Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Descapitalização do crime

Nestes tempos perigosos em que boa parte do Estado está sob o domínio do crime muito bem organizado e rico, não poderia soar mais bem-vinda e oportuna a declaração do delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que vai assumir nesta semana a chefia da Superintendência Regional da Polícia Federal de São Paulo. Sua fala diz respeito ao uso da inteligência para descapitalizar as organizações que se dedicam ao tráfico internacional de drogas e armas, bem como o enfrentamento do colarinho-branco, que busca se infiltrar no setor público pelo caminho da corrupção. “Não adianta só prender integrantes de quadrilhas. O que importa é sufocar financeiramente o crime, esvaziar suas finanças. Não adianta enxugar gelo. É preciso tornar efetiva a descapitalização.” Com efeito, se o delegado conseguir cortar o oxigênio que mantém vivo o crime organizado, terá êxito em sua espinhosa missão. Boa sorte!

J. S. Decol

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São Paulo

*

Produtos apreendidos

continua após a publicidade

O novo superintendente da Polícia Federal em São Paulo planeja atuar no sentido de descapitalizar organizações criminosas. Algo relativamente complexo do ponto de vista operacional, a se considerarem os meios de lavagem ou evasão disponíveis no País, notadamente o setor de jogos e apostas. É curioso, porém, que propostas de combate ao tráfico não focalizem o encaminhamento dado aos produtos apreendidos. Nada se costuma informar sobre o day after das mercadorias fotografadas ao lado de insígnias correspondentes à força policial autora da ação. Nada absurdo especular se tal material acabaria redirecionado ao mercado. Daí talvez, quem sabe, o insucesso do combate ao tráfico, o “enxugar gelo” a que se refere o novo superintendente. Possível causa subjacente às disputas violentas travadas na periferia das cidades, sem excluir a possibilidade de cooptação de agentes da lei. Urge que seja dado o devido destino às “valiosas” remessas apreendidas, para que sejam devidamente descartadas ou inutilizadas, e não voltem a abastecer o mercado ilegal.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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*

Grande São Paulo

Rodovia Raposo Tavares

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Quando lemos que o governo estadual alterou o plano para a Nova Raposo após críticas de vizinhos (8/7, A13), dá até um alento, que dura cinco segundos. Então se lê: o pedágio só será cobrado após a conclusão das obras (só faltava cobrar numa rodovia totalmente obsoleta), o que deve ocorrer no oitavo ano após a assinatura do contrato. Só que a Câmara de Cotia aprovou a construção de prédios de até 30 andares na região, incluindo a Granja Viana, que é um reduto de casas com (ainda) bastante vegetação. Aprovação sem nenhum estudo de impacto de tráfego, e a rodovia ficará pronta, com muito otimismo, em oito anos, e um edifício é erguido e pronto em menos de um. Fora a precariedade das ruas do bairro e do município, todas muito estreitas. E não adiantou protesto de moradores. Só resta agora o Ministério Público ter bom senso e impedir essa barbaridade, pois uma vez iniciada trará prejuízos irreparáveis a toda a população.

Cristina Cardoso

Carapicuíba

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*

Meio ambiente

Fabricantes de nascentes

continua após a publicidade

Procuram-se fabricantes de nascentes (7/7, A5). Foi muito bom ver essa chamada à ação por alguém que sempre esteve voltado à educação, como Claudio de Moura Castro, de quem não me escapa nenhum artigo. Ao ler a última pergunta formulada no texto, me dei conta de que, junto com 15 engenheiros formados em 1974 no ITA, estamos na direção certa. Há cerca de dez anos iniciamos o apoio a projetos sociais no norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, através de uma ONG local (Aprisco) e de Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) em Virgem da Lapa e Araçuaí. Cerca de 15 mil mudas já foram doadas e plantadas na região, nessa linha de “fabricantes de nascentes”. As iniciativas, no início, estavam focadas em educação, mas foram se ramificando para pomares, plantio de árvores nativas, viveiro de mudas, hortas nas escolas, agroponia, galinheiros, proteção de nascentes e o início de um projeto de piscicultura. O projeto mais recente visa à sustentabilidade da EFA de Virgem da Lapa, além de ser um ambiente de aprendizagem para os alunos que levam as mudas que cultivam para plantar em suas casas e comunidades rurais. Enquanto muitos só falam de desmatamento, nossas atividades são voltadas para o “matamento”, como gosto de registrar.

Carlos Roberto Teixeira Netto

Rio de Janeiro

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CPAC BRASIL

Esta reunião no fim de semana em Santa Catarina serviu pelo menos para uma coisa: para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tirasse a máscara e assumisse de vez sua posição de extrema direita. Agora não vai enganar mais ninguém.

Sylvio Belém

Recife

*

FALAS DE LULA

Ao ser comparado com as dificuldades dos 81 anos do presidente americano Joe Biden, o presidente Lula respondeu ao entrevistador: “Jamais visto na história deste País, houve um presidente de 70 anos, com energia de 30 e tesão de 20, pergunte a Janja que é testemunha ocular”. Desrespeitos à parte, o superman tupiniquim mentiu. Primeiro porque, como Biden, ele deve ter se esquecido que tem 78 anos de idade e não 70. Segundo porque sua energia está condizente com sua idade real de 78 anos e, portanto, mais frágil. Já quanto ao seu tesão, menos Lula, menos.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

‘NOVO SLOGAN’

Lula, o maestro da desafinada orquestra petista, em momento descontraído, garantiu aos ácidos e incrédulos críticos que mantém a pegada de sempre. “Perguntem a Janja”, desafiou um Lula brincalhão, parecendo mais feliz que pinto no cio. Marqueteiros não precisam mais queimar neurônios em busca do slogan do partido para 2026.

Vicente Limongi Netto

Brasília

*

DECLARAÇÃO DE LULA

Nos últimos dias, Lula da Silva vem sendo comparado com Joe Biden, que se mostrou sem energia e com raciocínios lentos no debate com Donald Trump. Em nenhum momento a comparação foi sobre virilidade. Mas Lula da Silva, de maneira deselegante, assim não entendeu e declarou: “Eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20″. E disse ainda que Janja é testemunha ocular. Aí já não é mais indelicadeza, mas falta de educação. Não vou aqui comparar item por item Lula e Biden, acho que apenas uma comparação é suficiente. Um tem total noção do que é estar sentado numa cadeira presidencial, o outro não.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR’

Em geral, quem muita fala, muito erra e muito mente. Já se diz que em boca fechada não entra mosca. Agora o papagaio Lula diz que quem acha que ele anda cansado que perguntem a Janja que, claro, casou por amor, então, mentir ela não vai. E como sempre a nobre pergunta que não quer calar: Lula, por que não te calas? A idade chega para todos, garanhão nordestino.

Marieta Barugo

São Paulo

*

‘SOLIDÃO’

Lula em Osasco: “Quem achar que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja”. Parece conversa de botequim, mas permite concluir que o presidente está bem resolvido na questão da “solidão do poder”, que o Estadão levantou no editorial de domingo intitulado Casa de futricas (Estadão, 7/7, A3)

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

*

ARCABOUÇO FISCAL

O arcabouço fiscal, bandeira do Lula 3, é mais um engodo dos petralhas. Seu objetivo, nas entrelinhas, é aumentar a arrecadação por meio da cobrança de mais impostos. O anúncio de que o governo vai cortar gastos equivalentes a R$ 25,9 bilhões em 2025 é o típico para inglês ver. O trabalhador faz de tudo para não gastar mais do que recebe e o governo faz exatamente o contrário. O déficit público foi grande em 2022, monstruoso em 2023 e, certamente baterá o recorde neste ano. Para o língua frouxa Lula da Silva, gasto é investimento. Então vamos gastar e culpar o Banco Central.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

LULA E TARCÍSIO

Era só o que faltava. O Lula 3, que se especializou com suas falas e críticas desconexas em fomentar crises no seu próprio governo, agora reclamou, em matéria intitulada Lula critica ausência de Tarcísio em eventos (Estadão, 4/7, A9), que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não participa ao seu lado dos eventos em que é convidado pelo Planalto. Ora, primeiro porque não é obrigado a participar. Segundo porque, inteligente, e trabalhador, o governador de São Paulo não tem tempo para ouvir abobrinhas do petista. E sabe também que tirar foto com Lula não dá mais ibope. Porém, o despreparado, com imagem decadente com seu governo sem rumo, Lula, angustiado, quer para seu benefício tirar foto ao lado de Tarcísio, de gestão muito bem avaliada pelos eleitores.

Paulo Panossian

São Carlos

*

AQUECIMENTO GLOBAL

Em aula de biologia sobre O clima e a destruição de bens comuns (Estadão, 6/7, A19), o professor Fernando Reinach explica como nós, os Homo sapiens, destruímos a natureza de nossa atmosfera terrestre por egoísmo e estupidez, determinando nosso fim como espécie, por inundações ou secas cada vez mais intensas. A era industrial apressou nosso fim.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

FOGO NA AMAZÔNIA

Amazônia tem maior número de focos de incêndio em 20 anos (Estadão, 4/7, A15). Que me perdoe o presidente, mas tal absurdo não deveria ocorrer no seu governo. Ao ser eleito, indiscutivelmente, Lula nos salvou de uma ditadura que nos faria recuar a um passado sombrio. O governo lançou o Programa Desmatamento Zero até 2030 para a Amazônia, mas isso não surtirá o efeito necessário. Afinal, os que estão destruindo o nosso maior tesouro são quadrilhas de bandidos de todas as espécies e nacionalidades. Urge fazer as nossas Forças Armadas e a Polícia Federal recuperar aquele território que pertence ao nosso povo, mas, também à humanidade, para diminuir o aquecimento global. Inclusive, penso eu, faz-se necessário revogar um artigo de uma Lei aprovado no governo Dilma Rousseff, um jabuti gigante com o qual um gaiato qualquer manda para um setor criado para tanto, se declarando dono de um pedaço da floresta e que, se não for contestado, ele se torna dono. Este absurdo chamado jabuti não pode estar de acordo com a nossa Carta Magna. Desculpem a palavra, mas esse absurdo mais parece uma tirada do grupo Os Trapalhões. Um país sério não pode ter uma excrescência desse quilate.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

ELEIÇÕES FRANCESAS

E, no segundo turno da eleição do Parlamento francês, as urnas revelaram que a improvável união de última hora da chamada frente republicana entre o centro e a esquerda conseguiu o seu principal objetivo: bloquear o famigerado Reagrupamento Nacional (RN) de ultradireita de Marine Le Pen. Vive la République. Vive la France!

J. S. Decol

São Paulo

*

ELEIÇÕES AMERICANAS

A América está diante de um beco sem saída: escolher entre um ancião com claros sinais de debilidade senil ou um criminoso condenado. O sistema político partidário americano é um oligopólio, só os dois principais partidos participam do jogo. O tamanho dos partidos impede o surgimento de outros partidos menores que tenham relevância na disputa. Os Estados Unidos sempre combateram com vigor este tipo de concentração de poder, tem regras claras que impedem que uma ou duas empresas dominem um mercado, e deveria ser aplicado na política, acabando com o domínio de republicanos e democratas, criando condições para o surgimento de novos partidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

ÂNCORA NEGATIVA

Eleitores americanos irão votar não somente para presidente, mas também para senadores e deputados. Sendo o presidente a âncora do ticket. Âncora é uma palavra da área da náutica que indica uma peça maciça e pesada de ferro que é presa em uma corda, cabo ou corrente para imobilizar uma embarcação. Em sentido figurado, a palavra âncora pode indicar abrigo, proteção ou apoio. Ocorre que fixar-se em algum lugar e não poder partir de lá nem sempre é positivo. Especialmente quando o lugar não agrada. Em Programação Neurolinguísitica, há até o conceito de âncora negativa – uma reação emocional imediata e automática a alguma coisa, que nos leva a adotar comportamentos indesejados. É verdade que os políticos democratas estão preocupados com Biden e as suas chances de se reeleger como presidente. Mas sua maior preocupação no momento é que ele pode vir a ser uma âncora para afundar a candidatura de todos os demais nas próximas eleições. Certamente, nem todos têm os equipamentos de mergulho adequados. E a grande maioria nem sequer pretende conhecer e tirar fotos do fundo do mar.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

VIOLÊNCIA POLICIAL

As polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo, principalmente, parecem que gostam de matar garotos pretos e pardos das periferias. Nem perguntam: “Ei, você é bandido, vaporzinho, tem comando do chefe do tráfico?”. Não. Vão logo passando chumbo, quando dá. E quase sempre dá, basta cobrir as câmeras corporais. O estímulo para isso vem de cima. Também tem as balas perdidas, que matam muitas crianças e mulheres grávidas quando a repressão sobe o morro para prender traficantes. Mas, desta vez, no Leblon, pegaram os garotos errados. Eram filhos de diplomatas em passeio turístico no Brasil. Os colegas brancos que os recepcionavam não sofreram represália. Racismo genuíno. O Itamaraty teve de pedir desculpas aos pais dos garotos. Quem sabe, com isso, os policiais agora aprendem a perguntar às crianças e adolescentes com as quais ela cisma, seja lá por que, quem elas são antes de apontar as armas para uma revista sem o menor motivo.

Jane Araújo

Brasília

*

LIÇÃO DE COMEDIMENTO DO PLANO REAL

Em meio às celebrações dos 30 anos do Plano Real, detive-me especialmente nas lições que podemos e devemos aprender desse momento de nossa história econômica, política e social. Trinta anos depois, o editorial O silêncio é de ouro (4/7, A3) me faz lembrar que o Plano Real só aconteceu porque combinou liderança e trabalho de equipe, que só pode acontecer em ambiente de debate de ideias, concentração, reflexão, conhecimento especializado, equilíbrio, foco, colaboração e comedimento. Muito estudo, competência técnica, habilidade política e comunicação tornaram possível a concretização do plano. Um olhar sobre o momento político, econômico e social atual mostra um ambiente tumultuado, ruidoso, medíocre, superficial, com incertezas, intolerâncias, desconfianças e confrontos. Faz bem o editorial ao invocar o ditado popular de que a palavra é de prata e o silêncio é de ouro. Acrescento o de que em boca fechada não entra mosquito e o de que quem fala demais se arrisca a dar bom-dia a cavalo. A novidade que a imprensa vem alertando é que a economia, o dólar principalmente, pode sofrer impacto quando os agentes econômicos e políticos descambam para a língua solta, falação, verborragia, incontinência verbal, confrontos e disputa de egos inflados. Para continuar nos ditados populares, gosto daquele que diz “cada macaco no seu galho”. Se cada um cumprir sua função com competência, responsabilidade, simplicidade, humildade, espírito público e cooperação entre os pares, ao invés de ficar contemplando o próprio umbigo, podemos contribuir para um ambiente saudável em que as virtudes se oponham aos vícios, como propunha São Francisco de Assis no século 13.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

Descapitalização do crime

Nestes tempos perigosos em que boa parte do Estado está sob o domínio do crime muito bem organizado e rico, não poderia soar mais bem-vinda e oportuna a declaração do delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que vai assumir nesta semana a chefia da Superintendência Regional da Polícia Federal de São Paulo. Sua fala diz respeito ao uso da inteligência para descapitalizar as organizações que se dedicam ao tráfico internacional de drogas e armas, bem como o enfrentamento do colarinho-branco, que busca se infiltrar no setor público pelo caminho da corrupção. “Não adianta só prender integrantes de quadrilhas. O que importa é sufocar financeiramente o crime, esvaziar suas finanças. Não adianta enxugar gelo. É preciso tornar efetiva a descapitalização.” Com efeito, se o delegado conseguir cortar o oxigênio que mantém vivo o crime organizado, terá êxito em sua espinhosa missão. Boa sorte!

J. S. Decol

São Paulo

*

Produtos apreendidos

O novo superintendente da Polícia Federal em São Paulo planeja atuar no sentido de descapitalizar organizações criminosas. Algo relativamente complexo do ponto de vista operacional, a se considerarem os meios de lavagem ou evasão disponíveis no País, notadamente o setor de jogos e apostas. É curioso, porém, que propostas de combate ao tráfico não focalizem o encaminhamento dado aos produtos apreendidos. Nada se costuma informar sobre o day after das mercadorias fotografadas ao lado de insígnias correspondentes à força policial autora da ação. Nada absurdo especular se tal material acabaria redirecionado ao mercado. Daí talvez, quem sabe, o insucesso do combate ao tráfico, o “enxugar gelo” a que se refere o novo superintendente. Possível causa subjacente às disputas violentas travadas na periferia das cidades, sem excluir a possibilidade de cooptação de agentes da lei. Urge que seja dado o devido destino às “valiosas” remessas apreendidas, para que sejam devidamente descartadas ou inutilizadas, e não voltem a abastecer o mercado ilegal.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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Grande São Paulo

Rodovia Raposo Tavares

Quando lemos que o governo estadual alterou o plano para a Nova Raposo após críticas de vizinhos (8/7, A13), dá até um alento, que dura cinco segundos. Então se lê: o pedágio só será cobrado após a conclusão das obras (só faltava cobrar numa rodovia totalmente obsoleta), o que deve ocorrer no oitavo ano após a assinatura do contrato. Só que a Câmara de Cotia aprovou a construção de prédios de até 30 andares na região, incluindo a Granja Viana, que é um reduto de casas com (ainda) bastante vegetação. Aprovação sem nenhum estudo de impacto de tráfego, e a rodovia ficará pronta, com muito otimismo, em oito anos, e um edifício é erguido e pronto em menos de um. Fora a precariedade das ruas do bairro e do município, todas muito estreitas. E não adiantou protesto de moradores. Só resta agora o Ministério Público ter bom senso e impedir essa barbaridade, pois uma vez iniciada trará prejuízos irreparáveis a toda a população.

Cristina Cardoso

Carapicuíba

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Meio ambiente

Fabricantes de nascentes

Procuram-se fabricantes de nascentes (7/7, A5). Foi muito bom ver essa chamada à ação por alguém que sempre esteve voltado à educação, como Claudio de Moura Castro, de quem não me escapa nenhum artigo. Ao ler a última pergunta formulada no texto, me dei conta de que, junto com 15 engenheiros formados em 1974 no ITA, estamos na direção certa. Há cerca de dez anos iniciamos o apoio a projetos sociais no norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, através de uma ONG local (Aprisco) e de Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) em Virgem da Lapa e Araçuaí. Cerca de 15 mil mudas já foram doadas e plantadas na região, nessa linha de “fabricantes de nascentes”. As iniciativas, no início, estavam focadas em educação, mas foram se ramificando para pomares, plantio de árvores nativas, viveiro de mudas, hortas nas escolas, agroponia, galinheiros, proteção de nascentes e o início de um projeto de piscicultura. O projeto mais recente visa à sustentabilidade da EFA de Virgem da Lapa, além de ser um ambiente de aprendizagem para os alunos que levam as mudas que cultivam para plantar em suas casas e comunidades rurais. Enquanto muitos só falam de desmatamento, nossas atividades são voltadas para o “matamento”, como gosto de registrar.

Carlos Roberto Teixeira Netto

Rio de Janeiro

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CPAC BRASIL

Esta reunião no fim de semana em Santa Catarina serviu pelo menos para uma coisa: para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tirasse a máscara e assumisse de vez sua posição de extrema direita. Agora não vai enganar mais ninguém.

Sylvio Belém

Recife

*

FALAS DE LULA

Ao ser comparado com as dificuldades dos 81 anos do presidente americano Joe Biden, o presidente Lula respondeu ao entrevistador: “Jamais visto na história deste País, houve um presidente de 70 anos, com energia de 30 e tesão de 20, pergunte a Janja que é testemunha ocular”. Desrespeitos à parte, o superman tupiniquim mentiu. Primeiro porque, como Biden, ele deve ter se esquecido que tem 78 anos de idade e não 70. Segundo porque sua energia está condizente com sua idade real de 78 anos e, portanto, mais frágil. Já quanto ao seu tesão, menos Lula, menos.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘NOVO SLOGAN’

Lula, o maestro da desafinada orquestra petista, em momento descontraído, garantiu aos ácidos e incrédulos críticos que mantém a pegada de sempre. “Perguntem a Janja”, desafiou um Lula brincalhão, parecendo mais feliz que pinto no cio. Marqueteiros não precisam mais queimar neurônios em busca do slogan do partido para 2026.

Vicente Limongi Netto

Brasília

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DECLARAÇÃO DE LULA

Nos últimos dias, Lula da Silva vem sendo comparado com Joe Biden, que se mostrou sem energia e com raciocínios lentos no debate com Donald Trump. Em nenhum momento a comparação foi sobre virilidade. Mas Lula da Silva, de maneira deselegante, assim não entendeu e declarou: “Eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20″. E disse ainda que Janja é testemunha ocular. Aí já não é mais indelicadeza, mas falta de educação. Não vou aqui comparar item por item Lula e Biden, acho que apenas uma comparação é suficiente. Um tem total noção do que é estar sentado numa cadeira presidencial, o outro não.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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‘PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR’

Em geral, quem muita fala, muito erra e muito mente. Já se diz que em boca fechada não entra mosca. Agora o papagaio Lula diz que quem acha que ele anda cansado que perguntem a Janja que, claro, casou por amor, então, mentir ela não vai. E como sempre a nobre pergunta que não quer calar: Lula, por que não te calas? A idade chega para todos, garanhão nordestino.

Marieta Barugo

São Paulo

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‘SOLIDÃO’

Lula em Osasco: “Quem achar que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja”. Parece conversa de botequim, mas permite concluir que o presidente está bem resolvido na questão da “solidão do poder”, que o Estadão levantou no editorial de domingo intitulado Casa de futricas (Estadão, 7/7, A3)

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

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ARCABOUÇO FISCAL

O arcabouço fiscal, bandeira do Lula 3, é mais um engodo dos petralhas. Seu objetivo, nas entrelinhas, é aumentar a arrecadação por meio da cobrança de mais impostos. O anúncio de que o governo vai cortar gastos equivalentes a R$ 25,9 bilhões em 2025 é o típico para inglês ver. O trabalhador faz de tudo para não gastar mais do que recebe e o governo faz exatamente o contrário. O déficit público foi grande em 2022, monstruoso em 2023 e, certamente baterá o recorde neste ano. Para o língua frouxa Lula da Silva, gasto é investimento. Então vamos gastar e culpar o Banco Central.

Jose Alcides Muller

Avaré

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LULA E TARCÍSIO

Era só o que faltava. O Lula 3, que se especializou com suas falas e críticas desconexas em fomentar crises no seu próprio governo, agora reclamou, em matéria intitulada Lula critica ausência de Tarcísio em eventos (Estadão, 4/7, A9), que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não participa ao seu lado dos eventos em que é convidado pelo Planalto. Ora, primeiro porque não é obrigado a participar. Segundo porque, inteligente, e trabalhador, o governador de São Paulo não tem tempo para ouvir abobrinhas do petista. E sabe também que tirar foto com Lula não dá mais ibope. Porém, o despreparado, com imagem decadente com seu governo sem rumo, Lula, angustiado, quer para seu benefício tirar foto ao lado de Tarcísio, de gestão muito bem avaliada pelos eleitores.

Paulo Panossian

São Carlos

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AQUECIMENTO GLOBAL

Em aula de biologia sobre O clima e a destruição de bens comuns (Estadão, 6/7, A19), o professor Fernando Reinach explica como nós, os Homo sapiens, destruímos a natureza de nossa atmosfera terrestre por egoísmo e estupidez, determinando nosso fim como espécie, por inundações ou secas cada vez mais intensas. A era industrial apressou nosso fim.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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FOGO NA AMAZÔNIA

Amazônia tem maior número de focos de incêndio em 20 anos (Estadão, 4/7, A15). Que me perdoe o presidente, mas tal absurdo não deveria ocorrer no seu governo. Ao ser eleito, indiscutivelmente, Lula nos salvou de uma ditadura que nos faria recuar a um passado sombrio. O governo lançou o Programa Desmatamento Zero até 2030 para a Amazônia, mas isso não surtirá o efeito necessário. Afinal, os que estão destruindo o nosso maior tesouro são quadrilhas de bandidos de todas as espécies e nacionalidades. Urge fazer as nossas Forças Armadas e a Polícia Federal recuperar aquele território que pertence ao nosso povo, mas, também à humanidade, para diminuir o aquecimento global. Inclusive, penso eu, faz-se necessário revogar um artigo de uma Lei aprovado no governo Dilma Rousseff, um jabuti gigante com o qual um gaiato qualquer manda para um setor criado para tanto, se declarando dono de um pedaço da floresta e que, se não for contestado, ele se torna dono. Este absurdo chamado jabuti não pode estar de acordo com a nossa Carta Magna. Desculpem a palavra, mas esse absurdo mais parece uma tirada do grupo Os Trapalhões. Um país sério não pode ter uma excrescência desse quilate.

Gilberto Pacini

São Paulo

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ELEIÇÕES FRANCESAS

E, no segundo turno da eleição do Parlamento francês, as urnas revelaram que a improvável união de última hora da chamada frente republicana entre o centro e a esquerda conseguiu o seu principal objetivo: bloquear o famigerado Reagrupamento Nacional (RN) de ultradireita de Marine Le Pen. Vive la République. Vive la France!

J. S. Decol

São Paulo

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ELEIÇÕES AMERICANAS

A América está diante de um beco sem saída: escolher entre um ancião com claros sinais de debilidade senil ou um criminoso condenado. O sistema político partidário americano é um oligopólio, só os dois principais partidos participam do jogo. O tamanho dos partidos impede o surgimento de outros partidos menores que tenham relevância na disputa. Os Estados Unidos sempre combateram com vigor este tipo de concentração de poder, tem regras claras que impedem que uma ou duas empresas dominem um mercado, e deveria ser aplicado na política, acabando com o domínio de republicanos e democratas, criando condições para o surgimento de novos partidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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ÂNCORA NEGATIVA

Eleitores americanos irão votar não somente para presidente, mas também para senadores e deputados. Sendo o presidente a âncora do ticket. Âncora é uma palavra da área da náutica que indica uma peça maciça e pesada de ferro que é presa em uma corda, cabo ou corrente para imobilizar uma embarcação. Em sentido figurado, a palavra âncora pode indicar abrigo, proteção ou apoio. Ocorre que fixar-se em algum lugar e não poder partir de lá nem sempre é positivo. Especialmente quando o lugar não agrada. Em Programação Neurolinguísitica, há até o conceito de âncora negativa – uma reação emocional imediata e automática a alguma coisa, que nos leva a adotar comportamentos indesejados. É verdade que os políticos democratas estão preocupados com Biden e as suas chances de se reeleger como presidente. Mas sua maior preocupação no momento é que ele pode vir a ser uma âncora para afundar a candidatura de todos os demais nas próximas eleições. Certamente, nem todos têm os equipamentos de mergulho adequados. E a grande maioria nem sequer pretende conhecer e tirar fotos do fundo do mar.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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VIOLÊNCIA POLICIAL

As polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo, principalmente, parecem que gostam de matar garotos pretos e pardos das periferias. Nem perguntam: “Ei, você é bandido, vaporzinho, tem comando do chefe do tráfico?”. Não. Vão logo passando chumbo, quando dá. E quase sempre dá, basta cobrir as câmeras corporais. O estímulo para isso vem de cima. Também tem as balas perdidas, que matam muitas crianças e mulheres grávidas quando a repressão sobe o morro para prender traficantes. Mas, desta vez, no Leblon, pegaram os garotos errados. Eram filhos de diplomatas em passeio turístico no Brasil. Os colegas brancos que os recepcionavam não sofreram represália. Racismo genuíno. O Itamaraty teve de pedir desculpas aos pais dos garotos. Quem sabe, com isso, os policiais agora aprendem a perguntar às crianças e adolescentes com as quais ela cisma, seja lá por que, quem elas são antes de apontar as armas para uma revista sem o menor motivo.

Jane Araújo

Brasília

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LIÇÃO DE COMEDIMENTO DO PLANO REAL

Em meio às celebrações dos 30 anos do Plano Real, detive-me especialmente nas lições que podemos e devemos aprender desse momento de nossa história econômica, política e social. Trinta anos depois, o editorial O silêncio é de ouro (4/7, A3) me faz lembrar que o Plano Real só aconteceu porque combinou liderança e trabalho de equipe, que só pode acontecer em ambiente de debate de ideias, concentração, reflexão, conhecimento especializado, equilíbrio, foco, colaboração e comedimento. Muito estudo, competência técnica, habilidade política e comunicação tornaram possível a concretização do plano. Um olhar sobre o momento político, econômico e social atual mostra um ambiente tumultuado, ruidoso, medíocre, superficial, com incertezas, intolerâncias, desconfianças e confrontos. Faz bem o editorial ao invocar o ditado popular de que a palavra é de prata e o silêncio é de ouro. Acrescento o de que em boca fechada não entra mosquito e o de que quem fala demais se arrisca a dar bom-dia a cavalo. A novidade que a imprensa vem alertando é que a economia, o dólar principalmente, pode sofrer impacto quando os agentes econômicos e políticos descambam para a língua solta, falação, verborragia, incontinência verbal, confrontos e disputa de egos inflados. Para continuar nos ditados populares, gosto daquele que diz “cada macaco no seu galho”. Se cada um cumprir sua função com competência, responsabilidade, simplicidade, humildade, espírito público e cooperação entre os pares, ao invés de ficar contemplando o próprio umbigo, podemos contribuir para um ambiente saudável em que as virtudes se oponham aos vícios, como propunha São Francisco de Assis no século 13.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

Descapitalização do crime

Nestes tempos perigosos em que boa parte do Estado está sob o domínio do crime muito bem organizado e rico, não poderia soar mais bem-vinda e oportuna a declaração do delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que vai assumir nesta semana a chefia da Superintendência Regional da Polícia Federal de São Paulo. Sua fala diz respeito ao uso da inteligência para descapitalizar as organizações que se dedicam ao tráfico internacional de drogas e armas, bem como o enfrentamento do colarinho-branco, que busca se infiltrar no setor público pelo caminho da corrupção. “Não adianta só prender integrantes de quadrilhas. O que importa é sufocar financeiramente o crime, esvaziar suas finanças. Não adianta enxugar gelo. É preciso tornar efetiva a descapitalização.” Com efeito, se o delegado conseguir cortar o oxigênio que mantém vivo o crime organizado, terá êxito em sua espinhosa missão. Boa sorte!

J. S. Decol

São Paulo

*

Produtos apreendidos

O novo superintendente da Polícia Federal em São Paulo planeja atuar no sentido de descapitalizar organizações criminosas. Algo relativamente complexo do ponto de vista operacional, a se considerarem os meios de lavagem ou evasão disponíveis no País, notadamente o setor de jogos e apostas. É curioso, porém, que propostas de combate ao tráfico não focalizem o encaminhamento dado aos produtos apreendidos. Nada se costuma informar sobre o day after das mercadorias fotografadas ao lado de insígnias correspondentes à força policial autora da ação. Nada absurdo especular se tal material acabaria redirecionado ao mercado. Daí talvez, quem sabe, o insucesso do combate ao tráfico, o “enxugar gelo” a que se refere o novo superintendente. Possível causa subjacente às disputas violentas travadas na periferia das cidades, sem excluir a possibilidade de cooptação de agentes da lei. Urge que seja dado o devido destino às “valiosas” remessas apreendidas, para que sejam devidamente descartadas ou inutilizadas, e não voltem a abastecer o mercado ilegal.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

Grande São Paulo

Rodovia Raposo Tavares

Quando lemos que o governo estadual alterou o plano para a Nova Raposo após críticas de vizinhos (8/7, A13), dá até um alento, que dura cinco segundos. Então se lê: o pedágio só será cobrado após a conclusão das obras (só faltava cobrar numa rodovia totalmente obsoleta), o que deve ocorrer no oitavo ano após a assinatura do contrato. Só que a Câmara de Cotia aprovou a construção de prédios de até 30 andares na região, incluindo a Granja Viana, que é um reduto de casas com (ainda) bastante vegetação. Aprovação sem nenhum estudo de impacto de tráfego, e a rodovia ficará pronta, com muito otimismo, em oito anos, e um edifício é erguido e pronto em menos de um. Fora a precariedade das ruas do bairro e do município, todas muito estreitas. E não adiantou protesto de moradores. Só resta agora o Ministério Público ter bom senso e impedir essa barbaridade, pois uma vez iniciada trará prejuízos irreparáveis a toda a população.

Cristina Cardoso

Carapicuíba

*

Meio ambiente

Fabricantes de nascentes

Procuram-se fabricantes de nascentes (7/7, A5). Foi muito bom ver essa chamada à ação por alguém que sempre esteve voltado à educação, como Claudio de Moura Castro, de quem não me escapa nenhum artigo. Ao ler a última pergunta formulada no texto, me dei conta de que, junto com 15 engenheiros formados em 1974 no ITA, estamos na direção certa. Há cerca de dez anos iniciamos o apoio a projetos sociais no norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, através de uma ONG local (Aprisco) e de Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) em Virgem da Lapa e Araçuaí. Cerca de 15 mil mudas já foram doadas e plantadas na região, nessa linha de “fabricantes de nascentes”. As iniciativas, no início, estavam focadas em educação, mas foram se ramificando para pomares, plantio de árvores nativas, viveiro de mudas, hortas nas escolas, agroponia, galinheiros, proteção de nascentes e o início de um projeto de piscicultura. O projeto mais recente visa à sustentabilidade da EFA de Virgem da Lapa, além de ser um ambiente de aprendizagem para os alunos que levam as mudas que cultivam para plantar em suas casas e comunidades rurais. Enquanto muitos só falam de desmatamento, nossas atividades são voltadas para o “matamento”, como gosto de registrar.

Carlos Roberto Teixeira Netto

Rio de Janeiro

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CPAC BRASIL

Esta reunião no fim de semana em Santa Catarina serviu pelo menos para uma coisa: para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tirasse a máscara e assumisse de vez sua posição de extrema direita. Agora não vai enganar mais ninguém.

Sylvio Belém

Recife

*

FALAS DE LULA

Ao ser comparado com as dificuldades dos 81 anos do presidente americano Joe Biden, o presidente Lula respondeu ao entrevistador: “Jamais visto na história deste País, houve um presidente de 70 anos, com energia de 30 e tesão de 20, pergunte a Janja que é testemunha ocular”. Desrespeitos à parte, o superman tupiniquim mentiu. Primeiro porque, como Biden, ele deve ter se esquecido que tem 78 anos de idade e não 70. Segundo porque sua energia está condizente com sua idade real de 78 anos e, portanto, mais frágil. Já quanto ao seu tesão, menos Lula, menos.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

‘NOVO SLOGAN’

Lula, o maestro da desafinada orquestra petista, em momento descontraído, garantiu aos ácidos e incrédulos críticos que mantém a pegada de sempre. “Perguntem a Janja”, desafiou um Lula brincalhão, parecendo mais feliz que pinto no cio. Marqueteiros não precisam mais queimar neurônios em busca do slogan do partido para 2026.

Vicente Limongi Netto

Brasília

*

DECLARAÇÃO DE LULA

Nos últimos dias, Lula da Silva vem sendo comparado com Joe Biden, que se mostrou sem energia e com raciocínios lentos no debate com Donald Trump. Em nenhum momento a comparação foi sobre virilidade. Mas Lula da Silva, de maneira deselegante, assim não entendeu e declarou: “Eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20″. E disse ainda que Janja é testemunha ocular. Aí já não é mais indelicadeza, mas falta de educação. Não vou aqui comparar item por item Lula e Biden, acho que apenas uma comparação é suficiente. Um tem total noção do que é estar sentado numa cadeira presidencial, o outro não.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR’

Em geral, quem muita fala, muito erra e muito mente. Já se diz que em boca fechada não entra mosca. Agora o papagaio Lula diz que quem acha que ele anda cansado que perguntem a Janja que, claro, casou por amor, então, mentir ela não vai. E como sempre a nobre pergunta que não quer calar: Lula, por que não te calas? A idade chega para todos, garanhão nordestino.

Marieta Barugo

São Paulo

*

‘SOLIDÃO’

Lula em Osasco: “Quem achar que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja”. Parece conversa de botequim, mas permite concluir que o presidente está bem resolvido na questão da “solidão do poder”, que o Estadão levantou no editorial de domingo intitulado Casa de futricas (Estadão, 7/7, A3)

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

*

ARCABOUÇO FISCAL

O arcabouço fiscal, bandeira do Lula 3, é mais um engodo dos petralhas. Seu objetivo, nas entrelinhas, é aumentar a arrecadação por meio da cobrança de mais impostos. O anúncio de que o governo vai cortar gastos equivalentes a R$ 25,9 bilhões em 2025 é o típico para inglês ver. O trabalhador faz de tudo para não gastar mais do que recebe e o governo faz exatamente o contrário. O déficit público foi grande em 2022, monstruoso em 2023 e, certamente baterá o recorde neste ano. Para o língua frouxa Lula da Silva, gasto é investimento. Então vamos gastar e culpar o Banco Central.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

LULA E TARCÍSIO

Era só o que faltava. O Lula 3, que se especializou com suas falas e críticas desconexas em fomentar crises no seu próprio governo, agora reclamou, em matéria intitulada Lula critica ausência de Tarcísio em eventos (Estadão, 4/7, A9), que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não participa ao seu lado dos eventos em que é convidado pelo Planalto. Ora, primeiro porque não é obrigado a participar. Segundo porque, inteligente, e trabalhador, o governador de São Paulo não tem tempo para ouvir abobrinhas do petista. E sabe também que tirar foto com Lula não dá mais ibope. Porém, o despreparado, com imagem decadente com seu governo sem rumo, Lula, angustiado, quer para seu benefício tirar foto ao lado de Tarcísio, de gestão muito bem avaliada pelos eleitores.

Paulo Panossian

São Carlos

*

AQUECIMENTO GLOBAL

Em aula de biologia sobre O clima e a destruição de bens comuns (Estadão, 6/7, A19), o professor Fernando Reinach explica como nós, os Homo sapiens, destruímos a natureza de nossa atmosfera terrestre por egoísmo e estupidez, determinando nosso fim como espécie, por inundações ou secas cada vez mais intensas. A era industrial apressou nosso fim.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

FOGO NA AMAZÔNIA

Amazônia tem maior número de focos de incêndio em 20 anos (Estadão, 4/7, A15). Que me perdoe o presidente, mas tal absurdo não deveria ocorrer no seu governo. Ao ser eleito, indiscutivelmente, Lula nos salvou de uma ditadura que nos faria recuar a um passado sombrio. O governo lançou o Programa Desmatamento Zero até 2030 para a Amazônia, mas isso não surtirá o efeito necessário. Afinal, os que estão destruindo o nosso maior tesouro são quadrilhas de bandidos de todas as espécies e nacionalidades. Urge fazer as nossas Forças Armadas e a Polícia Federal recuperar aquele território que pertence ao nosso povo, mas, também à humanidade, para diminuir o aquecimento global. Inclusive, penso eu, faz-se necessário revogar um artigo de uma Lei aprovado no governo Dilma Rousseff, um jabuti gigante com o qual um gaiato qualquer manda para um setor criado para tanto, se declarando dono de um pedaço da floresta e que, se não for contestado, ele se torna dono. Este absurdo chamado jabuti não pode estar de acordo com a nossa Carta Magna. Desculpem a palavra, mas esse absurdo mais parece uma tirada do grupo Os Trapalhões. Um país sério não pode ter uma excrescência desse quilate.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

ELEIÇÕES FRANCESAS

E, no segundo turno da eleição do Parlamento francês, as urnas revelaram que a improvável união de última hora da chamada frente republicana entre o centro e a esquerda conseguiu o seu principal objetivo: bloquear o famigerado Reagrupamento Nacional (RN) de ultradireita de Marine Le Pen. Vive la République. Vive la France!

J. S. Decol

São Paulo

*

ELEIÇÕES AMERICANAS

A América está diante de um beco sem saída: escolher entre um ancião com claros sinais de debilidade senil ou um criminoso condenado. O sistema político partidário americano é um oligopólio, só os dois principais partidos participam do jogo. O tamanho dos partidos impede o surgimento de outros partidos menores que tenham relevância na disputa. Os Estados Unidos sempre combateram com vigor este tipo de concentração de poder, tem regras claras que impedem que uma ou duas empresas dominem um mercado, e deveria ser aplicado na política, acabando com o domínio de republicanos e democratas, criando condições para o surgimento de novos partidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

ÂNCORA NEGATIVA

Eleitores americanos irão votar não somente para presidente, mas também para senadores e deputados. Sendo o presidente a âncora do ticket. Âncora é uma palavra da área da náutica que indica uma peça maciça e pesada de ferro que é presa em uma corda, cabo ou corrente para imobilizar uma embarcação. Em sentido figurado, a palavra âncora pode indicar abrigo, proteção ou apoio. Ocorre que fixar-se em algum lugar e não poder partir de lá nem sempre é positivo. Especialmente quando o lugar não agrada. Em Programação Neurolinguísitica, há até o conceito de âncora negativa – uma reação emocional imediata e automática a alguma coisa, que nos leva a adotar comportamentos indesejados. É verdade que os políticos democratas estão preocupados com Biden e as suas chances de se reeleger como presidente. Mas sua maior preocupação no momento é que ele pode vir a ser uma âncora para afundar a candidatura de todos os demais nas próximas eleições. Certamente, nem todos têm os equipamentos de mergulho adequados. E a grande maioria nem sequer pretende conhecer e tirar fotos do fundo do mar.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

VIOLÊNCIA POLICIAL

As polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo, principalmente, parecem que gostam de matar garotos pretos e pardos das periferias. Nem perguntam: “Ei, você é bandido, vaporzinho, tem comando do chefe do tráfico?”. Não. Vão logo passando chumbo, quando dá. E quase sempre dá, basta cobrir as câmeras corporais. O estímulo para isso vem de cima. Também tem as balas perdidas, que matam muitas crianças e mulheres grávidas quando a repressão sobe o morro para prender traficantes. Mas, desta vez, no Leblon, pegaram os garotos errados. Eram filhos de diplomatas em passeio turístico no Brasil. Os colegas brancos que os recepcionavam não sofreram represália. Racismo genuíno. O Itamaraty teve de pedir desculpas aos pais dos garotos. Quem sabe, com isso, os policiais agora aprendem a perguntar às crianças e adolescentes com as quais ela cisma, seja lá por que, quem elas são antes de apontar as armas para uma revista sem o menor motivo.

Jane Araújo

Brasília

*

LIÇÃO DE COMEDIMENTO DO PLANO REAL

Em meio às celebrações dos 30 anos do Plano Real, detive-me especialmente nas lições que podemos e devemos aprender desse momento de nossa história econômica, política e social. Trinta anos depois, o editorial O silêncio é de ouro (4/7, A3) me faz lembrar que o Plano Real só aconteceu porque combinou liderança e trabalho de equipe, que só pode acontecer em ambiente de debate de ideias, concentração, reflexão, conhecimento especializado, equilíbrio, foco, colaboração e comedimento. Muito estudo, competência técnica, habilidade política e comunicação tornaram possível a concretização do plano. Um olhar sobre o momento político, econômico e social atual mostra um ambiente tumultuado, ruidoso, medíocre, superficial, com incertezas, intolerâncias, desconfianças e confrontos. Faz bem o editorial ao invocar o ditado popular de que a palavra é de prata e o silêncio é de ouro. Acrescento o de que em boca fechada não entra mosquito e o de que quem fala demais se arrisca a dar bom-dia a cavalo. A novidade que a imprensa vem alertando é que a economia, o dólar principalmente, pode sofrer impacto quando os agentes econômicos e políticos descambam para a língua solta, falação, verborragia, incontinência verbal, confrontos e disputa de egos inflados. Para continuar nos ditados populares, gosto daquele que diz “cada macaco no seu galho”. Se cada um cumprir sua função com competência, responsabilidade, simplicidade, humildade, espírito público e cooperação entre os pares, ao invés de ficar contemplando o próprio umbigo, podemos contribuir para um ambiente saudável em que as virtudes se oponham aos vícios, como propunha São Francisco de Assis no século 13.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

Descapitalização do crime

Nestes tempos perigosos em que boa parte do Estado está sob o domínio do crime muito bem organizado e rico, não poderia soar mais bem-vinda e oportuna a declaração do delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que vai assumir nesta semana a chefia da Superintendência Regional da Polícia Federal de São Paulo. Sua fala diz respeito ao uso da inteligência para descapitalizar as organizações que se dedicam ao tráfico internacional de drogas e armas, bem como o enfrentamento do colarinho-branco, que busca se infiltrar no setor público pelo caminho da corrupção. “Não adianta só prender integrantes de quadrilhas. O que importa é sufocar financeiramente o crime, esvaziar suas finanças. Não adianta enxugar gelo. É preciso tornar efetiva a descapitalização.” Com efeito, se o delegado conseguir cortar o oxigênio que mantém vivo o crime organizado, terá êxito em sua espinhosa missão. Boa sorte!

J. S. Decol

São Paulo

*

Produtos apreendidos

O novo superintendente da Polícia Federal em São Paulo planeja atuar no sentido de descapitalizar organizações criminosas. Algo relativamente complexo do ponto de vista operacional, a se considerarem os meios de lavagem ou evasão disponíveis no País, notadamente o setor de jogos e apostas. É curioso, porém, que propostas de combate ao tráfico não focalizem o encaminhamento dado aos produtos apreendidos. Nada se costuma informar sobre o day after das mercadorias fotografadas ao lado de insígnias correspondentes à força policial autora da ação. Nada absurdo especular se tal material acabaria redirecionado ao mercado. Daí talvez, quem sabe, o insucesso do combate ao tráfico, o “enxugar gelo” a que se refere o novo superintendente. Possível causa subjacente às disputas violentas travadas na periferia das cidades, sem excluir a possibilidade de cooptação de agentes da lei. Urge que seja dado o devido destino às “valiosas” remessas apreendidas, para que sejam devidamente descartadas ou inutilizadas, e não voltem a abastecer o mercado ilegal.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

Grande São Paulo

Rodovia Raposo Tavares

Quando lemos que o governo estadual alterou o plano para a Nova Raposo após críticas de vizinhos (8/7, A13), dá até um alento, que dura cinco segundos. Então se lê: o pedágio só será cobrado após a conclusão das obras (só faltava cobrar numa rodovia totalmente obsoleta), o que deve ocorrer no oitavo ano após a assinatura do contrato. Só que a Câmara de Cotia aprovou a construção de prédios de até 30 andares na região, incluindo a Granja Viana, que é um reduto de casas com (ainda) bastante vegetação. Aprovação sem nenhum estudo de impacto de tráfego, e a rodovia ficará pronta, com muito otimismo, em oito anos, e um edifício é erguido e pronto em menos de um. Fora a precariedade das ruas do bairro e do município, todas muito estreitas. E não adiantou protesto de moradores. Só resta agora o Ministério Público ter bom senso e impedir essa barbaridade, pois uma vez iniciada trará prejuízos irreparáveis a toda a população.

Cristina Cardoso

Carapicuíba

*

Meio ambiente

Fabricantes de nascentes

Procuram-se fabricantes de nascentes (7/7, A5). Foi muito bom ver essa chamada à ação por alguém que sempre esteve voltado à educação, como Claudio de Moura Castro, de quem não me escapa nenhum artigo. Ao ler a última pergunta formulada no texto, me dei conta de que, junto com 15 engenheiros formados em 1974 no ITA, estamos na direção certa. Há cerca de dez anos iniciamos o apoio a projetos sociais no norte de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha, através de uma ONG local (Aprisco) e de Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) em Virgem da Lapa e Araçuaí. Cerca de 15 mil mudas já foram doadas e plantadas na região, nessa linha de “fabricantes de nascentes”. As iniciativas, no início, estavam focadas em educação, mas foram se ramificando para pomares, plantio de árvores nativas, viveiro de mudas, hortas nas escolas, agroponia, galinheiros, proteção de nascentes e o início de um projeto de piscicultura. O projeto mais recente visa à sustentabilidade da EFA de Virgem da Lapa, além de ser um ambiente de aprendizagem para os alunos que levam as mudas que cultivam para plantar em suas casas e comunidades rurais. Enquanto muitos só falam de desmatamento, nossas atividades são voltadas para o “matamento”, como gosto de registrar.

Carlos Roberto Teixeira Netto

Rio de Janeiro

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CPAC BRASIL

Esta reunião no fim de semana em Santa Catarina serviu pelo menos para uma coisa: para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tirasse a máscara e assumisse de vez sua posição de extrema direita. Agora não vai enganar mais ninguém.

Sylvio Belém

Recife

*

FALAS DE LULA

Ao ser comparado com as dificuldades dos 81 anos do presidente americano Joe Biden, o presidente Lula respondeu ao entrevistador: “Jamais visto na história deste País, houve um presidente de 70 anos, com energia de 30 e tesão de 20, pergunte a Janja que é testemunha ocular”. Desrespeitos à parte, o superman tupiniquim mentiu. Primeiro porque, como Biden, ele deve ter se esquecido que tem 78 anos de idade e não 70. Segundo porque sua energia está condizente com sua idade real de 78 anos e, portanto, mais frágil. Já quanto ao seu tesão, menos Lula, menos.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

‘NOVO SLOGAN’

Lula, o maestro da desafinada orquestra petista, em momento descontraído, garantiu aos ácidos e incrédulos críticos que mantém a pegada de sempre. “Perguntem a Janja”, desafiou um Lula brincalhão, parecendo mais feliz que pinto no cio. Marqueteiros não precisam mais queimar neurônios em busca do slogan do partido para 2026.

Vicente Limongi Netto

Brasília

*

DECLARAÇÃO DE LULA

Nos últimos dias, Lula da Silva vem sendo comparado com Joe Biden, que se mostrou sem energia e com raciocínios lentos no debate com Donald Trump. Em nenhum momento a comparação foi sobre virilidade. Mas Lula da Silva, de maneira deselegante, assim não entendeu e declarou: “Eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20″. E disse ainda que Janja é testemunha ocular. Aí já não é mais indelicadeza, mas falta de educação. Não vou aqui comparar item por item Lula e Biden, acho que apenas uma comparação é suficiente. Um tem total noção do que é estar sentado numa cadeira presidencial, o outro não.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR’

Em geral, quem muita fala, muito erra e muito mente. Já se diz que em boca fechada não entra mosca. Agora o papagaio Lula diz que quem acha que ele anda cansado que perguntem a Janja que, claro, casou por amor, então, mentir ela não vai. E como sempre a nobre pergunta que não quer calar: Lula, por que não te calas? A idade chega para todos, garanhão nordestino.

Marieta Barugo

São Paulo

*

‘SOLIDÃO’

Lula em Osasco: “Quem achar que o Lulinha está cansado, pergunte para a Janja”. Parece conversa de botequim, mas permite concluir que o presidente está bem resolvido na questão da “solidão do poder”, que o Estadão levantou no editorial de domingo intitulado Casa de futricas (Estadão, 7/7, A3)

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

*

ARCABOUÇO FISCAL

O arcabouço fiscal, bandeira do Lula 3, é mais um engodo dos petralhas. Seu objetivo, nas entrelinhas, é aumentar a arrecadação por meio da cobrança de mais impostos. O anúncio de que o governo vai cortar gastos equivalentes a R$ 25,9 bilhões em 2025 é o típico para inglês ver. O trabalhador faz de tudo para não gastar mais do que recebe e o governo faz exatamente o contrário. O déficit público foi grande em 2022, monstruoso em 2023 e, certamente baterá o recorde neste ano. Para o língua frouxa Lula da Silva, gasto é investimento. Então vamos gastar e culpar o Banco Central.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

LULA E TARCÍSIO

Era só o que faltava. O Lula 3, que se especializou com suas falas e críticas desconexas em fomentar crises no seu próprio governo, agora reclamou, em matéria intitulada Lula critica ausência de Tarcísio em eventos (Estadão, 4/7, A9), que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não participa ao seu lado dos eventos em que é convidado pelo Planalto. Ora, primeiro porque não é obrigado a participar. Segundo porque, inteligente, e trabalhador, o governador de São Paulo não tem tempo para ouvir abobrinhas do petista. E sabe também que tirar foto com Lula não dá mais ibope. Porém, o despreparado, com imagem decadente com seu governo sem rumo, Lula, angustiado, quer para seu benefício tirar foto ao lado de Tarcísio, de gestão muito bem avaliada pelos eleitores.

Paulo Panossian

São Carlos

*

AQUECIMENTO GLOBAL

Em aula de biologia sobre O clima e a destruição de bens comuns (Estadão, 6/7, A19), o professor Fernando Reinach explica como nós, os Homo sapiens, destruímos a natureza de nossa atmosfera terrestre por egoísmo e estupidez, determinando nosso fim como espécie, por inundações ou secas cada vez mais intensas. A era industrial apressou nosso fim.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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FOGO NA AMAZÔNIA

Amazônia tem maior número de focos de incêndio em 20 anos (Estadão, 4/7, A15). Que me perdoe o presidente, mas tal absurdo não deveria ocorrer no seu governo. Ao ser eleito, indiscutivelmente, Lula nos salvou de uma ditadura que nos faria recuar a um passado sombrio. O governo lançou o Programa Desmatamento Zero até 2030 para a Amazônia, mas isso não surtirá o efeito necessário. Afinal, os que estão destruindo o nosso maior tesouro são quadrilhas de bandidos de todas as espécies e nacionalidades. Urge fazer as nossas Forças Armadas e a Polícia Federal recuperar aquele território que pertence ao nosso povo, mas, também à humanidade, para diminuir o aquecimento global. Inclusive, penso eu, faz-se necessário revogar um artigo de uma Lei aprovado no governo Dilma Rousseff, um jabuti gigante com o qual um gaiato qualquer manda para um setor criado para tanto, se declarando dono de um pedaço da floresta e que, se não for contestado, ele se torna dono. Este absurdo chamado jabuti não pode estar de acordo com a nossa Carta Magna. Desculpem a palavra, mas esse absurdo mais parece uma tirada do grupo Os Trapalhões. Um país sério não pode ter uma excrescência desse quilate.

Gilberto Pacini

São Paulo

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ELEIÇÕES FRANCESAS

E, no segundo turno da eleição do Parlamento francês, as urnas revelaram que a improvável união de última hora da chamada frente republicana entre o centro e a esquerda conseguiu o seu principal objetivo: bloquear o famigerado Reagrupamento Nacional (RN) de ultradireita de Marine Le Pen. Vive la République. Vive la France!

J. S. Decol

São Paulo

*

ELEIÇÕES AMERICANAS

A América está diante de um beco sem saída: escolher entre um ancião com claros sinais de debilidade senil ou um criminoso condenado. O sistema político partidário americano é um oligopólio, só os dois principais partidos participam do jogo. O tamanho dos partidos impede o surgimento de outros partidos menores que tenham relevância na disputa. Os Estados Unidos sempre combateram com vigor este tipo de concentração de poder, tem regras claras que impedem que uma ou duas empresas dominem um mercado, e deveria ser aplicado na política, acabando com o domínio de republicanos e democratas, criando condições para o surgimento de novos partidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

ÂNCORA NEGATIVA

Eleitores americanos irão votar não somente para presidente, mas também para senadores e deputados. Sendo o presidente a âncora do ticket. Âncora é uma palavra da área da náutica que indica uma peça maciça e pesada de ferro que é presa em uma corda, cabo ou corrente para imobilizar uma embarcação. Em sentido figurado, a palavra âncora pode indicar abrigo, proteção ou apoio. Ocorre que fixar-se em algum lugar e não poder partir de lá nem sempre é positivo. Especialmente quando o lugar não agrada. Em Programação Neurolinguísitica, há até o conceito de âncora negativa – uma reação emocional imediata e automática a alguma coisa, que nos leva a adotar comportamentos indesejados. É verdade que os políticos democratas estão preocupados com Biden e as suas chances de se reeleger como presidente. Mas sua maior preocupação no momento é que ele pode vir a ser uma âncora para afundar a candidatura de todos os demais nas próximas eleições. Certamente, nem todos têm os equipamentos de mergulho adequados. E a grande maioria nem sequer pretende conhecer e tirar fotos do fundo do mar.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

VIOLÊNCIA POLICIAL

As polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo, principalmente, parecem que gostam de matar garotos pretos e pardos das periferias. Nem perguntam: “Ei, você é bandido, vaporzinho, tem comando do chefe do tráfico?”. Não. Vão logo passando chumbo, quando dá. E quase sempre dá, basta cobrir as câmeras corporais. O estímulo para isso vem de cima. Também tem as balas perdidas, que matam muitas crianças e mulheres grávidas quando a repressão sobe o morro para prender traficantes. Mas, desta vez, no Leblon, pegaram os garotos errados. Eram filhos de diplomatas em passeio turístico no Brasil. Os colegas brancos que os recepcionavam não sofreram represália. Racismo genuíno. O Itamaraty teve de pedir desculpas aos pais dos garotos. Quem sabe, com isso, os policiais agora aprendem a perguntar às crianças e adolescentes com as quais ela cisma, seja lá por que, quem elas são antes de apontar as armas para uma revista sem o menor motivo.

Jane Araújo

Brasília

*

LIÇÃO DE COMEDIMENTO DO PLANO REAL

Em meio às celebrações dos 30 anos do Plano Real, detive-me especialmente nas lições que podemos e devemos aprender desse momento de nossa história econômica, política e social. Trinta anos depois, o editorial O silêncio é de ouro (4/7, A3) me faz lembrar que o Plano Real só aconteceu porque combinou liderança e trabalho de equipe, que só pode acontecer em ambiente de debate de ideias, concentração, reflexão, conhecimento especializado, equilíbrio, foco, colaboração e comedimento. Muito estudo, competência técnica, habilidade política e comunicação tornaram possível a concretização do plano. Um olhar sobre o momento político, econômico e social atual mostra um ambiente tumultuado, ruidoso, medíocre, superficial, com incertezas, intolerâncias, desconfianças e confrontos. Faz bem o editorial ao invocar o ditado popular de que a palavra é de prata e o silêncio é de ouro. Acrescento o de que em boca fechada não entra mosquito e o de que quem fala demais se arrisca a dar bom-dia a cavalo. A novidade que a imprensa vem alertando é que a economia, o dólar principalmente, pode sofrer impacto quando os agentes econômicos e políticos descambam para a língua solta, falação, verborragia, incontinência verbal, confrontos e disputa de egos inflados. Para continuar nos ditados populares, gosto daquele que diz “cada macaco no seu galho”. Se cada um cumprir sua função com competência, responsabilidade, simplicidade, humildade, espírito público e cooperação entre os pares, ao invés de ficar contemplando o próprio umbigo, podemos contribuir para um ambiente saudável em que as virtudes se oponham aos vícios, como propunha São Francisco de Assis no século 13.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

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