urnas. Colocava o PT nas nuvens. Nos píncaros da glória. Lula elegia até poste. Lula e o PT não tinham adversários. Hoje, o quadro mudou. A buchada salgou, a picanha sumiu. A pinga virou vinagre. Viagens internacionais de Lula, muita conversa fiada, críticas a Israel e à ONU não deram votos para o PT e filiados. O PT parece mais um quadro amarelado na parede. O partido murchou. Lula não convence mais o povo com a facilidade. Tem que fazer tudo praticamente sozinho. Bater o corner e correr para cabecear no gol adversário. O desgaste físico é visível. Boulos bota os bofes para fora, implorando que Lula não saia de perto dele, no segundo turno. Risco de Lula colar em Boulos é imenso. Se Nunes vencer Boulos quem mais vai sofrer em 2026 é Lula. Para Boulos, vida segue mansa. Reassume o mandato de deputado federal. Numa boa. Cresceu muito, por sua vez, o PSD de Gilberto Kassab. Passou o MDB em prefeituras. São 882 contra 856 do MDB. Kassab é mago dos bastidores da política. Discreto e eficiente secretário o governador paulista Tarcísio de Freitas. Com o trator de Kassab também contra o PT, mais uma razão para Lula colocar as barbas brancas de molho. Bolsonaro também comendo as urnas pelas beiradas. Fartou-se de eleger e reeleger aliados. É outro aliado forte de Nunes no segundo turno. Quem gosta de política acirrada, com chutes na virilha e acusações de envergonhar anjos, esperem 2026. Terá de tudo, bastante.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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LIÇÕES

Nas prateleiras de nossos falsos líderes, orna um único livro: Como enganar eleitores despolitizados, com somente três capítulos: I, Como chegar ao poder vendendo ilusões; II, Como criar ilusões; e III, Ilusões digitais, acrescido na reedição e aplicado nas eleições de São Paulo. Foi impressionante como um terço dos eleitores paulistanos se deixaram iludir com o discurso do messias digital, do servo Pablo Marçal, com a missão de pregar o enriquecimento de todos em um passe de mágica, ou melhor, celestial. Outro terço, ditos de esquerda, seguiram acreditando que seus líderes combatem a miséria e a desigualdade, embora estes se omitem nas ações estruturantes nesse sentido porque é dessa indigência que saem seus votos. E no terço final, os crentes na direita, vestidos de verde e amarelo imaginando reafirmar a cidadania, e inspirados no slogan Deus, Pátria e Família, embora a divindade seja escolha íntima, o sentimento pátrio é natural, e a família é o que construímos nas relações parentais. Da novidade do servo Marçal aos ilusionistas Lula da Silva e Jair Bolsonaro, têm-se em comum que todos são seguidores do livro indicado, e sabem aplicar a cortina da pregação messiânica que esconde os respectivos projetos de poder. Carecemos urgentemente de dar adeus às ilusões e construirmos uma realidade que atenda o interesse comum. São as lições de 6 de outubro.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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INFLAÇÃO

A inflação deu um salto: foi para 0,44% em setembro. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que o aumento é temporário, que tem a ver com os problemas climáticos, a seca, e que logo a chuva virá e a inflação vai baixar. Segundo ele “isso não tem a ver com juro, juro não faz chover”. Assim como chuva também não tem a ver com responsabilidade fiscal, não é mesmo, ministro? Até entendo as boas intenções que a área econômica demonstra no controle dos gastos públicos, mas não há como dissociar que o governo é um só, e que seu comandante não está nem aí e nem quer ouvir falar em cortes no Orçamento. Aí a inflação aumenta, o dólar aumenta, a desconfiança no governo aumenta e aumenta a certeza de que o pior ainda está por vir.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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PLANOS DE SAÚDE

A matéria de 8/10, intitulada Alta excepcional poderá ser diluída, propõe ANS (Estadão, 8/10, A25) diz que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está discutindo em audiência pública reajustes excepcionais nos planos de saúde individuais, mas já autorizou há meses a Unimed Ferj um reajuste de 13% a título de manter o equilíbrio financeiro da carteira transferida da Unimed Rio, e foi em uma parcela única e não diluída em vários anos como proposto. Uma das funções das agências reguladoras é defender o consumidor, mas parece que a ANS defende só as empresas de saúde.

Antonio Carlos Bento

Santos

*

CRISE CLIMÁTICA

Os gigantescos incêndios no Brasil jogaram um quantidade enorme de calor na atmosfera, isso resultou no aquecimento das águas do oceano Atlântico. As águas mais quentes que o normal são diretamente responsáveis pelos furacões, cada vez mais fortes e mais frequentes. Existe uma relação direta entre os incêndios gigantescos no Brasil e os furacões arrasadores nos Estados Unidos, só não vê quem não quer. Negacionista negarão, resta saber até quando o mundo vai continuar no caminho da destruição.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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MAURO VIEIRA

O chanceler Mauro Vieira, ao ser perguntado sobre a situação da Venezuela, disse em entrevista que o Brasil reconhece Estados e não governos. Não, não foi um engano e ele estava plenamente ciente do que falava, pois reconhecer Estados independentemente do governo vigente – se foi eleito democraticamente ou usurpado – explica e normaliza a relação do Brasil com as ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela, esta recentemente prorrogada por Nicolás Maduro após o faz de conta das eleições locais (e as atas, por onde andam?). Fechar o olho para ditaduras significa reconhecê-las, simples assim. O resto é retórica patética.

Luciano Harary

São Paulo

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FURACÃO MILTON

Os brasileiros que estão na Flórida terão direito a um voo de repatriação também?

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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PRÊMIO NOBEL

Geoffrey Hinton um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física deste ano pelo trabalho pioneiro no campo das redes neurais artificiais e do machine learning, que deram origem ao surgimento da distópica Inteligência Artificial, disse logo após o anúncio da láurea que “a transformação imposta pela IA nos próximos anos será comparável a da Revolução Industrial no século 19. Mas, em vez de superar as pessoas na força física, vai superar as pessoas na força intelectual. A IA vai trazer aumentos brutais na produtividade”. Com efeito, suas palavras resumem de forma clara, cristalina e objetiva a impactante Revolução da Inteligência Artificial que o mundo vive. Viva Geoffrey Hinton e seu colega de Prêmio Nobel, John Hopfield, pelos estudos que possibilitaram o desenvolvimento da IA, justificando plenamente o recebimento da icônica láurea.

J. S. Decol

São Paulo

Eleições 2024

PSD vitorioso

Sai de cena derrotado o PSDB azul desbotado e entra em seu lugar o PSD de Gilberto Kassab, o grande vitorioso das eleições municipais deste ano, com nada menos que 878 prefeitos eleitos em todo o País, dos quais 203 só no Estado de São Paulo.

J. S. Decol

São Paulo

*

Debates entre vices

O prefeito Ricardo Nunes propõe três debates com Guilherme Boulos neste segundo turno, mas Boulos insiste em até nove debates, sabe-se lá para quê. Três debates entre os candidatos a prefeito são mais que suficientes no tempo exíguo até 27 de outubro. Mas faltam, sim, outros debates, entre os candidatos a vice-prefeito. Boulos, por exemplo, fala o tempo todo em nome de Marta Suplicy. Alguém já ouviu a candidata Marta falar em 2024 por ela mesma? Mello Araújo tem falado publicamente, pelo menos. Precisamos, necessariamente, de um ou dois debates ao vivo entre os candidatos a vice-prefeito em São Paulo.

Suely Mandelbaum

São Paulo

*

Economia

BC sob nova direção

Com folga, Galípolo é aprovado para dirigir Banco Central (Estadão, 9/10). Agora, Gabriel Galípolo tem de explicar ao Lula: a dívida é mais alta porque a taxa Selic é maior ou a taxa Selic é maior porque a dívida é mais alta.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

O recado da Moody’s

Com a benesse concedida ao Brasil pela agência Moody’s, que elevou discretamente a nota de classificação de risco do País, o presidente Lula ficou radiante. Posando como responsável pelo reconhecimento da agência, voltou a desdenhar da sacrificada meta de déficit zero, dizendo que fará o “necessário para cumprir o arcabouço fiscal”, mas com uma ressalva: “caso não haja coisas mais importantes para fazer”. É ridículo, Lula faz pouco-caso da responsabilidade fiscal, comprometendo a credibilidade dos esforços do ministro Fernando Haddad. Lula precisa descer de uma vez por todas do palanque e parar de tentar reescrever sua trajetória pouco ortodoxa. E atenção à dica da Moody’s: não saia das quatro linhas do equilíbrio fiscal, para não voltar a ser rebaixado. Lula, consegue entender?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

Um ano de guerra

Paciência de Jó

Há um ano, o ataque covarde do Hamas em Israel ceifou a vida de centenas de jovens inocentes num festival musical. Não satisfeitos, os terroristas invadiram ruas e casas e, com requintes de crueldade, estupraram e mataram civis, mulheres grávidas, subjugaram velhos e crianças e sequestraram pessoas. Algumas morreram, outras ainda hoje sofrem em cativeiros e servem como moeda de troca. Passado um ano desse triste episódio da história contemporânea, não se vislumbra, infelizmente, o fim do conflito (Um ano de uma guerra sem vencedores, Estadão, 8/10, A20). E hoje só o que se ouve são críticas a Israel e ao seu primeiro-ministro, por autorizar as incursões em Gaza e, agora, no Líbano. Até parece que despejar toneladas de bombas sobre a população de Israel deve ser aceitável. Nem Jó, em sua santa paciência, suportaria tamanha hipocrisia de países que assistem de camarote ao espetáculo pirotécnico dantesco naquela região. Fingem preocupação com a Palestina. O presidente dos EUA, Joe Biden, sem concluir seus raciocínios, pede a Israel moderação em seus ataques; China e Rússia ficam na moita (“quanto pior para eles, muito melhor para nós”, devem pensar). A União Europeia, dividida, optou pelo “vai da valsa” – o futuro a Alá pertence. Por aqui, no Brasil, a tônica tem sido a mesma desde o início das hostilidades: a crucificação de Israel. A verdade é que os interesses comerciais vêm em primeiro lugar.

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

O Exército libanês

O Líbano nunca aceitou a presença do Hezbollah em seu território e se sente impotente para derrotá-lo militarmente. Mas, à medida que a guerra de Israel contra o Hezbollah avança, resultando em pesadas perdas de sua liderança, de seus combatentes e de seu arsenal, o enfraquecimento do grupo terrorista chegará a tal situação que o Exército libanês pode vir a ter condições de derrotá-lo ao lado das forças de Israel. Trata-se de uma decisão ousada a ser tomada por seus líderes, que definirá qual futuro deseja para seu povo este país pacífico que já foi a Suíça do Oriente Médio.

Simão Korn

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

RETORNO DO X

O X pagou os R$ 28 milhões de multas, nomeou uma representante no Brasil e voltou para o mundo das redes antissocial de fofocas mil. O X sempre foi uma incógnita em álgebra. É o X da questão, uma encruzilhada, um ponto de interrogação. Decifra-me ou te devoro. Somos todos Xis em busca de uma resposta. Mister X, que não sabe o que fazer com tanto dinheiro, reabriu sua nova mina de ouro em forma de X.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

CRIADOR E CRIATURA

A verdade nua e crua. A ver verdade, “a democracia não deve ser mero jogo de aparências, em que a liberdade se confunde com a indisciplina e a injustiça social se perpetua, disfarçada pela promessa fácil dos demagogos”. Infelizmente é o que tem ocorrido com o criador e sua criatura. Ademais, “os povos têm, é verdade, os governos que merecem. Mas, também, e não é menos verdade que os povos refletem, copiam, imitam os governos que têm”. A atual verdade e realidade que estamos vivenciando já foi definida pelo imortal Rui Barbosa in Novos Discursos e Conferências, na página 397. Assim, real e muitíssimo oportuno por sua veracidade e realidade o editorial titulado Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3).

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

*

‘CADA VEZ MAIS PARECIDO’

Em relação ao editorial Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: realmente não se pode nem se deve esperar grande coisa desse verdadeiro (des)governo, que provavelmente irá baixar os juros na marra em 2025 e tentar influenciar artificialmente os preços dos combustíveis e da energia, independentemente das terríveis consequências que ações semelhantes já tiveram no finado des(governo) Dilma. Não se vêem ações concretas para realmente melhorar a nossa produtividade e competitividade internacional, como se isso pouco ou nada importasse no século XXI. Ficamos, portanto, apenas reféns dos projetos de perpetuação do poder por uns poucos, que aparentemente não se importam se o País for mantido eternamente no atraso e no subdesenvolvimento. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

IRMÃOS BATISTA

A Justiça federal do Amazonas determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cumprisse ordem judicial em transferir o controle da Amazonas Energia para a Âmbar que, por coincidência, é dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que estão de volta à política e ligadíssimos ao presidente Lula da Silva. O valor da transação gira em torno de R$ 14 bilhões, mas quem vai pagar a conta é o próprio consumidor brasileiro nos próximos singelos 15 anos. Na verdade, a holding J&F, lá atrás, em 2017, informou que cerca de US$ 150 milhões de propina foram transferidos para Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em contas bancárias do exterior. Nossa, quanta óbvia coincidência. Afinal, esse é o País dos espertalhões corruptos de plantão.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

SABATINA DE GALÍPOLO

Bastou dar uma olhada na sabatina de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central no Senado Federal, que se tornou premente em 2026 trocar 2/3 daquela casa. Vimos um concorrente fechando os olhinhos, querendo passar mais bondade do que real conhecimento do cargo que irá decidir a vida de 213 milhões de brasileiros. Em vez de perguntas contundentes, inteligentes, coerentes e críveis, a sabatina ao leigo mais pareceu um chá de comadres. O Banco Central independente merecia alguém expert em economia e não um indivíduo com jeito de garotinho mimado. Essa aprovação ficou evidente quão pobre é nossa Casa Revisora, vulgo Senado, e torna-se premente sua renovação em 2026.

Beatriz Campos

São Paulo

*

ELEIÇÕES EM SÃO PAULO

O resultado da eleição em São Paulo neste primeiro turno revela uma boa parte da população iludida com as aventuras do marketing digital e subserviência à uberização do trabalho, muito distantes do verdadeiro empreendedorismo, que continua reservado aos donos do capital. O falso fetiche capitalista atrai muita gente, lamentável.

Erivan Santana

Teixeira de Freitas (BA)

*

NAUFRÁGIO DO PSDB

No meio de todas as polêmicas e destaques das eleições municipais, um fato chama a atenção: o naufrágio do PSDB, partido historicamente relevante no cenário nacional e tribo de muitos caciques famosos do passado. O recado das urnas é claro; ou o PSDB busca em seu baú as boas inspirações do passado e se reinventa, ou desaparecerá como o Titanic, para ficar apenas na nistória.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

*

PARTIDO DOS TRABALHADORES

As urnas foram ingratas com o PT. O partido quase passa vergonha no primeiro turno das eleições. Antes de ser preso, acusado de corrupção, Lula era imbatível. Craque nas urnas. Colocava o PT nas nuvens. Nos píncaros da glória. Lula elegia até poste. Lula e o PT não tinham adversários. Hoje, o quadro mudou. A buchada salgou, a picanha sumiu. A pinga virou vinagre. Viagens internacionais de Lula, muita conversa fiada, críticas a Israel e à ONU não deram votos para o PT e filiados. O PT parece mais um quadro amarelado na parede. O partido murchou. Lula não convence mais o povo com a facilidade. Tem que fazer tudo praticamente sozinho. Bater o corner e correr para cabecear no gol adversário. O desgaste físico é visível. Boulos bota os bofes para fora, implorando que Lula não saia de perto dele, no segundo turno. Risco de Lula colar em Boulos é imenso. Se Nunes vencer Boulos quem mais vai sofrer em 2026 é Lula. Para Boulos, vida segue mansa. Reassume o mandato de deputado federal. Numa boa. Cresceu muito, por sua vez, o PSD de Gilberto Kassab. Passou o MDB em prefeituras. São 882 contra 856 do MDB. Kassab é mago dos bastidores da política. Discreto e eficiente secretário o governador paulista Tarcísio de Freitas. Com o trator de Kassab também contra o PT, mais uma razão para Lula colocar as barbas brancas de molho. Bolsonaro também comendo as urnas pelas beiradas. Fartou-se de eleger e reeleger aliados. É outro aliado forte de Nunes no segundo turno. Quem gosta de política acirrada, com chutes na virilha e acusações de envergonhar anjos, esperem 2026. Terá de tudo, bastante.

Vicente Limongi Netto

Brasília

*

LIÇÕES

Nas prateleiras de nossos falsos líderes, orna um único livro: Como enganar eleitores despolitizados, com somente três capítulos: I, Como chegar ao poder vendendo ilusões; II, Como criar ilusões; e III, Ilusões digitais, acrescido na reedição e aplicado nas eleições de São Paulo. Foi impressionante como um terço dos eleitores paulistanos se deixaram iludir com o discurso do messias digital, do servo Pablo Marçal, com a missão de pregar o enriquecimento de todos em um passe de mágica, ou melhor, celestial. Outro terço, ditos de esquerda, seguiram acreditando que seus líderes combatem a miséria e a desigualdade, embora estes se omitem nas ações estruturantes nesse sentido porque é dessa indigência que saem seus votos. E no terço final, os crentes na direita, vestidos de verde e amarelo imaginando reafirmar a cidadania, e inspirados no slogan Deus, Pátria e Família, embora a divindade seja escolha íntima, o sentimento pátrio é natural, e a família é o que construímos nas relações parentais. Da novidade do servo Marçal aos ilusionistas Lula da Silva e Jair Bolsonaro, têm-se em comum que todos são seguidores do livro indicado, e sabem aplicar a cortina da pregação messiânica que esconde os respectivos projetos de poder. Carecemos urgentemente de dar adeus às ilusões e construirmos uma realidade que atenda o interesse comum. São as lições de 6 de outubro.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

*

INFLAÇÃO

A inflação deu um salto: foi para 0,44% em setembro. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que o aumento é temporário, que tem a ver com os problemas climáticos, a seca, e que logo a chuva virá e a inflação vai baixar. Segundo ele “isso não tem a ver com juro, juro não faz chover”. Assim como chuva também não tem a ver com responsabilidade fiscal, não é mesmo, ministro? Até entendo as boas intenções que a área econômica demonstra no controle dos gastos públicos, mas não há como dissociar que o governo é um só, e que seu comandante não está nem aí e nem quer ouvir falar em cortes no Orçamento. Aí a inflação aumenta, o dólar aumenta, a desconfiança no governo aumenta e aumenta a certeza de que o pior ainda está por vir.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

PLANOS DE SAÚDE

A matéria de 8/10, intitulada Alta excepcional poderá ser diluída, propõe ANS (Estadão, 8/10, A25) diz que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está discutindo em audiência pública reajustes excepcionais nos planos de saúde individuais, mas já autorizou há meses a Unimed Ferj um reajuste de 13% a título de manter o equilíbrio financeiro da carteira transferida da Unimed Rio, e foi em uma parcela única e não diluída em vários anos como proposto. Uma das funções das agências reguladoras é defender o consumidor, mas parece que a ANS defende só as empresas de saúde.

Antonio Carlos Bento

Santos

*

CRISE CLIMÁTICA

Os gigantescos incêndios no Brasil jogaram um quantidade enorme de calor na atmosfera, isso resultou no aquecimento das águas do oceano Atlântico. As águas mais quentes que o normal são diretamente responsáveis pelos furacões, cada vez mais fortes e mais frequentes. Existe uma relação direta entre os incêndios gigantescos no Brasil e os furacões arrasadores nos Estados Unidos, só não vê quem não quer. Negacionista negarão, resta saber até quando o mundo vai continuar no caminho da destruição.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

MAURO VIEIRA

O chanceler Mauro Vieira, ao ser perguntado sobre a situação da Venezuela, disse em entrevista que o Brasil reconhece Estados e não governos. Não, não foi um engano e ele estava plenamente ciente do que falava, pois reconhecer Estados independentemente do governo vigente – se foi eleito democraticamente ou usurpado – explica e normaliza a relação do Brasil com as ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela, esta recentemente prorrogada por Nicolás Maduro após o faz de conta das eleições locais (e as atas, por onde andam?). Fechar o olho para ditaduras significa reconhecê-las, simples assim. O resto é retórica patética.

Luciano Harary

São Paulo

*

FURACÃO MILTON

Os brasileiros que estão na Flórida terão direito a um voo de repatriação também?

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

PRÊMIO NOBEL

Geoffrey Hinton um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física deste ano pelo trabalho pioneiro no campo das redes neurais artificiais e do machine learning, que deram origem ao surgimento da distópica Inteligência Artificial, disse logo após o anúncio da láurea que “a transformação imposta pela IA nos próximos anos será comparável a da Revolução Industrial no século 19. Mas, em vez de superar as pessoas na força física, vai superar as pessoas na força intelectual. A IA vai trazer aumentos brutais na produtividade”. Com efeito, suas palavras resumem de forma clara, cristalina e objetiva a impactante Revolução da Inteligência Artificial que o mundo vive. Viva Geoffrey Hinton e seu colega de Prêmio Nobel, John Hopfield, pelos estudos que possibilitaram o desenvolvimento da IA, justificando plenamente o recebimento da icônica láurea.

J. S. Decol

São Paulo

Eleições 2024

PSD vitorioso

Sai de cena derrotado o PSDB azul desbotado e entra em seu lugar o PSD de Gilberto Kassab, o grande vitorioso das eleições municipais deste ano, com nada menos que 878 prefeitos eleitos em todo o País, dos quais 203 só no Estado de São Paulo.

J. S. Decol

São Paulo

*

Debates entre vices

O prefeito Ricardo Nunes propõe três debates com Guilherme Boulos neste segundo turno, mas Boulos insiste em até nove debates, sabe-se lá para quê. Três debates entre os candidatos a prefeito são mais que suficientes no tempo exíguo até 27 de outubro. Mas faltam, sim, outros debates, entre os candidatos a vice-prefeito. Boulos, por exemplo, fala o tempo todo em nome de Marta Suplicy. Alguém já ouviu a candidata Marta falar em 2024 por ela mesma? Mello Araújo tem falado publicamente, pelo menos. Precisamos, necessariamente, de um ou dois debates ao vivo entre os candidatos a vice-prefeito em São Paulo.

Suely Mandelbaum

São Paulo

*

Economia

BC sob nova direção

Com folga, Galípolo é aprovado para dirigir Banco Central (Estadão, 9/10). Agora, Gabriel Galípolo tem de explicar ao Lula: a dívida é mais alta porque a taxa Selic é maior ou a taxa Selic é maior porque a dívida é mais alta.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

O recado da Moody’s

Com a benesse concedida ao Brasil pela agência Moody’s, que elevou discretamente a nota de classificação de risco do País, o presidente Lula ficou radiante. Posando como responsável pelo reconhecimento da agência, voltou a desdenhar da sacrificada meta de déficit zero, dizendo que fará o “necessário para cumprir o arcabouço fiscal”, mas com uma ressalva: “caso não haja coisas mais importantes para fazer”. É ridículo, Lula faz pouco-caso da responsabilidade fiscal, comprometendo a credibilidade dos esforços do ministro Fernando Haddad. Lula precisa descer de uma vez por todas do palanque e parar de tentar reescrever sua trajetória pouco ortodoxa. E atenção à dica da Moody’s: não saia das quatro linhas do equilíbrio fiscal, para não voltar a ser rebaixado. Lula, consegue entender?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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Um ano de guerra

Paciência de Jó

Há um ano, o ataque covarde do Hamas em Israel ceifou a vida de centenas de jovens inocentes num festival musical. Não satisfeitos, os terroristas invadiram ruas e casas e, com requintes de crueldade, estupraram e mataram civis, mulheres grávidas, subjugaram velhos e crianças e sequestraram pessoas. Algumas morreram, outras ainda hoje sofrem em cativeiros e servem como moeda de troca. Passado um ano desse triste episódio da história contemporânea, não se vislumbra, infelizmente, o fim do conflito (Um ano de uma guerra sem vencedores, Estadão, 8/10, A20). E hoje só o que se ouve são críticas a Israel e ao seu primeiro-ministro, por autorizar as incursões em Gaza e, agora, no Líbano. Até parece que despejar toneladas de bombas sobre a população de Israel deve ser aceitável. Nem Jó, em sua santa paciência, suportaria tamanha hipocrisia de países que assistem de camarote ao espetáculo pirotécnico dantesco naquela região. Fingem preocupação com a Palestina. O presidente dos EUA, Joe Biden, sem concluir seus raciocínios, pede a Israel moderação em seus ataques; China e Rússia ficam na moita (“quanto pior para eles, muito melhor para nós”, devem pensar). A União Europeia, dividida, optou pelo “vai da valsa” – o futuro a Alá pertence. Por aqui, no Brasil, a tônica tem sido a mesma desde o início das hostilidades: a crucificação de Israel. A verdade é que os interesses comerciais vêm em primeiro lugar.

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

O Exército libanês

O Líbano nunca aceitou a presença do Hezbollah em seu território e se sente impotente para derrotá-lo militarmente. Mas, à medida que a guerra de Israel contra o Hezbollah avança, resultando em pesadas perdas de sua liderança, de seus combatentes e de seu arsenal, o enfraquecimento do grupo terrorista chegará a tal situação que o Exército libanês pode vir a ter condições de derrotá-lo ao lado das forças de Israel. Trata-se de uma decisão ousada a ser tomada por seus líderes, que definirá qual futuro deseja para seu povo este país pacífico que já foi a Suíça do Oriente Médio.

Simão Korn

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

RETORNO DO X

O X pagou os R$ 28 milhões de multas, nomeou uma representante no Brasil e voltou para o mundo das redes antissocial de fofocas mil. O X sempre foi uma incógnita em álgebra. É o X da questão, uma encruzilhada, um ponto de interrogação. Decifra-me ou te devoro. Somos todos Xis em busca de uma resposta. Mister X, que não sabe o que fazer com tanto dinheiro, reabriu sua nova mina de ouro em forma de X.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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CRIADOR E CRIATURA

A verdade nua e crua. A ver verdade, “a democracia não deve ser mero jogo de aparências, em que a liberdade se confunde com a indisciplina e a injustiça social se perpetua, disfarçada pela promessa fácil dos demagogos”. Infelizmente é o que tem ocorrido com o criador e sua criatura. Ademais, “os povos têm, é verdade, os governos que merecem. Mas, também, e não é menos verdade que os povos refletem, copiam, imitam os governos que têm”. A atual verdade e realidade que estamos vivenciando já foi definida pelo imortal Rui Barbosa in Novos Discursos e Conferências, na página 397. Assim, real e muitíssimo oportuno por sua veracidade e realidade o editorial titulado Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3).

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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‘CADA VEZ MAIS PARECIDO’

Em relação ao editorial Lula cada vez mais parecido com Dilma (Estadão, 9/10, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: realmente não se pode nem se deve esperar grande coisa desse verdadeiro (des)governo, que provavelmente irá baixar os juros na marra em 2025 e tentar influenciar artificialmente os preços dos combustíveis e da energia, independentemente das terríveis consequências que ações semelhantes já tiveram no finado des(governo) Dilma. Não se vêem ações concretas para realmente melhorar a nossa produtividade e competitividade internacional, como se isso pouco ou nada importasse no século XXI. Ficamos, portanto, apenas reféns dos projetos de perpetuação do poder por uns poucos, que aparentemente não se importam se o País for mantido eternamente no atraso e no subdesenvolvimento. Até quando? Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

IRMÃOS BATISTA

A Justiça federal do Amazonas determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cumprisse ordem judicial em transferir o controle da Amazonas Energia para a Âmbar que, por coincidência, é dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que estão de volta à política e ligadíssimos ao presidente Lula da Silva. O valor da transação gira em torno de R$ 14 bilhões, mas quem vai pagar a conta é o próprio consumidor brasileiro nos próximos singelos 15 anos. Na verdade, a holding J&F, lá atrás, em 2017, informou que cerca de US$ 150 milhões de propina foram transferidos para Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em contas bancárias do exterior. Nossa, quanta óbvia coincidência. Afinal, esse é o País dos espertalhões corruptos de plantão.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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SABATINA DE GALÍPOLO

Bastou dar uma olhada na sabatina de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central no Senado Federal, que se tornou premente em 2026 trocar 2/3 daquela casa. Vimos um concorrente fechando os olhinhos, querendo passar mais bondade do que real conhecimento do cargo que irá decidir a vida de 213 milhões de brasileiros. Em vez de perguntas contundentes, inteligentes, coerentes e críveis, a sabatina ao leigo mais pareceu um chá de comadres. O Banco Central independente merecia alguém expert em economia e não um indivíduo com jeito de garotinho mimado. Essa aprovação ficou evidente quão pobre é nossa Casa Revisora, vulgo Senado, e torna-se premente sua renovação em 2026.

Beatriz Campos

São Paulo

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ELEIÇÕES EM SÃO PAULO

O resultado da eleição em São Paulo neste primeiro turno revela uma boa parte da população iludida com as aventuras do marketing digital e subserviência à uberização do trabalho, muito distantes do verdadeiro empreendedorismo, que continua reservado aos donos do capital. O falso fetiche capitalista atrai muita gente, lamentável.

Erivan Santana

Teixeira de Freitas (BA)

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NAUFRÁGIO DO PSDB

No meio de todas as polêmicas e destaques das eleições municipais, um fato chama a atenção: o naufrágio do PSDB, partido historicamente relevante no cenário nacional e tribo de muitos caciques famosos do passado. O recado das urnas é claro; ou o PSDB busca em seu baú as boas inspirações do passado e se reinventa, ou desaparecerá como o Titanic, para ficar apenas na nistória.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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PARTIDO DOS TRABALHADORES

As urnas foram ingratas com o PT. O partido quase passa vergonha no primeiro turno das eleições. Antes de ser preso, acusado de corrupção, Lula era imbatível. Craque nas urnas. Colocava o PT nas nuvens. Nos píncaros da glória. Lula elegia até poste. Lula e o PT não tinham adversários. Hoje, o quadro mudou. A buchada salgou, a picanha sumiu. A pinga virou vinagre. Viagens internacionais de Lula, muita conversa fiada, críticas a Israel e à ONU não deram votos para o PT e filiados. O PT parece mais um quadro amarelado na parede. O partido murchou. Lula não convence mais o povo com a facilidade. Tem que fazer tudo praticamente sozinho. Bater o corner e correr para cabecear no gol adversário. O desgaste físico é visível. Boulos bota os bofes para fora, implorando que Lula não saia de perto dele, no segundo turno. Risco de Lula colar em Boulos é imenso. Se Nunes vencer Boulos quem mais vai sofrer em 2026 é Lula. Para Boulos, vida segue mansa. Reassume o mandato de deputado federal. Numa boa. Cresceu muito, por sua vez, o PSD de Gilberto Kassab. Passou o MDB em prefeituras. São 882 contra 856 do MDB. Kassab é mago dos bastidores da política. Discreto e eficiente secretário o governador paulista Tarcísio de Freitas. Com o trator de Kassab também contra o PT, mais uma razão para Lula colocar as barbas brancas de molho. Bolsonaro também comendo as urnas pelas beiradas. Fartou-se de eleger e reeleger aliados. É outro aliado forte de Nunes no segundo turno. Quem gosta de política acirrada, com chutes na virilha e acusações de envergonhar anjos, esperem 2026. Terá de tudo, bastante.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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LIÇÕES

Nas prateleiras de nossos falsos líderes, orna um único livro: Como enganar eleitores despolitizados, com somente três capítulos: I, Como chegar ao poder vendendo ilusões; II, Como criar ilusões; e III, Ilusões digitais, acrescido na reedição e aplicado nas eleições de São Paulo. Foi impressionante como um terço dos eleitores paulistanos se deixaram iludir com o discurso do messias digital, do servo Pablo Marçal, com a missão de pregar o enriquecimento de todos em um passe de mágica, ou melhor, celestial. Outro terço, ditos de esquerda, seguiram acreditando que seus líderes combatem a miséria e a desigualdade, embora estes se omitem nas ações estruturantes nesse sentido porque é dessa indigência que saem seus votos. E no terço final, os crentes na direita, vestidos de verde e amarelo imaginando reafirmar a cidadania, e inspirados no slogan Deus, Pátria e Família, embora a divindade seja escolha íntima, o sentimento pátrio é natural, e a família é o que construímos nas relações parentais. Da novidade do servo Marçal aos ilusionistas Lula da Silva e Jair Bolsonaro, têm-se em comum que todos são seguidores do livro indicado, e sabem aplicar a cortina da pregação messiânica que esconde os respectivos projetos de poder. Carecemos urgentemente de dar adeus às ilusões e construirmos uma realidade que atenda o interesse comum. São as lições de 6 de outubro.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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INFLAÇÃO

A inflação deu um salto: foi para 0,44% em setembro. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que o aumento é temporário, que tem a ver com os problemas climáticos, a seca, e que logo a chuva virá e a inflação vai baixar. Segundo ele “isso não tem a ver com juro, juro não faz chover”. Assim como chuva também não tem a ver com responsabilidade fiscal, não é mesmo, ministro? Até entendo as boas intenções que a área econômica demonstra no controle dos gastos públicos, mas não há como dissociar que o governo é um só, e que seu comandante não está nem aí e nem quer ouvir falar em cortes no Orçamento. Aí a inflação aumenta, o dólar aumenta, a desconfiança no governo aumenta e aumenta a certeza de que o pior ainda está por vir.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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PLANOS DE SAÚDE

A matéria de 8/10, intitulada Alta excepcional poderá ser diluída, propõe ANS (Estadão, 8/10, A25) diz que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está discutindo em audiência pública reajustes excepcionais nos planos de saúde individuais, mas já autorizou há meses a Unimed Ferj um reajuste de 13% a título de manter o equilíbrio financeiro da carteira transferida da Unimed Rio, e foi em uma parcela única e não diluída em vários anos como proposto. Uma das funções das agências reguladoras é defender o consumidor, mas parece que a ANS defende só as empresas de saúde.

Antonio Carlos Bento

Santos

*

CRISE CLIMÁTICA

Os gigantescos incêndios no Brasil jogaram um quantidade enorme de calor na atmosfera, isso resultou no aquecimento das águas do oceano Atlântico. As águas mais quentes que o normal são diretamente responsáveis pelos furacões, cada vez mais fortes e mais frequentes. Existe uma relação direta entre os incêndios gigantescos no Brasil e os furacões arrasadores nos Estados Unidos, só não vê quem não quer. Negacionista negarão, resta saber até quando o mundo vai continuar no caminho da destruição.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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MAURO VIEIRA

O chanceler Mauro Vieira, ao ser perguntado sobre a situação da Venezuela, disse em entrevista que o Brasil reconhece Estados e não governos. Não, não foi um engano e ele estava plenamente ciente do que falava, pois reconhecer Estados independentemente do governo vigente – se foi eleito democraticamente ou usurpado – explica e normaliza a relação do Brasil com as ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela, esta recentemente prorrogada por Nicolás Maduro após o faz de conta das eleições locais (e as atas, por onde andam?). Fechar o olho para ditaduras significa reconhecê-las, simples assim. O resto é retórica patética.

Luciano Harary

São Paulo

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FURACÃO MILTON

Os brasileiros que estão na Flórida terão direito a um voo de repatriação também?

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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PRÊMIO NOBEL

Geoffrey Hinton um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física deste ano pelo trabalho pioneiro no campo das redes neurais artificiais e do machine learning, que deram origem ao surgimento da distópica Inteligência Artificial, disse logo após o anúncio da láurea que “a transformação imposta pela IA nos próximos anos será comparável a da Revolução Industrial no século 19. Mas, em vez de superar as pessoas na força física, vai superar as pessoas na força intelectual. A IA vai trazer aumentos brutais na produtividade”. Com efeito, suas palavras resumem de forma clara, cristalina e objetiva a impactante Revolução da Inteligência Artificial que o mundo vive. Viva Geoffrey Hinton e seu colega de Prêmio Nobel, John Hopfield, pelos estudos que possibilitaram o desenvolvimento da IA, justificando plenamente o recebimento da icônica láurea.

J. S. Decol

São Paulo

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