Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Crise climática

Hemorragia

‘Crise climática está mais rápida. Até 2070, o Pantanal acaba’ (Estadão, 12/9, A16). Ao ler a entrevista com o professor Carlos Nobre e depois de recobrar minha consciência diante do espanto à nossa frente, entendo oportunas duas observações: primeiramente, essa tragédia já foi apontada há bastante tempo pelo professor e por outros estudiosos, que nosso planeta está claramente ameaçado por nossa espécie, pela forma como nós, humanos, o tratamos a cada dia. E eu observo que, enquanto isso, estamos focados nos nossos celulares, sem olhar a vida ao redor, a vida como ela é. Há fogo por todos os lados, temperaturas cada vez mais elevadas, água cada vez mais escassa. Em segundo lugar, fui buscar em minha biblioteca um livro adquirido em 1984 intitulado Não verás país nenhum, de autoria do grande Ignácio de Loyola Brandão. Na época, o texto me parecia apocalíptico, mas eu o considerava um trabalho ficcional. Porém, como ensinava Nelson Rodrigues, “só os profetas enxergam o óbvio”. Eu ainda sou otimista de que podemos salvar nossa espécie. Mas precisamos de ações emergenciais, da mesma forma que nós, obstetras, fazemos diante de uma hemorragia.

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Nelson Sass, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina

São Paulo

*

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Paleoclimatologia

Em entrevista ao Estadão, o climatologista dr. Carlos Nobre afirmou que “temos a maior temperatura que o planeta experimentou em 100 mil anos” (‘Estou apavorado. Ninguém previa isso; é muito rápido’, diz Carlos Nobre sobre crise climática, 11/9). Registros paleoclimatológicos em todos os continentes mostram que, no Holoceno Médio, há 6-8 mil anos, as temperaturas atmosféricas e os níveis do mar eram superiores aos atuais. Além disso, o Ártico ficava livre de gelo nos verões. Em contrapartida, as concentrações de dióxido de carbono (CO2) eram cerca de 40% inferiores às atuais. Ou seja, as explicações para os fenômenos atuais devem ser buscadas numa dinâmica bem mais complexa do que meramente atribuí-los às emissões de CO2.

Geraldo Luís Lino

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Rio de Janeiro

*

Contando com Deus

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Será que não poderia ser planejado um sistema de distribuição de água (natural ou dessalinizada, transportada por grandes redes), para criar barreiras pontuais (por exemplo, com torres que tenham aspersores de jatos d’água) em regiões remotas e de mata, contra a propagação de incêndios? Não é possível que, em pleno século 21, tenhamos de assistir a tudo o que temos visto, de modo inerte, e simplesmente torcer e pedir a Deus para que não permita que o fogo se espalhe. Se no governo Bolsonaro o Brasil queimou, no governo Lula queima ainda mais. Todavia, a hipocrisia fica em silêncio, como se nada ocorresse. Não é uma questão de lado A ou lado B. Somos brasileiros, acima de tudo. É preciso crescer e agir, de modo inteligente e eficaz.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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*

Congresso Nacional

De costas para o Brasil

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Perfeito o editorial de 12/9 (A3) O Congresso está de costas para o Brasil. Diz tudo e mais um pouco do que gostaríamos de expressar. Entre tantos assuntos prementes, aborda as queimadas pelo Brasil afora, enquanto o que se ouve do presidente da República é tão somente que tem “gente que está tentando colocar fogo para destruir este país” – ou seja, Lula está perdido na fumaça. E no Congresso, deputados e senadores, em suas redomas à prova de incêndios, discutem as próximas eleições municipais e com quem ficará o comando da Câmara e do Senado no período de 2025 a 2027. Quanto à população brasileira, ora, a população que se arda em chamas!

Sérgio Dafré

Jundiaí

*

Energia elétrica

Quebra de monopólio

Por andanças pelo Texas, nos EUA, o cronista Maurício Benvenutti, que não deve ser do ramo, descobriu que 85% da população de lá pode escolher, entre 60 opções, a companhia de eletricidade que melhor possa atendê-la. Esse milagre tecnológico está descrito no artigo Escolher de quem comprar energia? (Estadão, 11/9, B16). Interessante que o articulista ainda dá destaque ao fato de que o consumidor pode fazer essa escolha não só pelo preço (tarifa), mas pela qualidade do serviço. Que maravilha, se fosse possível, haver uma quebra de monopólio na distribuição de energia elétrica tendo por critério a melhoria da qualidade do fornecimento.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DESONERAÇÃO DA FOLHA

A desoneração da folha de pagamentos, enquanto medida fundamental para a geração de empregos e o estímulo ao dinamismo econômico, deve ser compreendida em seu contexto limitado. Sua implementação, se bem-sucedida em aliviar encargos e fomentar contratações, não é capaz, por si só, de corrigir as intrincadas distorções do sistema tributário. A complexidade e as incoerências do sistema tributário exigem reformas estruturais que complementem a desoneração, assegurando um ambiente fiscal mais equilibrado e eficiente. Assim, é imperativo que a desoneração seja parte de uma estratégia mais ampla e integradora para promover a equidade e a eficácia tributária.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

EFEITO TOFFOLLI

Na verdade, deveria ser defeito Toffoli. A decisão do ministro em anular acordos de leniência de corruptos confessos agora serve de exemplo e de incentivo para que outros condenados pela Lava Jato sigam o mesmo caminho, ou seja, peçam a anulação de seus acordos de colaboração premiada. Vide Estadão em Decisão de Toffoli gera ‘efeito cascata’ e delatores pedem revisão de acordos (Estadão, 12/9, A6). Albert Sabin deu nome a uma vacina, a vacina Sabin; Isaac Newton deu nome às leis que descrevem a dinâmica do movimento dos corpos, as Leis de Newton; e Dias Toffoli deu nome a um capítulo execrável da Justiça brasileira, o Efeito Toffoli.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

INQUÉRITO DAS FAKE NEWS

Já faz muito tempo. Quando Toffoli era presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) se abriu um processo cujo relator indicado foi o ministro Alexandre de Moraes para examinar o ataque das fake news. Morais tem prorrogado muitas vezes as investigações sem concluir o processo. Esse ministro tem muitos assuntos para cuidar, mas não é razoável o prolongamento infinito de um tema tão importante. Está devendo para nós brasileiros, deve concluir e punir os culpados.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

ORÇAMENTO SECRETO

Não se sabe por que as verbas ilícitas do orçamento secreto, que lá atrás já foram consideradas inconstitucionais pelo STF, não têm chegado aos seus destinos. Na verdade, as cidades que mais receberam essas excrecências mantém suas obras paradas. Dizem que a verbas secretas são interceptadas e param em vários bolsos criminosos da politicalha, impedindo a sua conclusão. Afinal, são cerca de singelos R$ 341 milhões repassados e que não conseguiram sobreviver aos esfomeados políticos de plantão. Dá para acreditar?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

CONGRESSO NACIONAL

O Congresso está de costas para o Brasil (Estadão, 12/9, A3). Afinal, para que servem mesmo os 513 deputados federais e 81 senadores da República?

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

*

CORRUPÇÃO

A história contemporânea tem confirmado a justeza da célebre declaração atribuída a Sir Winston Churchill, segundo a qual a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais. Ao receber, porém, pelo noticiário, com perturbadora frequência, relatos dando conta de golpes de corrupção praticados por prefeitos e vereadores, a sociedade tem o direito de indagar se não caberia um aperfeiçoamento do nosso regime, mediante o qual este segmento capilar, no caso de representação de populações inferiores a um determinado limiar – 30 mil habitantes, por exemplo –, passasse a ser não remunerado, constituindo os respectivos mandatos nada além de uma espécie de estágio probatório para candidaturas a cargos mais abrangentes. Certamente, tais modificações, em face do incrível número de municípios brasileiros nestas condições, representariam uma sensível redução do custo de nossa perdulária democracia.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

PERIGO DA REDE ELÉTRICA

O fogo não surge por acaso, é mais que óbvio. Ele precisa ser ateado. Isso posto, podemos concluir que os incêndios que estão consumindo grandes áreas de nossos biomas são criminosos (doloso), ou ocorrem por negligência de alguém. Como, por exemplo, o ocorrido há 15 dias em minha propriedade rural em Paranaíba-MS. O incêndio se deu pelo descaso da empresa Energisa, fornecedora de energia e responsável pela manutenção da rede elétrica. As árvores cresceram e atingiram a fiação. Fizemos, em vão, vários pedidos para efetuarem o corte dos galhos, até que o pior aconteceu. Deu um curto circuito e pegou fogo na mata. Foi um Deus nos acuda para apagar o incêndio. Tenho absoluta convicção que esse não é um caso isolado. É uma amostra de tantos outros que acontecem Brasil a fora. A manutenção das redes elétricas na zona rural é coisa séria e requer uma fiscalização rigorosa por parte dos órgãos públicos responsáveis. Fica o alerta.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

EL NIÑO

Lembro de que foi dito há um tempo que teríamos um El Niño muito forte e longo, talvez o mais forte de todos, com fortes consequências climáticas de ondas de calor e secas. Agora, não se fala do El Niño, apenas de mudanças climáticas, de calor, de baixa umidade e de queimadas e outros afins. E o El Niño? Se se sabia que ele viria extraordinariamente forte, por que não se tomou medidas preventivas? O que fala a ministra Marina Silva? Se não me engano, em 1983 tivemos uma forte seca e baixa umidade no Estado de São Paulo; Pergunto ao Estadão, como está o El Niño?

Pedro Geretto Jr.

São Paulo

*

DESMATAMENTO

Conforme afirmação da ministra do Meio Ambiente, o desmatamento teve uma redução de 60%. Mesmo com estes milhares de focos de incêndio? Ou para a estatística de desmatamento só vale o desmatamento executado por motosserras? A conta não fecha.

Vital Romaneli Penha

Jacareí SP

*

QUEIMADAS NA AMAZÔNIA

A inédita e impressionante seca e fogo na Amazônia, levando a terrível emissão de gases poluentes fora de controle na região, nos deixa terrivelmente assustados por não sabermos o que será de nosso futuro. Tal evento seria impensável na área que já foi chamada de pulmão do mundo e agora é o setor do planeta que mais emite gases de efeitos estufa, segundo dados do Copernicus.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

ENIGMA

Em entrevista à rádio Norte FM o presidente Lula disse: “Espero que a Venezuela volte à normalidade e que essa gente possa voltar para a Venezuela o mais rápido possível”, referindo-se à enxurrada de imigrantes venezuelanos que entram diariamente no País em busca de melhores condições de vida, e que o governo federal, junto ao Estado de Roraima, acertadamente se empenha para que sejam ajudados e bem recebidos. A afirmação de Lula, entretanto, é enigmática. Pois, o que significa a esperança de a Venezuela voltar à normalidade? Pouco provável que ele esteja se referindo à normalidade democrática, visto que a Venezuela não parece se incomodar com as críticas internacionais que condenam a reeleição de araque de Nicolás Maduro, das quais o Brasil, até agora, sequer compartilhou. A estratégia do Itamaraty é clara: aguardar a poeira baixar e o assunto cair no esquecimento para, assim, tolerar mais seis anos, no mínimo, de ditadura chavista. É isso o que significa, para Lula, a normalidade venezuelana.

Luciano Harary

São Paulo

*

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Quase tudo o que se poderia dizer sobre essa guerra de Israel contra seus supostos desafetos já foi dito. Não discuto as razões dos envolvidos. O que importa são as perdas humanas, e, principalmente, o grande sofrimento imposto à população, em especial às crianças. Há uns 2 mil anos viveu por lá um moço que pregava a inutilidade da vingança; preferia oferecer a outra face caso fosse esbofeteado. Esses ensinamentos nunca estiveram mais démodé na área. Aquilo tornou-se uma verdadeira usina de produção de novos vingadores. Cada pessoa que perde filhos e filhos que perdem pais ou irmãos. Toda perda gera ódios que vão alimentar novos conflitos no futuro. Outra questão que não entendo é o custo financeiro. Cada bala disparada, tanques, drones, alimentação das tropas, foguetes – tudo custa muito dinheiro. Como a economia de um pequeno país como Israel suporta esses gastos? Neste mundo, a maior lei que existe é a de “toma lá, dá cá”, portanto, deve haver investidores que estão lucrando com toda essa destruição. Pobre do moço da “outra face” – seus ensinamentos só são miseravelmente seguidos por líderes religiosos que exploram supostas graças alcançadas pelos fiéis, o “toma lá”, e então cobram contribuições, ou seja, o “dá cá”.

Nestor Rodrigues Pereira Filho

São Paulo

*

SHOW NOS ARREDORES

Resido cerca do Allianz Parque. Ontem e hoje o som dos shows foi e está sendo em altura insuportável. Como a prefeitura – atenção eleitores – permite um total desrespeito aos direitos dos cidadãos que vivem nas imediações do malfadado local? Será que ninguém na prefeitura se preocupa com o repouso e com a saúde de seus pagadores de impostos? O IPTU sobe e os serviços continuam uma porcaria. Liguei para o 156 e a resposta é que eu deveria contatar o Psiu, mas o fiscal não iria hoje ao local, ou seja, uma inutilidade total e uma perda de tempo.

Amauri Ortiz Cabral

São Paulo

*

MEMPHIS DEPAY

Como corintiano e sofredor desde criança, gostaria de sugerir à diretoria do clube que o novo contratado, Memphis Depay, não tenha o número 94 na camiseta, e sim o número 3.000.000, destacando o salário mensal do jogador e a necessidade de lavagem especial para seu pagamento.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

DESEMPENHO

Será que os nossos jogadores exportados para diferentes clubes no mundo não estão jogando tão bem na Seleção brasileira com medo de machucar, ficar afastado e não poder continuar ganhando seus altos salários?

Tania Tavares

São Paulo

Crise climática

Hemorragia

‘Crise climática está mais rápida. Até 2070, o Pantanal acaba’ (Estadão, 12/9, A16). Ao ler a entrevista com o professor Carlos Nobre e depois de recobrar minha consciência diante do espanto à nossa frente, entendo oportunas duas observações: primeiramente, essa tragédia já foi apontada há bastante tempo pelo professor e por outros estudiosos, que nosso planeta está claramente ameaçado por nossa espécie, pela forma como nós, humanos, o tratamos a cada dia. E eu observo que, enquanto isso, estamos focados nos nossos celulares, sem olhar a vida ao redor, a vida como ela é. Há fogo por todos os lados, temperaturas cada vez mais elevadas, água cada vez mais escassa. Em segundo lugar, fui buscar em minha biblioteca um livro adquirido em 1984 intitulado Não verás país nenhum, de autoria do grande Ignácio de Loyola Brandão. Na época, o texto me parecia apocalíptico, mas eu o considerava um trabalho ficcional. Porém, como ensinava Nelson Rodrigues, “só os profetas enxergam o óbvio”. Eu ainda sou otimista de que podemos salvar nossa espécie. Mas precisamos de ações emergenciais, da mesma forma que nós, obstetras, fazemos diante de uma hemorragia.

Nelson Sass, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina

São Paulo

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Paleoclimatologia

Em entrevista ao Estadão, o climatologista dr. Carlos Nobre afirmou que “temos a maior temperatura que o planeta experimentou em 100 mil anos” (‘Estou apavorado. Ninguém previa isso; é muito rápido’, diz Carlos Nobre sobre crise climática, 11/9). Registros paleoclimatológicos em todos os continentes mostram que, no Holoceno Médio, há 6-8 mil anos, as temperaturas atmosféricas e os níveis do mar eram superiores aos atuais. Além disso, o Ártico ficava livre de gelo nos verões. Em contrapartida, as concentrações de dióxido de carbono (CO2) eram cerca de 40% inferiores às atuais. Ou seja, as explicações para os fenômenos atuais devem ser buscadas numa dinâmica bem mais complexa do que meramente atribuí-los às emissões de CO2.

Geraldo Luís Lino

Rio de Janeiro

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Contando com Deus

Será que não poderia ser planejado um sistema de distribuição de água (natural ou dessalinizada, transportada por grandes redes), para criar barreiras pontuais (por exemplo, com torres que tenham aspersores de jatos d’água) em regiões remotas e de mata, contra a propagação de incêndios? Não é possível que, em pleno século 21, tenhamos de assistir a tudo o que temos visto, de modo inerte, e simplesmente torcer e pedir a Deus para que não permita que o fogo se espalhe. Se no governo Bolsonaro o Brasil queimou, no governo Lula queima ainda mais. Todavia, a hipocrisia fica em silêncio, como se nada ocorresse. Não é uma questão de lado A ou lado B. Somos brasileiros, acima de tudo. É preciso crescer e agir, de modo inteligente e eficaz.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

*

Congresso Nacional

De costas para o Brasil

Perfeito o editorial de 12/9 (A3) O Congresso está de costas para o Brasil. Diz tudo e mais um pouco do que gostaríamos de expressar. Entre tantos assuntos prementes, aborda as queimadas pelo Brasil afora, enquanto o que se ouve do presidente da República é tão somente que tem “gente que está tentando colocar fogo para destruir este país” – ou seja, Lula está perdido na fumaça. E no Congresso, deputados e senadores, em suas redomas à prova de incêndios, discutem as próximas eleições municipais e com quem ficará o comando da Câmara e do Senado no período de 2025 a 2027. Quanto à população brasileira, ora, a população que se arda em chamas!

Sérgio Dafré

Jundiaí

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Energia elétrica

Quebra de monopólio

Por andanças pelo Texas, nos EUA, o cronista Maurício Benvenutti, que não deve ser do ramo, descobriu que 85% da população de lá pode escolher, entre 60 opções, a companhia de eletricidade que melhor possa atendê-la. Esse milagre tecnológico está descrito no artigo Escolher de quem comprar energia? (Estadão, 11/9, B16). Interessante que o articulista ainda dá destaque ao fato de que o consumidor pode fazer essa escolha não só pelo preço (tarifa), mas pela qualidade do serviço. Que maravilha, se fosse possível, haver uma quebra de monopólio na distribuição de energia elétrica tendo por critério a melhoria da qualidade do fornecimento.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DESONERAÇÃO DA FOLHA

A desoneração da folha de pagamentos, enquanto medida fundamental para a geração de empregos e o estímulo ao dinamismo econômico, deve ser compreendida em seu contexto limitado. Sua implementação, se bem-sucedida em aliviar encargos e fomentar contratações, não é capaz, por si só, de corrigir as intrincadas distorções do sistema tributário. A complexidade e as incoerências do sistema tributário exigem reformas estruturais que complementem a desoneração, assegurando um ambiente fiscal mais equilibrado e eficiente. Assim, é imperativo que a desoneração seja parte de uma estratégia mais ampla e integradora para promover a equidade e a eficácia tributária.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

EFEITO TOFFOLLI

Na verdade, deveria ser defeito Toffoli. A decisão do ministro em anular acordos de leniência de corruptos confessos agora serve de exemplo e de incentivo para que outros condenados pela Lava Jato sigam o mesmo caminho, ou seja, peçam a anulação de seus acordos de colaboração premiada. Vide Estadão em Decisão de Toffoli gera ‘efeito cascata’ e delatores pedem revisão de acordos (Estadão, 12/9, A6). Albert Sabin deu nome a uma vacina, a vacina Sabin; Isaac Newton deu nome às leis que descrevem a dinâmica do movimento dos corpos, as Leis de Newton; e Dias Toffoli deu nome a um capítulo execrável da Justiça brasileira, o Efeito Toffoli.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

INQUÉRITO DAS FAKE NEWS

Já faz muito tempo. Quando Toffoli era presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) se abriu um processo cujo relator indicado foi o ministro Alexandre de Moraes para examinar o ataque das fake news. Morais tem prorrogado muitas vezes as investigações sem concluir o processo. Esse ministro tem muitos assuntos para cuidar, mas não é razoável o prolongamento infinito de um tema tão importante. Está devendo para nós brasileiros, deve concluir e punir os culpados.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

ORÇAMENTO SECRETO

Não se sabe por que as verbas ilícitas do orçamento secreto, que lá atrás já foram consideradas inconstitucionais pelo STF, não têm chegado aos seus destinos. Na verdade, as cidades que mais receberam essas excrecências mantém suas obras paradas. Dizem que a verbas secretas são interceptadas e param em vários bolsos criminosos da politicalha, impedindo a sua conclusão. Afinal, são cerca de singelos R$ 341 milhões repassados e que não conseguiram sobreviver aos esfomeados políticos de plantão. Dá para acreditar?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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CONGRESSO NACIONAL

O Congresso está de costas para o Brasil (Estadão, 12/9, A3). Afinal, para que servem mesmo os 513 deputados federais e 81 senadores da República?

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

*

CORRUPÇÃO

A história contemporânea tem confirmado a justeza da célebre declaração atribuída a Sir Winston Churchill, segundo a qual a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais. Ao receber, porém, pelo noticiário, com perturbadora frequência, relatos dando conta de golpes de corrupção praticados por prefeitos e vereadores, a sociedade tem o direito de indagar se não caberia um aperfeiçoamento do nosso regime, mediante o qual este segmento capilar, no caso de representação de populações inferiores a um determinado limiar – 30 mil habitantes, por exemplo –, passasse a ser não remunerado, constituindo os respectivos mandatos nada além de uma espécie de estágio probatório para candidaturas a cargos mais abrangentes. Certamente, tais modificações, em face do incrível número de municípios brasileiros nestas condições, representariam uma sensível redução do custo de nossa perdulária democracia.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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PERIGO DA REDE ELÉTRICA

O fogo não surge por acaso, é mais que óbvio. Ele precisa ser ateado. Isso posto, podemos concluir que os incêndios que estão consumindo grandes áreas de nossos biomas são criminosos (doloso), ou ocorrem por negligência de alguém. Como, por exemplo, o ocorrido há 15 dias em minha propriedade rural em Paranaíba-MS. O incêndio se deu pelo descaso da empresa Energisa, fornecedora de energia e responsável pela manutenção da rede elétrica. As árvores cresceram e atingiram a fiação. Fizemos, em vão, vários pedidos para efetuarem o corte dos galhos, até que o pior aconteceu. Deu um curto circuito e pegou fogo na mata. Foi um Deus nos acuda para apagar o incêndio. Tenho absoluta convicção que esse não é um caso isolado. É uma amostra de tantos outros que acontecem Brasil a fora. A manutenção das redes elétricas na zona rural é coisa séria e requer uma fiscalização rigorosa por parte dos órgãos públicos responsáveis. Fica o alerta.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

EL NIÑO

Lembro de que foi dito há um tempo que teríamos um El Niño muito forte e longo, talvez o mais forte de todos, com fortes consequências climáticas de ondas de calor e secas. Agora, não se fala do El Niño, apenas de mudanças climáticas, de calor, de baixa umidade e de queimadas e outros afins. E o El Niño? Se se sabia que ele viria extraordinariamente forte, por que não se tomou medidas preventivas? O que fala a ministra Marina Silva? Se não me engano, em 1983 tivemos uma forte seca e baixa umidade no Estado de São Paulo; Pergunto ao Estadão, como está o El Niño?

Pedro Geretto Jr.

São Paulo

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DESMATAMENTO

Conforme afirmação da ministra do Meio Ambiente, o desmatamento teve uma redução de 60%. Mesmo com estes milhares de focos de incêndio? Ou para a estatística de desmatamento só vale o desmatamento executado por motosserras? A conta não fecha.

Vital Romaneli Penha

Jacareí SP

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QUEIMADAS NA AMAZÔNIA

A inédita e impressionante seca e fogo na Amazônia, levando a terrível emissão de gases poluentes fora de controle na região, nos deixa terrivelmente assustados por não sabermos o que será de nosso futuro. Tal evento seria impensável na área que já foi chamada de pulmão do mundo e agora é o setor do planeta que mais emite gases de efeitos estufa, segundo dados do Copernicus.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

ENIGMA

Em entrevista à rádio Norte FM o presidente Lula disse: “Espero que a Venezuela volte à normalidade e que essa gente possa voltar para a Venezuela o mais rápido possível”, referindo-se à enxurrada de imigrantes venezuelanos que entram diariamente no País em busca de melhores condições de vida, e que o governo federal, junto ao Estado de Roraima, acertadamente se empenha para que sejam ajudados e bem recebidos. A afirmação de Lula, entretanto, é enigmática. Pois, o que significa a esperança de a Venezuela voltar à normalidade? Pouco provável que ele esteja se referindo à normalidade democrática, visto que a Venezuela não parece se incomodar com as críticas internacionais que condenam a reeleição de araque de Nicolás Maduro, das quais o Brasil, até agora, sequer compartilhou. A estratégia do Itamaraty é clara: aguardar a poeira baixar e o assunto cair no esquecimento para, assim, tolerar mais seis anos, no mínimo, de ditadura chavista. É isso o que significa, para Lula, a normalidade venezuelana.

Luciano Harary

São Paulo

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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Quase tudo o que se poderia dizer sobre essa guerra de Israel contra seus supostos desafetos já foi dito. Não discuto as razões dos envolvidos. O que importa são as perdas humanas, e, principalmente, o grande sofrimento imposto à população, em especial às crianças. Há uns 2 mil anos viveu por lá um moço que pregava a inutilidade da vingança; preferia oferecer a outra face caso fosse esbofeteado. Esses ensinamentos nunca estiveram mais démodé na área. Aquilo tornou-se uma verdadeira usina de produção de novos vingadores. Cada pessoa que perde filhos e filhos que perdem pais ou irmãos. Toda perda gera ódios que vão alimentar novos conflitos no futuro. Outra questão que não entendo é o custo financeiro. Cada bala disparada, tanques, drones, alimentação das tropas, foguetes – tudo custa muito dinheiro. Como a economia de um pequeno país como Israel suporta esses gastos? Neste mundo, a maior lei que existe é a de “toma lá, dá cá”, portanto, deve haver investidores que estão lucrando com toda essa destruição. Pobre do moço da “outra face” – seus ensinamentos só são miseravelmente seguidos por líderes religiosos que exploram supostas graças alcançadas pelos fiéis, o “toma lá”, e então cobram contribuições, ou seja, o “dá cá”.

Nestor Rodrigues Pereira Filho

São Paulo

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SHOW NOS ARREDORES

Resido cerca do Allianz Parque. Ontem e hoje o som dos shows foi e está sendo em altura insuportável. Como a prefeitura – atenção eleitores – permite um total desrespeito aos direitos dos cidadãos que vivem nas imediações do malfadado local? Será que ninguém na prefeitura se preocupa com o repouso e com a saúde de seus pagadores de impostos? O IPTU sobe e os serviços continuam uma porcaria. Liguei para o 156 e a resposta é que eu deveria contatar o Psiu, mas o fiscal não iria hoje ao local, ou seja, uma inutilidade total e uma perda de tempo.

Amauri Ortiz Cabral

São Paulo

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MEMPHIS DEPAY

Como corintiano e sofredor desde criança, gostaria de sugerir à diretoria do clube que o novo contratado, Memphis Depay, não tenha o número 94 na camiseta, e sim o número 3.000.000, destacando o salário mensal do jogador e a necessidade de lavagem especial para seu pagamento.

Carlos Gaspar

São Paulo

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DESEMPENHO

Será que os nossos jogadores exportados para diferentes clubes no mundo não estão jogando tão bem na Seleção brasileira com medo de machucar, ficar afastado e não poder continuar ganhando seus altos salários?

Tania Tavares

São Paulo

Crise climática

Hemorragia

‘Crise climática está mais rápida. Até 2070, o Pantanal acaba’ (Estadão, 12/9, A16). Ao ler a entrevista com o professor Carlos Nobre e depois de recobrar minha consciência diante do espanto à nossa frente, entendo oportunas duas observações: primeiramente, essa tragédia já foi apontada há bastante tempo pelo professor e por outros estudiosos, que nosso planeta está claramente ameaçado por nossa espécie, pela forma como nós, humanos, o tratamos a cada dia. E eu observo que, enquanto isso, estamos focados nos nossos celulares, sem olhar a vida ao redor, a vida como ela é. Há fogo por todos os lados, temperaturas cada vez mais elevadas, água cada vez mais escassa. Em segundo lugar, fui buscar em minha biblioteca um livro adquirido em 1984 intitulado Não verás país nenhum, de autoria do grande Ignácio de Loyola Brandão. Na época, o texto me parecia apocalíptico, mas eu o considerava um trabalho ficcional. Porém, como ensinava Nelson Rodrigues, “só os profetas enxergam o óbvio”. Eu ainda sou otimista de que podemos salvar nossa espécie. Mas precisamos de ações emergenciais, da mesma forma que nós, obstetras, fazemos diante de uma hemorragia.

Nelson Sass, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina

São Paulo

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Paleoclimatologia

Em entrevista ao Estadão, o climatologista dr. Carlos Nobre afirmou que “temos a maior temperatura que o planeta experimentou em 100 mil anos” (‘Estou apavorado. Ninguém previa isso; é muito rápido’, diz Carlos Nobre sobre crise climática, 11/9). Registros paleoclimatológicos em todos os continentes mostram que, no Holoceno Médio, há 6-8 mil anos, as temperaturas atmosféricas e os níveis do mar eram superiores aos atuais. Além disso, o Ártico ficava livre de gelo nos verões. Em contrapartida, as concentrações de dióxido de carbono (CO2) eram cerca de 40% inferiores às atuais. Ou seja, as explicações para os fenômenos atuais devem ser buscadas numa dinâmica bem mais complexa do que meramente atribuí-los às emissões de CO2.

Geraldo Luís Lino

Rio de Janeiro

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Contando com Deus

Será que não poderia ser planejado um sistema de distribuição de água (natural ou dessalinizada, transportada por grandes redes), para criar barreiras pontuais (por exemplo, com torres que tenham aspersores de jatos d’água) em regiões remotas e de mata, contra a propagação de incêndios? Não é possível que, em pleno século 21, tenhamos de assistir a tudo o que temos visto, de modo inerte, e simplesmente torcer e pedir a Deus para que não permita que o fogo se espalhe. Se no governo Bolsonaro o Brasil queimou, no governo Lula queima ainda mais. Todavia, a hipocrisia fica em silêncio, como se nada ocorresse. Não é uma questão de lado A ou lado B. Somos brasileiros, acima de tudo. É preciso crescer e agir, de modo inteligente e eficaz.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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Congresso Nacional

De costas para o Brasil

Perfeito o editorial de 12/9 (A3) O Congresso está de costas para o Brasil. Diz tudo e mais um pouco do que gostaríamos de expressar. Entre tantos assuntos prementes, aborda as queimadas pelo Brasil afora, enquanto o que se ouve do presidente da República é tão somente que tem “gente que está tentando colocar fogo para destruir este país” – ou seja, Lula está perdido na fumaça. E no Congresso, deputados e senadores, em suas redomas à prova de incêndios, discutem as próximas eleições municipais e com quem ficará o comando da Câmara e do Senado no período de 2025 a 2027. Quanto à população brasileira, ora, a população que se arda em chamas!

Sérgio Dafré

Jundiaí

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Energia elétrica

Quebra de monopólio

Por andanças pelo Texas, nos EUA, o cronista Maurício Benvenutti, que não deve ser do ramo, descobriu que 85% da população de lá pode escolher, entre 60 opções, a companhia de eletricidade que melhor possa atendê-la. Esse milagre tecnológico está descrito no artigo Escolher de quem comprar energia? (Estadão, 11/9, B16). Interessante que o articulista ainda dá destaque ao fato de que o consumidor pode fazer essa escolha não só pelo preço (tarifa), mas pela qualidade do serviço. Que maravilha, se fosse possível, haver uma quebra de monopólio na distribuição de energia elétrica tendo por critério a melhoria da qualidade do fornecimento.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DESONERAÇÃO DA FOLHA

A desoneração da folha de pagamentos, enquanto medida fundamental para a geração de empregos e o estímulo ao dinamismo econômico, deve ser compreendida em seu contexto limitado. Sua implementação, se bem-sucedida em aliviar encargos e fomentar contratações, não é capaz, por si só, de corrigir as intrincadas distorções do sistema tributário. A complexidade e as incoerências do sistema tributário exigem reformas estruturais que complementem a desoneração, assegurando um ambiente fiscal mais equilibrado e eficiente. Assim, é imperativo que a desoneração seja parte de uma estratégia mais ampla e integradora para promover a equidade e a eficácia tributária.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

EFEITO TOFFOLLI

Na verdade, deveria ser defeito Toffoli. A decisão do ministro em anular acordos de leniência de corruptos confessos agora serve de exemplo e de incentivo para que outros condenados pela Lava Jato sigam o mesmo caminho, ou seja, peçam a anulação de seus acordos de colaboração premiada. Vide Estadão em Decisão de Toffoli gera ‘efeito cascata’ e delatores pedem revisão de acordos (Estadão, 12/9, A6). Albert Sabin deu nome a uma vacina, a vacina Sabin; Isaac Newton deu nome às leis que descrevem a dinâmica do movimento dos corpos, as Leis de Newton; e Dias Toffoli deu nome a um capítulo execrável da Justiça brasileira, o Efeito Toffoli.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

INQUÉRITO DAS FAKE NEWS

Já faz muito tempo. Quando Toffoli era presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) se abriu um processo cujo relator indicado foi o ministro Alexandre de Moraes para examinar o ataque das fake news. Morais tem prorrogado muitas vezes as investigações sem concluir o processo. Esse ministro tem muitos assuntos para cuidar, mas não é razoável o prolongamento infinito de um tema tão importante. Está devendo para nós brasileiros, deve concluir e punir os culpados.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

ORÇAMENTO SECRETO

Não se sabe por que as verbas ilícitas do orçamento secreto, que lá atrás já foram consideradas inconstitucionais pelo STF, não têm chegado aos seus destinos. Na verdade, as cidades que mais receberam essas excrecências mantém suas obras paradas. Dizem que a verbas secretas são interceptadas e param em vários bolsos criminosos da politicalha, impedindo a sua conclusão. Afinal, são cerca de singelos R$ 341 milhões repassados e que não conseguiram sobreviver aos esfomeados políticos de plantão. Dá para acreditar?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

CONGRESSO NACIONAL

O Congresso está de costas para o Brasil (Estadão, 12/9, A3). Afinal, para que servem mesmo os 513 deputados federais e 81 senadores da República?

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

*

CORRUPÇÃO

A história contemporânea tem confirmado a justeza da célebre declaração atribuída a Sir Winston Churchill, segundo a qual a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais. Ao receber, porém, pelo noticiário, com perturbadora frequência, relatos dando conta de golpes de corrupção praticados por prefeitos e vereadores, a sociedade tem o direito de indagar se não caberia um aperfeiçoamento do nosso regime, mediante o qual este segmento capilar, no caso de representação de populações inferiores a um determinado limiar – 30 mil habitantes, por exemplo –, passasse a ser não remunerado, constituindo os respectivos mandatos nada além de uma espécie de estágio probatório para candidaturas a cargos mais abrangentes. Certamente, tais modificações, em face do incrível número de municípios brasileiros nestas condições, representariam uma sensível redução do custo de nossa perdulária democracia.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

PERIGO DA REDE ELÉTRICA

O fogo não surge por acaso, é mais que óbvio. Ele precisa ser ateado. Isso posto, podemos concluir que os incêndios que estão consumindo grandes áreas de nossos biomas são criminosos (doloso), ou ocorrem por negligência de alguém. Como, por exemplo, o ocorrido há 15 dias em minha propriedade rural em Paranaíba-MS. O incêndio se deu pelo descaso da empresa Energisa, fornecedora de energia e responsável pela manutenção da rede elétrica. As árvores cresceram e atingiram a fiação. Fizemos, em vão, vários pedidos para efetuarem o corte dos galhos, até que o pior aconteceu. Deu um curto circuito e pegou fogo na mata. Foi um Deus nos acuda para apagar o incêndio. Tenho absoluta convicção que esse não é um caso isolado. É uma amostra de tantos outros que acontecem Brasil a fora. A manutenção das redes elétricas na zona rural é coisa séria e requer uma fiscalização rigorosa por parte dos órgãos públicos responsáveis. Fica o alerta.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

EL NIÑO

Lembro de que foi dito há um tempo que teríamos um El Niño muito forte e longo, talvez o mais forte de todos, com fortes consequências climáticas de ondas de calor e secas. Agora, não se fala do El Niño, apenas de mudanças climáticas, de calor, de baixa umidade e de queimadas e outros afins. E o El Niño? Se se sabia que ele viria extraordinariamente forte, por que não se tomou medidas preventivas? O que fala a ministra Marina Silva? Se não me engano, em 1983 tivemos uma forte seca e baixa umidade no Estado de São Paulo; Pergunto ao Estadão, como está o El Niño?

Pedro Geretto Jr.

São Paulo

*

DESMATAMENTO

Conforme afirmação da ministra do Meio Ambiente, o desmatamento teve uma redução de 60%. Mesmo com estes milhares de focos de incêndio? Ou para a estatística de desmatamento só vale o desmatamento executado por motosserras? A conta não fecha.

Vital Romaneli Penha

Jacareí SP

*

QUEIMADAS NA AMAZÔNIA

A inédita e impressionante seca e fogo na Amazônia, levando a terrível emissão de gases poluentes fora de controle na região, nos deixa terrivelmente assustados por não sabermos o que será de nosso futuro. Tal evento seria impensável na área que já foi chamada de pulmão do mundo e agora é o setor do planeta que mais emite gases de efeitos estufa, segundo dados do Copernicus.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

ENIGMA

Em entrevista à rádio Norte FM o presidente Lula disse: “Espero que a Venezuela volte à normalidade e que essa gente possa voltar para a Venezuela o mais rápido possível”, referindo-se à enxurrada de imigrantes venezuelanos que entram diariamente no País em busca de melhores condições de vida, e que o governo federal, junto ao Estado de Roraima, acertadamente se empenha para que sejam ajudados e bem recebidos. A afirmação de Lula, entretanto, é enigmática. Pois, o que significa a esperança de a Venezuela voltar à normalidade? Pouco provável que ele esteja se referindo à normalidade democrática, visto que a Venezuela não parece se incomodar com as críticas internacionais que condenam a reeleição de araque de Nicolás Maduro, das quais o Brasil, até agora, sequer compartilhou. A estratégia do Itamaraty é clara: aguardar a poeira baixar e o assunto cair no esquecimento para, assim, tolerar mais seis anos, no mínimo, de ditadura chavista. É isso o que significa, para Lula, a normalidade venezuelana.

Luciano Harary

São Paulo

*

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Quase tudo o que se poderia dizer sobre essa guerra de Israel contra seus supostos desafetos já foi dito. Não discuto as razões dos envolvidos. O que importa são as perdas humanas, e, principalmente, o grande sofrimento imposto à população, em especial às crianças. Há uns 2 mil anos viveu por lá um moço que pregava a inutilidade da vingança; preferia oferecer a outra face caso fosse esbofeteado. Esses ensinamentos nunca estiveram mais démodé na área. Aquilo tornou-se uma verdadeira usina de produção de novos vingadores. Cada pessoa que perde filhos e filhos que perdem pais ou irmãos. Toda perda gera ódios que vão alimentar novos conflitos no futuro. Outra questão que não entendo é o custo financeiro. Cada bala disparada, tanques, drones, alimentação das tropas, foguetes – tudo custa muito dinheiro. Como a economia de um pequeno país como Israel suporta esses gastos? Neste mundo, a maior lei que existe é a de “toma lá, dá cá”, portanto, deve haver investidores que estão lucrando com toda essa destruição. Pobre do moço da “outra face” – seus ensinamentos só são miseravelmente seguidos por líderes religiosos que exploram supostas graças alcançadas pelos fiéis, o “toma lá”, e então cobram contribuições, ou seja, o “dá cá”.

Nestor Rodrigues Pereira Filho

São Paulo

*

SHOW NOS ARREDORES

Resido cerca do Allianz Parque. Ontem e hoje o som dos shows foi e está sendo em altura insuportável. Como a prefeitura – atenção eleitores – permite um total desrespeito aos direitos dos cidadãos que vivem nas imediações do malfadado local? Será que ninguém na prefeitura se preocupa com o repouso e com a saúde de seus pagadores de impostos? O IPTU sobe e os serviços continuam uma porcaria. Liguei para o 156 e a resposta é que eu deveria contatar o Psiu, mas o fiscal não iria hoje ao local, ou seja, uma inutilidade total e uma perda de tempo.

Amauri Ortiz Cabral

São Paulo

*

MEMPHIS DEPAY

Como corintiano e sofredor desde criança, gostaria de sugerir à diretoria do clube que o novo contratado, Memphis Depay, não tenha o número 94 na camiseta, e sim o número 3.000.000, destacando o salário mensal do jogador e a necessidade de lavagem especial para seu pagamento.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

DESEMPENHO

Será que os nossos jogadores exportados para diferentes clubes no mundo não estão jogando tão bem na Seleção brasileira com medo de machucar, ficar afastado e não poder continuar ganhando seus altos salários?

Tania Tavares

São Paulo

Crise climática

Hemorragia

‘Crise climática está mais rápida. Até 2070, o Pantanal acaba’ (Estadão, 12/9, A16). Ao ler a entrevista com o professor Carlos Nobre e depois de recobrar minha consciência diante do espanto à nossa frente, entendo oportunas duas observações: primeiramente, essa tragédia já foi apontada há bastante tempo pelo professor e por outros estudiosos, que nosso planeta está claramente ameaçado por nossa espécie, pela forma como nós, humanos, o tratamos a cada dia. E eu observo que, enquanto isso, estamos focados nos nossos celulares, sem olhar a vida ao redor, a vida como ela é. Há fogo por todos os lados, temperaturas cada vez mais elevadas, água cada vez mais escassa. Em segundo lugar, fui buscar em minha biblioteca um livro adquirido em 1984 intitulado Não verás país nenhum, de autoria do grande Ignácio de Loyola Brandão. Na época, o texto me parecia apocalíptico, mas eu o considerava um trabalho ficcional. Porém, como ensinava Nelson Rodrigues, “só os profetas enxergam o óbvio”. Eu ainda sou otimista de que podemos salvar nossa espécie. Mas precisamos de ações emergenciais, da mesma forma que nós, obstetras, fazemos diante de uma hemorragia.

Nelson Sass, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina

São Paulo

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Paleoclimatologia

Em entrevista ao Estadão, o climatologista dr. Carlos Nobre afirmou que “temos a maior temperatura que o planeta experimentou em 100 mil anos” (‘Estou apavorado. Ninguém previa isso; é muito rápido’, diz Carlos Nobre sobre crise climática, 11/9). Registros paleoclimatológicos em todos os continentes mostram que, no Holoceno Médio, há 6-8 mil anos, as temperaturas atmosféricas e os níveis do mar eram superiores aos atuais. Além disso, o Ártico ficava livre de gelo nos verões. Em contrapartida, as concentrações de dióxido de carbono (CO2) eram cerca de 40% inferiores às atuais. Ou seja, as explicações para os fenômenos atuais devem ser buscadas numa dinâmica bem mais complexa do que meramente atribuí-los às emissões de CO2.

Geraldo Luís Lino

Rio de Janeiro

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Contando com Deus

Será que não poderia ser planejado um sistema de distribuição de água (natural ou dessalinizada, transportada por grandes redes), para criar barreiras pontuais (por exemplo, com torres que tenham aspersores de jatos d’água) em regiões remotas e de mata, contra a propagação de incêndios? Não é possível que, em pleno século 21, tenhamos de assistir a tudo o que temos visto, de modo inerte, e simplesmente torcer e pedir a Deus para que não permita que o fogo se espalhe. Se no governo Bolsonaro o Brasil queimou, no governo Lula queima ainda mais. Todavia, a hipocrisia fica em silêncio, como se nada ocorresse. Não é uma questão de lado A ou lado B. Somos brasileiros, acima de tudo. É preciso crescer e agir, de modo inteligente e eficaz.

Sérgio Eckermann Passos

Porto Feliz

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Congresso Nacional

De costas para o Brasil

Perfeito o editorial de 12/9 (A3) O Congresso está de costas para o Brasil. Diz tudo e mais um pouco do que gostaríamos de expressar. Entre tantos assuntos prementes, aborda as queimadas pelo Brasil afora, enquanto o que se ouve do presidente da República é tão somente que tem “gente que está tentando colocar fogo para destruir este país” – ou seja, Lula está perdido na fumaça. E no Congresso, deputados e senadores, em suas redomas à prova de incêndios, discutem as próximas eleições municipais e com quem ficará o comando da Câmara e do Senado no período de 2025 a 2027. Quanto à população brasileira, ora, a população que se arda em chamas!

Sérgio Dafré

Jundiaí

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Energia elétrica

Quebra de monopólio

Por andanças pelo Texas, nos EUA, o cronista Maurício Benvenutti, que não deve ser do ramo, descobriu que 85% da população de lá pode escolher, entre 60 opções, a companhia de eletricidade que melhor possa atendê-la. Esse milagre tecnológico está descrito no artigo Escolher de quem comprar energia? (Estadão, 11/9, B16). Interessante que o articulista ainda dá destaque ao fato de que o consumidor pode fazer essa escolha não só pelo preço (tarifa), mas pela qualidade do serviço. Que maravilha, se fosse possível, haver uma quebra de monopólio na distribuição de energia elétrica tendo por critério a melhoria da qualidade do fornecimento.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DESONERAÇÃO DA FOLHA

A desoneração da folha de pagamentos, enquanto medida fundamental para a geração de empregos e o estímulo ao dinamismo econômico, deve ser compreendida em seu contexto limitado. Sua implementação, se bem-sucedida em aliviar encargos e fomentar contratações, não é capaz, por si só, de corrigir as intrincadas distorções do sistema tributário. A complexidade e as incoerências do sistema tributário exigem reformas estruturais que complementem a desoneração, assegurando um ambiente fiscal mais equilibrado e eficiente. Assim, é imperativo que a desoneração seja parte de uma estratégia mais ampla e integradora para promover a equidade e a eficácia tributária.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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EFEITO TOFFOLLI

Na verdade, deveria ser defeito Toffoli. A decisão do ministro em anular acordos de leniência de corruptos confessos agora serve de exemplo e de incentivo para que outros condenados pela Lava Jato sigam o mesmo caminho, ou seja, peçam a anulação de seus acordos de colaboração premiada. Vide Estadão em Decisão de Toffoli gera ‘efeito cascata’ e delatores pedem revisão de acordos (Estadão, 12/9, A6). Albert Sabin deu nome a uma vacina, a vacina Sabin; Isaac Newton deu nome às leis que descrevem a dinâmica do movimento dos corpos, as Leis de Newton; e Dias Toffoli deu nome a um capítulo execrável da Justiça brasileira, o Efeito Toffoli.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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INQUÉRITO DAS FAKE NEWS

Já faz muito tempo. Quando Toffoli era presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) se abriu um processo cujo relator indicado foi o ministro Alexandre de Moraes para examinar o ataque das fake news. Morais tem prorrogado muitas vezes as investigações sem concluir o processo. Esse ministro tem muitos assuntos para cuidar, mas não é razoável o prolongamento infinito de um tema tão importante. Está devendo para nós brasileiros, deve concluir e punir os culpados.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

ORÇAMENTO SECRETO

Não se sabe por que as verbas ilícitas do orçamento secreto, que lá atrás já foram consideradas inconstitucionais pelo STF, não têm chegado aos seus destinos. Na verdade, as cidades que mais receberam essas excrecências mantém suas obras paradas. Dizem que a verbas secretas são interceptadas e param em vários bolsos criminosos da politicalha, impedindo a sua conclusão. Afinal, são cerca de singelos R$ 341 milhões repassados e que não conseguiram sobreviver aos esfomeados políticos de plantão. Dá para acreditar?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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CONGRESSO NACIONAL

O Congresso está de costas para o Brasil (Estadão, 12/9, A3). Afinal, para que servem mesmo os 513 deputados federais e 81 senadores da República?

Arcangelo Sforcin Filho

São Paulo

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CORRUPÇÃO

A história contemporânea tem confirmado a justeza da célebre declaração atribuída a Sir Winston Churchill, segundo a qual a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as demais. Ao receber, porém, pelo noticiário, com perturbadora frequência, relatos dando conta de golpes de corrupção praticados por prefeitos e vereadores, a sociedade tem o direito de indagar se não caberia um aperfeiçoamento do nosso regime, mediante o qual este segmento capilar, no caso de representação de populações inferiores a um determinado limiar – 30 mil habitantes, por exemplo –, passasse a ser não remunerado, constituindo os respectivos mandatos nada além de uma espécie de estágio probatório para candidaturas a cargos mais abrangentes. Certamente, tais modificações, em face do incrível número de municípios brasileiros nestas condições, representariam uma sensível redução do custo de nossa perdulária democracia.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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PERIGO DA REDE ELÉTRICA

O fogo não surge por acaso, é mais que óbvio. Ele precisa ser ateado. Isso posto, podemos concluir que os incêndios que estão consumindo grandes áreas de nossos biomas são criminosos (doloso), ou ocorrem por negligência de alguém. Como, por exemplo, o ocorrido há 15 dias em minha propriedade rural em Paranaíba-MS. O incêndio se deu pelo descaso da empresa Energisa, fornecedora de energia e responsável pela manutenção da rede elétrica. As árvores cresceram e atingiram a fiação. Fizemos, em vão, vários pedidos para efetuarem o corte dos galhos, até que o pior aconteceu. Deu um curto circuito e pegou fogo na mata. Foi um Deus nos acuda para apagar o incêndio. Tenho absoluta convicção que esse não é um caso isolado. É uma amostra de tantos outros que acontecem Brasil a fora. A manutenção das redes elétricas na zona rural é coisa séria e requer uma fiscalização rigorosa por parte dos órgãos públicos responsáveis. Fica o alerta.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

EL NIÑO

Lembro de que foi dito há um tempo que teríamos um El Niño muito forte e longo, talvez o mais forte de todos, com fortes consequências climáticas de ondas de calor e secas. Agora, não se fala do El Niño, apenas de mudanças climáticas, de calor, de baixa umidade e de queimadas e outros afins. E o El Niño? Se se sabia que ele viria extraordinariamente forte, por que não se tomou medidas preventivas? O que fala a ministra Marina Silva? Se não me engano, em 1983 tivemos uma forte seca e baixa umidade no Estado de São Paulo; Pergunto ao Estadão, como está o El Niño?

Pedro Geretto Jr.

São Paulo

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DESMATAMENTO

Conforme afirmação da ministra do Meio Ambiente, o desmatamento teve uma redução de 60%. Mesmo com estes milhares de focos de incêndio? Ou para a estatística de desmatamento só vale o desmatamento executado por motosserras? A conta não fecha.

Vital Romaneli Penha

Jacareí SP

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QUEIMADAS NA AMAZÔNIA

A inédita e impressionante seca e fogo na Amazônia, levando a terrível emissão de gases poluentes fora de controle na região, nos deixa terrivelmente assustados por não sabermos o que será de nosso futuro. Tal evento seria impensável na área que já foi chamada de pulmão do mundo e agora é o setor do planeta que mais emite gases de efeitos estufa, segundo dados do Copernicus.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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ENIGMA

Em entrevista à rádio Norte FM o presidente Lula disse: “Espero que a Venezuela volte à normalidade e que essa gente possa voltar para a Venezuela o mais rápido possível”, referindo-se à enxurrada de imigrantes venezuelanos que entram diariamente no País em busca de melhores condições de vida, e que o governo federal, junto ao Estado de Roraima, acertadamente se empenha para que sejam ajudados e bem recebidos. A afirmação de Lula, entretanto, é enigmática. Pois, o que significa a esperança de a Venezuela voltar à normalidade? Pouco provável que ele esteja se referindo à normalidade democrática, visto que a Venezuela não parece se incomodar com as críticas internacionais que condenam a reeleição de araque de Nicolás Maduro, das quais o Brasil, até agora, sequer compartilhou. A estratégia do Itamaraty é clara: aguardar a poeira baixar e o assunto cair no esquecimento para, assim, tolerar mais seis anos, no mínimo, de ditadura chavista. É isso o que significa, para Lula, a normalidade venezuelana.

Luciano Harary

São Paulo

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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Quase tudo o que se poderia dizer sobre essa guerra de Israel contra seus supostos desafetos já foi dito. Não discuto as razões dos envolvidos. O que importa são as perdas humanas, e, principalmente, o grande sofrimento imposto à população, em especial às crianças. Há uns 2 mil anos viveu por lá um moço que pregava a inutilidade da vingança; preferia oferecer a outra face caso fosse esbofeteado. Esses ensinamentos nunca estiveram mais démodé na área. Aquilo tornou-se uma verdadeira usina de produção de novos vingadores. Cada pessoa que perde filhos e filhos que perdem pais ou irmãos. Toda perda gera ódios que vão alimentar novos conflitos no futuro. Outra questão que não entendo é o custo financeiro. Cada bala disparada, tanques, drones, alimentação das tropas, foguetes – tudo custa muito dinheiro. Como a economia de um pequeno país como Israel suporta esses gastos? Neste mundo, a maior lei que existe é a de “toma lá, dá cá”, portanto, deve haver investidores que estão lucrando com toda essa destruição. Pobre do moço da “outra face” – seus ensinamentos só são miseravelmente seguidos por líderes religiosos que exploram supostas graças alcançadas pelos fiéis, o “toma lá”, e então cobram contribuições, ou seja, o “dá cá”.

Nestor Rodrigues Pereira Filho

São Paulo

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SHOW NOS ARREDORES

Resido cerca do Allianz Parque. Ontem e hoje o som dos shows foi e está sendo em altura insuportável. Como a prefeitura – atenção eleitores – permite um total desrespeito aos direitos dos cidadãos que vivem nas imediações do malfadado local? Será que ninguém na prefeitura se preocupa com o repouso e com a saúde de seus pagadores de impostos? O IPTU sobe e os serviços continuam uma porcaria. Liguei para o 156 e a resposta é que eu deveria contatar o Psiu, mas o fiscal não iria hoje ao local, ou seja, uma inutilidade total e uma perda de tempo.

Amauri Ortiz Cabral

São Paulo

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MEMPHIS DEPAY

Como corintiano e sofredor desde criança, gostaria de sugerir à diretoria do clube que o novo contratado, Memphis Depay, não tenha o número 94 na camiseta, e sim o número 3.000.000, destacando o salário mensal do jogador e a necessidade de lavagem especial para seu pagamento.

Carlos Gaspar

São Paulo

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DESEMPENHO

Será que os nossos jogadores exportados para diferentes clubes no mundo não estão jogando tão bem na Seleção brasileira com medo de machucar, ficar afastado e não poder continuar ganhando seus altos salários?

Tania Tavares

São Paulo

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