Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Contas de luz

Déjà vu

A medida provisória para dar alívio na conta de luz dos consumidores, proposta pelo governo Lula, é um verdadeiro déjà vu da trapalhada feita no governo da presidente Dilma, com uma agravante: desta vez, como dizem os especialistas, basta saber fazer a conta que a rasteira é certa e vem lá na frente. O PT é mesmo um partido ímpar e está sempre provando aquele velho ditado: “Não aprende e não esquece nada”.

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Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

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Estatais

O mundo mudou

Um dia destes, num meu passeio, vi uma cena que me entristeceu: um garoto com sua banquinha de lustrador de sapatos andava pela rua sem perceber que ninguém mais usa sapatos, só tênis ou equivalente. Logo me ocorreu a ideia de que há pessoas que não perceberam que o mundo mudou. O presidente Lula nitidamente faz parte desse grupo. Trata a Vale como se fosse estatal, tentando impor uma pessoa ultrapassada para sua presidência. E a Petrobras, empresa cotada nas Bolsas de Nova York e de São Paulo, que tem acionistas que dependem da administração da empresa para viver, mas que Lula insiste em tratar como o quintal de casa? Lula também, diante da gravíssima falta de saneamento básico para 50 milhões de brasileiros que não têm esgoto, pensa que o poder público pode resolver isso, sem lembrar que o nível de investimento do governo nunca foi tão baixo por falta de dinheiro. Pior: ele ainda pretende se reeleger para mais um mandato, sem dar-se conta de que a fadiga dos materiais já se instalou e não recomenda a reeleição. Tomara que ele tenha amigos que o ajudem a abandonar a banquinha de lustrador de sapatos...

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Aldo Bertolucci

São Paulo

*

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Redes sociais

A reputação do Brasil

Após ser incluído em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Elon Musk convidou o ministro Alexandre de Moraes para um debate. Trata-se de uma oportunidade de ouro que não deveria ser desperdiçada pelo nosso ministro. Moraes poderá demonstrar por A mais B que tudo o que está fazendo tem pleno amparo legal, que é exatamente o que a lei brasileira espera que ele faça, que obedece aos princípios de processo legal, que não está cometendo abuso algum, que a liberdade de expressão continua existindo por aqui e que o Brasil continua sendo uma democracia plena digna de respeito. A não ser, claro, na hipótese de Musk ter razão no que está afirmando. Nada como resolver as coisas no campo das ideias. Melhor para todos. Especialmente para a reputação do Brasil.

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Jorge A. Nurkin

São Paulo

*

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Resposta dos Poderes

A respeito da polêmica criada pelas descabidas declarações do excêntrico bilionário direitista Elon Musk sobre a retirada de conteúdo do X e o bloqueio de perfis de bolsonaristas investigados por ataques às urnas eletrônicas determinado pelo STF, chamados por ele de “censura draconiana” do ministro Alexandre de Moraes, cabe reproduzir o que bem disseram a respeito o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. O primeiro declarou: “Precisamos ter disciplina legal sobre isso, sob pena de ter discricionariedade por parte das plataformas que não se sentem obrigadas a ter o mínimo ético no manejo das informações e desinformações na rede social”. E o segundo: “Decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado. Essa é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil”. O visionário empresário Musk pode enviar seus foguetes à Lua e a Marte, fabricar veículos elétricos e instalar chips de monitoramento cerebral sob a pele da população. O que não cabe a ele é pedir o impeachment de ministro do STF do Brasil, que não é, como se sabe, uma Republiqueta de bananas. Francamente!

J. S. Decol

São Paulo

*

Nova carga

A tibieza das instituições brasileiras em levar aos tribunais os autores intelectuais e materiais da tentativa de golpe que levou ao 8 de Janeiro já mostra os seus frutos. Eles voltaram a se agrupar e preparam nova carga contra a democracia, agora com reforço do apoio internacional. A pantomima do STF só entregou os bagrinhos da invasão das sedes dos Três Poderes. Veio a manifestação de São Paulo, agora vem a do Rio, depois vem Brasília, com uma passagem pela Praça dos Três Poderes, para ficar.

José Tadeu Gobbi

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CASSAÇÃO DE SERGIO MORO

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) formou maioria contra a cassação do senador Sergio Moro. Não dá nem para parabenizar porque ainda houve dois votos pela cassação. A condenação seria mais um absurdo judiciário neste país, uma vez que não há provas nem uma legislação confiável e auditável sobre gastos de campanha ou pré-campanha. Depois que o publicitário Duda Mendonça declarou e mostrou provas de que recebeu caixa 2, em dólar, no exterior, e Lula da Silva hoje é presidente da República, não se pode condenar ninguém. Não com a atual legislação. Cassar o senador seria uma agressão ao eleitor e uma Hipocrisia. Isso mesmo, com letra maiúscula.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

AÇÃO NO TRE-PR

Mais uma vez a república de Curitiba agiu protegendo seus membros . Agora foi o TRE-PR absolvendo Moro por 5 a 2. Antes tinha absolvido Deltan Dallagnol por unanimidade. O Tribunal Superior Eleitoral, assim como cassou Dallagnol cassará Moro, face aos crimes eleitorais cometidos.

Sylvio Belem

Recife

*

VACINAÇÃO

Até entendo a preocupação dos técnicos do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde em liberar a vacinação contra dengue, gripe e covid-19 por faixas de idade e por grupos mais necessitados, mas diante dos esforços que grupos de direita e negacionistas, assim como alguns grupos religiosos fizeram para desacreditar todas das vacinas existentes, o programa deveria acelerar as faixas etárias dos beneficiários, visando à imunização a um maior número de pessoas no menor prazo possível.

Jorge de Jesus Longato

São Paulo

*

JUSTIÇA LENTA

Essa polêmica suscitada pelo embate entre Elon Musk x Alexandre de Moraes levanta uma questão global: enquanto as big techs, notadamente as que operam nos subterrâneos da deep web ou dark web, funcionam numa velocidade digital com sua imensa capilaridade, a Justiça opera numa velocidade analógica, ou seja, quando ela for acionada o estrago já está feito e, por vezes, será irreparável. A extrema direita que domina esses espaços defende a tese de “liberdade de expressão” porque sabe que ainda não há “paridade de armas” para este contencioso. Moral da história: mais “vale” uma mentira que corra como um coelho do que uma Justiça que ande como uma tartaruga.

Bernardo Assis Filho

Salvador

*

CAÍRAM NA REDE

Infelizmente o ego de nossos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ficarão registrados na história brasileira como o pior grupo de ministros de um Poder Judiciário, que sempre se caracterizou como discreto e sábio, foi infantil e ingênuo. Eles caíram na rede de um gênio sul-africano, que ficou milionário às custas de suas ideias e que terá seu nome guardado na história do mundo eternamente por sua genialidade. O mundo ficou sabendo que a imprensa livre brasileira de fato está sendo atacada pelo Poder Judiciário e a liberdade de expressão, prevista em nosso ordenamento constitucional parlamentarista, e não presidencialista, como se previa, é constantemente violada. Aos olhos do mundo, certo ou não, estamos diante da ditadura do Judiciário que, com críticas de todos os advogados, inclusive do tal grupo de prerrogativas, passaram a temer. E ministros sempre escorados em uma defesa da democracia que, acredito, não sabem do que se trata de fato, caíram na rede como patinhos! Dizia vovô: “Boca fechada não entra mosquito”.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

*

TEMPOS COMPLEXOS

O atual embate entre o ministro do STF Alexandre de Moraes e o multimilionário Elon Musk é uma impressionante realidade desses tempos complexos que vivemos atualmente. As ameaças do dono do X em não cumprir decisões judiciais brasileiras causaram naturalmente corretas reações de nossa mais Alta Corte e, com isso, teremos condições de punir qualquer empresa que descumprir uma ordem judicial brasileira. Assim poderemos regulamentar as redes sociais que aqui atuam.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

MULTIDÃO DE EXCLUÍDOS

Eliane Cantanhêde (A7, 9/4), compartilhando conosco sua perplexidade em Musk ameaça STF, Bolsonaro prega ‘democracia’, Equador invade embaixada; que mundo é esse?, estimulou-me a refletir. As redes sociais abriram espaço para bilhões que eram “sem-palavras”. Obter respostas, mesmo que xingamentos, pode ter sido a primeira tomada de consciência dessa multidão de excluídos. “Senhores” só o são enquanto os “escravos” assim os designarem. Na sociedade secular, as regras, as cláusulas pétreas, as fronteiras, a ética, a moral, etc., são inevitavelmente datadas. A atualidade nos escancara que a única certeza é que somos “animais” racionais. Para provar isso, aí estão Elon Musk, Alexandre de Moraes e os outros citados por Eliane, com sua instintividade e racionalidade funcionando a todo vapor.

Sandra Maria Gonçalves

São Paulo

*

DUALIDADE

Não sei o que pode ser pior. O autoritarismo explícito da ditadura ou o autoritarismo disfarçado de democracia.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

AÇÕES NA PETROBRAS

Muito tem se falado a respeito de dividendos e lucro da Petrobras. Em primeiro lugar, vamos lembrar que a Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que tem que respeitar a legislação, mesmo o controlador sendo o governo federal. Uma empresa tem que dar lucro, senão ela quebra e tem que remunerar os acionistas que confiaram nela. Muito acionistas da Petrobras são pessoas aposentadas que aplicaram suas poupanças para terem um complemento de aposentadoria, como é em qualquer parte do mundo. Durante muitos anos, os acionistas sofreram porque a Petrobras não ganhava dinheiro, pois é um negócio de grande risco e de longo prazo. Hoje a Petrobras, a partir do governo de Michel Temer, se tornou uma empresa bem administrada que remunera os investidores. Há quem fale que não deve distribuir dividendo para continuar reinvestindo, entretanto, se a empresa não remunera investidores não encontrará recursos para investimentos. Além disso, existem diversas maneiras de fazer investimentos, tais como financiamentos de longo prazo e novas emissões. Se a Petrobras remunerar bem os seus investidores, todos acabam ganhando: acionistas privados e até o governo com grandes dividendos. E não vamos esquecer que a Petrobras é sociedade anônima de capital aberto, portanto, tem que respeitar todos os acionistas, não importa quem seja o controlador.

Marco Antonio Martignon

São Paulo

*

CONTA CORRUPÇÃO

O Brasil está empenhado em alcançar o equilíbrio orçamentário e as metas fiscais ao mesmo tempo que precisa atender demandas sociais cada vez maiores. De nada adianta promover aumento de impostos ou cortar gastos se o País continuar sendo incapaz de sequer reconhecer a existência da conta corrupção. O Brasil assiste ao desaparecimento de centenas de bilhões de reais através dos mais variados esquemas de corrupção, todos velhos conhecidos: superfaturamento de obras, emendas parlamentares que não saem do papel, rachadinhas, etc. O governo ignora o rombo causado pela corrupção generalizada e segue tentando tapar os buracos sem jamais incomodar os parlamentares, prefeitos e governadores que estão empenhados em roubar dinheiro público. O Brasil precisa de um marco regulatório do combate à corrupção, precisa reconhecer que o problema existe, desequilibra as contas públicas e precisa ser combatido com vigor. Tirar o País da lista de países mais corruptos do planeta deveria ser um dos principais objetivos do governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

DERRADEIRO TEMPO

Sou um octogenário, leitor do Estadão há décadas. Acho que estamos passando por uma transição mundial cheia de pessimismo, pois não encontro mais estadistas nos principais governos do mundo. Ou são autoritários ou são populistas. Será que além de mim o planeta também está no derradeiro tempo de sua história atual?

Luiz Frid

São Paulo

*

ERROS DE AVALIAÇÃO

Difícil acreditar que, em momentos distintos, cometi dois erros de avaliação: o primeiro foi em 2018, quando, para evitar o PT na Presidência, votei em Jair Bolsonaro. O segundo foi em 2022: para não repetir o primeiro, cometi o segundo votando no Lula. Na próxima eleição, votarei no King Kong. Pelo menos ele não fala besteiras.

Clodomir de Jesus Redondo

São Paulo

*

VIOLÊNCIA NO EQUADOR

Durante a campanha para as eleições presidenciais do Equador, no ano passado, um dos candidatos foi brutalmente assassinato pelo narcotráfico. Na sexta-feira passada, 5/4, a polícia local de Quito invadiu, a mando do governo, a Embaixada do México para prender um ex-vice-presidente equatoriano acusado de corrupção e que havia pedido asilo ao governo mexicano. Dois atos francamente terroristas cuja única diferença é: enquanto o primeiro adveio do crime organizado, o segundo é o que se denomina “terrorismo de Estado”, característico de governos autoritários pouco afeitos ao Direito Internacional e aos princípios democráticos mais básicos. Pois invasão desautorizada de embaixada significa invasão de território alheio, o que é proibido, nem que seja para buscar criminosos. O Equador está politicamente instável. Esta invasão absurda é sinal de um mal maior.

Luciano Harary

São Paulo

*

MEMÓRIA LAMENTÁVEL

Passada a data da triste efeméride dos 60 anos do golpe de 31 de março que instaurou a ditadura militar de lamentável memória, causa espécie saber pelo noticiário que há nada menos que 918 locais públicos no Brasil afora, entre municípios, ruas, praças, pontes e outros logradouros batizados com o nome de um dos cinco famigerados generais presidentes: Humberto Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. Como bem disse a professora de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Heloísa Starling, ”esse tipo de homenagem a presidentes da ditadura militar ajuda a manter um imaginário autoritário, em vez de democrático. Quando você dá nome de pessoas a uma rua você está dizendo que a pessoa fez um grande feito e precisa ser lembrada por isso. O feito desses generais foi a ditadura militar”. Diante do exposto, cabe pôr em execução um plano de ação que apague esses nomes e renomeie os logradouros públicos em nome do Estado Democrático de Direito, a tão duras penas reconquistado após a longa e sangrenta noite dos 21 anos de chumbo do regime de exceção (1964-1985). Democracia e liberdade de opinião e de imprensa sempre. Ditadura e mordaça, nunca mais.

J. S. Decol

São Paulo

*

OITO DE JANEIRO

A tentativa de golpe contra a nossa democracia no dia 8 de janeiro de 2023 vem sendo minimizada por parte dos bolsonaristas que almejavam ver o “mito” no poder por mais tempo, mesmo sendo derrotado nas urnas. Agora, que a coisa está apertando, alguns “bons mocinhos” estão abrindo suas bocas para tentar convencer os brasileiros, que não são trouxas, que tudo aquilo que aconteceu não foi uma tentativa de passar por cima da nossa Constituição, que garante que o candidato escolhido pelo voto popular assuma o poder. Chega a ser engraçado. Só falta eles dizerem que tudo aquilo que aconteceu foi porque reuniram uma multidão na Praça dos Três Poderes para uma entrega de marmitex, e tinha mais gente do que foi calculado. Faltou comida e houve uma revolta impossível de ser controlada. São capazes de tudo.

Jeovah Ferreira

Brasília

*

TRÁFEGO PREJUDICADO

Há alguns meses, os estagiários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tornaram contramão um pedaço da minha rua que era de duas mãos no passado. Algum irresponsável, para dizer o mínimo, arrancou a placa que indicava a mudança de mão, que ficava na esquina com a Rua Prof. Júlio de Oliveira. Conclusão, diversos carros, sabendo ou não da mudança, continuam circulando contra o fluxo expondo os transeuntes, carros e motos que circulam pela rua. Aliás, como sabido para condutores de motos, não existe regra de trânsito e, portanto, ter a placa ou não para eles não faz a menor diferença. Por favor, ajudem a evitar uma tragédia. Aproveitando, seria bom colocarem uma placa de “Pare” para quem desce a Rua Domingos da Rocha. Muitos “motoristas” não param na esquina com a Domingos Lopes e fazem desse cruzamento uma verdadeira roleta russa. Socorro!

Renato Amaral Camargo

São Paulo

*

POSICIONAMENTO DO VATICANO

Vaticano condena teoria de gênero, cirurgia de mudança de sexo e barriga de aluguel (Estado, A12, 9/4). Cada dia mais respeito e admiro o papa Francisco. Tem coragem de se posicionar sobre assuntos polêmicos.

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

Contas de luz

Déjà vu

A medida provisória para dar alívio na conta de luz dos consumidores, proposta pelo governo Lula, é um verdadeiro déjà vu da trapalhada feita no governo da presidente Dilma, com uma agravante: desta vez, como dizem os especialistas, basta saber fazer a conta que a rasteira é certa e vem lá na frente. O PT é mesmo um partido ímpar e está sempre provando aquele velho ditado: “Não aprende e não esquece nada”.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

Estatais

O mundo mudou

Um dia destes, num meu passeio, vi uma cena que me entristeceu: um garoto com sua banquinha de lustrador de sapatos andava pela rua sem perceber que ninguém mais usa sapatos, só tênis ou equivalente. Logo me ocorreu a ideia de que há pessoas que não perceberam que o mundo mudou. O presidente Lula nitidamente faz parte desse grupo. Trata a Vale como se fosse estatal, tentando impor uma pessoa ultrapassada para sua presidência. E a Petrobras, empresa cotada nas Bolsas de Nova York e de São Paulo, que tem acionistas que dependem da administração da empresa para viver, mas que Lula insiste em tratar como o quintal de casa? Lula também, diante da gravíssima falta de saneamento básico para 50 milhões de brasileiros que não têm esgoto, pensa que o poder público pode resolver isso, sem lembrar que o nível de investimento do governo nunca foi tão baixo por falta de dinheiro. Pior: ele ainda pretende se reeleger para mais um mandato, sem dar-se conta de que a fadiga dos materiais já se instalou e não recomenda a reeleição. Tomara que ele tenha amigos que o ajudem a abandonar a banquinha de lustrador de sapatos...

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

Redes sociais

A reputação do Brasil

Após ser incluído em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Elon Musk convidou o ministro Alexandre de Moraes para um debate. Trata-se de uma oportunidade de ouro que não deveria ser desperdiçada pelo nosso ministro. Moraes poderá demonstrar por A mais B que tudo o que está fazendo tem pleno amparo legal, que é exatamente o que a lei brasileira espera que ele faça, que obedece aos princípios de processo legal, que não está cometendo abuso algum, que a liberdade de expressão continua existindo por aqui e que o Brasil continua sendo uma democracia plena digna de respeito. A não ser, claro, na hipótese de Musk ter razão no que está afirmando. Nada como resolver as coisas no campo das ideias. Melhor para todos. Especialmente para a reputação do Brasil.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

*

Resposta dos Poderes

A respeito da polêmica criada pelas descabidas declarações do excêntrico bilionário direitista Elon Musk sobre a retirada de conteúdo do X e o bloqueio de perfis de bolsonaristas investigados por ataques às urnas eletrônicas determinado pelo STF, chamados por ele de “censura draconiana” do ministro Alexandre de Moraes, cabe reproduzir o que bem disseram a respeito o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. O primeiro declarou: “Precisamos ter disciplina legal sobre isso, sob pena de ter discricionariedade por parte das plataformas que não se sentem obrigadas a ter o mínimo ético no manejo das informações e desinformações na rede social”. E o segundo: “Decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado. Essa é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil”. O visionário empresário Musk pode enviar seus foguetes à Lua e a Marte, fabricar veículos elétricos e instalar chips de monitoramento cerebral sob a pele da população. O que não cabe a ele é pedir o impeachment de ministro do STF do Brasil, que não é, como se sabe, uma Republiqueta de bananas. Francamente!

J. S. Decol

São Paulo

*

Nova carga

A tibieza das instituições brasileiras em levar aos tribunais os autores intelectuais e materiais da tentativa de golpe que levou ao 8 de Janeiro já mostra os seus frutos. Eles voltaram a se agrupar e preparam nova carga contra a democracia, agora com reforço do apoio internacional. A pantomima do STF só entregou os bagrinhos da invasão das sedes dos Três Poderes. Veio a manifestação de São Paulo, agora vem a do Rio, depois vem Brasília, com uma passagem pela Praça dos Três Poderes, para ficar.

José Tadeu Gobbi

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CASSAÇÃO DE SERGIO MORO

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) formou maioria contra a cassação do senador Sergio Moro. Não dá nem para parabenizar porque ainda houve dois votos pela cassação. A condenação seria mais um absurdo judiciário neste país, uma vez que não há provas nem uma legislação confiável e auditável sobre gastos de campanha ou pré-campanha. Depois que o publicitário Duda Mendonça declarou e mostrou provas de que recebeu caixa 2, em dólar, no exterior, e Lula da Silva hoje é presidente da República, não se pode condenar ninguém. Não com a atual legislação. Cassar o senador seria uma agressão ao eleitor e uma Hipocrisia. Isso mesmo, com letra maiúscula.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

AÇÃO NO TRE-PR

Mais uma vez a república de Curitiba agiu protegendo seus membros . Agora foi o TRE-PR absolvendo Moro por 5 a 2. Antes tinha absolvido Deltan Dallagnol por unanimidade. O Tribunal Superior Eleitoral, assim como cassou Dallagnol cassará Moro, face aos crimes eleitorais cometidos.

Sylvio Belem

Recife

*

VACINAÇÃO

Até entendo a preocupação dos técnicos do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde em liberar a vacinação contra dengue, gripe e covid-19 por faixas de idade e por grupos mais necessitados, mas diante dos esforços que grupos de direita e negacionistas, assim como alguns grupos religiosos fizeram para desacreditar todas das vacinas existentes, o programa deveria acelerar as faixas etárias dos beneficiários, visando à imunização a um maior número de pessoas no menor prazo possível.

Jorge de Jesus Longato

São Paulo

*

JUSTIÇA LENTA

Essa polêmica suscitada pelo embate entre Elon Musk x Alexandre de Moraes levanta uma questão global: enquanto as big techs, notadamente as que operam nos subterrâneos da deep web ou dark web, funcionam numa velocidade digital com sua imensa capilaridade, a Justiça opera numa velocidade analógica, ou seja, quando ela for acionada o estrago já está feito e, por vezes, será irreparável. A extrema direita que domina esses espaços defende a tese de “liberdade de expressão” porque sabe que ainda não há “paridade de armas” para este contencioso. Moral da história: mais “vale” uma mentira que corra como um coelho do que uma Justiça que ande como uma tartaruga.

Bernardo Assis Filho

Salvador

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CAÍRAM NA REDE

Infelizmente o ego de nossos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ficarão registrados na história brasileira como o pior grupo de ministros de um Poder Judiciário, que sempre se caracterizou como discreto e sábio, foi infantil e ingênuo. Eles caíram na rede de um gênio sul-africano, que ficou milionário às custas de suas ideias e que terá seu nome guardado na história do mundo eternamente por sua genialidade. O mundo ficou sabendo que a imprensa livre brasileira de fato está sendo atacada pelo Poder Judiciário e a liberdade de expressão, prevista em nosso ordenamento constitucional parlamentarista, e não presidencialista, como se previa, é constantemente violada. Aos olhos do mundo, certo ou não, estamos diante da ditadura do Judiciário que, com críticas de todos os advogados, inclusive do tal grupo de prerrogativas, passaram a temer. E ministros sempre escorados em uma defesa da democracia que, acredito, não sabem do que se trata de fato, caíram na rede como patinhos! Dizia vovô: “Boca fechada não entra mosquito”.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

*

TEMPOS COMPLEXOS

O atual embate entre o ministro do STF Alexandre de Moraes e o multimilionário Elon Musk é uma impressionante realidade desses tempos complexos que vivemos atualmente. As ameaças do dono do X em não cumprir decisões judiciais brasileiras causaram naturalmente corretas reações de nossa mais Alta Corte e, com isso, teremos condições de punir qualquer empresa que descumprir uma ordem judicial brasileira. Assim poderemos regulamentar as redes sociais que aqui atuam.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

MULTIDÃO DE EXCLUÍDOS

Eliane Cantanhêde (A7, 9/4), compartilhando conosco sua perplexidade em Musk ameaça STF, Bolsonaro prega ‘democracia’, Equador invade embaixada; que mundo é esse?, estimulou-me a refletir. As redes sociais abriram espaço para bilhões que eram “sem-palavras”. Obter respostas, mesmo que xingamentos, pode ter sido a primeira tomada de consciência dessa multidão de excluídos. “Senhores” só o são enquanto os “escravos” assim os designarem. Na sociedade secular, as regras, as cláusulas pétreas, as fronteiras, a ética, a moral, etc., são inevitavelmente datadas. A atualidade nos escancara que a única certeza é que somos “animais” racionais. Para provar isso, aí estão Elon Musk, Alexandre de Moraes e os outros citados por Eliane, com sua instintividade e racionalidade funcionando a todo vapor.

Sandra Maria Gonçalves

São Paulo

*

DUALIDADE

Não sei o que pode ser pior. O autoritarismo explícito da ditadura ou o autoritarismo disfarçado de democracia.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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AÇÕES NA PETROBRAS

Muito tem se falado a respeito de dividendos e lucro da Petrobras. Em primeiro lugar, vamos lembrar que a Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que tem que respeitar a legislação, mesmo o controlador sendo o governo federal. Uma empresa tem que dar lucro, senão ela quebra e tem que remunerar os acionistas que confiaram nela. Muito acionistas da Petrobras são pessoas aposentadas que aplicaram suas poupanças para terem um complemento de aposentadoria, como é em qualquer parte do mundo. Durante muitos anos, os acionistas sofreram porque a Petrobras não ganhava dinheiro, pois é um negócio de grande risco e de longo prazo. Hoje a Petrobras, a partir do governo de Michel Temer, se tornou uma empresa bem administrada que remunera os investidores. Há quem fale que não deve distribuir dividendo para continuar reinvestindo, entretanto, se a empresa não remunera investidores não encontrará recursos para investimentos. Além disso, existem diversas maneiras de fazer investimentos, tais como financiamentos de longo prazo e novas emissões. Se a Petrobras remunerar bem os seus investidores, todos acabam ganhando: acionistas privados e até o governo com grandes dividendos. E não vamos esquecer que a Petrobras é sociedade anônima de capital aberto, portanto, tem que respeitar todos os acionistas, não importa quem seja o controlador.

Marco Antonio Martignon

São Paulo

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CONTA CORRUPÇÃO

O Brasil está empenhado em alcançar o equilíbrio orçamentário e as metas fiscais ao mesmo tempo que precisa atender demandas sociais cada vez maiores. De nada adianta promover aumento de impostos ou cortar gastos se o País continuar sendo incapaz de sequer reconhecer a existência da conta corrupção. O Brasil assiste ao desaparecimento de centenas de bilhões de reais através dos mais variados esquemas de corrupção, todos velhos conhecidos: superfaturamento de obras, emendas parlamentares que não saem do papel, rachadinhas, etc. O governo ignora o rombo causado pela corrupção generalizada e segue tentando tapar os buracos sem jamais incomodar os parlamentares, prefeitos e governadores que estão empenhados em roubar dinheiro público. O Brasil precisa de um marco regulatório do combate à corrupção, precisa reconhecer que o problema existe, desequilibra as contas públicas e precisa ser combatido com vigor. Tirar o País da lista de países mais corruptos do planeta deveria ser um dos principais objetivos do governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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DERRADEIRO TEMPO

Sou um octogenário, leitor do Estadão há décadas. Acho que estamos passando por uma transição mundial cheia de pessimismo, pois não encontro mais estadistas nos principais governos do mundo. Ou são autoritários ou são populistas. Será que além de mim o planeta também está no derradeiro tempo de sua história atual?

Luiz Frid

São Paulo

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ERROS DE AVALIAÇÃO

Difícil acreditar que, em momentos distintos, cometi dois erros de avaliação: o primeiro foi em 2018, quando, para evitar o PT na Presidência, votei em Jair Bolsonaro. O segundo foi em 2022: para não repetir o primeiro, cometi o segundo votando no Lula. Na próxima eleição, votarei no King Kong. Pelo menos ele não fala besteiras.

Clodomir de Jesus Redondo

São Paulo

*

VIOLÊNCIA NO EQUADOR

Durante a campanha para as eleições presidenciais do Equador, no ano passado, um dos candidatos foi brutalmente assassinato pelo narcotráfico. Na sexta-feira passada, 5/4, a polícia local de Quito invadiu, a mando do governo, a Embaixada do México para prender um ex-vice-presidente equatoriano acusado de corrupção e que havia pedido asilo ao governo mexicano. Dois atos francamente terroristas cuja única diferença é: enquanto o primeiro adveio do crime organizado, o segundo é o que se denomina “terrorismo de Estado”, característico de governos autoritários pouco afeitos ao Direito Internacional e aos princípios democráticos mais básicos. Pois invasão desautorizada de embaixada significa invasão de território alheio, o que é proibido, nem que seja para buscar criminosos. O Equador está politicamente instável. Esta invasão absurda é sinal de um mal maior.

Luciano Harary

São Paulo

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MEMÓRIA LAMENTÁVEL

Passada a data da triste efeméride dos 60 anos do golpe de 31 de março que instaurou a ditadura militar de lamentável memória, causa espécie saber pelo noticiário que há nada menos que 918 locais públicos no Brasil afora, entre municípios, ruas, praças, pontes e outros logradouros batizados com o nome de um dos cinco famigerados generais presidentes: Humberto Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. Como bem disse a professora de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Heloísa Starling, ”esse tipo de homenagem a presidentes da ditadura militar ajuda a manter um imaginário autoritário, em vez de democrático. Quando você dá nome de pessoas a uma rua você está dizendo que a pessoa fez um grande feito e precisa ser lembrada por isso. O feito desses generais foi a ditadura militar”. Diante do exposto, cabe pôr em execução um plano de ação que apague esses nomes e renomeie os logradouros públicos em nome do Estado Democrático de Direito, a tão duras penas reconquistado após a longa e sangrenta noite dos 21 anos de chumbo do regime de exceção (1964-1985). Democracia e liberdade de opinião e de imprensa sempre. Ditadura e mordaça, nunca mais.

J. S. Decol

São Paulo

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OITO DE JANEIRO

A tentativa de golpe contra a nossa democracia no dia 8 de janeiro de 2023 vem sendo minimizada por parte dos bolsonaristas que almejavam ver o “mito” no poder por mais tempo, mesmo sendo derrotado nas urnas. Agora, que a coisa está apertando, alguns “bons mocinhos” estão abrindo suas bocas para tentar convencer os brasileiros, que não são trouxas, que tudo aquilo que aconteceu não foi uma tentativa de passar por cima da nossa Constituição, que garante que o candidato escolhido pelo voto popular assuma o poder. Chega a ser engraçado. Só falta eles dizerem que tudo aquilo que aconteceu foi porque reuniram uma multidão na Praça dos Três Poderes para uma entrega de marmitex, e tinha mais gente do que foi calculado. Faltou comida e houve uma revolta impossível de ser controlada. São capazes de tudo.

Jeovah Ferreira

Brasília

*

TRÁFEGO PREJUDICADO

Há alguns meses, os estagiários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tornaram contramão um pedaço da minha rua que era de duas mãos no passado. Algum irresponsável, para dizer o mínimo, arrancou a placa que indicava a mudança de mão, que ficava na esquina com a Rua Prof. Júlio de Oliveira. Conclusão, diversos carros, sabendo ou não da mudança, continuam circulando contra o fluxo expondo os transeuntes, carros e motos que circulam pela rua. Aliás, como sabido para condutores de motos, não existe regra de trânsito e, portanto, ter a placa ou não para eles não faz a menor diferença. Por favor, ajudem a evitar uma tragédia. Aproveitando, seria bom colocarem uma placa de “Pare” para quem desce a Rua Domingos da Rocha. Muitos “motoristas” não param na esquina com a Domingos Lopes e fazem desse cruzamento uma verdadeira roleta russa. Socorro!

Renato Amaral Camargo

São Paulo

*

POSICIONAMENTO DO VATICANO

Vaticano condena teoria de gênero, cirurgia de mudança de sexo e barriga de aluguel (Estado, A12, 9/4). Cada dia mais respeito e admiro o papa Francisco. Tem coragem de se posicionar sobre assuntos polêmicos.

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

Contas de luz

Déjà vu

A medida provisória para dar alívio na conta de luz dos consumidores, proposta pelo governo Lula, é um verdadeiro déjà vu da trapalhada feita no governo da presidente Dilma, com uma agravante: desta vez, como dizem os especialistas, basta saber fazer a conta que a rasteira é certa e vem lá na frente. O PT é mesmo um partido ímpar e está sempre provando aquele velho ditado: “Não aprende e não esquece nada”.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

Estatais

O mundo mudou

Um dia destes, num meu passeio, vi uma cena que me entristeceu: um garoto com sua banquinha de lustrador de sapatos andava pela rua sem perceber que ninguém mais usa sapatos, só tênis ou equivalente. Logo me ocorreu a ideia de que há pessoas que não perceberam que o mundo mudou. O presidente Lula nitidamente faz parte desse grupo. Trata a Vale como se fosse estatal, tentando impor uma pessoa ultrapassada para sua presidência. E a Petrobras, empresa cotada nas Bolsas de Nova York e de São Paulo, que tem acionistas que dependem da administração da empresa para viver, mas que Lula insiste em tratar como o quintal de casa? Lula também, diante da gravíssima falta de saneamento básico para 50 milhões de brasileiros que não têm esgoto, pensa que o poder público pode resolver isso, sem lembrar que o nível de investimento do governo nunca foi tão baixo por falta de dinheiro. Pior: ele ainda pretende se reeleger para mais um mandato, sem dar-se conta de que a fadiga dos materiais já se instalou e não recomenda a reeleição. Tomara que ele tenha amigos que o ajudem a abandonar a banquinha de lustrador de sapatos...

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

Redes sociais

A reputação do Brasil

Após ser incluído em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Elon Musk convidou o ministro Alexandre de Moraes para um debate. Trata-se de uma oportunidade de ouro que não deveria ser desperdiçada pelo nosso ministro. Moraes poderá demonstrar por A mais B que tudo o que está fazendo tem pleno amparo legal, que é exatamente o que a lei brasileira espera que ele faça, que obedece aos princípios de processo legal, que não está cometendo abuso algum, que a liberdade de expressão continua existindo por aqui e que o Brasil continua sendo uma democracia plena digna de respeito. A não ser, claro, na hipótese de Musk ter razão no que está afirmando. Nada como resolver as coisas no campo das ideias. Melhor para todos. Especialmente para a reputação do Brasil.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

*

Resposta dos Poderes

A respeito da polêmica criada pelas descabidas declarações do excêntrico bilionário direitista Elon Musk sobre a retirada de conteúdo do X e o bloqueio de perfis de bolsonaristas investigados por ataques às urnas eletrônicas determinado pelo STF, chamados por ele de “censura draconiana” do ministro Alexandre de Moraes, cabe reproduzir o que bem disseram a respeito o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. O primeiro declarou: “Precisamos ter disciplina legal sobre isso, sob pena de ter discricionariedade por parte das plataformas que não se sentem obrigadas a ter o mínimo ético no manejo das informações e desinformações na rede social”. E o segundo: “Decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado. Essa é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil”. O visionário empresário Musk pode enviar seus foguetes à Lua e a Marte, fabricar veículos elétricos e instalar chips de monitoramento cerebral sob a pele da população. O que não cabe a ele é pedir o impeachment de ministro do STF do Brasil, que não é, como se sabe, uma Republiqueta de bananas. Francamente!

J. S. Decol

São Paulo

*

Nova carga

A tibieza das instituições brasileiras em levar aos tribunais os autores intelectuais e materiais da tentativa de golpe que levou ao 8 de Janeiro já mostra os seus frutos. Eles voltaram a se agrupar e preparam nova carga contra a democracia, agora com reforço do apoio internacional. A pantomima do STF só entregou os bagrinhos da invasão das sedes dos Três Poderes. Veio a manifestação de São Paulo, agora vem a do Rio, depois vem Brasília, com uma passagem pela Praça dos Três Poderes, para ficar.

José Tadeu Gobbi

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CASSAÇÃO DE SERGIO MORO

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) formou maioria contra a cassação do senador Sergio Moro. Não dá nem para parabenizar porque ainda houve dois votos pela cassação. A condenação seria mais um absurdo judiciário neste país, uma vez que não há provas nem uma legislação confiável e auditável sobre gastos de campanha ou pré-campanha. Depois que o publicitário Duda Mendonça declarou e mostrou provas de que recebeu caixa 2, em dólar, no exterior, e Lula da Silva hoje é presidente da República, não se pode condenar ninguém. Não com a atual legislação. Cassar o senador seria uma agressão ao eleitor e uma Hipocrisia. Isso mesmo, com letra maiúscula.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

AÇÃO NO TRE-PR

Mais uma vez a república de Curitiba agiu protegendo seus membros . Agora foi o TRE-PR absolvendo Moro por 5 a 2. Antes tinha absolvido Deltan Dallagnol por unanimidade. O Tribunal Superior Eleitoral, assim como cassou Dallagnol cassará Moro, face aos crimes eleitorais cometidos.

Sylvio Belem

Recife

*

VACINAÇÃO

Até entendo a preocupação dos técnicos do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde em liberar a vacinação contra dengue, gripe e covid-19 por faixas de idade e por grupos mais necessitados, mas diante dos esforços que grupos de direita e negacionistas, assim como alguns grupos religiosos fizeram para desacreditar todas das vacinas existentes, o programa deveria acelerar as faixas etárias dos beneficiários, visando à imunização a um maior número de pessoas no menor prazo possível.

Jorge de Jesus Longato

São Paulo

*

JUSTIÇA LENTA

Essa polêmica suscitada pelo embate entre Elon Musk x Alexandre de Moraes levanta uma questão global: enquanto as big techs, notadamente as que operam nos subterrâneos da deep web ou dark web, funcionam numa velocidade digital com sua imensa capilaridade, a Justiça opera numa velocidade analógica, ou seja, quando ela for acionada o estrago já está feito e, por vezes, será irreparável. A extrema direita que domina esses espaços defende a tese de “liberdade de expressão” porque sabe que ainda não há “paridade de armas” para este contencioso. Moral da história: mais “vale” uma mentira que corra como um coelho do que uma Justiça que ande como uma tartaruga.

Bernardo Assis Filho

Salvador

*

CAÍRAM NA REDE

Infelizmente o ego de nossos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ficarão registrados na história brasileira como o pior grupo de ministros de um Poder Judiciário, que sempre se caracterizou como discreto e sábio, foi infantil e ingênuo. Eles caíram na rede de um gênio sul-africano, que ficou milionário às custas de suas ideias e que terá seu nome guardado na história do mundo eternamente por sua genialidade. O mundo ficou sabendo que a imprensa livre brasileira de fato está sendo atacada pelo Poder Judiciário e a liberdade de expressão, prevista em nosso ordenamento constitucional parlamentarista, e não presidencialista, como se previa, é constantemente violada. Aos olhos do mundo, certo ou não, estamos diante da ditadura do Judiciário que, com críticas de todos os advogados, inclusive do tal grupo de prerrogativas, passaram a temer. E ministros sempre escorados em uma defesa da democracia que, acredito, não sabem do que se trata de fato, caíram na rede como patinhos! Dizia vovô: “Boca fechada não entra mosquito”.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

*

TEMPOS COMPLEXOS

O atual embate entre o ministro do STF Alexandre de Moraes e o multimilionário Elon Musk é uma impressionante realidade desses tempos complexos que vivemos atualmente. As ameaças do dono do X em não cumprir decisões judiciais brasileiras causaram naturalmente corretas reações de nossa mais Alta Corte e, com isso, teremos condições de punir qualquer empresa que descumprir uma ordem judicial brasileira. Assim poderemos regulamentar as redes sociais que aqui atuam.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

MULTIDÃO DE EXCLUÍDOS

Eliane Cantanhêde (A7, 9/4), compartilhando conosco sua perplexidade em Musk ameaça STF, Bolsonaro prega ‘democracia’, Equador invade embaixada; que mundo é esse?, estimulou-me a refletir. As redes sociais abriram espaço para bilhões que eram “sem-palavras”. Obter respostas, mesmo que xingamentos, pode ter sido a primeira tomada de consciência dessa multidão de excluídos. “Senhores” só o são enquanto os “escravos” assim os designarem. Na sociedade secular, as regras, as cláusulas pétreas, as fronteiras, a ética, a moral, etc., são inevitavelmente datadas. A atualidade nos escancara que a única certeza é que somos “animais” racionais. Para provar isso, aí estão Elon Musk, Alexandre de Moraes e os outros citados por Eliane, com sua instintividade e racionalidade funcionando a todo vapor.

Sandra Maria Gonçalves

São Paulo

*

DUALIDADE

Não sei o que pode ser pior. O autoritarismo explícito da ditadura ou o autoritarismo disfarçado de democracia.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

AÇÕES NA PETROBRAS

Muito tem se falado a respeito de dividendos e lucro da Petrobras. Em primeiro lugar, vamos lembrar que a Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que tem que respeitar a legislação, mesmo o controlador sendo o governo federal. Uma empresa tem que dar lucro, senão ela quebra e tem que remunerar os acionistas que confiaram nela. Muito acionistas da Petrobras são pessoas aposentadas que aplicaram suas poupanças para terem um complemento de aposentadoria, como é em qualquer parte do mundo. Durante muitos anos, os acionistas sofreram porque a Petrobras não ganhava dinheiro, pois é um negócio de grande risco e de longo prazo. Hoje a Petrobras, a partir do governo de Michel Temer, se tornou uma empresa bem administrada que remunera os investidores. Há quem fale que não deve distribuir dividendo para continuar reinvestindo, entretanto, se a empresa não remunera investidores não encontrará recursos para investimentos. Além disso, existem diversas maneiras de fazer investimentos, tais como financiamentos de longo prazo e novas emissões. Se a Petrobras remunerar bem os seus investidores, todos acabam ganhando: acionistas privados e até o governo com grandes dividendos. E não vamos esquecer que a Petrobras é sociedade anônima de capital aberto, portanto, tem que respeitar todos os acionistas, não importa quem seja o controlador.

Marco Antonio Martignon

São Paulo

*

CONTA CORRUPÇÃO

O Brasil está empenhado em alcançar o equilíbrio orçamentário e as metas fiscais ao mesmo tempo que precisa atender demandas sociais cada vez maiores. De nada adianta promover aumento de impostos ou cortar gastos se o País continuar sendo incapaz de sequer reconhecer a existência da conta corrupção. O Brasil assiste ao desaparecimento de centenas de bilhões de reais através dos mais variados esquemas de corrupção, todos velhos conhecidos: superfaturamento de obras, emendas parlamentares que não saem do papel, rachadinhas, etc. O governo ignora o rombo causado pela corrupção generalizada e segue tentando tapar os buracos sem jamais incomodar os parlamentares, prefeitos e governadores que estão empenhados em roubar dinheiro público. O Brasil precisa de um marco regulatório do combate à corrupção, precisa reconhecer que o problema existe, desequilibra as contas públicas e precisa ser combatido com vigor. Tirar o País da lista de países mais corruptos do planeta deveria ser um dos principais objetivos do governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

DERRADEIRO TEMPO

Sou um octogenário, leitor do Estadão há décadas. Acho que estamos passando por uma transição mundial cheia de pessimismo, pois não encontro mais estadistas nos principais governos do mundo. Ou são autoritários ou são populistas. Será que além de mim o planeta também está no derradeiro tempo de sua história atual?

Luiz Frid

São Paulo

*

ERROS DE AVALIAÇÃO

Difícil acreditar que, em momentos distintos, cometi dois erros de avaliação: o primeiro foi em 2018, quando, para evitar o PT na Presidência, votei em Jair Bolsonaro. O segundo foi em 2022: para não repetir o primeiro, cometi o segundo votando no Lula. Na próxima eleição, votarei no King Kong. Pelo menos ele não fala besteiras.

Clodomir de Jesus Redondo

São Paulo

*

VIOLÊNCIA NO EQUADOR

Durante a campanha para as eleições presidenciais do Equador, no ano passado, um dos candidatos foi brutalmente assassinato pelo narcotráfico. Na sexta-feira passada, 5/4, a polícia local de Quito invadiu, a mando do governo, a Embaixada do México para prender um ex-vice-presidente equatoriano acusado de corrupção e que havia pedido asilo ao governo mexicano. Dois atos francamente terroristas cuja única diferença é: enquanto o primeiro adveio do crime organizado, o segundo é o que se denomina “terrorismo de Estado”, característico de governos autoritários pouco afeitos ao Direito Internacional e aos princípios democráticos mais básicos. Pois invasão desautorizada de embaixada significa invasão de território alheio, o que é proibido, nem que seja para buscar criminosos. O Equador está politicamente instável. Esta invasão absurda é sinal de um mal maior.

Luciano Harary

São Paulo

*

MEMÓRIA LAMENTÁVEL

Passada a data da triste efeméride dos 60 anos do golpe de 31 de março que instaurou a ditadura militar de lamentável memória, causa espécie saber pelo noticiário que há nada menos que 918 locais públicos no Brasil afora, entre municípios, ruas, praças, pontes e outros logradouros batizados com o nome de um dos cinco famigerados generais presidentes: Humberto Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. Como bem disse a professora de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Heloísa Starling, ”esse tipo de homenagem a presidentes da ditadura militar ajuda a manter um imaginário autoritário, em vez de democrático. Quando você dá nome de pessoas a uma rua você está dizendo que a pessoa fez um grande feito e precisa ser lembrada por isso. O feito desses generais foi a ditadura militar”. Diante do exposto, cabe pôr em execução um plano de ação que apague esses nomes e renomeie os logradouros públicos em nome do Estado Democrático de Direito, a tão duras penas reconquistado após a longa e sangrenta noite dos 21 anos de chumbo do regime de exceção (1964-1985). Democracia e liberdade de opinião e de imprensa sempre. Ditadura e mordaça, nunca mais.

J. S. Decol

São Paulo

*

OITO DE JANEIRO

A tentativa de golpe contra a nossa democracia no dia 8 de janeiro de 2023 vem sendo minimizada por parte dos bolsonaristas que almejavam ver o “mito” no poder por mais tempo, mesmo sendo derrotado nas urnas. Agora, que a coisa está apertando, alguns “bons mocinhos” estão abrindo suas bocas para tentar convencer os brasileiros, que não são trouxas, que tudo aquilo que aconteceu não foi uma tentativa de passar por cima da nossa Constituição, que garante que o candidato escolhido pelo voto popular assuma o poder. Chega a ser engraçado. Só falta eles dizerem que tudo aquilo que aconteceu foi porque reuniram uma multidão na Praça dos Três Poderes para uma entrega de marmitex, e tinha mais gente do que foi calculado. Faltou comida e houve uma revolta impossível de ser controlada. São capazes de tudo.

Jeovah Ferreira

Brasília

*

TRÁFEGO PREJUDICADO

Há alguns meses, os estagiários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tornaram contramão um pedaço da minha rua que era de duas mãos no passado. Algum irresponsável, para dizer o mínimo, arrancou a placa que indicava a mudança de mão, que ficava na esquina com a Rua Prof. Júlio de Oliveira. Conclusão, diversos carros, sabendo ou não da mudança, continuam circulando contra o fluxo expondo os transeuntes, carros e motos que circulam pela rua. Aliás, como sabido para condutores de motos, não existe regra de trânsito e, portanto, ter a placa ou não para eles não faz a menor diferença. Por favor, ajudem a evitar uma tragédia. Aproveitando, seria bom colocarem uma placa de “Pare” para quem desce a Rua Domingos da Rocha. Muitos “motoristas” não param na esquina com a Domingos Lopes e fazem desse cruzamento uma verdadeira roleta russa. Socorro!

Renato Amaral Camargo

São Paulo

*

POSICIONAMENTO DO VATICANO

Vaticano condena teoria de gênero, cirurgia de mudança de sexo e barriga de aluguel (Estado, A12, 9/4). Cada dia mais respeito e admiro o papa Francisco. Tem coragem de se posicionar sobre assuntos polêmicos.

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

Contas de luz

Déjà vu

A medida provisória para dar alívio na conta de luz dos consumidores, proposta pelo governo Lula, é um verdadeiro déjà vu da trapalhada feita no governo da presidente Dilma, com uma agravante: desta vez, como dizem os especialistas, basta saber fazer a conta que a rasteira é certa e vem lá na frente. O PT é mesmo um partido ímpar e está sempre provando aquele velho ditado: “Não aprende e não esquece nada”.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

Estatais

O mundo mudou

Um dia destes, num meu passeio, vi uma cena que me entristeceu: um garoto com sua banquinha de lustrador de sapatos andava pela rua sem perceber que ninguém mais usa sapatos, só tênis ou equivalente. Logo me ocorreu a ideia de que há pessoas que não perceberam que o mundo mudou. O presidente Lula nitidamente faz parte desse grupo. Trata a Vale como se fosse estatal, tentando impor uma pessoa ultrapassada para sua presidência. E a Petrobras, empresa cotada nas Bolsas de Nova York e de São Paulo, que tem acionistas que dependem da administração da empresa para viver, mas que Lula insiste em tratar como o quintal de casa? Lula também, diante da gravíssima falta de saneamento básico para 50 milhões de brasileiros que não têm esgoto, pensa que o poder público pode resolver isso, sem lembrar que o nível de investimento do governo nunca foi tão baixo por falta de dinheiro. Pior: ele ainda pretende se reeleger para mais um mandato, sem dar-se conta de que a fadiga dos materiais já se instalou e não recomenda a reeleição. Tomara que ele tenha amigos que o ajudem a abandonar a banquinha de lustrador de sapatos...

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

Redes sociais

A reputação do Brasil

Após ser incluído em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), Elon Musk convidou o ministro Alexandre de Moraes para um debate. Trata-se de uma oportunidade de ouro que não deveria ser desperdiçada pelo nosso ministro. Moraes poderá demonstrar por A mais B que tudo o que está fazendo tem pleno amparo legal, que é exatamente o que a lei brasileira espera que ele faça, que obedece aos princípios de processo legal, que não está cometendo abuso algum, que a liberdade de expressão continua existindo por aqui e que o Brasil continua sendo uma democracia plena digna de respeito. A não ser, claro, na hipótese de Musk ter razão no que está afirmando. Nada como resolver as coisas no campo das ideias. Melhor para todos. Especialmente para a reputação do Brasil.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

*

Resposta dos Poderes

A respeito da polêmica criada pelas descabidas declarações do excêntrico bilionário direitista Elon Musk sobre a retirada de conteúdo do X e o bloqueio de perfis de bolsonaristas investigados por ataques às urnas eletrônicas determinado pelo STF, chamados por ele de “censura draconiana” do ministro Alexandre de Moraes, cabe reproduzir o que bem disseram a respeito o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. O primeiro declarou: “Precisamos ter disciplina legal sobre isso, sob pena de ter discricionariedade por parte das plataformas que não se sentem obrigadas a ter o mínimo ético no manejo das informações e desinformações na rede social”. E o segundo: “Decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado. Essa é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil”. O visionário empresário Musk pode enviar seus foguetes à Lua e a Marte, fabricar veículos elétricos e instalar chips de monitoramento cerebral sob a pele da população. O que não cabe a ele é pedir o impeachment de ministro do STF do Brasil, que não é, como se sabe, uma Republiqueta de bananas. Francamente!

J. S. Decol

São Paulo

*

Nova carga

A tibieza das instituições brasileiras em levar aos tribunais os autores intelectuais e materiais da tentativa de golpe que levou ao 8 de Janeiro já mostra os seus frutos. Eles voltaram a se agrupar e preparam nova carga contra a democracia, agora com reforço do apoio internacional. A pantomima do STF só entregou os bagrinhos da invasão das sedes dos Três Poderes. Veio a manifestação de São Paulo, agora vem a do Rio, depois vem Brasília, com uma passagem pela Praça dos Três Poderes, para ficar.

José Tadeu Gobbi

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

CASSAÇÃO DE SERGIO MORO

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) formou maioria contra a cassação do senador Sergio Moro. Não dá nem para parabenizar porque ainda houve dois votos pela cassação. A condenação seria mais um absurdo judiciário neste país, uma vez que não há provas nem uma legislação confiável e auditável sobre gastos de campanha ou pré-campanha. Depois que o publicitário Duda Mendonça declarou e mostrou provas de que recebeu caixa 2, em dólar, no exterior, e Lula da Silva hoje é presidente da República, não se pode condenar ninguém. Não com a atual legislação. Cassar o senador seria uma agressão ao eleitor e uma Hipocrisia. Isso mesmo, com letra maiúscula.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

AÇÃO NO TRE-PR

Mais uma vez a república de Curitiba agiu protegendo seus membros . Agora foi o TRE-PR absolvendo Moro por 5 a 2. Antes tinha absolvido Deltan Dallagnol por unanimidade. O Tribunal Superior Eleitoral, assim como cassou Dallagnol cassará Moro, face aos crimes eleitorais cometidos.

Sylvio Belem

Recife

*

VACINAÇÃO

Até entendo a preocupação dos técnicos do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde em liberar a vacinação contra dengue, gripe e covid-19 por faixas de idade e por grupos mais necessitados, mas diante dos esforços que grupos de direita e negacionistas, assim como alguns grupos religiosos fizeram para desacreditar todas das vacinas existentes, o programa deveria acelerar as faixas etárias dos beneficiários, visando à imunização a um maior número de pessoas no menor prazo possível.

Jorge de Jesus Longato

São Paulo

*

JUSTIÇA LENTA

Essa polêmica suscitada pelo embate entre Elon Musk x Alexandre de Moraes levanta uma questão global: enquanto as big techs, notadamente as que operam nos subterrâneos da deep web ou dark web, funcionam numa velocidade digital com sua imensa capilaridade, a Justiça opera numa velocidade analógica, ou seja, quando ela for acionada o estrago já está feito e, por vezes, será irreparável. A extrema direita que domina esses espaços defende a tese de “liberdade de expressão” porque sabe que ainda não há “paridade de armas” para este contencioso. Moral da história: mais “vale” uma mentira que corra como um coelho do que uma Justiça que ande como uma tartaruga.

Bernardo Assis Filho

Salvador

*

CAÍRAM NA REDE

Infelizmente o ego de nossos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que ficarão registrados na história brasileira como o pior grupo de ministros de um Poder Judiciário, que sempre se caracterizou como discreto e sábio, foi infantil e ingênuo. Eles caíram na rede de um gênio sul-africano, que ficou milionário às custas de suas ideias e que terá seu nome guardado na história do mundo eternamente por sua genialidade. O mundo ficou sabendo que a imprensa livre brasileira de fato está sendo atacada pelo Poder Judiciário e a liberdade de expressão, prevista em nosso ordenamento constitucional parlamentarista, e não presidencialista, como se previa, é constantemente violada. Aos olhos do mundo, certo ou não, estamos diante da ditadura do Judiciário que, com críticas de todos os advogados, inclusive do tal grupo de prerrogativas, passaram a temer. E ministros sempre escorados em uma defesa da democracia que, acredito, não sabem do que se trata de fato, caíram na rede como patinhos! Dizia vovô: “Boca fechada não entra mosquito”.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

*

TEMPOS COMPLEXOS

O atual embate entre o ministro do STF Alexandre de Moraes e o multimilionário Elon Musk é uma impressionante realidade desses tempos complexos que vivemos atualmente. As ameaças do dono do X em não cumprir decisões judiciais brasileiras causaram naturalmente corretas reações de nossa mais Alta Corte e, com isso, teremos condições de punir qualquer empresa que descumprir uma ordem judicial brasileira. Assim poderemos regulamentar as redes sociais que aqui atuam.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

MULTIDÃO DE EXCLUÍDOS

Eliane Cantanhêde (A7, 9/4), compartilhando conosco sua perplexidade em Musk ameaça STF, Bolsonaro prega ‘democracia’, Equador invade embaixada; que mundo é esse?, estimulou-me a refletir. As redes sociais abriram espaço para bilhões que eram “sem-palavras”. Obter respostas, mesmo que xingamentos, pode ter sido a primeira tomada de consciência dessa multidão de excluídos. “Senhores” só o são enquanto os “escravos” assim os designarem. Na sociedade secular, as regras, as cláusulas pétreas, as fronteiras, a ética, a moral, etc., são inevitavelmente datadas. A atualidade nos escancara que a única certeza é que somos “animais” racionais. Para provar isso, aí estão Elon Musk, Alexandre de Moraes e os outros citados por Eliane, com sua instintividade e racionalidade funcionando a todo vapor.

Sandra Maria Gonçalves

São Paulo

*

DUALIDADE

Não sei o que pode ser pior. O autoritarismo explícito da ditadura ou o autoritarismo disfarçado de democracia.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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AÇÕES NA PETROBRAS

Muito tem se falado a respeito de dividendos e lucro da Petrobras. Em primeiro lugar, vamos lembrar que a Petrobras é uma sociedade anônima de capital aberto que tem que respeitar a legislação, mesmo o controlador sendo o governo federal. Uma empresa tem que dar lucro, senão ela quebra e tem que remunerar os acionistas que confiaram nela. Muito acionistas da Petrobras são pessoas aposentadas que aplicaram suas poupanças para terem um complemento de aposentadoria, como é em qualquer parte do mundo. Durante muitos anos, os acionistas sofreram porque a Petrobras não ganhava dinheiro, pois é um negócio de grande risco e de longo prazo. Hoje a Petrobras, a partir do governo de Michel Temer, se tornou uma empresa bem administrada que remunera os investidores. Há quem fale que não deve distribuir dividendo para continuar reinvestindo, entretanto, se a empresa não remunera investidores não encontrará recursos para investimentos. Além disso, existem diversas maneiras de fazer investimentos, tais como financiamentos de longo prazo e novas emissões. Se a Petrobras remunerar bem os seus investidores, todos acabam ganhando: acionistas privados e até o governo com grandes dividendos. E não vamos esquecer que a Petrobras é sociedade anônima de capital aberto, portanto, tem que respeitar todos os acionistas, não importa quem seja o controlador.

Marco Antonio Martignon

São Paulo

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CONTA CORRUPÇÃO

O Brasil está empenhado em alcançar o equilíbrio orçamentário e as metas fiscais ao mesmo tempo que precisa atender demandas sociais cada vez maiores. De nada adianta promover aumento de impostos ou cortar gastos se o País continuar sendo incapaz de sequer reconhecer a existência da conta corrupção. O Brasil assiste ao desaparecimento de centenas de bilhões de reais através dos mais variados esquemas de corrupção, todos velhos conhecidos: superfaturamento de obras, emendas parlamentares que não saem do papel, rachadinhas, etc. O governo ignora o rombo causado pela corrupção generalizada e segue tentando tapar os buracos sem jamais incomodar os parlamentares, prefeitos e governadores que estão empenhados em roubar dinheiro público. O Brasil precisa de um marco regulatório do combate à corrupção, precisa reconhecer que o problema existe, desequilibra as contas públicas e precisa ser combatido com vigor. Tirar o País da lista de países mais corruptos do planeta deveria ser um dos principais objetivos do governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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DERRADEIRO TEMPO

Sou um octogenário, leitor do Estadão há décadas. Acho que estamos passando por uma transição mundial cheia de pessimismo, pois não encontro mais estadistas nos principais governos do mundo. Ou são autoritários ou são populistas. Será que além de mim o planeta também está no derradeiro tempo de sua história atual?

Luiz Frid

São Paulo

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ERROS DE AVALIAÇÃO

Difícil acreditar que, em momentos distintos, cometi dois erros de avaliação: o primeiro foi em 2018, quando, para evitar o PT na Presidência, votei em Jair Bolsonaro. O segundo foi em 2022: para não repetir o primeiro, cometi o segundo votando no Lula. Na próxima eleição, votarei no King Kong. Pelo menos ele não fala besteiras.

Clodomir de Jesus Redondo

São Paulo

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VIOLÊNCIA NO EQUADOR

Durante a campanha para as eleições presidenciais do Equador, no ano passado, um dos candidatos foi brutalmente assassinato pelo narcotráfico. Na sexta-feira passada, 5/4, a polícia local de Quito invadiu, a mando do governo, a Embaixada do México para prender um ex-vice-presidente equatoriano acusado de corrupção e que havia pedido asilo ao governo mexicano. Dois atos francamente terroristas cuja única diferença é: enquanto o primeiro adveio do crime organizado, o segundo é o que se denomina “terrorismo de Estado”, característico de governos autoritários pouco afeitos ao Direito Internacional e aos princípios democráticos mais básicos. Pois invasão desautorizada de embaixada significa invasão de território alheio, o que é proibido, nem que seja para buscar criminosos. O Equador está politicamente instável. Esta invasão absurda é sinal de um mal maior.

Luciano Harary

São Paulo

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MEMÓRIA LAMENTÁVEL

Passada a data da triste efeméride dos 60 anos do golpe de 31 de março que instaurou a ditadura militar de lamentável memória, causa espécie saber pelo noticiário que há nada menos que 918 locais públicos no Brasil afora, entre municípios, ruas, praças, pontes e outros logradouros batizados com o nome de um dos cinco famigerados generais presidentes: Humberto Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo. Como bem disse a professora de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Heloísa Starling, ”esse tipo de homenagem a presidentes da ditadura militar ajuda a manter um imaginário autoritário, em vez de democrático. Quando você dá nome de pessoas a uma rua você está dizendo que a pessoa fez um grande feito e precisa ser lembrada por isso. O feito desses generais foi a ditadura militar”. Diante do exposto, cabe pôr em execução um plano de ação que apague esses nomes e renomeie os logradouros públicos em nome do Estado Democrático de Direito, a tão duras penas reconquistado após a longa e sangrenta noite dos 21 anos de chumbo do regime de exceção (1964-1985). Democracia e liberdade de opinião e de imprensa sempre. Ditadura e mordaça, nunca mais.

J. S. Decol

São Paulo

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OITO DE JANEIRO

A tentativa de golpe contra a nossa democracia no dia 8 de janeiro de 2023 vem sendo minimizada por parte dos bolsonaristas que almejavam ver o “mito” no poder por mais tempo, mesmo sendo derrotado nas urnas. Agora, que a coisa está apertando, alguns “bons mocinhos” estão abrindo suas bocas para tentar convencer os brasileiros, que não são trouxas, que tudo aquilo que aconteceu não foi uma tentativa de passar por cima da nossa Constituição, que garante que o candidato escolhido pelo voto popular assuma o poder. Chega a ser engraçado. Só falta eles dizerem que tudo aquilo que aconteceu foi porque reuniram uma multidão na Praça dos Três Poderes para uma entrega de marmitex, e tinha mais gente do que foi calculado. Faltou comida e houve uma revolta impossível de ser controlada. São capazes de tudo.

Jeovah Ferreira

Brasília

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TRÁFEGO PREJUDICADO

Há alguns meses, os estagiários da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tornaram contramão um pedaço da minha rua que era de duas mãos no passado. Algum irresponsável, para dizer o mínimo, arrancou a placa que indicava a mudança de mão, que ficava na esquina com a Rua Prof. Júlio de Oliveira. Conclusão, diversos carros, sabendo ou não da mudança, continuam circulando contra o fluxo expondo os transeuntes, carros e motos que circulam pela rua. Aliás, como sabido para condutores de motos, não existe regra de trânsito e, portanto, ter a placa ou não para eles não faz a menor diferença. Por favor, ajudem a evitar uma tragédia. Aproveitando, seria bom colocarem uma placa de “Pare” para quem desce a Rua Domingos da Rocha. Muitos “motoristas” não param na esquina com a Domingos Lopes e fazem desse cruzamento uma verdadeira roleta russa. Socorro!

Renato Amaral Camargo

São Paulo

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POSICIONAMENTO DO VATICANO

Vaticano condena teoria de gênero, cirurgia de mudança de sexo e barriga de aluguel (Estado, A12, 9/4). Cada dia mais respeito e admiro o papa Francisco. Tem coragem de se posicionar sobre assuntos polêmicos.

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

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