Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Crise climática

Qualidade do ar em SP

Ao registrar a pior qualidade do ar nos últimos 43 anos na Região Metropolitana de São Paulo (Estadão, 10/9, A15), a Companhia Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (Cetesb) registra também que em apenas duas das estações de monitoramento a qualidade não foi “muito ruim” ou “ruim”, mas “moderada”: Diadema e Santo André-Capuava. São exatamente as estações que refletem as emissões do Polo Petroquímico de Capuava. Isso reafirma que a atividade industrial não é a principal contribuinte para a péssima qualidade do ar que respiramos, mas sim as emissões veiculares, atualmente mascaradas pelas queimadas em todo o País. Passado o período em que as inversões térmicas são mais frequentes – e observáveis –, o tema cai no esquecimento.

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Eduardo San Martin

São Paulo

*

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Gestão pública

Pior qualidade do ar em 43 anos! O registro da Cetesb tem um auxílio imensurável: a gestão pública. Sim. Copiamos ou imitamos os EUA em muitas coisas, incontáveis vezes, mas nem sempre no que eles fazem de bom. Pede a verdade que se diga que os EUA não têm ônibus e caminhões a diesel circulando pelas cidades 24 horas por dia, o ano inteiro. Até mesmo automóveis a diesel (Mercedes Benz, por exemplo) só podem circular se seus proprietários tiverem uma autorização expressa, que é dificílima de ser obtida, e isso há mais de 30 anos. Outrossim, as fábricas lá têm sistemas de filtragem do ar muito mais avançados que as nossas e são rigorosamente fiscalizadas. Isso posto, será que as nossas futuras administrações públicas aprenderão um dia a copiar/imitar coisas boas?

Fernando de Oliveira Geribello

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São Paulo

*

Combate ao fogo

continua após a publicidade

Com a quantidade enorme de incêndios nas matas do Brasil – em sua maioria de aparência criminosa –, a situação do clima atingiu um ponto em que o ar está irrespirável em São Paulo, e a tendência é de piora, porque não há previsão de chuvas tão logo. Pergunto: por que o governo federal não chama seus militares entocados nos quartéis e os desloca para as regiões onde tem sido mais difícil de debelar o fogo? O que temos visto pela TV são imagens de pessoas sem os equipamentos e a força adequados se batendo em matas incendiadas, tentando controlar o fogo, colocando a vida em risco – um contraste, por exemplo, com Brasília, onde ministros do STF têm auxiliares até para puxar sua cadeira quando vão se sentar.

Laércio Zannini

São Paulo

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*

Trabalho de formiguinhas

Estas queimadas sem controle e indiscriminadas em todo o País têm autores. Não é possível que o governo não faça nada para prevenir e punir de forma exemplar esses criminosos. E por que não há prevenção, como equipar o Exército e o Corpo de Bombeiros em todos os Estados para combater as queimadas assim que elas tiverem início? É chocante ver poucos homens trabalhando nas áreas afetadas, correndo risco e num trabalho de formiguinhas. Que país é este? E ainda vamos receber a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-30) no ano que vem... Que vergonha!

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Jane Araújo

Brasília

*

Ação governamental

Se continuarmos sem ação governamental (dos Estados e da União), a COP-30 em Belém do Pará, em novembro de 2025, será um fiasco para o Brasil, coberto por fumaça e pela fuligem de milhares de queimadas. Enquanto tratarmos o meio ambiente à base de workshops e ministra de grife, não melhoraremos em nada.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Reforma administrativa

Equilibrar a balança

É um escárnio com a sociedade brasileira a perpetuação dos penduricalhos e das benesses para a elite do funcionalismo público, hoje especialmente no Poder Judiciário (como vimos no editorial Um dia na vida dos sindicalistas de toga, Estadão, 9/9, A3) e também no Legislativo. É muito discutida a reforma administrativa no âmbito do Poder Executivo, mas precisamos lembrar que são estes os servidores que prestam atendimento direto ao cidadão em escolas, nos postos de saúde e na segurança pública – em sua maioria com salários muito aquém das funções que desempenham. Não se percebe, no entanto, da parte de nenhum dos Três Poderes, o desejo de equilibrar a balança e melhorar, de fato, as condições de trabalho e os serviços prestados na ponta.

Lucas Fernando Brandão

Tuiuti

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

NOVA MINISTRA

Folha corrida. A julgar pelo que o Estadão publicou nesta terça-feira, 10/9, sob o título Lula escolhe deputado estadual do PT para a pasta dos Direitos Humanos (Estadão, 10/9, A6), a nova titular do Ministério dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, já se apresenta com a capivara bem gordota para o meu gosto.

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

*

DNA PETISTA

Com a demissão do ministro garanhão, o PT conseguiu colocar mais uma ministra que tem no currículo ser ré por superfaturamento. Essa tem o DNA petista.

José Renato Nascimento

Santana

*

GESTÃO LULA

Será que não existe um ministro honesto neste governo?

Robert Haller

São Paulo

*

COVESCOTE EM BRASÍLIA

Churrasco dos bacanas de Brasília após o desfile de 7 de Setembro. Viva a independência do pagamento das carnes e bebidas. Tudo por nossa conta, sem participar. Como sempre.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

DESASTRE AMBIENTAL

O Brasil precisa rever a sua legislação ambiental, endurecer muito o jogo com os criminosos da floresta, a turma que toca fogo, põe uma cerca e ganha a posse da terra. Isso tem que acabar. O Brasil precisa rever as barbaridades insustentáveis aprovadas no Congresso, o País não vai sobreviver desmatando 80% do Cerrado, essa legislação precisa mudar. O agronegócio pintou e bordou, aprovou o que quis, passou a boiada usando o peso da sua bancada, agora a realidade dos fatos está desabando na cabeça do País inteiro: não tem água para tanta lavoura. O agronegócio precisa vestir a camisa da preservação ambiental se quiser continuar existindo. Não é difícil antever uma seca catastrófica que arrase as lavouras e mate o gado, isso não vai acontecer daqui a um milhão de anos, pode muito bem acontecer este ano.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

CRISE CLIMÁTICA

O planeta Terra em crise climática e o Brasil em autodestruição. Os rios da Amazônia secando e a Floresta amazônica em chamas. Este é o nosso Brasil do século 21, em que o mundo desperta para o perigo de destruirmos a natureza, de termos poluído a atmosfera, os rios e oceanos num ato suicida. As cinzas de nossas florestas cobrem nossas cabeças em forçada penitência por nossos crimes contra nossa mãe natureza. Do pó viemos e ao pó estamos retornando.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

‘BOM DE FALAÇÃO’

Cadê o ético, honesto e democrata governo Lula? E a especialista Marina Silva? Na boa, esse governo é bom de falação e usa e abusa do sempre atual: “faça o que eu diga, mas não faça o que eu faço”. Afinal, aqui é o Brasil, e o futuro está incerto?

Antonio Jose Gomes Marques

São Paulo

*

PIOR QUALIDADE DO AR

O fogaréu recorde que domina a grande parte do território brasileiro é tão impressionante que São Paulo ficou, pelo segundo dia consecutivo, entre as piores cidades mundiais com o ar contaminado pela fumaça de tais incêndios. Esta realidade climática é tão assustadora e inovadora entre nós, que não temos condições de prever os efeitos em nossa saúde e em nossos organismos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

FORÇA-TAREFA

Governo estuda até força-tarefa contra seca, calor e incêndios (Estadão, 10/9, A16). Ora, já estamos a caminho de completar dois anos de seu governo e o combate ao aquecimento global e a manutenção das nossas florestas continuam sem as devidas ações para conservá-las. Muito pelo contrário, apesar de Lula ter recebido, desta vez, a real “herança maldita” de Jair Bolsonaro. Não faltaram críticas sobre esse procedimento, inclusive neste espaço. Porém, o presidente resolveu que deveria viajar mundo afora, se intrometendo em assuntos que não eram nossos, principalmente na Venezuela com propostas tão descabidas, que acabou sendo desrespeitado pelo seu ditador, para vergonha de todos nós. Ao mesmo tempo, aqui no Brasil as quadrilhas que passaram a dominar os nossos biomas, durante o governo Bolsonaro, continuaram roubando nossos tesouros livremente, enquanto Lula viajava para o exterior, muitas vezes nos envergonhando. Não foi à toa que recebeu vaias no domingo passado no jogo do MorumBis. Ontem São Paulo registrou o pior ar do mundo, um absurdo. Lula precisa se convencer que a sua principal tarefa é recuperar nossos biomas, principalmente o Cerrado e o Pantanal, além da Amazônia, e deixar de lado os problemas das outras nações com o Itamaraty, que é muito competente para tal. Também, deveria aceitar o conselho do nosso consagrado climatologista Carlos Nobre, em lugar dos seus assessores, que nada entendem do assunto, e parar de explorar petróleo, dando mais atenção à ministra Marina Silva, ao contrário de muitos dos seus auxiliares. Não adianta nomeá-la e transformá-la em vaso chinês, como já afirmou o Estadão com razão. Explorar petróleo no pré-sal na Zona Equatorial é mesmo uma temeridade, maior ainda do que Belo Monte, como disse a ministra, que deu no que deu por funcionar apenas cinco meses por ano.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS

Quando demitiu com rapidez o ministro acusado de ter aplicado a mão boba em colegas de trabalho e colaboradoras, o presidente Lula parece não ter sido cauteloso o suficiente ao indicar a nova titular do estratégico e sensível Ministério dos Direitos Humanos. Em simbólica homenagem às mulheres – motivadoras da queda do ministro – foi buscar uma mulher negra com militância no seu partido e detentora de mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Mas, pelo visto, não tomou o cuidado – ou não foi alertado por auxiliares com essa obrigação, dos problemas que a escolhida enfrenta relativamente a cargos exercidos anteriormente. A simpática e sorridente Macaé Maria Evaristo dos Santos (PT/MG), mestre em Educação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que já foi vereadora em Belo Horizonte por dois mandato e está no primeiro de deputada estadual, exerceu o cargo de secretária municipal da Educação de Belo Horizonte entre 2005 e 2012, e foi secretária estadual da mesma pasta de 2015 a 2018. A hoje indicada ministra figura num processo onde é acusada de superfaturar R$ 6,5 milhões em uniformes escolares, nos tempos de secretária municipal, e diz que sua defesa já contestou a denúncia. Foi processada pela mesma prática na gestão estadual, mas nesse caso assinou acordo com o Ministério Público para encerrar a ação. Não nos cabe, aqui à distância e atuando em área diferente da exercida pela nova ministra, fazer juízo de valor sobre seus problemas. Ela própria, nas declarações que não se furtou a fazer, diz já ter apresentado sua defesa em busca da solução das questões. O que intriga é o fato do presidente da República supostamente não saber dos problemas enfrentados pela profissional que estava prestes a trazer para dentro do seu ministérios. O governo – não o do PT, mas o de todos os partidos – dispõe de pessoal capaz de levantar tudo o que ocorre ao redor dos indivíduos que o governante pretende convidar a formar na equipe e alertá-lo para os riscos e possíveis dores de cabeça. Parece que isso não ocorreu em relação à nova titular do Ministério dos Direitos Humanos. Tanto que seus problemas estão estampados na mídia para quem deles quiser tomar conhecimento. Se soubesse, Lula certamente teria evitado mais esse desgaste num momento em que o ministério já se encontrava envolto num delicado problema. Costuma-se dizer no meio político que desde a Roma Antiga o governante precisa cuidar da lisura de sua equipe e, mais que isso, da imagem que cada um transmite à população. É por isso que se diz, há séculos, que “não basta a mulher do imperador ser honesta; ela tem, também, de parecer honesta”. No quadro atual, é bem possível que a própria indicada esteja hoje constrangida porque algo conhecido apenas no fórum e no meio político mineiro agora é de domínio público nacional. Mais do que Lula, aqueles que o cercam nas atividades palacianas e governamentais têm o dever de a ele fornecer os informes que possam desviar sua administração de problemas. O mandato de um governante é fugaz – falta-lhe tempo para mitigar os grandes problemas administrativos e políticos – e ter de cuidar de coisas como a que envolve Macaé Evaristo é pura perda de tempo. Não sabemos qual a solução a ser adotada, mas o desgaste é inevitável. O governo precisa manter ativo e diligente o seu grupo de compliance para evitar que, por falta de informação, o presidente seja levado a, como se diz no interior, “pular em galho seco” e se machucar, ainda que politicamente. Quanto ao ex-ministro Silvio de Almeida, espera-se que ele tenha todas as chances de defesa ou justificação, e que as supostas vítimas de suas atitudes não enfrentem constrangimentos indevidos. A verdade, esteja onde estiver, é que deve presidir os acontecimentos. Nada mais.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

*

BOBO DA CORTE

Como definiu o Estadão no editorial Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), o presidente Lula da Silva, como um meteoro, foi de estadista a bobo da corte. O estadista tupiniquim se considera o maior articulador e líder da esquerda latino-americana “jamais visto na história deste País”. Todavia, esbarrou nas peripécias do seu muy amigo Nicolás Maduro, que deu uma banana em resposta às cobranças lunáticas, digo, lulísticas. E, por tabela, o Itamaraty, roxo de vergonha, conseguiu emitir uma profunda e chocante palavra em relação ao problema criado pelo ditador venezuelano: “surpresa”, seguindo o demiurgo que, lá atrás, disse que “o comportamento de Maduro deixa a desejar”. Só falta o governo ficar de genuflexão e pedir desculpas. É o incrível bobo da corte.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

‘PROTEGIDO’

Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3). Com todo respeito ao Estadão, Lula nunca foi um estadista. Denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à Justiça, organização criminosa e tráfico de influência, condenado pelo caso do triplex do Guarujá (8 anos e 10 meses), sítio em Atibaia (17 anos e 1 mês), terreno do Instituto Lula, doações ao Instituto Lula, caças suecos, Guiné Equatorial, BNDES, quadrilhão do PT, Zelotes e muitas outras. Existem inocentes que acreditam que ele nunca praticou os crimes, que foi condenado injustamente. Outros ainda acreditam que ele cometeu os crimes, mas que foi absolvido pelos santos do Supremo. Lula nunca foi estadista e muito menos bobo. É um espertalhão que se aliou e se tornou protegido da fina flor da Justiça brasileira.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

QUE PAÍS É ESSE?

Em dois editoriais Está faltando prudência ao Supremo e Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), duas citações saltam aos olhos: “tribunal parcial” e “numa mesa de pôquer há sempre um otário, e se você não sabe quem é, provavelmente é você”. De um lado, um judiciário que esqueceu, em algum churrasco de fim de semana, suas reais atribuições e funções como Suprema Corte; do outro, um presidente que não se faz respeitar e age como se fosse um sindicalista saído do ensino fundamental. Eu sei que é lugar comum, mas não consigo achar uma pergunta melhor: que país é esse?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

ACORDO EM XEQUE

Famílias de reféns em desespero após a execução de seis reféns pelo Hamas têm realizado protestos exigindo um acordo e culpando o governo de Benjamin Netanyahu. Seu sofrimento ecoa profundamente em toda a sociedade, afetando tanto a oposição quanto o governo. No entanto, as grandes manifestações ocorridas em Israel tiveram uma consequência imediata: aumentaram as expectativas e as demandas do Hamas, colapsando a possibilidade de um acordo. Autoridades dos Estados Unidos expressaram frustração com as novas exigências do Hamas, que pedem a libertação de prisioneiros condenados à prisão perpétua em troca dos reféns. O governo Joe Biden solicitou ao Egito e ao Catar que pressionem o Hamas a recuar em suas novas exigências. As negociações enfrentam um pessimismo crescente, com um oficial dos EUA descrevendo as exigências do Hamas como um “veneno” para o acordo. Dois altos funcionários dos EUA afirmaram que essas novas exigências são o principal obstáculo para um acordo, e há um pessimismo consensual entre os negociadores israelenses e mediadores dos EUA sobre a possibilidade de uma resolução.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

*

NOVA CONTRATAÇÃO NO CORINTHIANS

Fugindo um pouco da política que anda muito polarizada, gostaria de comentar sobre esta contratação corintiana. O time está quase que diariamente na mídia por problemas de pagamento, inclusive não pagando direito de imagem de atletas, problema de não pagamento da Arena, etc., mas contratou o jogador Memphis Depay com salários de R$ 3 milhões mensais. Fico imaginando os futuros colegas em campo, em que muitos não ganham nem 10% desse valor. Irão correr proporcional ao que ganham, deixando o novo contratado responsável por 90% das resoluções dos problemas? Veremos.

Luiz Roberto Savoldelli

São Bernardo do Campo

Crise climática

Qualidade do ar em SP

Ao registrar a pior qualidade do ar nos últimos 43 anos na Região Metropolitana de São Paulo (Estadão, 10/9, A15), a Companhia Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (Cetesb) registra também que em apenas duas das estações de monitoramento a qualidade não foi “muito ruim” ou “ruim”, mas “moderada”: Diadema e Santo André-Capuava. São exatamente as estações que refletem as emissões do Polo Petroquímico de Capuava. Isso reafirma que a atividade industrial não é a principal contribuinte para a péssima qualidade do ar que respiramos, mas sim as emissões veiculares, atualmente mascaradas pelas queimadas em todo o País. Passado o período em que as inversões térmicas são mais frequentes – e observáveis –, o tema cai no esquecimento.

Eduardo San Martin

São Paulo

*

Gestão pública

Pior qualidade do ar em 43 anos! O registro da Cetesb tem um auxílio imensurável: a gestão pública. Sim. Copiamos ou imitamos os EUA em muitas coisas, incontáveis vezes, mas nem sempre no que eles fazem de bom. Pede a verdade que se diga que os EUA não têm ônibus e caminhões a diesel circulando pelas cidades 24 horas por dia, o ano inteiro. Até mesmo automóveis a diesel (Mercedes Benz, por exemplo) só podem circular se seus proprietários tiverem uma autorização expressa, que é dificílima de ser obtida, e isso há mais de 30 anos. Outrossim, as fábricas lá têm sistemas de filtragem do ar muito mais avançados que as nossas e são rigorosamente fiscalizadas. Isso posto, será que as nossas futuras administrações públicas aprenderão um dia a copiar/imitar coisas boas?

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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Combate ao fogo

Com a quantidade enorme de incêndios nas matas do Brasil – em sua maioria de aparência criminosa –, a situação do clima atingiu um ponto em que o ar está irrespirável em São Paulo, e a tendência é de piora, porque não há previsão de chuvas tão logo. Pergunto: por que o governo federal não chama seus militares entocados nos quartéis e os desloca para as regiões onde tem sido mais difícil de debelar o fogo? O que temos visto pela TV são imagens de pessoas sem os equipamentos e a força adequados se batendo em matas incendiadas, tentando controlar o fogo, colocando a vida em risco – um contraste, por exemplo, com Brasília, onde ministros do STF têm auxiliares até para puxar sua cadeira quando vão se sentar.

Laércio Zannini

São Paulo

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Trabalho de formiguinhas

Estas queimadas sem controle e indiscriminadas em todo o País têm autores. Não é possível que o governo não faça nada para prevenir e punir de forma exemplar esses criminosos. E por que não há prevenção, como equipar o Exército e o Corpo de Bombeiros em todos os Estados para combater as queimadas assim que elas tiverem início? É chocante ver poucos homens trabalhando nas áreas afetadas, correndo risco e num trabalho de formiguinhas. Que país é este? E ainda vamos receber a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-30) no ano que vem... Que vergonha!

Jane Araújo

Brasília

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Ação governamental

Se continuarmos sem ação governamental (dos Estados e da União), a COP-30 em Belém do Pará, em novembro de 2025, será um fiasco para o Brasil, coberto por fumaça e pela fuligem de milhares de queimadas. Enquanto tratarmos o meio ambiente à base de workshops e ministra de grife, não melhoraremos em nada.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Reforma administrativa

Equilibrar a balança

É um escárnio com a sociedade brasileira a perpetuação dos penduricalhos e das benesses para a elite do funcionalismo público, hoje especialmente no Poder Judiciário (como vimos no editorial Um dia na vida dos sindicalistas de toga, Estadão, 9/9, A3) e também no Legislativo. É muito discutida a reforma administrativa no âmbito do Poder Executivo, mas precisamos lembrar que são estes os servidores que prestam atendimento direto ao cidadão em escolas, nos postos de saúde e na segurança pública – em sua maioria com salários muito aquém das funções que desempenham. Não se percebe, no entanto, da parte de nenhum dos Três Poderes, o desejo de equilibrar a balança e melhorar, de fato, as condições de trabalho e os serviços prestados na ponta.

Lucas Fernando Brandão

Tuiuti

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

NOVA MINISTRA

Folha corrida. A julgar pelo que o Estadão publicou nesta terça-feira, 10/9, sob o título Lula escolhe deputado estadual do PT para a pasta dos Direitos Humanos (Estadão, 10/9, A6), a nova titular do Ministério dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, já se apresenta com a capivara bem gordota para o meu gosto.

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

*

DNA PETISTA

Com a demissão do ministro garanhão, o PT conseguiu colocar mais uma ministra que tem no currículo ser ré por superfaturamento. Essa tem o DNA petista.

José Renato Nascimento

Santana

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GESTÃO LULA

Será que não existe um ministro honesto neste governo?

Robert Haller

São Paulo

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COVESCOTE EM BRASÍLIA

Churrasco dos bacanas de Brasília após o desfile de 7 de Setembro. Viva a independência do pagamento das carnes e bebidas. Tudo por nossa conta, sem participar. Como sempre.

Carlos Gaspar

São Paulo

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DESASTRE AMBIENTAL

O Brasil precisa rever a sua legislação ambiental, endurecer muito o jogo com os criminosos da floresta, a turma que toca fogo, põe uma cerca e ganha a posse da terra. Isso tem que acabar. O Brasil precisa rever as barbaridades insustentáveis aprovadas no Congresso, o País não vai sobreviver desmatando 80% do Cerrado, essa legislação precisa mudar. O agronegócio pintou e bordou, aprovou o que quis, passou a boiada usando o peso da sua bancada, agora a realidade dos fatos está desabando na cabeça do País inteiro: não tem água para tanta lavoura. O agronegócio precisa vestir a camisa da preservação ambiental se quiser continuar existindo. Não é difícil antever uma seca catastrófica que arrase as lavouras e mate o gado, isso não vai acontecer daqui a um milhão de anos, pode muito bem acontecer este ano.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CRISE CLIMÁTICA

O planeta Terra em crise climática e o Brasil em autodestruição. Os rios da Amazônia secando e a Floresta amazônica em chamas. Este é o nosso Brasil do século 21, em que o mundo desperta para o perigo de destruirmos a natureza, de termos poluído a atmosfera, os rios e oceanos num ato suicida. As cinzas de nossas florestas cobrem nossas cabeças em forçada penitência por nossos crimes contra nossa mãe natureza. Do pó viemos e ao pó estamos retornando.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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‘BOM DE FALAÇÃO’

Cadê o ético, honesto e democrata governo Lula? E a especialista Marina Silva? Na boa, esse governo é bom de falação e usa e abusa do sempre atual: “faça o que eu diga, mas não faça o que eu faço”. Afinal, aqui é o Brasil, e o futuro está incerto?

Antonio Jose Gomes Marques

São Paulo

*

PIOR QUALIDADE DO AR

O fogaréu recorde que domina a grande parte do território brasileiro é tão impressionante que São Paulo ficou, pelo segundo dia consecutivo, entre as piores cidades mundiais com o ar contaminado pela fumaça de tais incêndios. Esta realidade climática é tão assustadora e inovadora entre nós, que não temos condições de prever os efeitos em nossa saúde e em nossos organismos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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FORÇA-TAREFA

Governo estuda até força-tarefa contra seca, calor e incêndios (Estadão, 10/9, A16). Ora, já estamos a caminho de completar dois anos de seu governo e o combate ao aquecimento global e a manutenção das nossas florestas continuam sem as devidas ações para conservá-las. Muito pelo contrário, apesar de Lula ter recebido, desta vez, a real “herança maldita” de Jair Bolsonaro. Não faltaram críticas sobre esse procedimento, inclusive neste espaço. Porém, o presidente resolveu que deveria viajar mundo afora, se intrometendo em assuntos que não eram nossos, principalmente na Venezuela com propostas tão descabidas, que acabou sendo desrespeitado pelo seu ditador, para vergonha de todos nós. Ao mesmo tempo, aqui no Brasil as quadrilhas que passaram a dominar os nossos biomas, durante o governo Bolsonaro, continuaram roubando nossos tesouros livremente, enquanto Lula viajava para o exterior, muitas vezes nos envergonhando. Não foi à toa que recebeu vaias no domingo passado no jogo do MorumBis. Ontem São Paulo registrou o pior ar do mundo, um absurdo. Lula precisa se convencer que a sua principal tarefa é recuperar nossos biomas, principalmente o Cerrado e o Pantanal, além da Amazônia, e deixar de lado os problemas das outras nações com o Itamaraty, que é muito competente para tal. Também, deveria aceitar o conselho do nosso consagrado climatologista Carlos Nobre, em lugar dos seus assessores, que nada entendem do assunto, e parar de explorar petróleo, dando mais atenção à ministra Marina Silva, ao contrário de muitos dos seus auxiliares. Não adianta nomeá-la e transformá-la em vaso chinês, como já afirmou o Estadão com razão. Explorar petróleo no pré-sal na Zona Equatorial é mesmo uma temeridade, maior ainda do que Belo Monte, como disse a ministra, que deu no que deu por funcionar apenas cinco meses por ano.

Gilberto Pacini

São Paulo

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MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS

Quando demitiu com rapidez o ministro acusado de ter aplicado a mão boba em colegas de trabalho e colaboradoras, o presidente Lula parece não ter sido cauteloso o suficiente ao indicar a nova titular do estratégico e sensível Ministério dos Direitos Humanos. Em simbólica homenagem às mulheres – motivadoras da queda do ministro – foi buscar uma mulher negra com militância no seu partido e detentora de mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Mas, pelo visto, não tomou o cuidado – ou não foi alertado por auxiliares com essa obrigação, dos problemas que a escolhida enfrenta relativamente a cargos exercidos anteriormente. A simpática e sorridente Macaé Maria Evaristo dos Santos (PT/MG), mestre em Educação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que já foi vereadora em Belo Horizonte por dois mandato e está no primeiro de deputada estadual, exerceu o cargo de secretária municipal da Educação de Belo Horizonte entre 2005 e 2012, e foi secretária estadual da mesma pasta de 2015 a 2018. A hoje indicada ministra figura num processo onde é acusada de superfaturar R$ 6,5 milhões em uniformes escolares, nos tempos de secretária municipal, e diz que sua defesa já contestou a denúncia. Foi processada pela mesma prática na gestão estadual, mas nesse caso assinou acordo com o Ministério Público para encerrar a ação. Não nos cabe, aqui à distância e atuando em área diferente da exercida pela nova ministra, fazer juízo de valor sobre seus problemas. Ela própria, nas declarações que não se furtou a fazer, diz já ter apresentado sua defesa em busca da solução das questões. O que intriga é o fato do presidente da República supostamente não saber dos problemas enfrentados pela profissional que estava prestes a trazer para dentro do seu ministérios. O governo – não o do PT, mas o de todos os partidos – dispõe de pessoal capaz de levantar tudo o que ocorre ao redor dos indivíduos que o governante pretende convidar a formar na equipe e alertá-lo para os riscos e possíveis dores de cabeça. Parece que isso não ocorreu em relação à nova titular do Ministério dos Direitos Humanos. Tanto que seus problemas estão estampados na mídia para quem deles quiser tomar conhecimento. Se soubesse, Lula certamente teria evitado mais esse desgaste num momento em que o ministério já se encontrava envolto num delicado problema. Costuma-se dizer no meio político que desde a Roma Antiga o governante precisa cuidar da lisura de sua equipe e, mais que isso, da imagem que cada um transmite à população. É por isso que se diz, há séculos, que “não basta a mulher do imperador ser honesta; ela tem, também, de parecer honesta”. No quadro atual, é bem possível que a própria indicada esteja hoje constrangida porque algo conhecido apenas no fórum e no meio político mineiro agora é de domínio público nacional. Mais do que Lula, aqueles que o cercam nas atividades palacianas e governamentais têm o dever de a ele fornecer os informes que possam desviar sua administração de problemas. O mandato de um governante é fugaz – falta-lhe tempo para mitigar os grandes problemas administrativos e políticos – e ter de cuidar de coisas como a que envolve Macaé Evaristo é pura perda de tempo. Não sabemos qual a solução a ser adotada, mas o desgaste é inevitável. O governo precisa manter ativo e diligente o seu grupo de compliance para evitar que, por falta de informação, o presidente seja levado a, como se diz no interior, “pular em galho seco” e se machucar, ainda que politicamente. Quanto ao ex-ministro Silvio de Almeida, espera-se que ele tenha todas as chances de defesa ou justificação, e que as supostas vítimas de suas atitudes não enfrentem constrangimentos indevidos. A verdade, esteja onde estiver, é que deve presidir os acontecimentos. Nada mais.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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BOBO DA CORTE

Como definiu o Estadão no editorial Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), o presidente Lula da Silva, como um meteoro, foi de estadista a bobo da corte. O estadista tupiniquim se considera o maior articulador e líder da esquerda latino-americana “jamais visto na história deste País”. Todavia, esbarrou nas peripécias do seu muy amigo Nicolás Maduro, que deu uma banana em resposta às cobranças lunáticas, digo, lulísticas. E, por tabela, o Itamaraty, roxo de vergonha, conseguiu emitir uma profunda e chocante palavra em relação ao problema criado pelo ditador venezuelano: “surpresa”, seguindo o demiurgo que, lá atrás, disse que “o comportamento de Maduro deixa a desejar”. Só falta o governo ficar de genuflexão e pedir desculpas. É o incrível bobo da corte.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘PROTEGIDO’

Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3). Com todo respeito ao Estadão, Lula nunca foi um estadista. Denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à Justiça, organização criminosa e tráfico de influência, condenado pelo caso do triplex do Guarujá (8 anos e 10 meses), sítio em Atibaia (17 anos e 1 mês), terreno do Instituto Lula, doações ao Instituto Lula, caças suecos, Guiné Equatorial, BNDES, quadrilhão do PT, Zelotes e muitas outras. Existem inocentes que acreditam que ele nunca praticou os crimes, que foi condenado injustamente. Outros ainda acreditam que ele cometeu os crimes, mas que foi absolvido pelos santos do Supremo. Lula nunca foi estadista e muito menos bobo. É um espertalhão que se aliou e se tornou protegido da fina flor da Justiça brasileira.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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QUE PAÍS É ESSE?

Em dois editoriais Está faltando prudência ao Supremo e Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), duas citações saltam aos olhos: “tribunal parcial” e “numa mesa de pôquer há sempre um otário, e se você não sabe quem é, provavelmente é você”. De um lado, um judiciário que esqueceu, em algum churrasco de fim de semana, suas reais atribuições e funções como Suprema Corte; do outro, um presidente que não se faz respeitar e age como se fosse um sindicalista saído do ensino fundamental. Eu sei que é lugar comum, mas não consigo achar uma pergunta melhor: que país é esse?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

ACORDO EM XEQUE

Famílias de reféns em desespero após a execução de seis reféns pelo Hamas têm realizado protestos exigindo um acordo e culpando o governo de Benjamin Netanyahu. Seu sofrimento ecoa profundamente em toda a sociedade, afetando tanto a oposição quanto o governo. No entanto, as grandes manifestações ocorridas em Israel tiveram uma consequência imediata: aumentaram as expectativas e as demandas do Hamas, colapsando a possibilidade de um acordo. Autoridades dos Estados Unidos expressaram frustração com as novas exigências do Hamas, que pedem a libertação de prisioneiros condenados à prisão perpétua em troca dos reféns. O governo Joe Biden solicitou ao Egito e ao Catar que pressionem o Hamas a recuar em suas novas exigências. As negociações enfrentam um pessimismo crescente, com um oficial dos EUA descrevendo as exigências do Hamas como um “veneno” para o acordo. Dois altos funcionários dos EUA afirmaram que essas novas exigências são o principal obstáculo para um acordo, e há um pessimismo consensual entre os negociadores israelenses e mediadores dos EUA sobre a possibilidade de uma resolução.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

*

NOVA CONTRATAÇÃO NO CORINTHIANS

Fugindo um pouco da política que anda muito polarizada, gostaria de comentar sobre esta contratação corintiana. O time está quase que diariamente na mídia por problemas de pagamento, inclusive não pagando direito de imagem de atletas, problema de não pagamento da Arena, etc., mas contratou o jogador Memphis Depay com salários de R$ 3 milhões mensais. Fico imaginando os futuros colegas em campo, em que muitos não ganham nem 10% desse valor. Irão correr proporcional ao que ganham, deixando o novo contratado responsável por 90% das resoluções dos problemas? Veremos.

Luiz Roberto Savoldelli

São Bernardo do Campo

Crise climática

Qualidade do ar em SP

Ao registrar a pior qualidade do ar nos últimos 43 anos na Região Metropolitana de São Paulo (Estadão, 10/9, A15), a Companhia Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (Cetesb) registra também que em apenas duas das estações de monitoramento a qualidade não foi “muito ruim” ou “ruim”, mas “moderada”: Diadema e Santo André-Capuava. São exatamente as estações que refletem as emissões do Polo Petroquímico de Capuava. Isso reafirma que a atividade industrial não é a principal contribuinte para a péssima qualidade do ar que respiramos, mas sim as emissões veiculares, atualmente mascaradas pelas queimadas em todo o País. Passado o período em que as inversões térmicas são mais frequentes – e observáveis –, o tema cai no esquecimento.

Eduardo San Martin

São Paulo

*

Gestão pública

Pior qualidade do ar em 43 anos! O registro da Cetesb tem um auxílio imensurável: a gestão pública. Sim. Copiamos ou imitamos os EUA em muitas coisas, incontáveis vezes, mas nem sempre no que eles fazem de bom. Pede a verdade que se diga que os EUA não têm ônibus e caminhões a diesel circulando pelas cidades 24 horas por dia, o ano inteiro. Até mesmo automóveis a diesel (Mercedes Benz, por exemplo) só podem circular se seus proprietários tiverem uma autorização expressa, que é dificílima de ser obtida, e isso há mais de 30 anos. Outrossim, as fábricas lá têm sistemas de filtragem do ar muito mais avançados que as nossas e são rigorosamente fiscalizadas. Isso posto, será que as nossas futuras administrações públicas aprenderão um dia a copiar/imitar coisas boas?

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

*

Combate ao fogo

Com a quantidade enorme de incêndios nas matas do Brasil – em sua maioria de aparência criminosa –, a situação do clima atingiu um ponto em que o ar está irrespirável em São Paulo, e a tendência é de piora, porque não há previsão de chuvas tão logo. Pergunto: por que o governo federal não chama seus militares entocados nos quartéis e os desloca para as regiões onde tem sido mais difícil de debelar o fogo? O que temos visto pela TV são imagens de pessoas sem os equipamentos e a força adequados se batendo em matas incendiadas, tentando controlar o fogo, colocando a vida em risco – um contraste, por exemplo, com Brasília, onde ministros do STF têm auxiliares até para puxar sua cadeira quando vão se sentar.

Laércio Zannini

São Paulo

*

Trabalho de formiguinhas

Estas queimadas sem controle e indiscriminadas em todo o País têm autores. Não é possível que o governo não faça nada para prevenir e punir de forma exemplar esses criminosos. E por que não há prevenção, como equipar o Exército e o Corpo de Bombeiros em todos os Estados para combater as queimadas assim que elas tiverem início? É chocante ver poucos homens trabalhando nas áreas afetadas, correndo risco e num trabalho de formiguinhas. Que país é este? E ainda vamos receber a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-30) no ano que vem... Que vergonha!

Jane Araújo

Brasília

*

Ação governamental

Se continuarmos sem ação governamental (dos Estados e da União), a COP-30 em Belém do Pará, em novembro de 2025, será um fiasco para o Brasil, coberto por fumaça e pela fuligem de milhares de queimadas. Enquanto tratarmos o meio ambiente à base de workshops e ministra de grife, não melhoraremos em nada.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Reforma administrativa

Equilibrar a balança

É um escárnio com a sociedade brasileira a perpetuação dos penduricalhos e das benesses para a elite do funcionalismo público, hoje especialmente no Poder Judiciário (como vimos no editorial Um dia na vida dos sindicalistas de toga, Estadão, 9/9, A3) e também no Legislativo. É muito discutida a reforma administrativa no âmbito do Poder Executivo, mas precisamos lembrar que são estes os servidores que prestam atendimento direto ao cidadão em escolas, nos postos de saúde e na segurança pública – em sua maioria com salários muito aquém das funções que desempenham. Não se percebe, no entanto, da parte de nenhum dos Três Poderes, o desejo de equilibrar a balança e melhorar, de fato, as condições de trabalho e os serviços prestados na ponta.

Lucas Fernando Brandão

Tuiuti

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

NOVA MINISTRA

Folha corrida. A julgar pelo que o Estadão publicou nesta terça-feira, 10/9, sob o título Lula escolhe deputado estadual do PT para a pasta dos Direitos Humanos (Estadão, 10/9, A6), a nova titular do Ministério dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, já se apresenta com a capivara bem gordota para o meu gosto.

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

*

DNA PETISTA

Com a demissão do ministro garanhão, o PT conseguiu colocar mais uma ministra que tem no currículo ser ré por superfaturamento. Essa tem o DNA petista.

José Renato Nascimento

Santana

*

GESTÃO LULA

Será que não existe um ministro honesto neste governo?

Robert Haller

São Paulo

*

COVESCOTE EM BRASÍLIA

Churrasco dos bacanas de Brasília após o desfile de 7 de Setembro. Viva a independência do pagamento das carnes e bebidas. Tudo por nossa conta, sem participar. Como sempre.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

DESASTRE AMBIENTAL

O Brasil precisa rever a sua legislação ambiental, endurecer muito o jogo com os criminosos da floresta, a turma que toca fogo, põe uma cerca e ganha a posse da terra. Isso tem que acabar. O Brasil precisa rever as barbaridades insustentáveis aprovadas no Congresso, o País não vai sobreviver desmatando 80% do Cerrado, essa legislação precisa mudar. O agronegócio pintou e bordou, aprovou o que quis, passou a boiada usando o peso da sua bancada, agora a realidade dos fatos está desabando na cabeça do País inteiro: não tem água para tanta lavoura. O agronegócio precisa vestir a camisa da preservação ambiental se quiser continuar existindo. Não é difícil antever uma seca catastrófica que arrase as lavouras e mate o gado, isso não vai acontecer daqui a um milhão de anos, pode muito bem acontecer este ano.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

CRISE CLIMÁTICA

O planeta Terra em crise climática e o Brasil em autodestruição. Os rios da Amazônia secando e a Floresta amazônica em chamas. Este é o nosso Brasil do século 21, em que o mundo desperta para o perigo de destruirmos a natureza, de termos poluído a atmosfera, os rios e oceanos num ato suicida. As cinzas de nossas florestas cobrem nossas cabeças em forçada penitência por nossos crimes contra nossa mãe natureza. Do pó viemos e ao pó estamos retornando.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

‘BOM DE FALAÇÃO’

Cadê o ético, honesto e democrata governo Lula? E a especialista Marina Silva? Na boa, esse governo é bom de falação e usa e abusa do sempre atual: “faça o que eu diga, mas não faça o que eu faço”. Afinal, aqui é o Brasil, e o futuro está incerto?

Antonio Jose Gomes Marques

São Paulo

*

PIOR QUALIDADE DO AR

O fogaréu recorde que domina a grande parte do território brasileiro é tão impressionante que São Paulo ficou, pelo segundo dia consecutivo, entre as piores cidades mundiais com o ar contaminado pela fumaça de tais incêndios. Esta realidade climática é tão assustadora e inovadora entre nós, que não temos condições de prever os efeitos em nossa saúde e em nossos organismos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

FORÇA-TAREFA

Governo estuda até força-tarefa contra seca, calor e incêndios (Estadão, 10/9, A16). Ora, já estamos a caminho de completar dois anos de seu governo e o combate ao aquecimento global e a manutenção das nossas florestas continuam sem as devidas ações para conservá-las. Muito pelo contrário, apesar de Lula ter recebido, desta vez, a real “herança maldita” de Jair Bolsonaro. Não faltaram críticas sobre esse procedimento, inclusive neste espaço. Porém, o presidente resolveu que deveria viajar mundo afora, se intrometendo em assuntos que não eram nossos, principalmente na Venezuela com propostas tão descabidas, que acabou sendo desrespeitado pelo seu ditador, para vergonha de todos nós. Ao mesmo tempo, aqui no Brasil as quadrilhas que passaram a dominar os nossos biomas, durante o governo Bolsonaro, continuaram roubando nossos tesouros livremente, enquanto Lula viajava para o exterior, muitas vezes nos envergonhando. Não foi à toa que recebeu vaias no domingo passado no jogo do MorumBis. Ontem São Paulo registrou o pior ar do mundo, um absurdo. Lula precisa se convencer que a sua principal tarefa é recuperar nossos biomas, principalmente o Cerrado e o Pantanal, além da Amazônia, e deixar de lado os problemas das outras nações com o Itamaraty, que é muito competente para tal. Também, deveria aceitar o conselho do nosso consagrado climatologista Carlos Nobre, em lugar dos seus assessores, que nada entendem do assunto, e parar de explorar petróleo, dando mais atenção à ministra Marina Silva, ao contrário de muitos dos seus auxiliares. Não adianta nomeá-la e transformá-la em vaso chinês, como já afirmou o Estadão com razão. Explorar petróleo no pré-sal na Zona Equatorial é mesmo uma temeridade, maior ainda do que Belo Monte, como disse a ministra, que deu no que deu por funcionar apenas cinco meses por ano.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS

Quando demitiu com rapidez o ministro acusado de ter aplicado a mão boba em colegas de trabalho e colaboradoras, o presidente Lula parece não ter sido cauteloso o suficiente ao indicar a nova titular do estratégico e sensível Ministério dos Direitos Humanos. Em simbólica homenagem às mulheres – motivadoras da queda do ministro – foi buscar uma mulher negra com militância no seu partido e detentora de mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Mas, pelo visto, não tomou o cuidado – ou não foi alertado por auxiliares com essa obrigação, dos problemas que a escolhida enfrenta relativamente a cargos exercidos anteriormente. A simpática e sorridente Macaé Maria Evaristo dos Santos (PT/MG), mestre em Educação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que já foi vereadora em Belo Horizonte por dois mandato e está no primeiro de deputada estadual, exerceu o cargo de secretária municipal da Educação de Belo Horizonte entre 2005 e 2012, e foi secretária estadual da mesma pasta de 2015 a 2018. A hoje indicada ministra figura num processo onde é acusada de superfaturar R$ 6,5 milhões em uniformes escolares, nos tempos de secretária municipal, e diz que sua defesa já contestou a denúncia. Foi processada pela mesma prática na gestão estadual, mas nesse caso assinou acordo com o Ministério Público para encerrar a ação. Não nos cabe, aqui à distância e atuando em área diferente da exercida pela nova ministra, fazer juízo de valor sobre seus problemas. Ela própria, nas declarações que não se furtou a fazer, diz já ter apresentado sua defesa em busca da solução das questões. O que intriga é o fato do presidente da República supostamente não saber dos problemas enfrentados pela profissional que estava prestes a trazer para dentro do seu ministérios. O governo – não o do PT, mas o de todos os partidos – dispõe de pessoal capaz de levantar tudo o que ocorre ao redor dos indivíduos que o governante pretende convidar a formar na equipe e alertá-lo para os riscos e possíveis dores de cabeça. Parece que isso não ocorreu em relação à nova titular do Ministério dos Direitos Humanos. Tanto que seus problemas estão estampados na mídia para quem deles quiser tomar conhecimento. Se soubesse, Lula certamente teria evitado mais esse desgaste num momento em que o ministério já se encontrava envolto num delicado problema. Costuma-se dizer no meio político que desde a Roma Antiga o governante precisa cuidar da lisura de sua equipe e, mais que isso, da imagem que cada um transmite à população. É por isso que se diz, há séculos, que “não basta a mulher do imperador ser honesta; ela tem, também, de parecer honesta”. No quadro atual, é bem possível que a própria indicada esteja hoje constrangida porque algo conhecido apenas no fórum e no meio político mineiro agora é de domínio público nacional. Mais do que Lula, aqueles que o cercam nas atividades palacianas e governamentais têm o dever de a ele fornecer os informes que possam desviar sua administração de problemas. O mandato de um governante é fugaz – falta-lhe tempo para mitigar os grandes problemas administrativos e políticos – e ter de cuidar de coisas como a que envolve Macaé Evaristo é pura perda de tempo. Não sabemos qual a solução a ser adotada, mas o desgaste é inevitável. O governo precisa manter ativo e diligente o seu grupo de compliance para evitar que, por falta de informação, o presidente seja levado a, como se diz no interior, “pular em galho seco” e se machucar, ainda que politicamente. Quanto ao ex-ministro Silvio de Almeida, espera-se que ele tenha todas as chances de defesa ou justificação, e que as supostas vítimas de suas atitudes não enfrentem constrangimentos indevidos. A verdade, esteja onde estiver, é que deve presidir os acontecimentos. Nada mais.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

*

BOBO DA CORTE

Como definiu o Estadão no editorial Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), o presidente Lula da Silva, como um meteoro, foi de estadista a bobo da corte. O estadista tupiniquim se considera o maior articulador e líder da esquerda latino-americana “jamais visto na história deste País”. Todavia, esbarrou nas peripécias do seu muy amigo Nicolás Maduro, que deu uma banana em resposta às cobranças lunáticas, digo, lulísticas. E, por tabela, o Itamaraty, roxo de vergonha, conseguiu emitir uma profunda e chocante palavra em relação ao problema criado pelo ditador venezuelano: “surpresa”, seguindo o demiurgo que, lá atrás, disse que “o comportamento de Maduro deixa a desejar”. Só falta o governo ficar de genuflexão e pedir desculpas. É o incrível bobo da corte.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

‘PROTEGIDO’

Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3). Com todo respeito ao Estadão, Lula nunca foi um estadista. Denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à Justiça, organização criminosa e tráfico de influência, condenado pelo caso do triplex do Guarujá (8 anos e 10 meses), sítio em Atibaia (17 anos e 1 mês), terreno do Instituto Lula, doações ao Instituto Lula, caças suecos, Guiné Equatorial, BNDES, quadrilhão do PT, Zelotes e muitas outras. Existem inocentes que acreditam que ele nunca praticou os crimes, que foi condenado injustamente. Outros ainda acreditam que ele cometeu os crimes, mas que foi absolvido pelos santos do Supremo. Lula nunca foi estadista e muito menos bobo. É um espertalhão que se aliou e se tornou protegido da fina flor da Justiça brasileira.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

QUE PAÍS É ESSE?

Em dois editoriais Está faltando prudência ao Supremo e Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), duas citações saltam aos olhos: “tribunal parcial” e “numa mesa de pôquer há sempre um otário, e se você não sabe quem é, provavelmente é você”. De um lado, um judiciário que esqueceu, em algum churrasco de fim de semana, suas reais atribuições e funções como Suprema Corte; do outro, um presidente que não se faz respeitar e age como se fosse um sindicalista saído do ensino fundamental. Eu sei que é lugar comum, mas não consigo achar uma pergunta melhor: que país é esse?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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ACORDO EM XEQUE

Famílias de reféns em desespero após a execução de seis reféns pelo Hamas têm realizado protestos exigindo um acordo e culpando o governo de Benjamin Netanyahu. Seu sofrimento ecoa profundamente em toda a sociedade, afetando tanto a oposição quanto o governo. No entanto, as grandes manifestações ocorridas em Israel tiveram uma consequência imediata: aumentaram as expectativas e as demandas do Hamas, colapsando a possibilidade de um acordo. Autoridades dos Estados Unidos expressaram frustração com as novas exigências do Hamas, que pedem a libertação de prisioneiros condenados à prisão perpétua em troca dos reféns. O governo Joe Biden solicitou ao Egito e ao Catar que pressionem o Hamas a recuar em suas novas exigências. As negociações enfrentam um pessimismo crescente, com um oficial dos EUA descrevendo as exigências do Hamas como um “veneno” para o acordo. Dois altos funcionários dos EUA afirmaram que essas novas exigências são o principal obstáculo para um acordo, e há um pessimismo consensual entre os negociadores israelenses e mediadores dos EUA sobre a possibilidade de uma resolução.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

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NOVA CONTRATAÇÃO NO CORINTHIANS

Fugindo um pouco da política que anda muito polarizada, gostaria de comentar sobre esta contratação corintiana. O time está quase que diariamente na mídia por problemas de pagamento, inclusive não pagando direito de imagem de atletas, problema de não pagamento da Arena, etc., mas contratou o jogador Memphis Depay com salários de R$ 3 milhões mensais. Fico imaginando os futuros colegas em campo, em que muitos não ganham nem 10% desse valor. Irão correr proporcional ao que ganham, deixando o novo contratado responsável por 90% das resoluções dos problemas? Veremos.

Luiz Roberto Savoldelli

São Bernardo do Campo

Crise climática

Qualidade do ar em SP

Ao registrar a pior qualidade do ar nos últimos 43 anos na Região Metropolitana de São Paulo (Estadão, 10/9, A15), a Companhia Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (Cetesb) registra também que em apenas duas das estações de monitoramento a qualidade não foi “muito ruim” ou “ruim”, mas “moderada”: Diadema e Santo André-Capuava. São exatamente as estações que refletem as emissões do Polo Petroquímico de Capuava. Isso reafirma que a atividade industrial não é a principal contribuinte para a péssima qualidade do ar que respiramos, mas sim as emissões veiculares, atualmente mascaradas pelas queimadas em todo o País. Passado o período em que as inversões térmicas são mais frequentes – e observáveis –, o tema cai no esquecimento.

Eduardo San Martin

São Paulo

*

Gestão pública

Pior qualidade do ar em 43 anos! O registro da Cetesb tem um auxílio imensurável: a gestão pública. Sim. Copiamos ou imitamos os EUA em muitas coisas, incontáveis vezes, mas nem sempre no que eles fazem de bom. Pede a verdade que se diga que os EUA não têm ônibus e caminhões a diesel circulando pelas cidades 24 horas por dia, o ano inteiro. Até mesmo automóveis a diesel (Mercedes Benz, por exemplo) só podem circular se seus proprietários tiverem uma autorização expressa, que é dificílima de ser obtida, e isso há mais de 30 anos. Outrossim, as fábricas lá têm sistemas de filtragem do ar muito mais avançados que as nossas e são rigorosamente fiscalizadas. Isso posto, será que as nossas futuras administrações públicas aprenderão um dia a copiar/imitar coisas boas?

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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Combate ao fogo

Com a quantidade enorme de incêndios nas matas do Brasil – em sua maioria de aparência criminosa –, a situação do clima atingiu um ponto em que o ar está irrespirável em São Paulo, e a tendência é de piora, porque não há previsão de chuvas tão logo. Pergunto: por que o governo federal não chama seus militares entocados nos quartéis e os desloca para as regiões onde tem sido mais difícil de debelar o fogo? O que temos visto pela TV são imagens de pessoas sem os equipamentos e a força adequados se batendo em matas incendiadas, tentando controlar o fogo, colocando a vida em risco – um contraste, por exemplo, com Brasília, onde ministros do STF têm auxiliares até para puxar sua cadeira quando vão se sentar.

Laércio Zannini

São Paulo

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Trabalho de formiguinhas

Estas queimadas sem controle e indiscriminadas em todo o País têm autores. Não é possível que o governo não faça nada para prevenir e punir de forma exemplar esses criminosos. E por que não há prevenção, como equipar o Exército e o Corpo de Bombeiros em todos os Estados para combater as queimadas assim que elas tiverem início? É chocante ver poucos homens trabalhando nas áreas afetadas, correndo risco e num trabalho de formiguinhas. Que país é este? E ainda vamos receber a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-30) no ano que vem... Que vergonha!

Jane Araújo

Brasília

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Ação governamental

Se continuarmos sem ação governamental (dos Estados e da União), a COP-30 em Belém do Pará, em novembro de 2025, será um fiasco para o Brasil, coberto por fumaça e pela fuligem de milhares de queimadas. Enquanto tratarmos o meio ambiente à base de workshops e ministra de grife, não melhoraremos em nada.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Reforma administrativa

Equilibrar a balança

É um escárnio com a sociedade brasileira a perpetuação dos penduricalhos e das benesses para a elite do funcionalismo público, hoje especialmente no Poder Judiciário (como vimos no editorial Um dia na vida dos sindicalistas de toga, Estadão, 9/9, A3) e também no Legislativo. É muito discutida a reforma administrativa no âmbito do Poder Executivo, mas precisamos lembrar que são estes os servidores que prestam atendimento direto ao cidadão em escolas, nos postos de saúde e na segurança pública – em sua maioria com salários muito aquém das funções que desempenham. Não se percebe, no entanto, da parte de nenhum dos Três Poderes, o desejo de equilibrar a balança e melhorar, de fato, as condições de trabalho e os serviços prestados na ponta.

Lucas Fernando Brandão

Tuiuti

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

NOVA MINISTRA

Folha corrida. A julgar pelo que o Estadão publicou nesta terça-feira, 10/9, sob o título Lula escolhe deputado estadual do PT para a pasta dos Direitos Humanos (Estadão, 10/9, A6), a nova titular do Ministério dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, já se apresenta com a capivara bem gordota para o meu gosto.

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

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DNA PETISTA

Com a demissão do ministro garanhão, o PT conseguiu colocar mais uma ministra que tem no currículo ser ré por superfaturamento. Essa tem o DNA petista.

José Renato Nascimento

Santana

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GESTÃO LULA

Será que não existe um ministro honesto neste governo?

Robert Haller

São Paulo

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COVESCOTE EM BRASÍLIA

Churrasco dos bacanas de Brasília após o desfile de 7 de Setembro. Viva a independência do pagamento das carnes e bebidas. Tudo por nossa conta, sem participar. Como sempre.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

DESASTRE AMBIENTAL

O Brasil precisa rever a sua legislação ambiental, endurecer muito o jogo com os criminosos da floresta, a turma que toca fogo, põe uma cerca e ganha a posse da terra. Isso tem que acabar. O Brasil precisa rever as barbaridades insustentáveis aprovadas no Congresso, o País não vai sobreviver desmatando 80% do Cerrado, essa legislação precisa mudar. O agronegócio pintou e bordou, aprovou o que quis, passou a boiada usando o peso da sua bancada, agora a realidade dos fatos está desabando na cabeça do País inteiro: não tem água para tanta lavoura. O agronegócio precisa vestir a camisa da preservação ambiental se quiser continuar existindo. Não é difícil antever uma seca catastrófica que arrase as lavouras e mate o gado, isso não vai acontecer daqui a um milhão de anos, pode muito bem acontecer este ano.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CRISE CLIMÁTICA

O planeta Terra em crise climática e o Brasil em autodestruição. Os rios da Amazônia secando e a Floresta amazônica em chamas. Este é o nosso Brasil do século 21, em que o mundo desperta para o perigo de destruirmos a natureza, de termos poluído a atmosfera, os rios e oceanos num ato suicida. As cinzas de nossas florestas cobrem nossas cabeças em forçada penitência por nossos crimes contra nossa mãe natureza. Do pó viemos e ao pó estamos retornando.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

‘BOM DE FALAÇÃO’

Cadê o ético, honesto e democrata governo Lula? E a especialista Marina Silva? Na boa, esse governo é bom de falação e usa e abusa do sempre atual: “faça o que eu diga, mas não faça o que eu faço”. Afinal, aqui é o Brasil, e o futuro está incerto?

Antonio Jose Gomes Marques

São Paulo

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PIOR QUALIDADE DO AR

O fogaréu recorde que domina a grande parte do território brasileiro é tão impressionante que São Paulo ficou, pelo segundo dia consecutivo, entre as piores cidades mundiais com o ar contaminado pela fumaça de tais incêndios. Esta realidade climática é tão assustadora e inovadora entre nós, que não temos condições de prever os efeitos em nossa saúde e em nossos organismos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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FORÇA-TAREFA

Governo estuda até força-tarefa contra seca, calor e incêndios (Estadão, 10/9, A16). Ora, já estamos a caminho de completar dois anos de seu governo e o combate ao aquecimento global e a manutenção das nossas florestas continuam sem as devidas ações para conservá-las. Muito pelo contrário, apesar de Lula ter recebido, desta vez, a real “herança maldita” de Jair Bolsonaro. Não faltaram críticas sobre esse procedimento, inclusive neste espaço. Porém, o presidente resolveu que deveria viajar mundo afora, se intrometendo em assuntos que não eram nossos, principalmente na Venezuela com propostas tão descabidas, que acabou sendo desrespeitado pelo seu ditador, para vergonha de todos nós. Ao mesmo tempo, aqui no Brasil as quadrilhas que passaram a dominar os nossos biomas, durante o governo Bolsonaro, continuaram roubando nossos tesouros livremente, enquanto Lula viajava para o exterior, muitas vezes nos envergonhando. Não foi à toa que recebeu vaias no domingo passado no jogo do MorumBis. Ontem São Paulo registrou o pior ar do mundo, um absurdo. Lula precisa se convencer que a sua principal tarefa é recuperar nossos biomas, principalmente o Cerrado e o Pantanal, além da Amazônia, e deixar de lado os problemas das outras nações com o Itamaraty, que é muito competente para tal. Também, deveria aceitar o conselho do nosso consagrado climatologista Carlos Nobre, em lugar dos seus assessores, que nada entendem do assunto, e parar de explorar petróleo, dando mais atenção à ministra Marina Silva, ao contrário de muitos dos seus auxiliares. Não adianta nomeá-la e transformá-la em vaso chinês, como já afirmou o Estadão com razão. Explorar petróleo no pré-sal na Zona Equatorial é mesmo uma temeridade, maior ainda do que Belo Monte, como disse a ministra, que deu no que deu por funcionar apenas cinco meses por ano.

Gilberto Pacini

São Paulo

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MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS

Quando demitiu com rapidez o ministro acusado de ter aplicado a mão boba em colegas de trabalho e colaboradoras, o presidente Lula parece não ter sido cauteloso o suficiente ao indicar a nova titular do estratégico e sensível Ministério dos Direitos Humanos. Em simbólica homenagem às mulheres – motivadoras da queda do ministro – foi buscar uma mulher negra com militância no seu partido e detentora de mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Mas, pelo visto, não tomou o cuidado – ou não foi alertado por auxiliares com essa obrigação, dos problemas que a escolhida enfrenta relativamente a cargos exercidos anteriormente. A simpática e sorridente Macaé Maria Evaristo dos Santos (PT/MG), mestre em Educação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que já foi vereadora em Belo Horizonte por dois mandato e está no primeiro de deputada estadual, exerceu o cargo de secretária municipal da Educação de Belo Horizonte entre 2005 e 2012, e foi secretária estadual da mesma pasta de 2015 a 2018. A hoje indicada ministra figura num processo onde é acusada de superfaturar R$ 6,5 milhões em uniformes escolares, nos tempos de secretária municipal, e diz que sua defesa já contestou a denúncia. Foi processada pela mesma prática na gestão estadual, mas nesse caso assinou acordo com o Ministério Público para encerrar a ação. Não nos cabe, aqui à distância e atuando em área diferente da exercida pela nova ministra, fazer juízo de valor sobre seus problemas. Ela própria, nas declarações que não se furtou a fazer, diz já ter apresentado sua defesa em busca da solução das questões. O que intriga é o fato do presidente da República supostamente não saber dos problemas enfrentados pela profissional que estava prestes a trazer para dentro do seu ministérios. O governo – não o do PT, mas o de todos os partidos – dispõe de pessoal capaz de levantar tudo o que ocorre ao redor dos indivíduos que o governante pretende convidar a formar na equipe e alertá-lo para os riscos e possíveis dores de cabeça. Parece que isso não ocorreu em relação à nova titular do Ministério dos Direitos Humanos. Tanto que seus problemas estão estampados na mídia para quem deles quiser tomar conhecimento. Se soubesse, Lula certamente teria evitado mais esse desgaste num momento em que o ministério já se encontrava envolto num delicado problema. Costuma-se dizer no meio político que desde a Roma Antiga o governante precisa cuidar da lisura de sua equipe e, mais que isso, da imagem que cada um transmite à população. É por isso que se diz, há séculos, que “não basta a mulher do imperador ser honesta; ela tem, também, de parecer honesta”. No quadro atual, é bem possível que a própria indicada esteja hoje constrangida porque algo conhecido apenas no fórum e no meio político mineiro agora é de domínio público nacional. Mais do que Lula, aqueles que o cercam nas atividades palacianas e governamentais têm o dever de a ele fornecer os informes que possam desviar sua administração de problemas. O mandato de um governante é fugaz – falta-lhe tempo para mitigar os grandes problemas administrativos e políticos – e ter de cuidar de coisas como a que envolve Macaé Evaristo é pura perda de tempo. Não sabemos qual a solução a ser adotada, mas o desgaste é inevitável. O governo precisa manter ativo e diligente o seu grupo de compliance para evitar que, por falta de informação, o presidente seja levado a, como se diz no interior, “pular em galho seco” e se machucar, ainda que politicamente. Quanto ao ex-ministro Silvio de Almeida, espera-se que ele tenha todas as chances de defesa ou justificação, e que as supostas vítimas de suas atitudes não enfrentem constrangimentos indevidos. A verdade, esteja onde estiver, é que deve presidir os acontecimentos. Nada mais.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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BOBO DA CORTE

Como definiu o Estadão no editorial Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), o presidente Lula da Silva, como um meteoro, foi de estadista a bobo da corte. O estadista tupiniquim se considera o maior articulador e líder da esquerda latino-americana “jamais visto na história deste País”. Todavia, esbarrou nas peripécias do seu muy amigo Nicolás Maduro, que deu uma banana em resposta às cobranças lunáticas, digo, lulísticas. E, por tabela, o Itamaraty, roxo de vergonha, conseguiu emitir uma profunda e chocante palavra em relação ao problema criado pelo ditador venezuelano: “surpresa”, seguindo o demiurgo que, lá atrás, disse que “o comportamento de Maduro deixa a desejar”. Só falta o governo ficar de genuflexão e pedir desculpas. É o incrível bobo da corte.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘PROTEGIDO’

Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3). Com todo respeito ao Estadão, Lula nunca foi um estadista. Denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à Justiça, organização criminosa e tráfico de influência, condenado pelo caso do triplex do Guarujá (8 anos e 10 meses), sítio em Atibaia (17 anos e 1 mês), terreno do Instituto Lula, doações ao Instituto Lula, caças suecos, Guiné Equatorial, BNDES, quadrilhão do PT, Zelotes e muitas outras. Existem inocentes que acreditam que ele nunca praticou os crimes, que foi condenado injustamente. Outros ainda acreditam que ele cometeu os crimes, mas que foi absolvido pelos santos do Supremo. Lula nunca foi estadista e muito menos bobo. É um espertalhão que se aliou e se tornou protegido da fina flor da Justiça brasileira.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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QUE PAÍS É ESSE?

Em dois editoriais Está faltando prudência ao Supremo e Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), duas citações saltam aos olhos: “tribunal parcial” e “numa mesa de pôquer há sempre um otário, e se você não sabe quem é, provavelmente é você”. De um lado, um judiciário que esqueceu, em algum churrasco de fim de semana, suas reais atribuições e funções como Suprema Corte; do outro, um presidente que não se faz respeitar e age como se fosse um sindicalista saído do ensino fundamental. Eu sei que é lugar comum, mas não consigo achar uma pergunta melhor: que país é esse?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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ACORDO EM XEQUE

Famílias de reféns em desespero após a execução de seis reféns pelo Hamas têm realizado protestos exigindo um acordo e culpando o governo de Benjamin Netanyahu. Seu sofrimento ecoa profundamente em toda a sociedade, afetando tanto a oposição quanto o governo. No entanto, as grandes manifestações ocorridas em Israel tiveram uma consequência imediata: aumentaram as expectativas e as demandas do Hamas, colapsando a possibilidade de um acordo. Autoridades dos Estados Unidos expressaram frustração com as novas exigências do Hamas, que pedem a libertação de prisioneiros condenados à prisão perpétua em troca dos reféns. O governo Joe Biden solicitou ao Egito e ao Catar que pressionem o Hamas a recuar em suas novas exigências. As negociações enfrentam um pessimismo crescente, com um oficial dos EUA descrevendo as exigências do Hamas como um “veneno” para o acordo. Dois altos funcionários dos EUA afirmaram que essas novas exigências são o principal obstáculo para um acordo, e há um pessimismo consensual entre os negociadores israelenses e mediadores dos EUA sobre a possibilidade de uma resolução.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

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NOVA CONTRATAÇÃO NO CORINTHIANS

Fugindo um pouco da política que anda muito polarizada, gostaria de comentar sobre esta contratação corintiana. O time está quase que diariamente na mídia por problemas de pagamento, inclusive não pagando direito de imagem de atletas, problema de não pagamento da Arena, etc., mas contratou o jogador Memphis Depay com salários de R$ 3 milhões mensais. Fico imaginando os futuros colegas em campo, em que muitos não ganham nem 10% desse valor. Irão correr proporcional ao que ganham, deixando o novo contratado responsável por 90% das resoluções dos problemas? Veremos.

Luiz Roberto Savoldelli

São Bernardo do Campo

Crise climática

Qualidade do ar em SP

Ao registrar a pior qualidade do ar nos últimos 43 anos na Região Metropolitana de São Paulo (Estadão, 10/9, A15), a Companhia Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (Cetesb) registra também que em apenas duas das estações de monitoramento a qualidade não foi “muito ruim” ou “ruim”, mas “moderada”: Diadema e Santo André-Capuava. São exatamente as estações que refletem as emissões do Polo Petroquímico de Capuava. Isso reafirma que a atividade industrial não é a principal contribuinte para a péssima qualidade do ar que respiramos, mas sim as emissões veiculares, atualmente mascaradas pelas queimadas em todo o País. Passado o período em que as inversões térmicas são mais frequentes – e observáveis –, o tema cai no esquecimento.

Eduardo San Martin

São Paulo

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Gestão pública

Pior qualidade do ar em 43 anos! O registro da Cetesb tem um auxílio imensurável: a gestão pública. Sim. Copiamos ou imitamos os EUA em muitas coisas, incontáveis vezes, mas nem sempre no que eles fazem de bom. Pede a verdade que se diga que os EUA não têm ônibus e caminhões a diesel circulando pelas cidades 24 horas por dia, o ano inteiro. Até mesmo automóveis a diesel (Mercedes Benz, por exemplo) só podem circular se seus proprietários tiverem uma autorização expressa, que é dificílima de ser obtida, e isso há mais de 30 anos. Outrossim, as fábricas lá têm sistemas de filtragem do ar muito mais avançados que as nossas e são rigorosamente fiscalizadas. Isso posto, será que as nossas futuras administrações públicas aprenderão um dia a copiar/imitar coisas boas?

Fernando de Oliveira Geribello

São Paulo

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Combate ao fogo

Com a quantidade enorme de incêndios nas matas do Brasil – em sua maioria de aparência criminosa –, a situação do clima atingiu um ponto em que o ar está irrespirável em São Paulo, e a tendência é de piora, porque não há previsão de chuvas tão logo. Pergunto: por que o governo federal não chama seus militares entocados nos quartéis e os desloca para as regiões onde tem sido mais difícil de debelar o fogo? O que temos visto pela TV são imagens de pessoas sem os equipamentos e a força adequados se batendo em matas incendiadas, tentando controlar o fogo, colocando a vida em risco – um contraste, por exemplo, com Brasília, onde ministros do STF têm auxiliares até para puxar sua cadeira quando vão se sentar.

Laércio Zannini

São Paulo

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Trabalho de formiguinhas

Estas queimadas sem controle e indiscriminadas em todo o País têm autores. Não é possível que o governo não faça nada para prevenir e punir de forma exemplar esses criminosos. E por que não há prevenção, como equipar o Exército e o Corpo de Bombeiros em todos os Estados para combater as queimadas assim que elas tiverem início? É chocante ver poucos homens trabalhando nas áreas afetadas, correndo risco e num trabalho de formiguinhas. Que país é este? E ainda vamos receber a Conferência da ONU sobre Mudança Climática (COP-30) no ano que vem... Que vergonha!

Jane Araújo

Brasília

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Ação governamental

Se continuarmos sem ação governamental (dos Estados e da União), a COP-30 em Belém do Pará, em novembro de 2025, será um fiasco para o Brasil, coberto por fumaça e pela fuligem de milhares de queimadas. Enquanto tratarmos o meio ambiente à base de workshops e ministra de grife, não melhoraremos em nada.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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Reforma administrativa

Equilibrar a balança

É um escárnio com a sociedade brasileira a perpetuação dos penduricalhos e das benesses para a elite do funcionalismo público, hoje especialmente no Poder Judiciário (como vimos no editorial Um dia na vida dos sindicalistas de toga, Estadão, 9/9, A3) e também no Legislativo. É muito discutida a reforma administrativa no âmbito do Poder Executivo, mas precisamos lembrar que são estes os servidores que prestam atendimento direto ao cidadão em escolas, nos postos de saúde e na segurança pública – em sua maioria com salários muito aquém das funções que desempenham. Não se percebe, no entanto, da parte de nenhum dos Três Poderes, o desejo de equilibrar a balança e melhorar, de fato, as condições de trabalho e os serviços prestados na ponta.

Lucas Fernando Brandão

Tuiuti

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

NOVA MINISTRA

Folha corrida. A julgar pelo que o Estadão publicou nesta terça-feira, 10/9, sob o título Lula escolhe deputado estadual do PT para a pasta dos Direitos Humanos (Estadão, 10/9, A6), a nova titular do Ministério dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, já se apresenta com a capivara bem gordota para o meu gosto.

Joaquim Quintino Filho

Pirassununga

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DNA PETISTA

Com a demissão do ministro garanhão, o PT conseguiu colocar mais uma ministra que tem no currículo ser ré por superfaturamento. Essa tem o DNA petista.

José Renato Nascimento

Santana

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GESTÃO LULA

Será que não existe um ministro honesto neste governo?

Robert Haller

São Paulo

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COVESCOTE EM BRASÍLIA

Churrasco dos bacanas de Brasília após o desfile de 7 de Setembro. Viva a independência do pagamento das carnes e bebidas. Tudo por nossa conta, sem participar. Como sempre.

Carlos Gaspar

São Paulo

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DESASTRE AMBIENTAL

O Brasil precisa rever a sua legislação ambiental, endurecer muito o jogo com os criminosos da floresta, a turma que toca fogo, põe uma cerca e ganha a posse da terra. Isso tem que acabar. O Brasil precisa rever as barbaridades insustentáveis aprovadas no Congresso, o País não vai sobreviver desmatando 80% do Cerrado, essa legislação precisa mudar. O agronegócio pintou e bordou, aprovou o que quis, passou a boiada usando o peso da sua bancada, agora a realidade dos fatos está desabando na cabeça do País inteiro: não tem água para tanta lavoura. O agronegócio precisa vestir a camisa da preservação ambiental se quiser continuar existindo. Não é difícil antever uma seca catastrófica que arrase as lavouras e mate o gado, isso não vai acontecer daqui a um milhão de anos, pode muito bem acontecer este ano.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CRISE CLIMÁTICA

O planeta Terra em crise climática e o Brasil em autodestruição. Os rios da Amazônia secando e a Floresta amazônica em chamas. Este é o nosso Brasil do século 21, em que o mundo desperta para o perigo de destruirmos a natureza, de termos poluído a atmosfera, os rios e oceanos num ato suicida. As cinzas de nossas florestas cobrem nossas cabeças em forçada penitência por nossos crimes contra nossa mãe natureza. Do pó viemos e ao pó estamos retornando.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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‘BOM DE FALAÇÃO’

Cadê o ético, honesto e democrata governo Lula? E a especialista Marina Silva? Na boa, esse governo é bom de falação e usa e abusa do sempre atual: “faça o que eu diga, mas não faça o que eu faço”. Afinal, aqui é o Brasil, e o futuro está incerto?

Antonio Jose Gomes Marques

São Paulo

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PIOR QUALIDADE DO AR

O fogaréu recorde que domina a grande parte do território brasileiro é tão impressionante que São Paulo ficou, pelo segundo dia consecutivo, entre as piores cidades mundiais com o ar contaminado pela fumaça de tais incêndios. Esta realidade climática é tão assustadora e inovadora entre nós, que não temos condições de prever os efeitos em nossa saúde e em nossos organismos.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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FORÇA-TAREFA

Governo estuda até força-tarefa contra seca, calor e incêndios (Estadão, 10/9, A16). Ora, já estamos a caminho de completar dois anos de seu governo e o combate ao aquecimento global e a manutenção das nossas florestas continuam sem as devidas ações para conservá-las. Muito pelo contrário, apesar de Lula ter recebido, desta vez, a real “herança maldita” de Jair Bolsonaro. Não faltaram críticas sobre esse procedimento, inclusive neste espaço. Porém, o presidente resolveu que deveria viajar mundo afora, se intrometendo em assuntos que não eram nossos, principalmente na Venezuela com propostas tão descabidas, que acabou sendo desrespeitado pelo seu ditador, para vergonha de todos nós. Ao mesmo tempo, aqui no Brasil as quadrilhas que passaram a dominar os nossos biomas, durante o governo Bolsonaro, continuaram roubando nossos tesouros livremente, enquanto Lula viajava para o exterior, muitas vezes nos envergonhando. Não foi à toa que recebeu vaias no domingo passado no jogo do MorumBis. Ontem São Paulo registrou o pior ar do mundo, um absurdo. Lula precisa se convencer que a sua principal tarefa é recuperar nossos biomas, principalmente o Cerrado e o Pantanal, além da Amazônia, e deixar de lado os problemas das outras nações com o Itamaraty, que é muito competente para tal. Também, deveria aceitar o conselho do nosso consagrado climatologista Carlos Nobre, em lugar dos seus assessores, que nada entendem do assunto, e parar de explorar petróleo, dando mais atenção à ministra Marina Silva, ao contrário de muitos dos seus auxiliares. Não adianta nomeá-la e transformá-la em vaso chinês, como já afirmou o Estadão com razão. Explorar petróleo no pré-sal na Zona Equatorial é mesmo uma temeridade, maior ainda do que Belo Monte, como disse a ministra, que deu no que deu por funcionar apenas cinco meses por ano.

Gilberto Pacini

São Paulo

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MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS

Quando demitiu com rapidez o ministro acusado de ter aplicado a mão boba em colegas de trabalho e colaboradoras, o presidente Lula parece não ter sido cauteloso o suficiente ao indicar a nova titular do estratégico e sensível Ministério dos Direitos Humanos. Em simbólica homenagem às mulheres – motivadoras da queda do ministro – foi buscar uma mulher negra com militância no seu partido e detentora de mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Mas, pelo visto, não tomou o cuidado – ou não foi alertado por auxiliares com essa obrigação, dos problemas que a escolhida enfrenta relativamente a cargos exercidos anteriormente. A simpática e sorridente Macaé Maria Evaristo dos Santos (PT/MG), mestre em Educação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que já foi vereadora em Belo Horizonte por dois mandato e está no primeiro de deputada estadual, exerceu o cargo de secretária municipal da Educação de Belo Horizonte entre 2005 e 2012, e foi secretária estadual da mesma pasta de 2015 a 2018. A hoje indicada ministra figura num processo onde é acusada de superfaturar R$ 6,5 milhões em uniformes escolares, nos tempos de secretária municipal, e diz que sua defesa já contestou a denúncia. Foi processada pela mesma prática na gestão estadual, mas nesse caso assinou acordo com o Ministério Público para encerrar a ação. Não nos cabe, aqui à distância e atuando em área diferente da exercida pela nova ministra, fazer juízo de valor sobre seus problemas. Ela própria, nas declarações que não se furtou a fazer, diz já ter apresentado sua defesa em busca da solução das questões. O que intriga é o fato do presidente da República supostamente não saber dos problemas enfrentados pela profissional que estava prestes a trazer para dentro do seu ministérios. O governo – não o do PT, mas o de todos os partidos – dispõe de pessoal capaz de levantar tudo o que ocorre ao redor dos indivíduos que o governante pretende convidar a formar na equipe e alertá-lo para os riscos e possíveis dores de cabeça. Parece que isso não ocorreu em relação à nova titular do Ministério dos Direitos Humanos. Tanto que seus problemas estão estampados na mídia para quem deles quiser tomar conhecimento. Se soubesse, Lula certamente teria evitado mais esse desgaste num momento em que o ministério já se encontrava envolto num delicado problema. Costuma-se dizer no meio político que desde a Roma Antiga o governante precisa cuidar da lisura de sua equipe e, mais que isso, da imagem que cada um transmite à população. É por isso que se diz, há séculos, que “não basta a mulher do imperador ser honesta; ela tem, também, de parecer honesta”. No quadro atual, é bem possível que a própria indicada esteja hoje constrangida porque algo conhecido apenas no fórum e no meio político mineiro agora é de domínio público nacional. Mais do que Lula, aqueles que o cercam nas atividades palacianas e governamentais têm o dever de a ele fornecer os informes que possam desviar sua administração de problemas. O mandato de um governante é fugaz – falta-lhe tempo para mitigar os grandes problemas administrativos e políticos – e ter de cuidar de coisas como a que envolve Macaé Evaristo é pura perda de tempo. Não sabemos qual a solução a ser adotada, mas o desgaste é inevitável. O governo precisa manter ativo e diligente o seu grupo de compliance para evitar que, por falta de informação, o presidente seja levado a, como se diz no interior, “pular em galho seco” e se machucar, ainda que politicamente. Quanto ao ex-ministro Silvio de Almeida, espera-se que ele tenha todas as chances de defesa ou justificação, e que as supostas vítimas de suas atitudes não enfrentem constrangimentos indevidos. A verdade, esteja onde estiver, é que deve presidir os acontecimentos. Nada mais.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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BOBO DA CORTE

Como definiu o Estadão no editorial Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), o presidente Lula da Silva, como um meteoro, foi de estadista a bobo da corte. O estadista tupiniquim se considera o maior articulador e líder da esquerda latino-americana “jamais visto na história deste País”. Todavia, esbarrou nas peripécias do seu muy amigo Nicolás Maduro, que deu uma banana em resposta às cobranças lunáticas, digo, lulísticas. E, por tabela, o Itamaraty, roxo de vergonha, conseguiu emitir uma profunda e chocante palavra em relação ao problema criado pelo ditador venezuelano: “surpresa”, seguindo o demiurgo que, lá atrás, disse que “o comportamento de Maduro deixa a desejar”. Só falta o governo ficar de genuflexão e pedir desculpas. É o incrível bobo da corte.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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‘PROTEGIDO’

Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3). Com todo respeito ao Estadão, Lula nunca foi um estadista. Denunciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à Justiça, organização criminosa e tráfico de influência, condenado pelo caso do triplex do Guarujá (8 anos e 10 meses), sítio em Atibaia (17 anos e 1 mês), terreno do Instituto Lula, doações ao Instituto Lula, caças suecos, Guiné Equatorial, BNDES, quadrilhão do PT, Zelotes e muitas outras. Existem inocentes que acreditam que ele nunca praticou os crimes, que foi condenado injustamente. Outros ainda acreditam que ele cometeu os crimes, mas que foi absolvido pelos santos do Supremo. Lula nunca foi estadista e muito menos bobo. É um espertalhão que se aliou e se tornou protegido da fina flor da Justiça brasileira.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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QUE PAÍS É ESSE?

Em dois editoriais Está faltando prudência ao Supremo e Lula, de estadista a bobo da corte (Estadão, 10/9, A3), duas citações saltam aos olhos: “tribunal parcial” e “numa mesa de pôquer há sempre um otário, e se você não sabe quem é, provavelmente é você”. De um lado, um judiciário que esqueceu, em algum churrasco de fim de semana, suas reais atribuições e funções como Suprema Corte; do outro, um presidente que não se faz respeitar e age como se fosse um sindicalista saído do ensino fundamental. Eu sei que é lugar comum, mas não consigo achar uma pergunta melhor: que país é esse?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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ACORDO EM XEQUE

Famílias de reféns em desespero após a execução de seis reféns pelo Hamas têm realizado protestos exigindo um acordo e culpando o governo de Benjamin Netanyahu. Seu sofrimento ecoa profundamente em toda a sociedade, afetando tanto a oposição quanto o governo. No entanto, as grandes manifestações ocorridas em Israel tiveram uma consequência imediata: aumentaram as expectativas e as demandas do Hamas, colapsando a possibilidade de um acordo. Autoridades dos Estados Unidos expressaram frustração com as novas exigências do Hamas, que pedem a libertação de prisioneiros condenados à prisão perpétua em troca dos reféns. O governo Joe Biden solicitou ao Egito e ao Catar que pressionem o Hamas a recuar em suas novas exigências. As negociações enfrentam um pessimismo crescente, com um oficial dos EUA descrevendo as exigências do Hamas como um “veneno” para o acordo. Dois altos funcionários dos EUA afirmaram que essas novas exigências são o principal obstáculo para um acordo, e há um pessimismo consensual entre os negociadores israelenses e mediadores dos EUA sobre a possibilidade de uma resolução.

Jorge A. Nurkin

São Paulo

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NOVA CONTRATAÇÃO NO CORINTHIANS

Fugindo um pouco da política que anda muito polarizada, gostaria de comentar sobre esta contratação corintiana. O time está quase que diariamente na mídia por problemas de pagamento, inclusive não pagando direito de imagem de atletas, problema de não pagamento da Arena, etc., mas contratou o jogador Memphis Depay com salários de R$ 3 milhões mensais. Fico imaginando os futuros colegas em campo, em que muitos não ganham nem 10% desse valor. Irão correr proporcional ao que ganham, deixando o novo contratado responsável por 90% das resoluções dos problemas? Veremos.

Luiz Roberto Savoldelli

São Bernardo do Campo

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