Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

‘Abin Paralela’

Gravou por quê?

O conteúdo da gravação do encontro que ocorreu em 2020 entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem (segundo a Polícia Federal, autor do áudio) e as advogadas do senador Flávio Bolsonaro, em que se discutem estratégias para blindar Flávio do inquérito das rachadinhas, carece de investigação mais profunda para concluir se houve crime de fato ou não. Uma dúvida, porém, chama a atenção: com que intenção Ramagem gravou a conversa? Segundo ele, “a gravação foi realizada devido a uma informação recebida sobre uma pessoa que participaria da reunião e que teria contato com o governador do Rio de Janeiro na época. Havia a preocupação de que essa pessoa pudesse apresentar uma proposta nada republicana”. Justificativa hilária na medida em que nenhuma proposta discutida na reunião tenha sido exatamente republicana. É evidente que o ex-chefe da Abin, que de bobo não tem nada, guardaria a gravação como trunfo caso a amizade entre ele e o clã Bolsonaro ameaçasse soçobrar, o que não seria impossível. Moral da história: no mundo da ilegalidade e das relações escusas não existe amizade fiel e sincera. Apenas jogos de interesses em que passar a perna faz parte das regras.

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Luciano Harary

São Paulo

*

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Patrimonialismo

Uma aula

O artigo de Celso Ming intitulado Este é o patrimonialismo no Brasil (Estadão, 14/7, B2) é uma aula de História para todos nós. Max Weber descreve o patrimonialismo como um sistema de governo em que a distinção entre os recursos públicos e privados é difusa. Entre os intelectuais brasileiros, Sérgio Buarque de Hollanda nos brindou com o conceito do “homem cordial”, que diz respeito não à cordialidade no sentido positivo, mas sim à prevalência das relações pessoais e afetivas sobre as impessoais e racionais. No contexto do patrimonialismo, isso se manifesta na forma de favoritismos e ausência de mérito, em que as relações pessoais são mais importantes do que as instituições. A crítica de Ming é clara ao apontar que esta cultura de patrimonialismo está enraizada no Brasil e é perpetuada por diversas esferas da sociedade, transcendendo, inclusive, o fla-flu entre direita e esquerda.

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Roger Costa Gouveia

São Paulo

*

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Eleição nos EUA

O vice de Trump

O efeito simbólico da bala de raspão na orelha de Trump foi um tiro no pé de Joe Biden. Especialmente nos desdobramentos desse atentado. O ex-presidente e, agora, oficialmente candidato escolheu como seu vice o senador J. D. Vance, um jovem de 39 anos. Trump não só se desviou do tiro, mas acertou em cheio em sua manobra política que mira, entre outras coisas, o contraponto dos questionamentos etários da atual disputa eleitoral. Além de crescer na cena como mito protegido e alçado ao status de mártir nacional, o candidato republicano apresenta-se como estadista que olha para o futuro. Traz para perto de si e de seus interesses as jovens gerações. O punho erguido de Trump, convidando os republicanos à luta, é seguido por uma pacífica estratégia que acerta o alvo, fere a provecta insistência de Biden. J. D. Vance seria a “bala de prata”?

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Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

São Paulo

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O adensamento da cidade

Sobre o planejamento da cidade de São Paulo (A cidade ganha com novas regras urbanísticas, Estadão, 14/7, A4), vale considerar que aqui não é Barcelona ou Seul, mas uma metrópole do Terceiro Mundo, repleta de problemas sociais e estruturais. E, também, que há mais de 50 anos o ex-prefeito Figueiredo Ferraz, com a frase “São Paulo precisa parar”, deixou claro que não podemos planejar o “adensamento” da cidade apenas para construir prédios para as classes mais abastadas, ou “lofts” para locação de curta permanência. Pois é isso o que se vê pela cidade, e não uma oferta efetiva de habitações de interesse social. Quem lucra com essa distorção? O segmento da construção civil e imobiliário. Quem perde? A cidade toda, que vê sua infraestrutura, já precária, ser esgotada sem oferecer habitação para quem mais precisa.

Francisco Eduardo Britto

São Paulo

*

Correção

O editorial Mais um conto chinês (14/7, A3) informou incorretamente que a Shein tinha planos para estabelecer uma fábrica própria no Nordeste.

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DATENA

Com os conhecidos problemas que provocaram, num passado recente, seu acentuado declínio participativo no cenário político nacional, sobretudo em São Paulo, o PSDB faz uma aposta de alto risco na candidatura do apresentador José Luiz Datena à prefeitura de São Paulo para as eleições de outubro, pondo suas fichas em alguém conhecido por ter feito forfait de última hora, em nada menos que quatro candidaturas. Como disse uma liderança tucana à coluna do Estadão, ”se Datena desistir em agosto, será o fim do PSDB em São Paulo”. A ver se desta vez irá até o fim ou pulará fora às vésperas do pleito, deixando o partido tucano a ver navios. Façam suas apostas.

J. S. Decol

São Paulo

*

PEC DA ANISTIA

A politicalha de plantão resolveu, por unanimidade e por interesses indecentes, se unir em prol do ridículo ‘autoperdão’ das multas aplicadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em face dos malfeitos praticados, na ordem de singelos R$ 20 bilhões. Na verdade, o impossível aconteceu quando os arqui-inimigos PL e PT deram as mãos para se beneficiar das benesses da PEC da Anistia, em que os interesses próprios e indecentes são bem maiores às do País. Afinal, esta é a única maneira de paz e união entre adversários ferrenhos da politicalha. Parabéns pelo vergonhoso consenso.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

ORÇAMENTO

Um verdadeiro escárnio a questão da anistia aos partidos que os sanguessugas do dinheiro público estão propondo, consumindo R$ 23 bilhões de recursos que estão fazendo falta ao Orçamento do País, sem contar os mais R$ 5 bilhões do fundo partidário e os mais de 50 de emendas que ninguém sabe onde foi parar. E o pior, o nosso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está tentando colocar a mão no nosso bolso para conseguir mais R$ 25 bilhões, está aceitando passivamente e sem reclamar, pois o partido dele será amplamente beneficiado pela medida enquanto o valor desta anistia caberia como uma luva para ajustar as contas fiscais. Haddad, para de pensar nos benefícios que o seu e outros partidos terão e faça coro para derrotar esta medida abusiva e ter estes R$ 23 bilhões no seu Orçamento.

Flávio Perondi

São Paulo

*

LULA DA SILVA

Lula da Silva nunca quis um sucessor. Já nem se trata de reeleição, ele quer ser aclamado presidente eterno. Lula já falou em viver para sempre, ele acha que deveria ser canonizado em vida. Quem sofre com esta megalomania de Lula são aqueles que poderiam sucedê-lo. O ministro Fernando Haddad está sendo frito com a enxurrada de novos impostos. Ninguém gosta de pagar impostos apenas para ver o dinheiro sumir no ralo da corrupção e da incompetência generalizada do governo. Não, Lula não irá viver para sempre, não será canonizado em vida e também não irá eleger ninguém para seu lugar.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

FERNANDO HADDAD

O ministro Fernando Haddad está sendo chamado de Taxaddad, tendo em vista esta reforma tributária que vai penalizar, principalmente, os assalariados. O IVA proposto com alíquota de 26,5% é o segundo maior do mundo. Essa é mais uma proeza do PT, o partido que se diz defensor dos mais necessitados.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

‘INCONSEQUENTE’

Ao tentar encontrar culpados pelo seu governo que escorrega na ladeira da incompetência, o inconsequente Lula critica o mercado e o setor financeiro chamando todos de especuladores. Está criticando também os consumidores, o povão, incluindo os 40 milhões de pessoas pobres deste País varonil, que também têm sua cota de consumo. Mesmo porque, sem consumidores, em nenhuma parte do mundo existiria mercado e setor financeiro. Esquece este soberbo e falastrão presidente que este tripé mercado, bancos, e consumidores vivem de expectativa. Se o governo é bom, sabe dialogar de forma republicana com a Nação, é responsável com os recursos públicos, transmite confiança por um futuro melhor, alavanca o mercado, juros caem e consumidores vão as compras, já que, certamente haverá crescimento na oferta de empregos e melhor distribuição de renda. Mas este manjado Lula, que nada aprendeu na arte de administrar o País, e menos ainda de mercado (falando mal e pelos cotovelos, recheado de ideias retrogradas como de um Estado forte, e gastando sem piedade o que não tem), derruba as sonhadas boas expectativas do povo brasileiro. E como resultado, seguimos colecionando PIBs medíocres.

Paulo Panossian

São Carlos

*

SISTEMA MÉDICO

Na condição de assistido pelo sistema médico entendo ser necessário um contraponto aos comentários de dois leitores, na edição de terça-feira, 16/7, do Estadão, sobre o artigo Menos médicos, menos SUS (Estadão, 13/7, A4), no Fórum dos Leitores. A qualidade do ensino em novas faculdades de medicina depende das exigências preliminares do Estado, bem como da atuação dos Conselhos Regionais de Medicina junto aos profissionais médicos docentes. Em “...regiões deficientes de assistência médica...”, torna-se inviável a abertura de cursos de medicina pela inexistência de profissionais gabaritados para ensinar, exatamente por preferirem permanecer nos centros onde se formaram. O programa Mais Médicos é falho por não contratar profissionais de serviços médicos complementares (odontólogos(as), enfermeiro(a), biomédico(a), técnico em imagens), além dos equipamentos básicos para essas atividades, tudo complementado por um suporte de web conectado em uma universidade. Desconheço qualquer crítica das entidades médicas sobre essas falhas. Quanto “aos honorários pagos pelo sistema de saúde...”, é importante informar que o médico no serviço público trabalha meio período e é remunerado igual aqueles que trabalham o dobro do tempo. Como se percebe, a situação médica, e de nós assistidos, carece de uma visão mais realista de todos os lados.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

*

INVERSÃO

O atirador de Donald Trump, diferentemente da facada de Jair Bolsonaro, foi um rapaz com carteirinha de filiado ao partido Republicano e não do partido Democratas. Então, dizer que Trump será o ganhador da eleição, para mim, é uma inversão, pois foi um filiado ao seu partido que não o queria na presidência dos Estados Unidos.

Tania Tavares

São Paulo

*

ELEIÇÕES AMERICANAS

O tiro saiu pela culatra. Trump será eleito por aclamação como o próximo presidente dos EUA.

Milton Cordova Junior

Vicente Pires (DF)

*

‘PAÍS DE DESCLASSIFICADOS’

O sniper que matou de imediato o atirador que fez um atentado contra o ex-presidente Trump estaria ferrado aqui no Brasil. Em primeiro lugar, teria que fazer um requerimento em três vias autenticadas para a Polícia Federal para poder dar o seu tiro. O requerimento teria que ser encaminhado para o Ministério da Justiça e ainda ser chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Autorizado o tiro pelo STF, só poderia ser um tiro de advertência ou aviso, sem causar danos ao atirador. Ocorresse a morte do atirador, o sniper seria processado e preso por homicídio doloso, e ainda teria que explicar a verdadeira motivação intencional do seu disparo, que seria próprio da extrema direita radical. Com certeza teria também os seus direitos civis e políticos cassados e o seu fuzil periciado pela PF. Este é o nosso Brasil, um país de palhaços e de desclassificados.

Paulo Alves R. Domingos Ferreira

Rio de Janeiro

*

‘FRACASSO’

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sofreu um atentado no sábado passado durante um comício na Pensilvânia. O médico que assistiu Trump disse que tinha acontecido um milagre, pois a bala o atingiu de raspão na orelha direita. Trump fez um movimento com a cabeça que o livrou de ser atingido de forma mais implacável. O atirador, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto pelos agentes do serviço secreto americano. Crooks utilizou uma arma semiautomática para efetuar os disparos que atingiram mais três pessoas além de Trump. A alta temperatura da campanha política pode provocar reações discrepantes das eleições democráticas. Esse tipo de episódio representa um fracasso para todas as partes envolvidas, principlamente quando envolve a vontade de matar. Lamentável.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

*

VICE-PRESIDENTE DE TRUMP

Trump escolheu um vice-presidente jovem, não impulsivo, originário de família humilde, respeitado por suas ideias e sinceramente preocupado com os trabalhadores. Alguém capaz de argumentar com maestria, sinceridade e de uma forma tranquila que as políticas de Trump são do interesse dos trabalhadores. O populismo de esquerda, que nenhum benefício lhes trouxe, terá dificuldade para enfrentar com seus slogans alguém jovem, inteligente, bem-sucedido, de bom senso, patriota, casado com uma moça indiana e que nunca roubou o erário, nem enriqueceu em cargos públicos. A antítese dos líderes do Partido Democrata. Quem diria, o futuro dos republicanos é se tornar o verdadeiro partido dos trabalhadores americanos.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

FUTEBOL BRASILEIRO

A Eurocopa e os principais campeonatos europeus, principalmente a Premier League, na Inglaterra, e a La Liga, na Espanha, escancaram o abismo com o nosso Brasileirão. Perdemos em tudo. Qualidade dos atletas, nível técnico, profissionalismo dos clubes, gramados, arbitragem e VAR, capacidade dos técnicos, atitude dos atletas para com os adversários e os árbitros. A Premier League, na minha opinião o melhor campeonato, consegue mostrar grandes jogos até entre os primeiros colocados e os que estão lá embaixo na tabela. Por aqui, ficamos com os craques (promessas) que ainda não foram para o exterior, outros que voltaram em fim de carreira e atletas de nível médio a sofrível. Arbitragens e VAR horríveis, cheios de erros grosseiros, atletas cometendo faltas em quantidade e sem necessidade, falta de respeito total para com os árbitros (o baixo nível deles contribui para isso), troca de técnicos a todo momento, gramados que não ajudam a melhorar o nível dos jogos, bola rolando muito menos que o percentual recomendado, técnicos e dirigentes pilhados e muitos fora de si. E sobra até para os torcedores que parece que desaprenderam a torcer, longe de perceberem que o futebol é um esporte e não uma guerra. Mudando para a seleção brasileira, a Eurocopa também mostrou que vamos sofrer muito até conseguirmos voltar a ser competitivos. O comando desastroso da CBF à espera de um técnico que todos sabiam que nunca viria, atrasou ainda mais a transição e a renovação da seleção canarinho. Passada a Copa América, de triste lembrança, o grande desafio é a classificação para a próxima Copa do Mundo. Nosso horizonte hoje é vencer a Bolívia, o Paraguai, o Peru e a Venezuela, ou seja, estamos abaixo de Argentina, Colômbia e Uruguai. Seria muito bom que os nossos dirigentes, jogadores, técnicos e árbitros tomassem a Eurocopa e os principais campeonatos europeus como exemplo. O 7 a 1 da Alemanha ainda faz estragos quando devíamos ter aprendido com ele.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

CONSTRUTORAS NAS RUAS DE SP

O aplicativo de estacionamento nas ruas de São Paulo funciona razoavelmente bem e tenho utilizado com frequência. O que me desagrada são as invasões que as construtoras fazem. Nesta segunda-feira, 15/7, por exemplo, procurei a rua da escola de minha netinha, que, em plenas férias, deveria estar vazia. Nada disso, uma construtora se apoderou de meio quarteirão e fui estacionar em outra rua. Vejo autos do departamento de trânsito que controlam as ruas. Por que não impedem estes abusos?

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

‘IRRESPONSABILIDADE’

Nos últimos tempos, após reiteradas ameaças de atropelamento, acrescentei mais uma preocupação preventiva ao meu dia a dia em São Paulo: vigiar os motoristas que saem dos recuos de passeios e/ou garagens residenciais em marcha a ré, sem olhar para trás. Cometida a irresponsabilidade, e chamados à atenção pois, em caso contrário, na maioria das vezes sequer percebem o grave procedimento, se desmancham em desculpas também irresponsáveis, como se apagassem o dolo com ares de santo, à semelhança do ato de contrição após a confissão. A cada dia mais me convenço de que a apregoada ideia do brasileiro cordial não passa de um mito.

José Maria Domingues dos Santos

São Paulo

‘Abin Paralela’

Gravou por quê?

O conteúdo da gravação do encontro que ocorreu em 2020 entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem (segundo a Polícia Federal, autor do áudio) e as advogadas do senador Flávio Bolsonaro, em que se discutem estratégias para blindar Flávio do inquérito das rachadinhas, carece de investigação mais profunda para concluir se houve crime de fato ou não. Uma dúvida, porém, chama a atenção: com que intenção Ramagem gravou a conversa? Segundo ele, “a gravação foi realizada devido a uma informação recebida sobre uma pessoa que participaria da reunião e que teria contato com o governador do Rio de Janeiro na época. Havia a preocupação de que essa pessoa pudesse apresentar uma proposta nada republicana”. Justificativa hilária na medida em que nenhuma proposta discutida na reunião tenha sido exatamente republicana. É evidente que o ex-chefe da Abin, que de bobo não tem nada, guardaria a gravação como trunfo caso a amizade entre ele e o clã Bolsonaro ameaçasse soçobrar, o que não seria impossível. Moral da história: no mundo da ilegalidade e das relações escusas não existe amizade fiel e sincera. Apenas jogos de interesses em que passar a perna faz parte das regras.

Luciano Harary

São Paulo

*

Patrimonialismo

Uma aula

O artigo de Celso Ming intitulado Este é o patrimonialismo no Brasil (Estadão, 14/7, B2) é uma aula de História para todos nós. Max Weber descreve o patrimonialismo como um sistema de governo em que a distinção entre os recursos públicos e privados é difusa. Entre os intelectuais brasileiros, Sérgio Buarque de Hollanda nos brindou com o conceito do “homem cordial”, que diz respeito não à cordialidade no sentido positivo, mas sim à prevalência das relações pessoais e afetivas sobre as impessoais e racionais. No contexto do patrimonialismo, isso se manifesta na forma de favoritismos e ausência de mérito, em que as relações pessoais são mais importantes do que as instituições. A crítica de Ming é clara ao apontar que esta cultura de patrimonialismo está enraizada no Brasil e é perpetuada por diversas esferas da sociedade, transcendendo, inclusive, o fla-flu entre direita e esquerda.

Roger Costa Gouveia

São Paulo

*

Eleição nos EUA

O vice de Trump

O efeito simbólico da bala de raspão na orelha de Trump foi um tiro no pé de Joe Biden. Especialmente nos desdobramentos desse atentado. O ex-presidente e, agora, oficialmente candidato escolheu como seu vice o senador J. D. Vance, um jovem de 39 anos. Trump não só se desviou do tiro, mas acertou em cheio em sua manobra política que mira, entre outras coisas, o contraponto dos questionamentos etários da atual disputa eleitoral. Além de crescer na cena como mito protegido e alçado ao status de mártir nacional, o candidato republicano apresenta-se como estadista que olha para o futuro. Traz para perto de si e de seus interesses as jovens gerações. O punho erguido de Trump, convidando os republicanos à luta, é seguido por uma pacífica estratégia que acerta o alvo, fere a provecta insistência de Biden. J. D. Vance seria a “bala de prata”?

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

São Paulo

O adensamento da cidade

Sobre o planejamento da cidade de São Paulo (A cidade ganha com novas regras urbanísticas, Estadão, 14/7, A4), vale considerar que aqui não é Barcelona ou Seul, mas uma metrópole do Terceiro Mundo, repleta de problemas sociais e estruturais. E, também, que há mais de 50 anos o ex-prefeito Figueiredo Ferraz, com a frase “São Paulo precisa parar”, deixou claro que não podemos planejar o “adensamento” da cidade apenas para construir prédios para as classes mais abastadas, ou “lofts” para locação de curta permanência. Pois é isso o que se vê pela cidade, e não uma oferta efetiva de habitações de interesse social. Quem lucra com essa distorção? O segmento da construção civil e imobiliário. Quem perde? A cidade toda, que vê sua infraestrutura, já precária, ser esgotada sem oferecer habitação para quem mais precisa.

Francisco Eduardo Britto

São Paulo

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Correção

O editorial Mais um conto chinês (14/7, A3) informou incorretamente que a Shein tinha planos para estabelecer uma fábrica própria no Nordeste.

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DATENA

Com os conhecidos problemas que provocaram, num passado recente, seu acentuado declínio participativo no cenário político nacional, sobretudo em São Paulo, o PSDB faz uma aposta de alto risco na candidatura do apresentador José Luiz Datena à prefeitura de São Paulo para as eleições de outubro, pondo suas fichas em alguém conhecido por ter feito forfait de última hora, em nada menos que quatro candidaturas. Como disse uma liderança tucana à coluna do Estadão, ”se Datena desistir em agosto, será o fim do PSDB em São Paulo”. A ver se desta vez irá até o fim ou pulará fora às vésperas do pleito, deixando o partido tucano a ver navios. Façam suas apostas.

J. S. Decol

São Paulo

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PEC DA ANISTIA

A politicalha de plantão resolveu, por unanimidade e por interesses indecentes, se unir em prol do ridículo ‘autoperdão’ das multas aplicadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em face dos malfeitos praticados, na ordem de singelos R$ 20 bilhões. Na verdade, o impossível aconteceu quando os arqui-inimigos PL e PT deram as mãos para se beneficiar das benesses da PEC da Anistia, em que os interesses próprios e indecentes são bem maiores às do País. Afinal, esta é a única maneira de paz e união entre adversários ferrenhos da politicalha. Parabéns pelo vergonhoso consenso.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

ORÇAMENTO

Um verdadeiro escárnio a questão da anistia aos partidos que os sanguessugas do dinheiro público estão propondo, consumindo R$ 23 bilhões de recursos que estão fazendo falta ao Orçamento do País, sem contar os mais R$ 5 bilhões do fundo partidário e os mais de 50 de emendas que ninguém sabe onde foi parar. E o pior, o nosso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está tentando colocar a mão no nosso bolso para conseguir mais R$ 25 bilhões, está aceitando passivamente e sem reclamar, pois o partido dele será amplamente beneficiado pela medida enquanto o valor desta anistia caberia como uma luva para ajustar as contas fiscais. Haddad, para de pensar nos benefícios que o seu e outros partidos terão e faça coro para derrotar esta medida abusiva e ter estes R$ 23 bilhões no seu Orçamento.

Flávio Perondi

São Paulo

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LULA DA SILVA

Lula da Silva nunca quis um sucessor. Já nem se trata de reeleição, ele quer ser aclamado presidente eterno. Lula já falou em viver para sempre, ele acha que deveria ser canonizado em vida. Quem sofre com esta megalomania de Lula são aqueles que poderiam sucedê-lo. O ministro Fernando Haddad está sendo frito com a enxurrada de novos impostos. Ninguém gosta de pagar impostos apenas para ver o dinheiro sumir no ralo da corrupção e da incompetência generalizada do governo. Não, Lula não irá viver para sempre, não será canonizado em vida e também não irá eleger ninguém para seu lugar.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

FERNANDO HADDAD

O ministro Fernando Haddad está sendo chamado de Taxaddad, tendo em vista esta reforma tributária que vai penalizar, principalmente, os assalariados. O IVA proposto com alíquota de 26,5% é o segundo maior do mundo. Essa é mais uma proeza do PT, o partido que se diz defensor dos mais necessitados.

Jose Alcides Muller

Avaré

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‘INCONSEQUENTE’

Ao tentar encontrar culpados pelo seu governo que escorrega na ladeira da incompetência, o inconsequente Lula critica o mercado e o setor financeiro chamando todos de especuladores. Está criticando também os consumidores, o povão, incluindo os 40 milhões de pessoas pobres deste País varonil, que também têm sua cota de consumo. Mesmo porque, sem consumidores, em nenhuma parte do mundo existiria mercado e setor financeiro. Esquece este soberbo e falastrão presidente que este tripé mercado, bancos, e consumidores vivem de expectativa. Se o governo é bom, sabe dialogar de forma republicana com a Nação, é responsável com os recursos públicos, transmite confiança por um futuro melhor, alavanca o mercado, juros caem e consumidores vão as compras, já que, certamente haverá crescimento na oferta de empregos e melhor distribuição de renda. Mas este manjado Lula, que nada aprendeu na arte de administrar o País, e menos ainda de mercado (falando mal e pelos cotovelos, recheado de ideias retrogradas como de um Estado forte, e gastando sem piedade o que não tem), derruba as sonhadas boas expectativas do povo brasileiro. E como resultado, seguimos colecionando PIBs medíocres.

Paulo Panossian

São Carlos

*

SISTEMA MÉDICO

Na condição de assistido pelo sistema médico entendo ser necessário um contraponto aos comentários de dois leitores, na edição de terça-feira, 16/7, do Estadão, sobre o artigo Menos médicos, menos SUS (Estadão, 13/7, A4), no Fórum dos Leitores. A qualidade do ensino em novas faculdades de medicina depende das exigências preliminares do Estado, bem como da atuação dos Conselhos Regionais de Medicina junto aos profissionais médicos docentes. Em “...regiões deficientes de assistência médica...”, torna-se inviável a abertura de cursos de medicina pela inexistência de profissionais gabaritados para ensinar, exatamente por preferirem permanecer nos centros onde se formaram. O programa Mais Médicos é falho por não contratar profissionais de serviços médicos complementares (odontólogos(as), enfermeiro(a), biomédico(a), técnico em imagens), além dos equipamentos básicos para essas atividades, tudo complementado por um suporte de web conectado em uma universidade. Desconheço qualquer crítica das entidades médicas sobre essas falhas. Quanto “aos honorários pagos pelo sistema de saúde...”, é importante informar que o médico no serviço público trabalha meio período e é remunerado igual aqueles que trabalham o dobro do tempo. Como se percebe, a situação médica, e de nós assistidos, carece de uma visão mais realista de todos os lados.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

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INVERSÃO

O atirador de Donald Trump, diferentemente da facada de Jair Bolsonaro, foi um rapaz com carteirinha de filiado ao partido Republicano e não do partido Democratas. Então, dizer que Trump será o ganhador da eleição, para mim, é uma inversão, pois foi um filiado ao seu partido que não o queria na presidência dos Estados Unidos.

Tania Tavares

São Paulo

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ELEIÇÕES AMERICANAS

O tiro saiu pela culatra. Trump será eleito por aclamação como o próximo presidente dos EUA.

Milton Cordova Junior

Vicente Pires (DF)

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‘PAÍS DE DESCLASSIFICADOS’

O sniper que matou de imediato o atirador que fez um atentado contra o ex-presidente Trump estaria ferrado aqui no Brasil. Em primeiro lugar, teria que fazer um requerimento em três vias autenticadas para a Polícia Federal para poder dar o seu tiro. O requerimento teria que ser encaminhado para o Ministério da Justiça e ainda ser chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Autorizado o tiro pelo STF, só poderia ser um tiro de advertência ou aviso, sem causar danos ao atirador. Ocorresse a morte do atirador, o sniper seria processado e preso por homicídio doloso, e ainda teria que explicar a verdadeira motivação intencional do seu disparo, que seria próprio da extrema direita radical. Com certeza teria também os seus direitos civis e políticos cassados e o seu fuzil periciado pela PF. Este é o nosso Brasil, um país de palhaços e de desclassificados.

Paulo Alves R. Domingos Ferreira

Rio de Janeiro

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‘FRACASSO’

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sofreu um atentado no sábado passado durante um comício na Pensilvânia. O médico que assistiu Trump disse que tinha acontecido um milagre, pois a bala o atingiu de raspão na orelha direita. Trump fez um movimento com a cabeça que o livrou de ser atingido de forma mais implacável. O atirador, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto pelos agentes do serviço secreto americano. Crooks utilizou uma arma semiautomática para efetuar os disparos que atingiram mais três pessoas além de Trump. A alta temperatura da campanha política pode provocar reações discrepantes das eleições democráticas. Esse tipo de episódio representa um fracasso para todas as partes envolvidas, principlamente quando envolve a vontade de matar. Lamentável.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

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VICE-PRESIDENTE DE TRUMP

Trump escolheu um vice-presidente jovem, não impulsivo, originário de família humilde, respeitado por suas ideias e sinceramente preocupado com os trabalhadores. Alguém capaz de argumentar com maestria, sinceridade e de uma forma tranquila que as políticas de Trump são do interesse dos trabalhadores. O populismo de esquerda, que nenhum benefício lhes trouxe, terá dificuldade para enfrentar com seus slogans alguém jovem, inteligente, bem-sucedido, de bom senso, patriota, casado com uma moça indiana e que nunca roubou o erário, nem enriqueceu em cargos públicos. A antítese dos líderes do Partido Democrata. Quem diria, o futuro dos republicanos é se tornar o verdadeiro partido dos trabalhadores americanos.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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FUTEBOL BRASILEIRO

A Eurocopa e os principais campeonatos europeus, principalmente a Premier League, na Inglaterra, e a La Liga, na Espanha, escancaram o abismo com o nosso Brasileirão. Perdemos em tudo. Qualidade dos atletas, nível técnico, profissionalismo dos clubes, gramados, arbitragem e VAR, capacidade dos técnicos, atitude dos atletas para com os adversários e os árbitros. A Premier League, na minha opinião o melhor campeonato, consegue mostrar grandes jogos até entre os primeiros colocados e os que estão lá embaixo na tabela. Por aqui, ficamos com os craques (promessas) que ainda não foram para o exterior, outros que voltaram em fim de carreira e atletas de nível médio a sofrível. Arbitragens e VAR horríveis, cheios de erros grosseiros, atletas cometendo faltas em quantidade e sem necessidade, falta de respeito total para com os árbitros (o baixo nível deles contribui para isso), troca de técnicos a todo momento, gramados que não ajudam a melhorar o nível dos jogos, bola rolando muito menos que o percentual recomendado, técnicos e dirigentes pilhados e muitos fora de si. E sobra até para os torcedores que parece que desaprenderam a torcer, longe de perceberem que o futebol é um esporte e não uma guerra. Mudando para a seleção brasileira, a Eurocopa também mostrou que vamos sofrer muito até conseguirmos voltar a ser competitivos. O comando desastroso da CBF à espera de um técnico que todos sabiam que nunca viria, atrasou ainda mais a transição e a renovação da seleção canarinho. Passada a Copa América, de triste lembrança, o grande desafio é a classificação para a próxima Copa do Mundo. Nosso horizonte hoje é vencer a Bolívia, o Paraguai, o Peru e a Venezuela, ou seja, estamos abaixo de Argentina, Colômbia e Uruguai. Seria muito bom que os nossos dirigentes, jogadores, técnicos e árbitros tomassem a Eurocopa e os principais campeonatos europeus como exemplo. O 7 a 1 da Alemanha ainda faz estragos quando devíamos ter aprendido com ele.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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CONSTRUTORAS NAS RUAS DE SP

O aplicativo de estacionamento nas ruas de São Paulo funciona razoavelmente bem e tenho utilizado com frequência. O que me desagrada são as invasões que as construtoras fazem. Nesta segunda-feira, 15/7, por exemplo, procurei a rua da escola de minha netinha, que, em plenas férias, deveria estar vazia. Nada disso, uma construtora se apoderou de meio quarteirão e fui estacionar em outra rua. Vejo autos do departamento de trânsito que controlam as ruas. Por que não impedem estes abusos?

Aldo Bertolucci

São Paulo

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‘IRRESPONSABILIDADE’

Nos últimos tempos, após reiteradas ameaças de atropelamento, acrescentei mais uma preocupação preventiva ao meu dia a dia em São Paulo: vigiar os motoristas que saem dos recuos de passeios e/ou garagens residenciais em marcha a ré, sem olhar para trás. Cometida a irresponsabilidade, e chamados à atenção pois, em caso contrário, na maioria das vezes sequer percebem o grave procedimento, se desmancham em desculpas também irresponsáveis, como se apagassem o dolo com ares de santo, à semelhança do ato de contrição após a confissão. A cada dia mais me convenço de que a apregoada ideia do brasileiro cordial não passa de um mito.

José Maria Domingues dos Santos

São Paulo

‘Abin Paralela’

Gravou por quê?

O conteúdo da gravação do encontro que ocorreu em 2020 entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem (segundo a Polícia Federal, autor do áudio) e as advogadas do senador Flávio Bolsonaro, em que se discutem estratégias para blindar Flávio do inquérito das rachadinhas, carece de investigação mais profunda para concluir se houve crime de fato ou não. Uma dúvida, porém, chama a atenção: com que intenção Ramagem gravou a conversa? Segundo ele, “a gravação foi realizada devido a uma informação recebida sobre uma pessoa que participaria da reunião e que teria contato com o governador do Rio de Janeiro na época. Havia a preocupação de que essa pessoa pudesse apresentar uma proposta nada republicana”. Justificativa hilária na medida em que nenhuma proposta discutida na reunião tenha sido exatamente republicana. É evidente que o ex-chefe da Abin, que de bobo não tem nada, guardaria a gravação como trunfo caso a amizade entre ele e o clã Bolsonaro ameaçasse soçobrar, o que não seria impossível. Moral da história: no mundo da ilegalidade e das relações escusas não existe amizade fiel e sincera. Apenas jogos de interesses em que passar a perna faz parte das regras.

Luciano Harary

São Paulo

*

Patrimonialismo

Uma aula

O artigo de Celso Ming intitulado Este é o patrimonialismo no Brasil (Estadão, 14/7, B2) é uma aula de História para todos nós. Max Weber descreve o patrimonialismo como um sistema de governo em que a distinção entre os recursos públicos e privados é difusa. Entre os intelectuais brasileiros, Sérgio Buarque de Hollanda nos brindou com o conceito do “homem cordial”, que diz respeito não à cordialidade no sentido positivo, mas sim à prevalência das relações pessoais e afetivas sobre as impessoais e racionais. No contexto do patrimonialismo, isso se manifesta na forma de favoritismos e ausência de mérito, em que as relações pessoais são mais importantes do que as instituições. A crítica de Ming é clara ao apontar que esta cultura de patrimonialismo está enraizada no Brasil e é perpetuada por diversas esferas da sociedade, transcendendo, inclusive, o fla-flu entre direita e esquerda.

Roger Costa Gouveia

São Paulo

*

Eleição nos EUA

O vice de Trump

O efeito simbólico da bala de raspão na orelha de Trump foi um tiro no pé de Joe Biden. Especialmente nos desdobramentos desse atentado. O ex-presidente e, agora, oficialmente candidato escolheu como seu vice o senador J. D. Vance, um jovem de 39 anos. Trump não só se desviou do tiro, mas acertou em cheio em sua manobra política que mira, entre outras coisas, o contraponto dos questionamentos etários da atual disputa eleitoral. Além de crescer na cena como mito protegido e alçado ao status de mártir nacional, o candidato republicano apresenta-se como estadista que olha para o futuro. Traz para perto de si e de seus interesses as jovens gerações. O punho erguido de Trump, convidando os republicanos à luta, é seguido por uma pacífica estratégia que acerta o alvo, fere a provecta insistência de Biden. J. D. Vance seria a “bala de prata”?

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

São Paulo

O adensamento da cidade

Sobre o planejamento da cidade de São Paulo (A cidade ganha com novas regras urbanísticas, Estadão, 14/7, A4), vale considerar que aqui não é Barcelona ou Seul, mas uma metrópole do Terceiro Mundo, repleta de problemas sociais e estruturais. E, também, que há mais de 50 anos o ex-prefeito Figueiredo Ferraz, com a frase “São Paulo precisa parar”, deixou claro que não podemos planejar o “adensamento” da cidade apenas para construir prédios para as classes mais abastadas, ou “lofts” para locação de curta permanência. Pois é isso o que se vê pela cidade, e não uma oferta efetiva de habitações de interesse social. Quem lucra com essa distorção? O segmento da construção civil e imobiliário. Quem perde? A cidade toda, que vê sua infraestrutura, já precária, ser esgotada sem oferecer habitação para quem mais precisa.

Francisco Eduardo Britto

São Paulo

*

Correção

O editorial Mais um conto chinês (14/7, A3) informou incorretamente que a Shein tinha planos para estabelecer uma fábrica própria no Nordeste.

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DATENA

Com os conhecidos problemas que provocaram, num passado recente, seu acentuado declínio participativo no cenário político nacional, sobretudo em São Paulo, o PSDB faz uma aposta de alto risco na candidatura do apresentador José Luiz Datena à prefeitura de São Paulo para as eleições de outubro, pondo suas fichas em alguém conhecido por ter feito forfait de última hora, em nada menos que quatro candidaturas. Como disse uma liderança tucana à coluna do Estadão, ”se Datena desistir em agosto, será o fim do PSDB em São Paulo”. A ver se desta vez irá até o fim ou pulará fora às vésperas do pleito, deixando o partido tucano a ver navios. Façam suas apostas.

J. S. Decol

São Paulo

*

PEC DA ANISTIA

A politicalha de plantão resolveu, por unanimidade e por interesses indecentes, se unir em prol do ridículo ‘autoperdão’ das multas aplicadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em face dos malfeitos praticados, na ordem de singelos R$ 20 bilhões. Na verdade, o impossível aconteceu quando os arqui-inimigos PL e PT deram as mãos para se beneficiar das benesses da PEC da Anistia, em que os interesses próprios e indecentes são bem maiores às do País. Afinal, esta é a única maneira de paz e união entre adversários ferrenhos da politicalha. Parabéns pelo vergonhoso consenso.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

ORÇAMENTO

Um verdadeiro escárnio a questão da anistia aos partidos que os sanguessugas do dinheiro público estão propondo, consumindo R$ 23 bilhões de recursos que estão fazendo falta ao Orçamento do País, sem contar os mais R$ 5 bilhões do fundo partidário e os mais de 50 de emendas que ninguém sabe onde foi parar. E o pior, o nosso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está tentando colocar a mão no nosso bolso para conseguir mais R$ 25 bilhões, está aceitando passivamente e sem reclamar, pois o partido dele será amplamente beneficiado pela medida enquanto o valor desta anistia caberia como uma luva para ajustar as contas fiscais. Haddad, para de pensar nos benefícios que o seu e outros partidos terão e faça coro para derrotar esta medida abusiva e ter estes R$ 23 bilhões no seu Orçamento.

Flávio Perondi

São Paulo

*

LULA DA SILVA

Lula da Silva nunca quis um sucessor. Já nem se trata de reeleição, ele quer ser aclamado presidente eterno. Lula já falou em viver para sempre, ele acha que deveria ser canonizado em vida. Quem sofre com esta megalomania de Lula são aqueles que poderiam sucedê-lo. O ministro Fernando Haddad está sendo frito com a enxurrada de novos impostos. Ninguém gosta de pagar impostos apenas para ver o dinheiro sumir no ralo da corrupção e da incompetência generalizada do governo. Não, Lula não irá viver para sempre, não será canonizado em vida e também não irá eleger ninguém para seu lugar.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

FERNANDO HADDAD

O ministro Fernando Haddad está sendo chamado de Taxaddad, tendo em vista esta reforma tributária que vai penalizar, principalmente, os assalariados. O IVA proposto com alíquota de 26,5% é o segundo maior do mundo. Essa é mais uma proeza do PT, o partido que se diz defensor dos mais necessitados.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

‘INCONSEQUENTE’

Ao tentar encontrar culpados pelo seu governo que escorrega na ladeira da incompetência, o inconsequente Lula critica o mercado e o setor financeiro chamando todos de especuladores. Está criticando também os consumidores, o povão, incluindo os 40 milhões de pessoas pobres deste País varonil, que também têm sua cota de consumo. Mesmo porque, sem consumidores, em nenhuma parte do mundo existiria mercado e setor financeiro. Esquece este soberbo e falastrão presidente que este tripé mercado, bancos, e consumidores vivem de expectativa. Se o governo é bom, sabe dialogar de forma republicana com a Nação, é responsável com os recursos públicos, transmite confiança por um futuro melhor, alavanca o mercado, juros caem e consumidores vão as compras, já que, certamente haverá crescimento na oferta de empregos e melhor distribuição de renda. Mas este manjado Lula, que nada aprendeu na arte de administrar o País, e menos ainda de mercado (falando mal e pelos cotovelos, recheado de ideias retrogradas como de um Estado forte, e gastando sem piedade o que não tem), derruba as sonhadas boas expectativas do povo brasileiro. E como resultado, seguimos colecionando PIBs medíocres.

Paulo Panossian

São Carlos

*

SISTEMA MÉDICO

Na condição de assistido pelo sistema médico entendo ser necessário um contraponto aos comentários de dois leitores, na edição de terça-feira, 16/7, do Estadão, sobre o artigo Menos médicos, menos SUS (Estadão, 13/7, A4), no Fórum dos Leitores. A qualidade do ensino em novas faculdades de medicina depende das exigências preliminares do Estado, bem como da atuação dos Conselhos Regionais de Medicina junto aos profissionais médicos docentes. Em “...regiões deficientes de assistência médica...”, torna-se inviável a abertura de cursos de medicina pela inexistência de profissionais gabaritados para ensinar, exatamente por preferirem permanecer nos centros onde se formaram. O programa Mais Médicos é falho por não contratar profissionais de serviços médicos complementares (odontólogos(as), enfermeiro(a), biomédico(a), técnico em imagens), além dos equipamentos básicos para essas atividades, tudo complementado por um suporte de web conectado em uma universidade. Desconheço qualquer crítica das entidades médicas sobre essas falhas. Quanto “aos honorários pagos pelo sistema de saúde...”, é importante informar que o médico no serviço público trabalha meio período e é remunerado igual aqueles que trabalham o dobro do tempo. Como se percebe, a situação médica, e de nós assistidos, carece de uma visão mais realista de todos os lados.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

*

INVERSÃO

O atirador de Donald Trump, diferentemente da facada de Jair Bolsonaro, foi um rapaz com carteirinha de filiado ao partido Republicano e não do partido Democratas. Então, dizer que Trump será o ganhador da eleição, para mim, é uma inversão, pois foi um filiado ao seu partido que não o queria na presidência dos Estados Unidos.

Tania Tavares

São Paulo

*

ELEIÇÕES AMERICANAS

O tiro saiu pela culatra. Trump será eleito por aclamação como o próximo presidente dos EUA.

Milton Cordova Junior

Vicente Pires (DF)

*

‘PAÍS DE DESCLASSIFICADOS’

O sniper que matou de imediato o atirador que fez um atentado contra o ex-presidente Trump estaria ferrado aqui no Brasil. Em primeiro lugar, teria que fazer um requerimento em três vias autenticadas para a Polícia Federal para poder dar o seu tiro. O requerimento teria que ser encaminhado para o Ministério da Justiça e ainda ser chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Autorizado o tiro pelo STF, só poderia ser um tiro de advertência ou aviso, sem causar danos ao atirador. Ocorresse a morte do atirador, o sniper seria processado e preso por homicídio doloso, e ainda teria que explicar a verdadeira motivação intencional do seu disparo, que seria próprio da extrema direita radical. Com certeza teria também os seus direitos civis e políticos cassados e o seu fuzil periciado pela PF. Este é o nosso Brasil, um país de palhaços e de desclassificados.

Paulo Alves R. Domingos Ferreira

Rio de Janeiro

*

‘FRACASSO’

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sofreu um atentado no sábado passado durante um comício na Pensilvânia. O médico que assistiu Trump disse que tinha acontecido um milagre, pois a bala o atingiu de raspão na orelha direita. Trump fez um movimento com a cabeça que o livrou de ser atingido de forma mais implacável. O atirador, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto pelos agentes do serviço secreto americano. Crooks utilizou uma arma semiautomática para efetuar os disparos que atingiram mais três pessoas além de Trump. A alta temperatura da campanha política pode provocar reações discrepantes das eleições democráticas. Esse tipo de episódio representa um fracasso para todas as partes envolvidas, principlamente quando envolve a vontade de matar. Lamentável.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

*

VICE-PRESIDENTE DE TRUMP

Trump escolheu um vice-presidente jovem, não impulsivo, originário de família humilde, respeitado por suas ideias e sinceramente preocupado com os trabalhadores. Alguém capaz de argumentar com maestria, sinceridade e de uma forma tranquila que as políticas de Trump são do interesse dos trabalhadores. O populismo de esquerda, que nenhum benefício lhes trouxe, terá dificuldade para enfrentar com seus slogans alguém jovem, inteligente, bem-sucedido, de bom senso, patriota, casado com uma moça indiana e que nunca roubou o erário, nem enriqueceu em cargos públicos. A antítese dos líderes do Partido Democrata. Quem diria, o futuro dos republicanos é se tornar o verdadeiro partido dos trabalhadores americanos.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

FUTEBOL BRASILEIRO

A Eurocopa e os principais campeonatos europeus, principalmente a Premier League, na Inglaterra, e a La Liga, na Espanha, escancaram o abismo com o nosso Brasileirão. Perdemos em tudo. Qualidade dos atletas, nível técnico, profissionalismo dos clubes, gramados, arbitragem e VAR, capacidade dos técnicos, atitude dos atletas para com os adversários e os árbitros. A Premier League, na minha opinião o melhor campeonato, consegue mostrar grandes jogos até entre os primeiros colocados e os que estão lá embaixo na tabela. Por aqui, ficamos com os craques (promessas) que ainda não foram para o exterior, outros que voltaram em fim de carreira e atletas de nível médio a sofrível. Arbitragens e VAR horríveis, cheios de erros grosseiros, atletas cometendo faltas em quantidade e sem necessidade, falta de respeito total para com os árbitros (o baixo nível deles contribui para isso), troca de técnicos a todo momento, gramados que não ajudam a melhorar o nível dos jogos, bola rolando muito menos que o percentual recomendado, técnicos e dirigentes pilhados e muitos fora de si. E sobra até para os torcedores que parece que desaprenderam a torcer, longe de perceberem que o futebol é um esporte e não uma guerra. Mudando para a seleção brasileira, a Eurocopa também mostrou que vamos sofrer muito até conseguirmos voltar a ser competitivos. O comando desastroso da CBF à espera de um técnico que todos sabiam que nunca viria, atrasou ainda mais a transição e a renovação da seleção canarinho. Passada a Copa América, de triste lembrança, o grande desafio é a classificação para a próxima Copa do Mundo. Nosso horizonte hoje é vencer a Bolívia, o Paraguai, o Peru e a Venezuela, ou seja, estamos abaixo de Argentina, Colômbia e Uruguai. Seria muito bom que os nossos dirigentes, jogadores, técnicos e árbitros tomassem a Eurocopa e os principais campeonatos europeus como exemplo. O 7 a 1 da Alemanha ainda faz estragos quando devíamos ter aprendido com ele.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

CONSTRUTORAS NAS RUAS DE SP

O aplicativo de estacionamento nas ruas de São Paulo funciona razoavelmente bem e tenho utilizado com frequência. O que me desagrada são as invasões que as construtoras fazem. Nesta segunda-feira, 15/7, por exemplo, procurei a rua da escola de minha netinha, que, em plenas férias, deveria estar vazia. Nada disso, uma construtora se apoderou de meio quarteirão e fui estacionar em outra rua. Vejo autos do departamento de trânsito que controlam as ruas. Por que não impedem estes abusos?

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

‘IRRESPONSABILIDADE’

Nos últimos tempos, após reiteradas ameaças de atropelamento, acrescentei mais uma preocupação preventiva ao meu dia a dia em São Paulo: vigiar os motoristas que saem dos recuos de passeios e/ou garagens residenciais em marcha a ré, sem olhar para trás. Cometida a irresponsabilidade, e chamados à atenção pois, em caso contrário, na maioria das vezes sequer percebem o grave procedimento, se desmancham em desculpas também irresponsáveis, como se apagassem o dolo com ares de santo, à semelhança do ato de contrição após a confissão. A cada dia mais me convenço de que a apregoada ideia do brasileiro cordial não passa de um mito.

José Maria Domingues dos Santos

São Paulo

‘Abin Paralela’

Gravou por quê?

O conteúdo da gravação do encontro que ocorreu em 2020 entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem (segundo a Polícia Federal, autor do áudio) e as advogadas do senador Flávio Bolsonaro, em que se discutem estratégias para blindar Flávio do inquérito das rachadinhas, carece de investigação mais profunda para concluir se houve crime de fato ou não. Uma dúvida, porém, chama a atenção: com que intenção Ramagem gravou a conversa? Segundo ele, “a gravação foi realizada devido a uma informação recebida sobre uma pessoa que participaria da reunião e que teria contato com o governador do Rio de Janeiro na época. Havia a preocupação de que essa pessoa pudesse apresentar uma proposta nada republicana”. Justificativa hilária na medida em que nenhuma proposta discutida na reunião tenha sido exatamente republicana. É evidente que o ex-chefe da Abin, que de bobo não tem nada, guardaria a gravação como trunfo caso a amizade entre ele e o clã Bolsonaro ameaçasse soçobrar, o que não seria impossível. Moral da história: no mundo da ilegalidade e das relações escusas não existe amizade fiel e sincera. Apenas jogos de interesses em que passar a perna faz parte das regras.

Luciano Harary

São Paulo

*

Patrimonialismo

Uma aula

O artigo de Celso Ming intitulado Este é o patrimonialismo no Brasil (Estadão, 14/7, B2) é uma aula de História para todos nós. Max Weber descreve o patrimonialismo como um sistema de governo em que a distinção entre os recursos públicos e privados é difusa. Entre os intelectuais brasileiros, Sérgio Buarque de Hollanda nos brindou com o conceito do “homem cordial”, que diz respeito não à cordialidade no sentido positivo, mas sim à prevalência das relações pessoais e afetivas sobre as impessoais e racionais. No contexto do patrimonialismo, isso se manifesta na forma de favoritismos e ausência de mérito, em que as relações pessoais são mais importantes do que as instituições. A crítica de Ming é clara ao apontar que esta cultura de patrimonialismo está enraizada no Brasil e é perpetuada por diversas esferas da sociedade, transcendendo, inclusive, o fla-flu entre direita e esquerda.

Roger Costa Gouveia

São Paulo

*

Eleição nos EUA

O vice de Trump

O efeito simbólico da bala de raspão na orelha de Trump foi um tiro no pé de Joe Biden. Especialmente nos desdobramentos desse atentado. O ex-presidente e, agora, oficialmente candidato escolheu como seu vice o senador J. D. Vance, um jovem de 39 anos. Trump não só se desviou do tiro, mas acertou em cheio em sua manobra política que mira, entre outras coisas, o contraponto dos questionamentos etários da atual disputa eleitoral. Além de crescer na cena como mito protegido e alçado ao status de mártir nacional, o candidato republicano apresenta-se como estadista que olha para o futuro. Traz para perto de si e de seus interesses as jovens gerações. O punho erguido de Trump, convidando os republicanos à luta, é seguido por uma pacífica estratégia que acerta o alvo, fere a provecta insistência de Biden. J. D. Vance seria a “bala de prata”?

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

São Paulo

O adensamento da cidade

Sobre o planejamento da cidade de São Paulo (A cidade ganha com novas regras urbanísticas, Estadão, 14/7, A4), vale considerar que aqui não é Barcelona ou Seul, mas uma metrópole do Terceiro Mundo, repleta de problemas sociais e estruturais. E, também, que há mais de 50 anos o ex-prefeito Figueiredo Ferraz, com a frase “São Paulo precisa parar”, deixou claro que não podemos planejar o “adensamento” da cidade apenas para construir prédios para as classes mais abastadas, ou “lofts” para locação de curta permanência. Pois é isso o que se vê pela cidade, e não uma oferta efetiva de habitações de interesse social. Quem lucra com essa distorção? O segmento da construção civil e imobiliário. Quem perde? A cidade toda, que vê sua infraestrutura, já precária, ser esgotada sem oferecer habitação para quem mais precisa.

Francisco Eduardo Britto

São Paulo

*

Correção

O editorial Mais um conto chinês (14/7, A3) informou incorretamente que a Shein tinha planos para estabelecer uma fábrica própria no Nordeste.

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DATENA

Com os conhecidos problemas que provocaram, num passado recente, seu acentuado declínio participativo no cenário político nacional, sobretudo em São Paulo, o PSDB faz uma aposta de alto risco na candidatura do apresentador José Luiz Datena à prefeitura de São Paulo para as eleições de outubro, pondo suas fichas em alguém conhecido por ter feito forfait de última hora, em nada menos que quatro candidaturas. Como disse uma liderança tucana à coluna do Estadão, ”se Datena desistir em agosto, será o fim do PSDB em São Paulo”. A ver se desta vez irá até o fim ou pulará fora às vésperas do pleito, deixando o partido tucano a ver navios. Façam suas apostas.

J. S. Decol

São Paulo

*

PEC DA ANISTIA

A politicalha de plantão resolveu, por unanimidade e por interesses indecentes, se unir em prol do ridículo ‘autoperdão’ das multas aplicadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em face dos malfeitos praticados, na ordem de singelos R$ 20 bilhões. Na verdade, o impossível aconteceu quando os arqui-inimigos PL e PT deram as mãos para se beneficiar das benesses da PEC da Anistia, em que os interesses próprios e indecentes são bem maiores às do País. Afinal, esta é a única maneira de paz e união entre adversários ferrenhos da politicalha. Parabéns pelo vergonhoso consenso.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

ORÇAMENTO

Um verdadeiro escárnio a questão da anistia aos partidos que os sanguessugas do dinheiro público estão propondo, consumindo R$ 23 bilhões de recursos que estão fazendo falta ao Orçamento do País, sem contar os mais R$ 5 bilhões do fundo partidário e os mais de 50 de emendas que ninguém sabe onde foi parar. E o pior, o nosso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está tentando colocar a mão no nosso bolso para conseguir mais R$ 25 bilhões, está aceitando passivamente e sem reclamar, pois o partido dele será amplamente beneficiado pela medida enquanto o valor desta anistia caberia como uma luva para ajustar as contas fiscais. Haddad, para de pensar nos benefícios que o seu e outros partidos terão e faça coro para derrotar esta medida abusiva e ter estes R$ 23 bilhões no seu Orçamento.

Flávio Perondi

São Paulo

*

LULA DA SILVA

Lula da Silva nunca quis um sucessor. Já nem se trata de reeleição, ele quer ser aclamado presidente eterno. Lula já falou em viver para sempre, ele acha que deveria ser canonizado em vida. Quem sofre com esta megalomania de Lula são aqueles que poderiam sucedê-lo. O ministro Fernando Haddad está sendo frito com a enxurrada de novos impostos. Ninguém gosta de pagar impostos apenas para ver o dinheiro sumir no ralo da corrupção e da incompetência generalizada do governo. Não, Lula não irá viver para sempre, não será canonizado em vida e também não irá eleger ninguém para seu lugar.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

FERNANDO HADDAD

O ministro Fernando Haddad está sendo chamado de Taxaddad, tendo em vista esta reforma tributária que vai penalizar, principalmente, os assalariados. O IVA proposto com alíquota de 26,5% é o segundo maior do mundo. Essa é mais uma proeza do PT, o partido que se diz defensor dos mais necessitados.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

‘INCONSEQUENTE’

Ao tentar encontrar culpados pelo seu governo que escorrega na ladeira da incompetência, o inconsequente Lula critica o mercado e o setor financeiro chamando todos de especuladores. Está criticando também os consumidores, o povão, incluindo os 40 milhões de pessoas pobres deste País varonil, que também têm sua cota de consumo. Mesmo porque, sem consumidores, em nenhuma parte do mundo existiria mercado e setor financeiro. Esquece este soberbo e falastrão presidente que este tripé mercado, bancos, e consumidores vivem de expectativa. Se o governo é bom, sabe dialogar de forma republicana com a Nação, é responsável com os recursos públicos, transmite confiança por um futuro melhor, alavanca o mercado, juros caem e consumidores vão as compras, já que, certamente haverá crescimento na oferta de empregos e melhor distribuição de renda. Mas este manjado Lula, que nada aprendeu na arte de administrar o País, e menos ainda de mercado (falando mal e pelos cotovelos, recheado de ideias retrogradas como de um Estado forte, e gastando sem piedade o que não tem), derruba as sonhadas boas expectativas do povo brasileiro. E como resultado, seguimos colecionando PIBs medíocres.

Paulo Panossian

São Carlos

*

SISTEMA MÉDICO

Na condição de assistido pelo sistema médico entendo ser necessário um contraponto aos comentários de dois leitores, na edição de terça-feira, 16/7, do Estadão, sobre o artigo Menos médicos, menos SUS (Estadão, 13/7, A4), no Fórum dos Leitores. A qualidade do ensino em novas faculdades de medicina depende das exigências preliminares do Estado, bem como da atuação dos Conselhos Regionais de Medicina junto aos profissionais médicos docentes. Em “...regiões deficientes de assistência médica...”, torna-se inviável a abertura de cursos de medicina pela inexistência de profissionais gabaritados para ensinar, exatamente por preferirem permanecer nos centros onde se formaram. O programa Mais Médicos é falho por não contratar profissionais de serviços médicos complementares (odontólogos(as), enfermeiro(a), biomédico(a), técnico em imagens), além dos equipamentos básicos para essas atividades, tudo complementado por um suporte de web conectado em uma universidade. Desconheço qualquer crítica das entidades médicas sobre essas falhas. Quanto “aos honorários pagos pelo sistema de saúde...”, é importante informar que o médico no serviço público trabalha meio período e é remunerado igual aqueles que trabalham o dobro do tempo. Como se percebe, a situação médica, e de nós assistidos, carece de uma visão mais realista de todos os lados.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

Ribeirão Preto

*

INVERSÃO

O atirador de Donald Trump, diferentemente da facada de Jair Bolsonaro, foi um rapaz com carteirinha de filiado ao partido Republicano e não do partido Democratas. Então, dizer que Trump será o ganhador da eleição, para mim, é uma inversão, pois foi um filiado ao seu partido que não o queria na presidência dos Estados Unidos.

Tania Tavares

São Paulo

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ELEIÇÕES AMERICANAS

O tiro saiu pela culatra. Trump será eleito por aclamação como o próximo presidente dos EUA.

Milton Cordova Junior

Vicente Pires (DF)

*

‘PAÍS DE DESCLASSIFICADOS’

O sniper que matou de imediato o atirador que fez um atentado contra o ex-presidente Trump estaria ferrado aqui no Brasil. Em primeiro lugar, teria que fazer um requerimento em três vias autenticadas para a Polícia Federal para poder dar o seu tiro. O requerimento teria que ser encaminhado para o Ministério da Justiça e ainda ser chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Autorizado o tiro pelo STF, só poderia ser um tiro de advertência ou aviso, sem causar danos ao atirador. Ocorresse a morte do atirador, o sniper seria processado e preso por homicídio doloso, e ainda teria que explicar a verdadeira motivação intencional do seu disparo, que seria próprio da extrema direita radical. Com certeza teria também os seus direitos civis e políticos cassados e o seu fuzil periciado pela PF. Este é o nosso Brasil, um país de palhaços e de desclassificados.

Paulo Alves R. Domingos Ferreira

Rio de Janeiro

*

‘FRACASSO’

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sofreu um atentado no sábado passado durante um comício na Pensilvânia. O médico que assistiu Trump disse que tinha acontecido um milagre, pois a bala o atingiu de raspão na orelha direita. Trump fez um movimento com a cabeça que o livrou de ser atingido de forma mais implacável. O atirador, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto pelos agentes do serviço secreto americano. Crooks utilizou uma arma semiautomática para efetuar os disparos que atingiram mais três pessoas além de Trump. A alta temperatura da campanha política pode provocar reações discrepantes das eleições democráticas. Esse tipo de episódio representa um fracasso para todas as partes envolvidas, principlamente quando envolve a vontade de matar. Lamentável.

José Carlos Saraiva da Costa

Belo Horizonte

*

VICE-PRESIDENTE DE TRUMP

Trump escolheu um vice-presidente jovem, não impulsivo, originário de família humilde, respeitado por suas ideias e sinceramente preocupado com os trabalhadores. Alguém capaz de argumentar com maestria, sinceridade e de uma forma tranquila que as políticas de Trump são do interesse dos trabalhadores. O populismo de esquerda, que nenhum benefício lhes trouxe, terá dificuldade para enfrentar com seus slogans alguém jovem, inteligente, bem-sucedido, de bom senso, patriota, casado com uma moça indiana e que nunca roubou o erário, nem enriqueceu em cargos públicos. A antítese dos líderes do Partido Democrata. Quem diria, o futuro dos republicanos é se tornar o verdadeiro partido dos trabalhadores americanos.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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FUTEBOL BRASILEIRO

A Eurocopa e os principais campeonatos europeus, principalmente a Premier League, na Inglaterra, e a La Liga, na Espanha, escancaram o abismo com o nosso Brasileirão. Perdemos em tudo. Qualidade dos atletas, nível técnico, profissionalismo dos clubes, gramados, arbitragem e VAR, capacidade dos técnicos, atitude dos atletas para com os adversários e os árbitros. A Premier League, na minha opinião o melhor campeonato, consegue mostrar grandes jogos até entre os primeiros colocados e os que estão lá embaixo na tabela. Por aqui, ficamos com os craques (promessas) que ainda não foram para o exterior, outros que voltaram em fim de carreira e atletas de nível médio a sofrível. Arbitragens e VAR horríveis, cheios de erros grosseiros, atletas cometendo faltas em quantidade e sem necessidade, falta de respeito total para com os árbitros (o baixo nível deles contribui para isso), troca de técnicos a todo momento, gramados que não ajudam a melhorar o nível dos jogos, bola rolando muito menos que o percentual recomendado, técnicos e dirigentes pilhados e muitos fora de si. E sobra até para os torcedores que parece que desaprenderam a torcer, longe de perceberem que o futebol é um esporte e não uma guerra. Mudando para a seleção brasileira, a Eurocopa também mostrou que vamos sofrer muito até conseguirmos voltar a ser competitivos. O comando desastroso da CBF à espera de um técnico que todos sabiam que nunca viria, atrasou ainda mais a transição e a renovação da seleção canarinho. Passada a Copa América, de triste lembrança, o grande desafio é a classificação para a próxima Copa do Mundo. Nosso horizonte hoje é vencer a Bolívia, o Paraguai, o Peru e a Venezuela, ou seja, estamos abaixo de Argentina, Colômbia e Uruguai. Seria muito bom que os nossos dirigentes, jogadores, técnicos e árbitros tomassem a Eurocopa e os principais campeonatos europeus como exemplo. O 7 a 1 da Alemanha ainda faz estragos quando devíamos ter aprendido com ele.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

CONSTRUTORAS NAS RUAS DE SP

O aplicativo de estacionamento nas ruas de São Paulo funciona razoavelmente bem e tenho utilizado com frequência. O que me desagrada são as invasões que as construtoras fazem. Nesta segunda-feira, 15/7, por exemplo, procurei a rua da escola de minha netinha, que, em plenas férias, deveria estar vazia. Nada disso, uma construtora se apoderou de meio quarteirão e fui estacionar em outra rua. Vejo autos do departamento de trânsito que controlam as ruas. Por que não impedem estes abusos?

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

‘IRRESPONSABILIDADE’

Nos últimos tempos, após reiteradas ameaças de atropelamento, acrescentei mais uma preocupação preventiva ao meu dia a dia em São Paulo: vigiar os motoristas que saem dos recuos de passeios e/ou garagens residenciais em marcha a ré, sem olhar para trás. Cometida a irresponsabilidade, e chamados à atenção pois, em caso contrário, na maioria das vezes sequer percebem o grave procedimento, se desmancham em desculpas também irresponsáveis, como se apagassem o dolo com ares de santo, à semelhança do ato de contrição após a confissão. A cada dia mais me convenço de que a apregoada ideia do brasileiro cordial não passa de um mito.

José Maria Domingues dos Santos

São Paulo

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