Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Tentativa de golpe

As lições reveladas

Os eventos da tentativa de golpe de Estado revelaram lições. A primeira é de que o eleitor brasileiro permanece despreparado em suas escolhas eleitorais, não percebendo as reais intenções dos escolhidos e se deixando envolver na emoção dos ismos (getulismo, petismo, bolsonarismo). Nem sequer percebe que financia partidos que usurpam quantias bilionárias do Orçamento público, de forma maliciosamente institucional ou pela corrupção, e estas são aplicadas de forma obscura no financiamento de projetos de poder dos eleitos. A segunda lição é de que um processo democrático meia-boca, como o nosso, é exuberante no discurso e sombrio nos resultados, disfarçando um domínio do Estado por poucos, que, inclusive, levam ao poder indivíduos fantasiados de democratas, porém tiranos na essência. A terceira lição é de que o modelo partidário eleitoral que vige no Brasil é disfuncional e presta-se unicamente para o esbulho de nossa representatividade por gestores e parlamentares que estão colapsando o Estado brasileiro. Que essas lições sirvam para despertar à realidade todos os eleitores e assegurar um futuro, hoje incerto, aos nossos descendentes.

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Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

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*

‘Minoria’ expressiva

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), relativiza ao afirmar que a “minuta do golpe” foi uma ação “encabeçada por uma minoria irresponsável”. Pode, mesmo, ser numericamente uma minoria, quando comparada à população brasileira, mas é significativamente expressiva quando essa “minoria” era constituída de toda a cúpula do Poder Executivo federal e apoiada por muitos militares.

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Jorge de Jesus Longato

financeiro@cestadecompras.com.br

Mogi-Mirim

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*

Conspiração

As pessoas sensatas deveriam ficar horrorizadas, pois os detalhes sobre a tentativa de golpe de Estado foram fornecidos por ninguém menos que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Minutas, gravações de reuniões e conversas pelo celular indicam que Bolsonaro e outros militares sabiam da conspiração e não tomaram providências, o que é considerado, no mínimo, crime de prevaricação. Para quem continua apoiando Bolsonaro e o bolsonarismo, recomendo assistir a vídeos sobre os anos de chumbo do regime militar.

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Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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*

Carnaval da desesperança

Na sexta-feira pré-carnaval o Brasil acordou já meio de ressaca, ainda sem uma gota de álcool no corpo. O acerto de contas político e jurídico que vem sendo noticiado envolve gravações, achaques, ameaças e massa de manobra cega, que pagou o pato. Um ministro onipotente vai arregaçando o quanto pode, sem freios ou entraves, com uma Polícia Federal que segue as ordens. Tudo no Brasil é “gravíssimo”, mas os derrotados facilmente renascem das cinzas e voltam ao poder, com a anuência de um Judiciário contaminado pela política. O fato certo é que o Congresso, vendido, afaga o trono e detona a bola da vez, para inverter tudo na hora propícia. A palavra justiça também foi contaminada. É o carnaval da desesperança.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

*

Aposentadorias

Reajuste

Gostaria de expressar minha profunda preocupação em relação ao recente reajuste dos aposentados. É alarmante observar que, enquanto aqueles que recebem até um salário mínimo terão um aumento de 6,97%, os demais serão contemplados com apenas 3,71%, mesmo diante da inflação (IPCA) de 4,65%. Essa disparidade levanta questões sérias sobre a política de reajuste adotada. Se continuarmos neste caminho, é inevitável que, em alguns anos, todos os aposentados acabem recebendo só um salário mínimo. Será esse o objetivo? Nossos representantes legislativos, tão dedicados a suas próprias causas, não poderiam destinar mais tempo e esforço para assegurar um tratamento digno aos aposentados? É, também, válido questionar se nosso presidente, que frequentemente se apresenta como defensor do povo, considera os aposentados parte deste mesmo povo. É desolador pensar que aqueles que dedicaram anos de sua vida ao trabalho e contribuíram para o desenvolvimento de nossa nação estejam sendo negligenciados dessa forma. É hora de nossos líderes repensarem suas prioridades e agirem com justiça em relação aos aposentados, garantindo-lhes a dignidade e o respeito que merecem.

Marcio de Castro Paes

mcastropaes@terra.com.br

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MELHORES ESCOLHAS

Eu sei que Lula da Silva está muito feliz com o desdobramento das investigações a Jair Bolsonaro, ao atacar a democracia tentando se manter no poder. Só que Lula também quer se livrar de sua história de malfeitos e crimes apurados, inclusive julgados e condenados, aparelhando o Judiciário (é só verificar as últimas nomeações), e também para punir Sergio Moro, a quem prometeu vingança raivosa, e a Lava Jato, que descobriu seus crimes. Uma pena, pois o Brasil poderia seguir uma opção melhor. Que as eleições ensinem os brasileiros a fazerem melhores escolhas.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

*

SÉRGIO MORO

O plano de Moro ruiu. A carreira política forjada na mentira e nos ilícitos desmoronou. Às vésperas de sua cassação pelo tribunal eleitoral, recebe, em pesquisa, o título de político mais impopular do País. Quem aqui faz, aqui paga.

Sylvio Belém

sylviobelem@gmail.com

Recife

*

FILME REPRISADO

Já acreditei na Polícia Federal, no Poder Judiciário e na mídia durante a Operação Lava Jato. O filme está sendo reprisado, sob novo nome: Operação Tempus Veritatis. Já tive o meu herói: Sergio Moro. Não vou embarcar em um novo herói, tipo Alexandre de Moraes. Estou cansada de ser trouxa da Polícia Federal midiática, de políticos corruptos, de uma mídia formada por jornalistas hipócritas...

Maria Carmen Del Bel Tunes

carmen_tunes@yahoo.com.br

Americana

*

RANKING DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO

Um Brasil que devolve para o ladrão o dinheiro roubado e, ainda por cima, persegue o mocinho que elucidou o crime Lava Jato não pode reclamar da sua posição no ranking de percepção da corrupção. Pelo contrário, deve ficar o mais quieto possível.

Ricardo Daunt de Campos Salles

dauntsalles@uol.com.br

Espírito Santo do Pinhal

*

OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Mesmo com a chegada do carnaval, as operações da Polícia Federal não foram diminuídas nas investigações da tentativa de golpe, que agora afloram de forma firme. Pelo que está sendo divulgado, as provas da articulação golpista do governo anterior são tão latentes que dificilmente deixarão de incriminar de forma definitiva o ex-presidente Bolsonaro e seus principais assessores militares, que certamente vão responder criminalmente por tal tentativa golpista no passado recente.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

*

‘CATILINÁRIA’ DE CÍCERO

A propósito dos últimos fatos relativos à tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro, recorro ao orador romano Cícero, que, em suas Catilinárias, resume com maestria o que estamos vivenciando: “Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda nocturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, de entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?”. Que se faça justiça, e viva a democracia!

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

*

PODER DE VETO DO SENADO

A lambança que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli fez com os acordos de leniência da Odebrecht e da J&F, corroborada pela quase unanimidade dos especialistas na área, faz remeter à velha discussão sobre os critérios de indicação para o cargo de ministro do Supremo. Como sabemos, é o presidente da República quem indica um ministro, com base na reputação ilibada e notório saber jurídico do mesmo. Toffoli foi nomeado por Lula em 2009, durante seu segundo mandato, por ter sido advogado do PT e homem de confiança do presidente. Entretanto, o agora ministro não tinha, na época, pós-graduação e havia sido reprovado duas vezes em concurso para a magistratura. Portanto, se a reputação de Toffoli era ilibada, já não se podia dizer o mesmo de seu saber e, como sempre acontece nesses casos, em algum momento a incompetência dos despreparados se revela, como bem demonstrado agora. É nesse ponto que o Senado, responsável pela sabatina do indicado, deveria fazer a diferença: deixar de ser uma figura meramente litúrgica, que aprova todos, para avaliar de fato a capacidade do candidato levando em conta critérios técnicos e curriculares. Não há necessidade de modificar a Constituição. O poder de veto do Senado existe. Basta aplicá-lo.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

*

‘AGRO ESTADÃO’

Num país em que o somente o agronegócio foi responsável em 2023 por um exuberante Produto Interno Bruto (PIB) de mais de R$ 2,6 trilhões, quase 25% de toda a riqueza produzida, e por cerca de 50% das exportações para mais de 200 países, não poderia ser mais oportuno e bem-vindo o lançamento pelo Grupo Estado do Agro Estadão, portal jornalístico dedicado à cobertura do importante setor, contando com um time exclusivo de renomados colunistas especializados na matéria. Como bem escreveu Pero Vaz de Caminha ao rei d. Manuel há mais de 500 anos, “nesta terra, em se plantando, tudo dá”.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

*

SENSO COLETIVO

A confusão gerada pelo uso de notebook em padarias e cafés remete à confusão que fazemos em relação ao que é propriedade, em primeiro lugar, e o direito ao seu uso. O que nos remete ao terceiro ponto, que deveria ser amplamente discutido em nossa sociedade: a definição legal e prática do privado de uso público. Basta um olhar rápido para nossas ruas e fica estampado nossa falta de senso coletivo, ou desprezo pelo que é público, ou o desrespeito pelo que deveria ser de bom uso por e para todos. Eu pago, portanto, tenho direito. Sentar-se numa mesa para tomar café da manhã numa padaria é uma troca entre o cliente e a padaria. A oferta de internet é um benefício, não um direito adquirido do cliente. O espaço da padaria de certa forma é público, mas não privado do cliente, que não passa de um invasor muito bem-vindo. A falta de limites do uso de notebooks remete a outras tantas situações idênticas, como estacionar indevidamente em vaga de deficiente ou idoso. Talvez muitos dos que fazem reuniões em padaria se imaginam num café da Europa ou Estados Unidos, mas se esquecem de que lá a consciência da importância do público, ou seja, do coletivo, foi conquistada com respeito às leis, o que permite que se sinta seguro no meio de uma praça pública e se realize uma reunião sem medo de assaltos. Lá, caso o proprietário coloque limites, que são dele e de sua casa, é de bom tom pedir desculpas, o que raramente acontece porque a consciência coletiva fala muito mais alto. O coletivo, no público e privado, deve ser elemento básico e primordial de convivência. “Eu pago, portanto, tenho direito” definitivamente não funciona. O Brasil é prova disso.

Arturo Alcorta

arturoalcorta@uol.com.br

São Paulo

*

BIOGRAFIA DE NELSON FREIRE

Biografia de Nelson Freire expõe últimos momentos da vida do pianista e incomoda (Estado, 6/2). Biografia desnecessária e invasiva tentando retratar um grande concertista e ser humano sensível que como todos nós sentia medo e preocupação, mas que em nenhum momento deixou de ser quem era: um virtuose que permanecerá sempre na memória de seus admiradores e daqueles que tiveram a sorte de ver suas apresentações. E certamente assim será lembrado também pelos registros de suas inesquecíveis aparições nos palcos mais importantes do mundo. Faltou elegância à tentativa de produzir uma biografia.

Vera Augusta Vailati Bertolucci

veravailati@uol.com.br

São Paulo

Tentativa de golpe

As lições reveladas

Os eventos da tentativa de golpe de Estado revelaram lições. A primeira é de que o eleitor brasileiro permanece despreparado em suas escolhas eleitorais, não percebendo as reais intenções dos escolhidos e se deixando envolver na emoção dos ismos (getulismo, petismo, bolsonarismo). Nem sequer percebe que financia partidos que usurpam quantias bilionárias do Orçamento público, de forma maliciosamente institucional ou pela corrupção, e estas são aplicadas de forma obscura no financiamento de projetos de poder dos eleitos. A segunda lição é de que um processo democrático meia-boca, como o nosso, é exuberante no discurso e sombrio nos resultados, disfarçando um domínio do Estado por poucos, que, inclusive, levam ao poder indivíduos fantasiados de democratas, porém tiranos na essência. A terceira lição é de que o modelo partidário eleitoral que vige no Brasil é disfuncional e presta-se unicamente para o esbulho de nossa representatividade por gestores e parlamentares que estão colapsando o Estado brasileiro. Que essas lições sirvam para despertar à realidade todos os eleitores e assegurar um futuro, hoje incerto, aos nossos descendentes.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

*

‘Minoria’ expressiva

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), relativiza ao afirmar que a “minuta do golpe” foi uma ação “encabeçada por uma minoria irresponsável”. Pode, mesmo, ser numericamente uma minoria, quando comparada à população brasileira, mas é significativamente expressiva quando essa “minoria” era constituída de toda a cúpula do Poder Executivo federal e apoiada por muitos militares.

Jorge de Jesus Longato

financeiro@cestadecompras.com.br

Mogi-Mirim

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Conspiração

As pessoas sensatas deveriam ficar horrorizadas, pois os detalhes sobre a tentativa de golpe de Estado foram fornecidos por ninguém menos que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Minutas, gravações de reuniões e conversas pelo celular indicam que Bolsonaro e outros militares sabiam da conspiração e não tomaram providências, o que é considerado, no mínimo, crime de prevaricação. Para quem continua apoiando Bolsonaro e o bolsonarismo, recomendo assistir a vídeos sobre os anos de chumbo do regime militar.

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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Carnaval da desesperança

Na sexta-feira pré-carnaval o Brasil acordou já meio de ressaca, ainda sem uma gota de álcool no corpo. O acerto de contas político e jurídico que vem sendo noticiado envolve gravações, achaques, ameaças e massa de manobra cega, que pagou o pato. Um ministro onipotente vai arregaçando o quanto pode, sem freios ou entraves, com uma Polícia Federal que segue as ordens. Tudo no Brasil é “gravíssimo”, mas os derrotados facilmente renascem das cinzas e voltam ao poder, com a anuência de um Judiciário contaminado pela política. O fato certo é que o Congresso, vendido, afaga o trono e detona a bola da vez, para inverter tudo na hora propícia. A palavra justiça também foi contaminada. É o carnaval da desesperança.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

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Aposentadorias

Reajuste

Gostaria de expressar minha profunda preocupação em relação ao recente reajuste dos aposentados. É alarmante observar que, enquanto aqueles que recebem até um salário mínimo terão um aumento de 6,97%, os demais serão contemplados com apenas 3,71%, mesmo diante da inflação (IPCA) de 4,65%. Essa disparidade levanta questões sérias sobre a política de reajuste adotada. Se continuarmos neste caminho, é inevitável que, em alguns anos, todos os aposentados acabem recebendo só um salário mínimo. Será esse o objetivo? Nossos representantes legislativos, tão dedicados a suas próprias causas, não poderiam destinar mais tempo e esforço para assegurar um tratamento digno aos aposentados? É, também, válido questionar se nosso presidente, que frequentemente se apresenta como defensor do povo, considera os aposentados parte deste mesmo povo. É desolador pensar que aqueles que dedicaram anos de sua vida ao trabalho e contribuíram para o desenvolvimento de nossa nação estejam sendo negligenciados dessa forma. É hora de nossos líderes repensarem suas prioridades e agirem com justiça em relação aos aposentados, garantindo-lhes a dignidade e o respeito que merecem.

Marcio de Castro Paes

mcastropaes@terra.com.br

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MELHORES ESCOLHAS

Eu sei que Lula da Silva está muito feliz com o desdobramento das investigações a Jair Bolsonaro, ao atacar a democracia tentando se manter no poder. Só que Lula também quer se livrar de sua história de malfeitos e crimes apurados, inclusive julgados e condenados, aparelhando o Judiciário (é só verificar as últimas nomeações), e também para punir Sergio Moro, a quem prometeu vingança raivosa, e a Lava Jato, que descobriu seus crimes. Uma pena, pois o Brasil poderia seguir uma opção melhor. Que as eleições ensinem os brasileiros a fazerem melhores escolhas.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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SÉRGIO MORO

O plano de Moro ruiu. A carreira política forjada na mentira e nos ilícitos desmoronou. Às vésperas de sua cassação pelo tribunal eleitoral, recebe, em pesquisa, o título de político mais impopular do País. Quem aqui faz, aqui paga.

Sylvio Belém

sylviobelem@gmail.com

Recife

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FILME REPRISADO

Já acreditei na Polícia Federal, no Poder Judiciário e na mídia durante a Operação Lava Jato. O filme está sendo reprisado, sob novo nome: Operação Tempus Veritatis. Já tive o meu herói: Sergio Moro. Não vou embarcar em um novo herói, tipo Alexandre de Moraes. Estou cansada de ser trouxa da Polícia Federal midiática, de políticos corruptos, de uma mídia formada por jornalistas hipócritas...

Maria Carmen Del Bel Tunes

carmen_tunes@yahoo.com.br

Americana

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RANKING DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO

Um Brasil que devolve para o ladrão o dinheiro roubado e, ainda por cima, persegue o mocinho que elucidou o crime Lava Jato não pode reclamar da sua posição no ranking de percepção da corrupção. Pelo contrário, deve ficar o mais quieto possível.

Ricardo Daunt de Campos Salles

dauntsalles@uol.com.br

Espírito Santo do Pinhal

*

OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Mesmo com a chegada do carnaval, as operações da Polícia Federal não foram diminuídas nas investigações da tentativa de golpe, que agora afloram de forma firme. Pelo que está sendo divulgado, as provas da articulação golpista do governo anterior são tão latentes que dificilmente deixarão de incriminar de forma definitiva o ex-presidente Bolsonaro e seus principais assessores militares, que certamente vão responder criminalmente por tal tentativa golpista no passado recente.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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‘CATILINÁRIA’ DE CÍCERO

A propósito dos últimos fatos relativos à tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro, recorro ao orador romano Cícero, que, em suas Catilinárias, resume com maestria o que estamos vivenciando: “Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda nocturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, de entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?”. Que se faça justiça, e viva a democracia!

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

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PODER DE VETO DO SENADO

A lambança que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli fez com os acordos de leniência da Odebrecht e da J&F, corroborada pela quase unanimidade dos especialistas na área, faz remeter à velha discussão sobre os critérios de indicação para o cargo de ministro do Supremo. Como sabemos, é o presidente da República quem indica um ministro, com base na reputação ilibada e notório saber jurídico do mesmo. Toffoli foi nomeado por Lula em 2009, durante seu segundo mandato, por ter sido advogado do PT e homem de confiança do presidente. Entretanto, o agora ministro não tinha, na época, pós-graduação e havia sido reprovado duas vezes em concurso para a magistratura. Portanto, se a reputação de Toffoli era ilibada, já não se podia dizer o mesmo de seu saber e, como sempre acontece nesses casos, em algum momento a incompetência dos despreparados se revela, como bem demonstrado agora. É nesse ponto que o Senado, responsável pela sabatina do indicado, deveria fazer a diferença: deixar de ser uma figura meramente litúrgica, que aprova todos, para avaliar de fato a capacidade do candidato levando em conta critérios técnicos e curriculares. Não há necessidade de modificar a Constituição. O poder de veto do Senado existe. Basta aplicá-lo.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

*

‘AGRO ESTADÃO’

Num país em que o somente o agronegócio foi responsável em 2023 por um exuberante Produto Interno Bruto (PIB) de mais de R$ 2,6 trilhões, quase 25% de toda a riqueza produzida, e por cerca de 50% das exportações para mais de 200 países, não poderia ser mais oportuno e bem-vindo o lançamento pelo Grupo Estado do Agro Estadão, portal jornalístico dedicado à cobertura do importante setor, contando com um time exclusivo de renomados colunistas especializados na matéria. Como bem escreveu Pero Vaz de Caminha ao rei d. Manuel há mais de 500 anos, “nesta terra, em se plantando, tudo dá”.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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SENSO COLETIVO

A confusão gerada pelo uso de notebook em padarias e cafés remete à confusão que fazemos em relação ao que é propriedade, em primeiro lugar, e o direito ao seu uso. O que nos remete ao terceiro ponto, que deveria ser amplamente discutido em nossa sociedade: a definição legal e prática do privado de uso público. Basta um olhar rápido para nossas ruas e fica estampado nossa falta de senso coletivo, ou desprezo pelo que é público, ou o desrespeito pelo que deveria ser de bom uso por e para todos. Eu pago, portanto, tenho direito. Sentar-se numa mesa para tomar café da manhã numa padaria é uma troca entre o cliente e a padaria. A oferta de internet é um benefício, não um direito adquirido do cliente. O espaço da padaria de certa forma é público, mas não privado do cliente, que não passa de um invasor muito bem-vindo. A falta de limites do uso de notebooks remete a outras tantas situações idênticas, como estacionar indevidamente em vaga de deficiente ou idoso. Talvez muitos dos que fazem reuniões em padaria se imaginam num café da Europa ou Estados Unidos, mas se esquecem de que lá a consciência da importância do público, ou seja, do coletivo, foi conquistada com respeito às leis, o que permite que se sinta seguro no meio de uma praça pública e se realize uma reunião sem medo de assaltos. Lá, caso o proprietário coloque limites, que são dele e de sua casa, é de bom tom pedir desculpas, o que raramente acontece porque a consciência coletiva fala muito mais alto. O coletivo, no público e privado, deve ser elemento básico e primordial de convivência. “Eu pago, portanto, tenho direito” definitivamente não funciona. O Brasil é prova disso.

Arturo Alcorta

arturoalcorta@uol.com.br

São Paulo

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BIOGRAFIA DE NELSON FREIRE

Biografia de Nelson Freire expõe últimos momentos da vida do pianista e incomoda (Estado, 6/2). Biografia desnecessária e invasiva tentando retratar um grande concertista e ser humano sensível que como todos nós sentia medo e preocupação, mas que em nenhum momento deixou de ser quem era: um virtuose que permanecerá sempre na memória de seus admiradores e daqueles que tiveram a sorte de ver suas apresentações. E certamente assim será lembrado também pelos registros de suas inesquecíveis aparições nos palcos mais importantes do mundo. Faltou elegância à tentativa de produzir uma biografia.

Vera Augusta Vailati Bertolucci

veravailati@uol.com.br

São Paulo

Tentativa de golpe

As lições reveladas

Os eventos da tentativa de golpe de Estado revelaram lições. A primeira é de que o eleitor brasileiro permanece despreparado em suas escolhas eleitorais, não percebendo as reais intenções dos escolhidos e se deixando envolver na emoção dos ismos (getulismo, petismo, bolsonarismo). Nem sequer percebe que financia partidos que usurpam quantias bilionárias do Orçamento público, de forma maliciosamente institucional ou pela corrupção, e estas são aplicadas de forma obscura no financiamento de projetos de poder dos eleitos. A segunda lição é de que um processo democrático meia-boca, como o nosso, é exuberante no discurso e sombrio nos resultados, disfarçando um domínio do Estado por poucos, que, inclusive, levam ao poder indivíduos fantasiados de democratas, porém tiranos na essência. A terceira lição é de que o modelo partidário eleitoral que vige no Brasil é disfuncional e presta-se unicamente para o esbulho de nossa representatividade por gestores e parlamentares que estão colapsando o Estado brasileiro. Que essas lições sirvam para despertar à realidade todos os eleitores e assegurar um futuro, hoje incerto, aos nossos descendentes.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

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‘Minoria’ expressiva

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), relativiza ao afirmar que a “minuta do golpe” foi uma ação “encabeçada por uma minoria irresponsável”. Pode, mesmo, ser numericamente uma minoria, quando comparada à população brasileira, mas é significativamente expressiva quando essa “minoria” era constituída de toda a cúpula do Poder Executivo federal e apoiada por muitos militares.

Jorge de Jesus Longato

financeiro@cestadecompras.com.br

Mogi-Mirim

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Conspiração

As pessoas sensatas deveriam ficar horrorizadas, pois os detalhes sobre a tentativa de golpe de Estado foram fornecidos por ninguém menos que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Minutas, gravações de reuniões e conversas pelo celular indicam que Bolsonaro e outros militares sabiam da conspiração e não tomaram providências, o que é considerado, no mínimo, crime de prevaricação. Para quem continua apoiando Bolsonaro e o bolsonarismo, recomendo assistir a vídeos sobre os anos de chumbo do regime militar.

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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Carnaval da desesperança

Na sexta-feira pré-carnaval o Brasil acordou já meio de ressaca, ainda sem uma gota de álcool no corpo. O acerto de contas político e jurídico que vem sendo noticiado envolve gravações, achaques, ameaças e massa de manobra cega, que pagou o pato. Um ministro onipotente vai arregaçando o quanto pode, sem freios ou entraves, com uma Polícia Federal que segue as ordens. Tudo no Brasil é “gravíssimo”, mas os derrotados facilmente renascem das cinzas e voltam ao poder, com a anuência de um Judiciário contaminado pela política. O fato certo é que o Congresso, vendido, afaga o trono e detona a bola da vez, para inverter tudo na hora propícia. A palavra justiça também foi contaminada. É o carnaval da desesperança.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

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Aposentadorias

Reajuste

Gostaria de expressar minha profunda preocupação em relação ao recente reajuste dos aposentados. É alarmante observar que, enquanto aqueles que recebem até um salário mínimo terão um aumento de 6,97%, os demais serão contemplados com apenas 3,71%, mesmo diante da inflação (IPCA) de 4,65%. Essa disparidade levanta questões sérias sobre a política de reajuste adotada. Se continuarmos neste caminho, é inevitável que, em alguns anos, todos os aposentados acabem recebendo só um salário mínimo. Será esse o objetivo? Nossos representantes legislativos, tão dedicados a suas próprias causas, não poderiam destinar mais tempo e esforço para assegurar um tratamento digno aos aposentados? É, também, válido questionar se nosso presidente, que frequentemente se apresenta como defensor do povo, considera os aposentados parte deste mesmo povo. É desolador pensar que aqueles que dedicaram anos de sua vida ao trabalho e contribuíram para o desenvolvimento de nossa nação estejam sendo negligenciados dessa forma. É hora de nossos líderes repensarem suas prioridades e agirem com justiça em relação aos aposentados, garantindo-lhes a dignidade e o respeito que merecem.

Marcio de Castro Paes

mcastropaes@terra.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MELHORES ESCOLHAS

Eu sei que Lula da Silva está muito feliz com o desdobramento das investigações a Jair Bolsonaro, ao atacar a democracia tentando se manter no poder. Só que Lula também quer se livrar de sua história de malfeitos e crimes apurados, inclusive julgados e condenados, aparelhando o Judiciário (é só verificar as últimas nomeações), e também para punir Sergio Moro, a quem prometeu vingança raivosa, e a Lava Jato, que descobriu seus crimes. Uma pena, pois o Brasil poderia seguir uma opção melhor. Que as eleições ensinem os brasileiros a fazerem melhores escolhas.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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SÉRGIO MORO

O plano de Moro ruiu. A carreira política forjada na mentira e nos ilícitos desmoronou. Às vésperas de sua cassação pelo tribunal eleitoral, recebe, em pesquisa, o título de político mais impopular do País. Quem aqui faz, aqui paga.

Sylvio Belém

sylviobelem@gmail.com

Recife

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FILME REPRISADO

Já acreditei na Polícia Federal, no Poder Judiciário e na mídia durante a Operação Lava Jato. O filme está sendo reprisado, sob novo nome: Operação Tempus Veritatis. Já tive o meu herói: Sergio Moro. Não vou embarcar em um novo herói, tipo Alexandre de Moraes. Estou cansada de ser trouxa da Polícia Federal midiática, de políticos corruptos, de uma mídia formada por jornalistas hipócritas...

Maria Carmen Del Bel Tunes

carmen_tunes@yahoo.com.br

Americana

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RANKING DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO

Um Brasil que devolve para o ladrão o dinheiro roubado e, ainda por cima, persegue o mocinho que elucidou o crime Lava Jato não pode reclamar da sua posição no ranking de percepção da corrupção. Pelo contrário, deve ficar o mais quieto possível.

Ricardo Daunt de Campos Salles

dauntsalles@uol.com.br

Espírito Santo do Pinhal

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OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Mesmo com a chegada do carnaval, as operações da Polícia Federal não foram diminuídas nas investigações da tentativa de golpe, que agora afloram de forma firme. Pelo que está sendo divulgado, as provas da articulação golpista do governo anterior são tão latentes que dificilmente deixarão de incriminar de forma definitiva o ex-presidente Bolsonaro e seus principais assessores militares, que certamente vão responder criminalmente por tal tentativa golpista no passado recente.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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‘CATILINÁRIA’ DE CÍCERO

A propósito dos últimos fatos relativos à tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro, recorro ao orador romano Cícero, que, em suas Catilinárias, resume com maestria o que estamos vivenciando: “Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda nocturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, de entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?”. Que se faça justiça, e viva a democracia!

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

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PODER DE VETO DO SENADO

A lambança que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli fez com os acordos de leniência da Odebrecht e da J&F, corroborada pela quase unanimidade dos especialistas na área, faz remeter à velha discussão sobre os critérios de indicação para o cargo de ministro do Supremo. Como sabemos, é o presidente da República quem indica um ministro, com base na reputação ilibada e notório saber jurídico do mesmo. Toffoli foi nomeado por Lula em 2009, durante seu segundo mandato, por ter sido advogado do PT e homem de confiança do presidente. Entretanto, o agora ministro não tinha, na época, pós-graduação e havia sido reprovado duas vezes em concurso para a magistratura. Portanto, se a reputação de Toffoli era ilibada, já não se podia dizer o mesmo de seu saber e, como sempre acontece nesses casos, em algum momento a incompetência dos despreparados se revela, como bem demonstrado agora. É nesse ponto que o Senado, responsável pela sabatina do indicado, deveria fazer a diferença: deixar de ser uma figura meramente litúrgica, que aprova todos, para avaliar de fato a capacidade do candidato levando em conta critérios técnicos e curriculares. Não há necessidade de modificar a Constituição. O poder de veto do Senado existe. Basta aplicá-lo.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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‘AGRO ESTADÃO’

Num país em que o somente o agronegócio foi responsável em 2023 por um exuberante Produto Interno Bruto (PIB) de mais de R$ 2,6 trilhões, quase 25% de toda a riqueza produzida, e por cerca de 50% das exportações para mais de 200 países, não poderia ser mais oportuno e bem-vindo o lançamento pelo Grupo Estado do Agro Estadão, portal jornalístico dedicado à cobertura do importante setor, contando com um time exclusivo de renomados colunistas especializados na matéria. Como bem escreveu Pero Vaz de Caminha ao rei d. Manuel há mais de 500 anos, “nesta terra, em se plantando, tudo dá”.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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SENSO COLETIVO

A confusão gerada pelo uso de notebook em padarias e cafés remete à confusão que fazemos em relação ao que é propriedade, em primeiro lugar, e o direito ao seu uso. O que nos remete ao terceiro ponto, que deveria ser amplamente discutido em nossa sociedade: a definição legal e prática do privado de uso público. Basta um olhar rápido para nossas ruas e fica estampado nossa falta de senso coletivo, ou desprezo pelo que é público, ou o desrespeito pelo que deveria ser de bom uso por e para todos. Eu pago, portanto, tenho direito. Sentar-se numa mesa para tomar café da manhã numa padaria é uma troca entre o cliente e a padaria. A oferta de internet é um benefício, não um direito adquirido do cliente. O espaço da padaria de certa forma é público, mas não privado do cliente, que não passa de um invasor muito bem-vindo. A falta de limites do uso de notebooks remete a outras tantas situações idênticas, como estacionar indevidamente em vaga de deficiente ou idoso. Talvez muitos dos que fazem reuniões em padaria se imaginam num café da Europa ou Estados Unidos, mas se esquecem de que lá a consciência da importância do público, ou seja, do coletivo, foi conquistada com respeito às leis, o que permite que se sinta seguro no meio de uma praça pública e se realize uma reunião sem medo de assaltos. Lá, caso o proprietário coloque limites, que são dele e de sua casa, é de bom tom pedir desculpas, o que raramente acontece porque a consciência coletiva fala muito mais alto. O coletivo, no público e privado, deve ser elemento básico e primordial de convivência. “Eu pago, portanto, tenho direito” definitivamente não funciona. O Brasil é prova disso.

Arturo Alcorta

arturoalcorta@uol.com.br

São Paulo

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BIOGRAFIA DE NELSON FREIRE

Biografia de Nelson Freire expõe últimos momentos da vida do pianista e incomoda (Estado, 6/2). Biografia desnecessária e invasiva tentando retratar um grande concertista e ser humano sensível que como todos nós sentia medo e preocupação, mas que em nenhum momento deixou de ser quem era: um virtuose que permanecerá sempre na memória de seus admiradores e daqueles que tiveram a sorte de ver suas apresentações. E certamente assim será lembrado também pelos registros de suas inesquecíveis aparições nos palcos mais importantes do mundo. Faltou elegância à tentativa de produzir uma biografia.

Vera Augusta Vailati Bertolucci

veravailati@uol.com.br

São Paulo

Tentativa de golpe

As lições reveladas

Os eventos da tentativa de golpe de Estado revelaram lições. A primeira é de que o eleitor brasileiro permanece despreparado em suas escolhas eleitorais, não percebendo as reais intenções dos escolhidos e se deixando envolver na emoção dos ismos (getulismo, petismo, bolsonarismo). Nem sequer percebe que financia partidos que usurpam quantias bilionárias do Orçamento público, de forma maliciosamente institucional ou pela corrupção, e estas são aplicadas de forma obscura no financiamento de projetos de poder dos eleitos. A segunda lição é de que um processo democrático meia-boca, como o nosso, é exuberante no discurso e sombrio nos resultados, disfarçando um domínio do Estado por poucos, que, inclusive, levam ao poder indivíduos fantasiados de democratas, porém tiranos na essência. A terceira lição é de que o modelo partidário eleitoral que vige no Brasil é disfuncional e presta-se unicamente para o esbulho de nossa representatividade por gestores e parlamentares que estão colapsando o Estado brasileiro. Que essas lições sirvam para despertar à realidade todos os eleitores e assegurar um futuro, hoje incerto, aos nossos descendentes.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

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‘Minoria’ expressiva

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), relativiza ao afirmar que a “minuta do golpe” foi uma ação “encabeçada por uma minoria irresponsável”. Pode, mesmo, ser numericamente uma minoria, quando comparada à população brasileira, mas é significativamente expressiva quando essa “minoria” era constituída de toda a cúpula do Poder Executivo federal e apoiada por muitos militares.

Jorge de Jesus Longato

financeiro@cestadecompras.com.br

Mogi-Mirim

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Conspiração

As pessoas sensatas deveriam ficar horrorizadas, pois os detalhes sobre a tentativa de golpe de Estado foram fornecidos por ninguém menos que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Minutas, gravações de reuniões e conversas pelo celular indicam que Bolsonaro e outros militares sabiam da conspiração e não tomaram providências, o que é considerado, no mínimo, crime de prevaricação. Para quem continua apoiando Bolsonaro e o bolsonarismo, recomendo assistir a vídeos sobre os anos de chumbo do regime militar.

Omar El Seoud

elseoud.usp@gmail.com

São Paulo

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Carnaval da desesperança

Na sexta-feira pré-carnaval o Brasil acordou já meio de ressaca, ainda sem uma gota de álcool no corpo. O acerto de contas político e jurídico que vem sendo noticiado envolve gravações, achaques, ameaças e massa de manobra cega, que pagou o pato. Um ministro onipotente vai arregaçando o quanto pode, sem freios ou entraves, com uma Polícia Federal que segue as ordens. Tudo no Brasil é “gravíssimo”, mas os derrotados facilmente renascem das cinzas e voltam ao poder, com a anuência de um Judiciário contaminado pela política. O fato certo é que o Congresso, vendido, afaga o trono e detona a bola da vez, para inverter tudo na hora propícia. A palavra justiça também foi contaminada. É o carnaval da desesperança.

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

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Aposentadorias

Reajuste

Gostaria de expressar minha profunda preocupação em relação ao recente reajuste dos aposentados. É alarmante observar que, enquanto aqueles que recebem até um salário mínimo terão um aumento de 6,97%, os demais serão contemplados com apenas 3,71%, mesmo diante da inflação (IPCA) de 4,65%. Essa disparidade levanta questões sérias sobre a política de reajuste adotada. Se continuarmos neste caminho, é inevitável que, em alguns anos, todos os aposentados acabem recebendo só um salário mínimo. Será esse o objetivo? Nossos representantes legislativos, tão dedicados a suas próprias causas, não poderiam destinar mais tempo e esforço para assegurar um tratamento digno aos aposentados? É, também, válido questionar se nosso presidente, que frequentemente se apresenta como defensor do povo, considera os aposentados parte deste mesmo povo. É desolador pensar que aqueles que dedicaram anos de sua vida ao trabalho e contribuíram para o desenvolvimento de nossa nação estejam sendo negligenciados dessa forma. É hora de nossos líderes repensarem suas prioridades e agirem com justiça em relação aos aposentados, garantindo-lhes a dignidade e o respeito que merecem.

Marcio de Castro Paes

mcastropaes@terra.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MELHORES ESCOLHAS

Eu sei que Lula da Silva está muito feliz com o desdobramento das investigações a Jair Bolsonaro, ao atacar a democracia tentando se manter no poder. Só que Lula também quer se livrar de sua história de malfeitos e crimes apurados, inclusive julgados e condenados, aparelhando o Judiciário (é só verificar as últimas nomeações), e também para punir Sergio Moro, a quem prometeu vingança raivosa, e a Lava Jato, que descobriu seus crimes. Uma pena, pois o Brasil poderia seguir uma opção melhor. Que as eleições ensinem os brasileiros a fazerem melhores escolhas.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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SÉRGIO MORO

O plano de Moro ruiu. A carreira política forjada na mentira e nos ilícitos desmoronou. Às vésperas de sua cassação pelo tribunal eleitoral, recebe, em pesquisa, o título de político mais impopular do País. Quem aqui faz, aqui paga.

Sylvio Belém

sylviobelem@gmail.com

Recife

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FILME REPRISADO

Já acreditei na Polícia Federal, no Poder Judiciário e na mídia durante a Operação Lava Jato. O filme está sendo reprisado, sob novo nome: Operação Tempus Veritatis. Já tive o meu herói: Sergio Moro. Não vou embarcar em um novo herói, tipo Alexandre de Moraes. Estou cansada de ser trouxa da Polícia Federal midiática, de políticos corruptos, de uma mídia formada por jornalistas hipócritas...

Maria Carmen Del Bel Tunes

carmen_tunes@yahoo.com.br

Americana

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RANKING DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO

Um Brasil que devolve para o ladrão o dinheiro roubado e, ainda por cima, persegue o mocinho que elucidou o crime Lava Jato não pode reclamar da sua posição no ranking de percepção da corrupção. Pelo contrário, deve ficar o mais quieto possível.

Ricardo Daunt de Campos Salles

dauntsalles@uol.com.br

Espírito Santo do Pinhal

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OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Mesmo com a chegada do carnaval, as operações da Polícia Federal não foram diminuídas nas investigações da tentativa de golpe, que agora afloram de forma firme. Pelo que está sendo divulgado, as provas da articulação golpista do governo anterior são tão latentes que dificilmente deixarão de incriminar de forma definitiva o ex-presidente Bolsonaro e seus principais assessores militares, que certamente vão responder criminalmente por tal tentativa golpista no passado recente.

José de Anchieta Nobre de Almeida

josenobredalmeida@gmail.com

Rio de Janeiro

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‘CATILINÁRIA’ DE CÍCERO

A propósito dos últimos fatos relativos à tentativa de golpe de Estado do dia 8 de janeiro, recorro ao orador romano Cícero, que, em suas Catilinárias, resume com maestria o que estamos vivenciando: “Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda nocturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, de entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?”. Que se faça justiça, e viva a democracia!

Elisabeth Migliavacca

São Paulo

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PODER DE VETO DO SENADO

A lambança que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli fez com os acordos de leniência da Odebrecht e da J&F, corroborada pela quase unanimidade dos especialistas na área, faz remeter à velha discussão sobre os critérios de indicação para o cargo de ministro do Supremo. Como sabemos, é o presidente da República quem indica um ministro, com base na reputação ilibada e notório saber jurídico do mesmo. Toffoli foi nomeado por Lula em 2009, durante seu segundo mandato, por ter sido advogado do PT e homem de confiança do presidente. Entretanto, o agora ministro não tinha, na época, pós-graduação e havia sido reprovado duas vezes em concurso para a magistratura. Portanto, se a reputação de Toffoli era ilibada, já não se podia dizer o mesmo de seu saber e, como sempre acontece nesses casos, em algum momento a incompetência dos despreparados se revela, como bem demonstrado agora. É nesse ponto que o Senado, responsável pela sabatina do indicado, deveria fazer a diferença: deixar de ser uma figura meramente litúrgica, que aprova todos, para avaliar de fato a capacidade do candidato levando em conta critérios técnicos e curriculares. Não há necessidade de modificar a Constituição. O poder de veto do Senado existe. Basta aplicá-lo.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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‘AGRO ESTADÃO’

Num país em que o somente o agronegócio foi responsável em 2023 por um exuberante Produto Interno Bruto (PIB) de mais de R$ 2,6 trilhões, quase 25% de toda a riqueza produzida, e por cerca de 50% das exportações para mais de 200 países, não poderia ser mais oportuno e bem-vindo o lançamento pelo Grupo Estado do Agro Estadão, portal jornalístico dedicado à cobertura do importante setor, contando com um time exclusivo de renomados colunistas especializados na matéria. Como bem escreveu Pero Vaz de Caminha ao rei d. Manuel há mais de 500 anos, “nesta terra, em se plantando, tudo dá”.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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SENSO COLETIVO

A confusão gerada pelo uso de notebook em padarias e cafés remete à confusão que fazemos em relação ao que é propriedade, em primeiro lugar, e o direito ao seu uso. O que nos remete ao terceiro ponto, que deveria ser amplamente discutido em nossa sociedade: a definição legal e prática do privado de uso público. Basta um olhar rápido para nossas ruas e fica estampado nossa falta de senso coletivo, ou desprezo pelo que é público, ou o desrespeito pelo que deveria ser de bom uso por e para todos. Eu pago, portanto, tenho direito. Sentar-se numa mesa para tomar café da manhã numa padaria é uma troca entre o cliente e a padaria. A oferta de internet é um benefício, não um direito adquirido do cliente. O espaço da padaria de certa forma é público, mas não privado do cliente, que não passa de um invasor muito bem-vindo. A falta de limites do uso de notebooks remete a outras tantas situações idênticas, como estacionar indevidamente em vaga de deficiente ou idoso. Talvez muitos dos que fazem reuniões em padaria se imaginam num café da Europa ou Estados Unidos, mas se esquecem de que lá a consciência da importância do público, ou seja, do coletivo, foi conquistada com respeito às leis, o que permite que se sinta seguro no meio de uma praça pública e se realize uma reunião sem medo de assaltos. Lá, caso o proprietário coloque limites, que são dele e de sua casa, é de bom tom pedir desculpas, o que raramente acontece porque a consciência coletiva fala muito mais alto. O coletivo, no público e privado, deve ser elemento básico e primordial de convivência. “Eu pago, portanto, tenho direito” definitivamente não funciona. O Brasil é prova disso.

Arturo Alcorta

arturoalcorta@uol.com.br

São Paulo

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BIOGRAFIA DE NELSON FREIRE

Biografia de Nelson Freire expõe últimos momentos da vida do pianista e incomoda (Estado, 6/2). Biografia desnecessária e invasiva tentando retratar um grande concertista e ser humano sensível que como todos nós sentia medo e preocupação, mas que em nenhum momento deixou de ser quem era: um virtuose que permanecerá sempre na memória de seus admiradores e daqueles que tiveram a sorte de ver suas apresentações. E certamente assim será lembrado também pelos registros de suas inesquecíveis aparições nos palcos mais importantes do mundo. Faltou elegância à tentativa de produzir uma biografia.

Vera Augusta Vailati Bertolucci

veravailati@uol.com.br

São Paulo

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