Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Contas públicas

O difícil ajuste fiscal

O teto de gastos e, depois, no atual governo, o arcabouço fiscal deveriam servir para equalizar receitas e despesas orçamentárias, eliminando déficits. O arcabouço fiscal foi bastante comentado, elogiado e prestigiado, mas foi simples encanto momentâneo e conto lulopetista para disfarçar a gula governamental por largos gastos públicos, longe da responsabilidade fiscal. Como bem salientou o economista Mansueto Almeida em entrevista ao Estadão/Broadcast, citada no editorial A pergunta que não quer calar (16/7, A3), não existe ajuste fiscal pelo lado da despesa sem mexer em cinco áreas: Previdência Social, Assistência Social, saúde, educação e trabalho, muito do que é considerado intocável pelo PT. Em suma, até o momento o arcabouço fiscal não vingou e não teremos ajuste fiscal, a não ser que haja muita pressão e, por questão mais de popularidade, o governo Lula 3 resolva aderir. O tempo dirá.

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José C. de Carvalho Carneiro

Rio Claro

*

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Pecha de taxadores

O ministro Fernando Haddad virou meme nas redes sociais, onde tem sido chamado de “ministro Taxadd”. O apelido faz justiça às atitudes do governo, que busca fazer o ajuste fiscal tirando cada vez mais dinheiro do bolso dos contribuintes. A fome de impostos do sr. Lula da Silva é insaciável. As medidas já tomadas para aumento da arrecadação não foram poucas e vão desde a taxação das blusinhas até a volta do seguro obrigatório SPVAT – e ainda contam com a possibilidade de o Brasil vir a ter o segundo maior Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do mundo, atrás apenas da Hungria. A pecha de taxadores vai, certamente, colar em Lula e Haddad, com impacto nas próximas eleições. Martaxa que o diga.

Deri Lemos Maia

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Araçatuba

*

Eleição nos EUA

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Que farão os democratas?

O que se passa no QG da campanha de Joe Biden neste momento: “Donald Trump foi vítima de um atentado que quase o matou, então até que ponto nós podemos atacá-lo?”. Ora, não é porque Trump levou um tiro na orelha (por muito pouco não foi fatal) que agora ele deva ser visto como um anjo que caiu do céu. Não, Trump é o mesmo, o mesmo caráter, o mesmo perigo à democracia americana, o mesmo perigo a um mundo já tão conturbado. Não vejo por que a campanha não continue – eu não usaria a palavra atacando – dissecando politicamente o que é e o que representa uma nova vitória de Trump rumo à Casa Branca. O tiro que quase matou o ex-presidente não pode ricochetear nos pilares da democracia. Do outro lado, Joe Biden precisa entender que insistir na sua candidatura é um tiro no pé e pode causar mais estragos do que o tiro na orelha de Trump.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

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Salvador

*

Declaração de Berlim

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Populismo

O artigo Restaurar a confiança da população (Estadão, 16/7, A4) informa sobre a Declaração de Berlim. O texto esclarece que se trata de documento assinado por “renomados economistas” com a pretensa intenção de advertir para os perigos do populismo. Por paradoxo, entretanto, a declaração constitui em si mesma um exemplar de populismo. O documento cita frases feitas, como “política industrial ativa, redução da desigualdade e globalização mais bem administrada”, sem nada explicar, porém, sobre como o grupo proporia realizar tais desideratos. E ainda atribui ao povo “ressentido” a causa do populismo, culpando-o enfim, como sempre fazem as elites. Ora, as causas de tal “ressentimento” devem ser buscadas no alijamento crônico de uma maioria sem acesso aos frutos do chamado desenvolvimento da sociedade capitalista. Parcela que cresce e vai crescer bem mais que a dos privilegiados, conforme demonstrou, em produção acadêmica sobre o aumento da concentração de renda, um dos signatários da declaração, o laureado Thomas Piketty. A população está cansada de aguardar a prometida divisão de um bolo que nunca atinge o ponto de fazer cumprir a promessa. O povo, que não é bobo, já viu que o que cresce, mesmo, é a repressão contra si e contra seus filhos, desrespeito a seus direitos, indiferença a suas dificuldades e promessas enganosas. Sob fogo cruzado, tenta reencontrar seus próprios caminhos. O tema reconquistar o povo, da cúpula deste ano no Fórum Nova Economia, expõe o populismo do próprio fórum, mostrando que o tal fenômeno é mais ubíquo ou mais disseminado do que se pensa.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

‘ENGOLIDO PELO SISTEMA’

José Luiz Datena tem o histórico de sempre desistir de concorrer para qualquer cargo eletivo. Agora disse que será candidato desde que ninguém encha o saco. Parece ingenuidade, um homem vivido e experiente como ele esperar que haja fidelidade no meio político. Se até hoje ele não descobriu como funciona a política, está na hora de desistir definitivamente de se candidatar, ou será engolido pelo sistema.

Izabel Avallone

São Paulo

*

LULA DA SILVA

Está ficando difícil ouvir as declarações do presidente Lula da Silva e não ficar abismado. A mais nova: “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer”. E disse mais: “.. o Brasil é muito grande e a cabeça de dirigentes e alguns especuladores é que é pequena”. O que Lula não entende ou se faz de desentendido é que a coisa mais importante a fazer é ter responsabilidade para com os gastos públicos e as metas preestabelecidas. E se a cabeça de alguns é pequena, a dele, tão grande e com tanto espaço para armazenamento de informação, deveria saber disso sem precisar ficar passando vergonha em público. Mas é pedir muito de quem nasceu na década 40 e continua por lá, não é mesmo, presidente?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘INCOMPETÊNCIA GENERALIZADA’

O Brasil não vai sair do pântano do subdesenvolvimento de terceiro mundo com um presidente da República que tem ódio da iniciativa privada. Lula da Silva quer concentrar toda a questão do saneamento básico nas mãos das empresas do Estado, as mesmas empresas que nos últimos 500 anos não resolveram nada. A ganância de Lula vai ter o resultado de sempre: os trilhões destinados ao saneamento básico vão desaparecer no ralo da corrupção e da incompetência do governo, terão o mesmo destino do dinheiro das obras contra a seca no Nordeste. O Brasil é um país capitalista governado por um presidente que tem rompantes pseudo comunistas, não é possível que o país não consiga virar essa página. Mais importante que resolver a questão do saneamento básico é acabar com a corrupção e a incompetência generalizada no governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘ÍNDICES ELEVADOS’

Não tem como negar. No Brasil, nem todos não são iguais perante a lei. Tribunal aposenta desembargadora acusada por propina (Estadão, 16/7, A11). Fosse a desembargadora uma pessoa comum, uma reles mortal, seria sumariamente demitida do cargo, sem nenhum direito. Mas, como pertence a uma casta privilegiada, a recebedora de propina foi premiada com uma polpuda aposentadoria. Lamentavelmente, o Brasil continua com elevados índices de injustiça, corrupção e impunidade, e nos envergonhando, cidadãos de bem.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

‘DONO DO ESTADO’

A propósito do escandaloso imbróglio das deploráveis tratativas de Jair Bolsonaro de livrar da Justiça seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), vulgo Zero Um, pela condenável prática das rachadinha$ quando ainda era deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, cabe, por oportuno, reproduzir trecho do editorial Patrimonialista convicto (Estadão, 17/7, A3): ”Os arquivos são claros. Todos os cidadãos puderam ler com seus próprios olhos e ouvir com seus próprios ouvidos o teor daquela conversa absolutamente antirrepublicana, para dizer o mínimo. Na presença de Ramagem, do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de Flávio e de duas advogadas do senador – um ambiente restrito e supostamente controlado, o que chega a ser irônico –, Bolsonaro se sentiu à vontade para dar vazão ao seu vezo patrimonialista, como se o fato de ter sido eleito presidente da República o autorizasse a agir como se fosse o dono do Estado brasileiro”. Como se vê, para o ex-presidente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi transformada na Agência Bolsonaro de (Des)Inteligência. Uma vergonha.

J. S. Decol

São Paulo

*

ABIN PARALELA

A revelação do áudio da investigação pela Polícia Federal da Abin paralela mostra o duplo crime cometido pela extrema direita bolsonarista: espionava ilegalmente autoridades e adversários políticos, e tentava blindar familiares que cometiam delitos. Tudo em nome de Deus, pátria, família e liberdade.

Sylvio Belém

Recife

*

IRMÃOS BATISTAS

Os irmãos Batista, Joesley e Wesley, mais uma vez, são bafejados pela sorte, gratuitamente e sem nenhum desembolso extra. Eis que a Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, apresentou uma proposta para assumir o controle da Amazonas Energia, distribuidora que estava à beira da falência. Se autorizados, farão a aquisição, obviamente por valor simbólico, em sendo aceito o plano ofertado em junho, conforme editorial do Estadão intitulado Sujeitos de sorte (Estadão, 17/7, A3). Em se tratando, pois, de grande negócio, cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) e também ao poder Legislativo realizar verificações e fiscalização compatíveis com as condições mercantis assumidas, de tal sorte que fique comprovada a lisura da transação e ainda a ausência de prejuízo à coisa pública com presença de lucro anormal à parte adquirente. É o mínimo que se pode exigir pelas manobras que o negócio exigiu.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

*

RICARDO NUNES

Acho até que Ricardo Nunes (MDB-SP) faz uma boa gestão como prefeito de São Paulo. Ao afirmar que os atos criminosos, com a participação de milhares de bolsonaristas no fatídico 8 de janeiro de 2023, em Brasília, em que destruíram prédios públicos não foram tentativa de golpe de Estado, o prefeito mostra que se borra todo por Bolsonaro em troca de apoio para sua reeleição em outubro. Nunes, na realidade, desce ao fundo do poço político quando se nega a reconhecer o que o mundo viu: que Bolsonaro desejava derrubar a atual gestão e governar sob a batuta do terror de um regime ditatorial. Uma vergonha.

Paulo Panossian

São Carlos

*

ÍNDICE DE TRANSPARÊNCIA

Prefeituras de capitais têm pouca transparência, diz ONG (Estadão, 17/7, A13) Como pode a capital de São Paulo ter um índice 78.9 (de zero a 100) de transparência, se ela não cumpre a lei de possíveis reajustes quadrimestrais para seus servidores, ativos e inativos, desde 20 de março de 2015? O prefeito da ocasião era Fernando Haddad e nenhum outro prefeito ou vice que entrou falou mais nada. Foram mais de 20 anos de Revisão Geral Anual de 0,01%. Será que a população sabe disso? Passem a mensagem para os possíveis futuros candidatos para a próxima eleição.

João Antonio Buzzo

São Paulo

*

‘PERIGOS DO POPULISMO’

Consenso de Berlim responde ao Consenso de Washington em relação ao descrédito e ressentimento da população mundial é o tema da brilhante análise de Jorge J. Okubaro no Estadão, intitulada Restaurar a confiança da população (Estadão, 17/7, A4) A receita econômica dos ultraliberais de Washington só beneficia os ricos num mundo de perversa desigualdade. Os economistas reunidos em Berlim contemplam um consenso social democrata, entre capitalismo e socialismo, ideia surgida em Berlim no início do século 20, sempre atacada pela direita, pela esquerda e pelo liberalismo. Não há consenso na busca do bom senso ideológico que traria paz e justiça social à todas as nações.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

IMUNIZAÇÃO INFANTIL

Estimativas da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apontam que o Brasil avançou na imunização infantil e em 2023, no primeiro ano do governo do presidente Lula, conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo. Lembrando que em 2021, no governo negacionista do ex-presidente Bolsonaro, o Brasil ocupava o 7.º lugar neste ranking.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

*

SEMELHANÇAS

Os Estados Unidos e o Brasil passam por situações políticas semelhantes. Nos EUA, Joe Biden está rateando, inseguro no exercício do cargo e trocando nomes, mas contraria a opinião pública e o partido político com firme pretensão de reeleição. No Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, passeador curtindo a vida de garanhão com 20 anos, verborrágico gastador atropelando a diplomacia, tumultuando o País/Petrobras com aparições só em plateia selecionada, praticando desgoverno e convicto da reeleição em 2026. Tanto Biden quanto Lula são fósforos usados, prejudiciais aos seus países, mas se sentem reis da cocada preta.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

DONALD TRUMP

O ex-presidente americano Donald Trump passou um enorme susto quando foi alvejado por um tiro de rifle AR-15 que atingiu sua orelha. Após o sobressalto, Trump resolver baixar a bola e, dando um passo a atrás, resolveu convidar para ser seu vice o senador J. D. Vance, de 39 anos. O que causa espanto é que o convidado, lá atrás, era crítico severo de Trump, chegando a anunciar em rede nacional que não suportava o ex-presidente. Após o atentado, a sorte continuou a sorrir quando soube que a Corte de Justiça americana havia anulado a ação que ele respondia por levar para sua residência documentos ultrassecretos do governo. Na verdade, além de ser um homem de sorte, foi ele quem ordenou a invasão do Capitólio, símbolo da democracia americana. Afinal, é o que o mundo tem para hoje.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

DITADO POPULAR

Minha avó dizia: “Vaso ruim não quebra”; com a licença de vovó, vou complementar: ”Vaso ruim não quebra, mas racha as orelhas”.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

ESTADOS UNIDOS

Há um país no continente americano que está periclitando. Um presidente não reeleito tentou dar um golpe, há um problema muito grave de obesidade decorrente de má alimentação, milhões de habitantes são dependentes de remédios viciantes, mas o que se discute é a entrada de imigrantes. Um ex-presidente usou dinheiro público para calar uma prostituta, foi considerado culpado por um tribunal, mas não foi apenado porque o Supremo decidiu que um presidente pode errar, tudo bem, e qualquer cidadão maior pode entrar no supermercado e comprar um fuzil, e a quantidade de armas em poder da população deve dar uma para cada habitante, inclusive contando os recém-nascidos. Finalmente, o ex-presidente que se apoderou de documentos secretos e os levou para casa e nunca pagou os impostos de sua responsabilidade está prestes a ser reeleito. Mas não é nenhum país da América Central, não. São os Estados Unidos da América, que até recentemente era o país líder de todo o mundo. Socorro, quero acordar deste pesadelo.

Aldo Bertolucci

São Paulo

Contas públicas

O difícil ajuste fiscal

O teto de gastos e, depois, no atual governo, o arcabouço fiscal deveriam servir para equalizar receitas e despesas orçamentárias, eliminando déficits. O arcabouço fiscal foi bastante comentado, elogiado e prestigiado, mas foi simples encanto momentâneo e conto lulopetista para disfarçar a gula governamental por largos gastos públicos, longe da responsabilidade fiscal. Como bem salientou o economista Mansueto Almeida em entrevista ao Estadão/Broadcast, citada no editorial A pergunta que não quer calar (16/7, A3), não existe ajuste fiscal pelo lado da despesa sem mexer em cinco áreas: Previdência Social, Assistência Social, saúde, educação e trabalho, muito do que é considerado intocável pelo PT. Em suma, até o momento o arcabouço fiscal não vingou e não teremos ajuste fiscal, a não ser que haja muita pressão e, por questão mais de popularidade, o governo Lula 3 resolva aderir. O tempo dirá.

José C. de Carvalho Carneiro

Rio Claro

*

Pecha de taxadores

O ministro Fernando Haddad virou meme nas redes sociais, onde tem sido chamado de “ministro Taxadd”. O apelido faz justiça às atitudes do governo, que busca fazer o ajuste fiscal tirando cada vez mais dinheiro do bolso dos contribuintes. A fome de impostos do sr. Lula da Silva é insaciável. As medidas já tomadas para aumento da arrecadação não foram poucas e vão desde a taxação das blusinhas até a volta do seguro obrigatório SPVAT – e ainda contam com a possibilidade de o Brasil vir a ter o segundo maior Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do mundo, atrás apenas da Hungria. A pecha de taxadores vai, certamente, colar em Lula e Haddad, com impacto nas próximas eleições. Martaxa que o diga.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

Eleição nos EUA

Que farão os democratas?

O que se passa no QG da campanha de Joe Biden neste momento: “Donald Trump foi vítima de um atentado que quase o matou, então até que ponto nós podemos atacá-lo?”. Ora, não é porque Trump levou um tiro na orelha (por muito pouco não foi fatal) que agora ele deva ser visto como um anjo que caiu do céu. Não, Trump é o mesmo, o mesmo caráter, o mesmo perigo à democracia americana, o mesmo perigo a um mundo já tão conturbado. Não vejo por que a campanha não continue – eu não usaria a palavra atacando – dissecando politicamente o que é e o que representa uma nova vitória de Trump rumo à Casa Branca. O tiro que quase matou o ex-presidente não pode ricochetear nos pilares da democracia. Do outro lado, Joe Biden precisa entender que insistir na sua candidatura é um tiro no pé e pode causar mais estragos do que o tiro na orelha de Trump.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

Declaração de Berlim

Populismo

O artigo Restaurar a confiança da população (Estadão, 16/7, A4) informa sobre a Declaração de Berlim. O texto esclarece que se trata de documento assinado por “renomados economistas” com a pretensa intenção de advertir para os perigos do populismo. Por paradoxo, entretanto, a declaração constitui em si mesma um exemplar de populismo. O documento cita frases feitas, como “política industrial ativa, redução da desigualdade e globalização mais bem administrada”, sem nada explicar, porém, sobre como o grupo proporia realizar tais desideratos. E ainda atribui ao povo “ressentido” a causa do populismo, culpando-o enfim, como sempre fazem as elites. Ora, as causas de tal “ressentimento” devem ser buscadas no alijamento crônico de uma maioria sem acesso aos frutos do chamado desenvolvimento da sociedade capitalista. Parcela que cresce e vai crescer bem mais que a dos privilegiados, conforme demonstrou, em produção acadêmica sobre o aumento da concentração de renda, um dos signatários da declaração, o laureado Thomas Piketty. A população está cansada de aguardar a prometida divisão de um bolo que nunca atinge o ponto de fazer cumprir a promessa. O povo, que não é bobo, já viu que o que cresce, mesmo, é a repressão contra si e contra seus filhos, desrespeito a seus direitos, indiferença a suas dificuldades e promessas enganosas. Sob fogo cruzado, tenta reencontrar seus próprios caminhos. O tema reconquistar o povo, da cúpula deste ano no Fórum Nova Economia, expõe o populismo do próprio fórum, mostrando que o tal fenômeno é mais ubíquo ou mais disseminado do que se pensa.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

‘ENGOLIDO PELO SISTEMA’

José Luiz Datena tem o histórico de sempre desistir de concorrer para qualquer cargo eletivo. Agora disse que será candidato desde que ninguém encha o saco. Parece ingenuidade, um homem vivido e experiente como ele esperar que haja fidelidade no meio político. Se até hoje ele não descobriu como funciona a política, está na hora de desistir definitivamente de se candidatar, ou será engolido pelo sistema.

Izabel Avallone

São Paulo

*

LULA DA SILVA

Está ficando difícil ouvir as declarações do presidente Lula da Silva e não ficar abismado. A mais nova: “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer”. E disse mais: “.. o Brasil é muito grande e a cabeça de dirigentes e alguns especuladores é que é pequena”. O que Lula não entende ou se faz de desentendido é que a coisa mais importante a fazer é ter responsabilidade para com os gastos públicos e as metas preestabelecidas. E se a cabeça de alguns é pequena, a dele, tão grande e com tanto espaço para armazenamento de informação, deveria saber disso sem precisar ficar passando vergonha em público. Mas é pedir muito de quem nasceu na década 40 e continua por lá, não é mesmo, presidente?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘INCOMPETÊNCIA GENERALIZADA’

O Brasil não vai sair do pântano do subdesenvolvimento de terceiro mundo com um presidente da República que tem ódio da iniciativa privada. Lula da Silva quer concentrar toda a questão do saneamento básico nas mãos das empresas do Estado, as mesmas empresas que nos últimos 500 anos não resolveram nada. A ganância de Lula vai ter o resultado de sempre: os trilhões destinados ao saneamento básico vão desaparecer no ralo da corrupção e da incompetência do governo, terão o mesmo destino do dinheiro das obras contra a seca no Nordeste. O Brasil é um país capitalista governado por um presidente que tem rompantes pseudo comunistas, não é possível que o país não consiga virar essa página. Mais importante que resolver a questão do saneamento básico é acabar com a corrupção e a incompetência generalizada no governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘ÍNDICES ELEVADOS’

Não tem como negar. No Brasil, nem todos não são iguais perante a lei. Tribunal aposenta desembargadora acusada por propina (Estadão, 16/7, A11). Fosse a desembargadora uma pessoa comum, uma reles mortal, seria sumariamente demitida do cargo, sem nenhum direito. Mas, como pertence a uma casta privilegiada, a recebedora de propina foi premiada com uma polpuda aposentadoria. Lamentavelmente, o Brasil continua com elevados índices de injustiça, corrupção e impunidade, e nos envergonhando, cidadãos de bem.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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‘DONO DO ESTADO’

A propósito do escandaloso imbróglio das deploráveis tratativas de Jair Bolsonaro de livrar da Justiça seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), vulgo Zero Um, pela condenável prática das rachadinha$ quando ainda era deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, cabe, por oportuno, reproduzir trecho do editorial Patrimonialista convicto (Estadão, 17/7, A3): ”Os arquivos são claros. Todos os cidadãos puderam ler com seus próprios olhos e ouvir com seus próprios ouvidos o teor daquela conversa absolutamente antirrepublicana, para dizer o mínimo. Na presença de Ramagem, do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de Flávio e de duas advogadas do senador – um ambiente restrito e supostamente controlado, o que chega a ser irônico –, Bolsonaro se sentiu à vontade para dar vazão ao seu vezo patrimonialista, como se o fato de ter sido eleito presidente da República o autorizasse a agir como se fosse o dono do Estado brasileiro”. Como se vê, para o ex-presidente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi transformada na Agência Bolsonaro de (Des)Inteligência. Uma vergonha.

J. S. Decol

São Paulo

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ABIN PARALELA

A revelação do áudio da investigação pela Polícia Federal da Abin paralela mostra o duplo crime cometido pela extrema direita bolsonarista: espionava ilegalmente autoridades e adversários políticos, e tentava blindar familiares que cometiam delitos. Tudo em nome de Deus, pátria, família e liberdade.

Sylvio Belém

Recife

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IRMÃOS BATISTAS

Os irmãos Batista, Joesley e Wesley, mais uma vez, são bafejados pela sorte, gratuitamente e sem nenhum desembolso extra. Eis que a Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, apresentou uma proposta para assumir o controle da Amazonas Energia, distribuidora que estava à beira da falência. Se autorizados, farão a aquisição, obviamente por valor simbólico, em sendo aceito o plano ofertado em junho, conforme editorial do Estadão intitulado Sujeitos de sorte (Estadão, 17/7, A3). Em se tratando, pois, de grande negócio, cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) e também ao poder Legislativo realizar verificações e fiscalização compatíveis com as condições mercantis assumidas, de tal sorte que fique comprovada a lisura da transação e ainda a ausência de prejuízo à coisa pública com presença de lucro anormal à parte adquirente. É o mínimo que se pode exigir pelas manobras que o negócio exigiu.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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RICARDO NUNES

Acho até que Ricardo Nunes (MDB-SP) faz uma boa gestão como prefeito de São Paulo. Ao afirmar que os atos criminosos, com a participação de milhares de bolsonaristas no fatídico 8 de janeiro de 2023, em Brasília, em que destruíram prédios públicos não foram tentativa de golpe de Estado, o prefeito mostra que se borra todo por Bolsonaro em troca de apoio para sua reeleição em outubro. Nunes, na realidade, desce ao fundo do poço político quando se nega a reconhecer o que o mundo viu: que Bolsonaro desejava derrubar a atual gestão e governar sob a batuta do terror de um regime ditatorial. Uma vergonha.

Paulo Panossian

São Carlos

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ÍNDICE DE TRANSPARÊNCIA

Prefeituras de capitais têm pouca transparência, diz ONG (Estadão, 17/7, A13) Como pode a capital de São Paulo ter um índice 78.9 (de zero a 100) de transparência, se ela não cumpre a lei de possíveis reajustes quadrimestrais para seus servidores, ativos e inativos, desde 20 de março de 2015? O prefeito da ocasião era Fernando Haddad e nenhum outro prefeito ou vice que entrou falou mais nada. Foram mais de 20 anos de Revisão Geral Anual de 0,01%. Será que a população sabe disso? Passem a mensagem para os possíveis futuros candidatos para a próxima eleição.

João Antonio Buzzo

São Paulo

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‘PERIGOS DO POPULISMO’

Consenso de Berlim responde ao Consenso de Washington em relação ao descrédito e ressentimento da população mundial é o tema da brilhante análise de Jorge J. Okubaro no Estadão, intitulada Restaurar a confiança da população (Estadão, 17/7, A4) A receita econômica dos ultraliberais de Washington só beneficia os ricos num mundo de perversa desigualdade. Os economistas reunidos em Berlim contemplam um consenso social democrata, entre capitalismo e socialismo, ideia surgida em Berlim no início do século 20, sempre atacada pela direita, pela esquerda e pelo liberalismo. Não há consenso na busca do bom senso ideológico que traria paz e justiça social à todas as nações.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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IMUNIZAÇÃO INFANTIL

Estimativas da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apontam que o Brasil avançou na imunização infantil e em 2023, no primeiro ano do governo do presidente Lula, conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo. Lembrando que em 2021, no governo negacionista do ex-presidente Bolsonaro, o Brasil ocupava o 7.º lugar neste ranking.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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SEMELHANÇAS

Os Estados Unidos e o Brasil passam por situações políticas semelhantes. Nos EUA, Joe Biden está rateando, inseguro no exercício do cargo e trocando nomes, mas contraria a opinião pública e o partido político com firme pretensão de reeleição. No Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, passeador curtindo a vida de garanhão com 20 anos, verborrágico gastador atropelando a diplomacia, tumultuando o País/Petrobras com aparições só em plateia selecionada, praticando desgoverno e convicto da reeleição em 2026. Tanto Biden quanto Lula são fósforos usados, prejudiciais aos seus países, mas se sentem reis da cocada preta.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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DONALD TRUMP

O ex-presidente americano Donald Trump passou um enorme susto quando foi alvejado por um tiro de rifle AR-15 que atingiu sua orelha. Após o sobressalto, Trump resolver baixar a bola e, dando um passo a atrás, resolveu convidar para ser seu vice o senador J. D. Vance, de 39 anos. O que causa espanto é que o convidado, lá atrás, era crítico severo de Trump, chegando a anunciar em rede nacional que não suportava o ex-presidente. Após o atentado, a sorte continuou a sorrir quando soube que a Corte de Justiça americana havia anulado a ação que ele respondia por levar para sua residência documentos ultrassecretos do governo. Na verdade, além de ser um homem de sorte, foi ele quem ordenou a invasão do Capitólio, símbolo da democracia americana. Afinal, é o que o mundo tem para hoje.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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DITADO POPULAR

Minha avó dizia: “Vaso ruim não quebra”; com a licença de vovó, vou complementar: ”Vaso ruim não quebra, mas racha as orelhas”.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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ESTADOS UNIDOS

Há um país no continente americano que está periclitando. Um presidente não reeleito tentou dar um golpe, há um problema muito grave de obesidade decorrente de má alimentação, milhões de habitantes são dependentes de remédios viciantes, mas o que se discute é a entrada de imigrantes. Um ex-presidente usou dinheiro público para calar uma prostituta, foi considerado culpado por um tribunal, mas não foi apenado porque o Supremo decidiu que um presidente pode errar, tudo bem, e qualquer cidadão maior pode entrar no supermercado e comprar um fuzil, e a quantidade de armas em poder da população deve dar uma para cada habitante, inclusive contando os recém-nascidos. Finalmente, o ex-presidente que se apoderou de documentos secretos e os levou para casa e nunca pagou os impostos de sua responsabilidade está prestes a ser reeleito. Mas não é nenhum país da América Central, não. São os Estados Unidos da América, que até recentemente era o país líder de todo o mundo. Socorro, quero acordar deste pesadelo.

Aldo Bertolucci

São Paulo

Contas públicas

O difícil ajuste fiscal

O teto de gastos e, depois, no atual governo, o arcabouço fiscal deveriam servir para equalizar receitas e despesas orçamentárias, eliminando déficits. O arcabouço fiscal foi bastante comentado, elogiado e prestigiado, mas foi simples encanto momentâneo e conto lulopetista para disfarçar a gula governamental por largos gastos públicos, longe da responsabilidade fiscal. Como bem salientou o economista Mansueto Almeida em entrevista ao Estadão/Broadcast, citada no editorial A pergunta que não quer calar (16/7, A3), não existe ajuste fiscal pelo lado da despesa sem mexer em cinco áreas: Previdência Social, Assistência Social, saúde, educação e trabalho, muito do que é considerado intocável pelo PT. Em suma, até o momento o arcabouço fiscal não vingou e não teremos ajuste fiscal, a não ser que haja muita pressão e, por questão mais de popularidade, o governo Lula 3 resolva aderir. O tempo dirá.

José C. de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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Pecha de taxadores

O ministro Fernando Haddad virou meme nas redes sociais, onde tem sido chamado de “ministro Taxadd”. O apelido faz justiça às atitudes do governo, que busca fazer o ajuste fiscal tirando cada vez mais dinheiro do bolso dos contribuintes. A fome de impostos do sr. Lula da Silva é insaciável. As medidas já tomadas para aumento da arrecadação não foram poucas e vão desde a taxação das blusinhas até a volta do seguro obrigatório SPVAT – e ainda contam com a possibilidade de o Brasil vir a ter o segundo maior Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do mundo, atrás apenas da Hungria. A pecha de taxadores vai, certamente, colar em Lula e Haddad, com impacto nas próximas eleições. Martaxa que o diga.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

Eleição nos EUA

Que farão os democratas?

O que se passa no QG da campanha de Joe Biden neste momento: “Donald Trump foi vítima de um atentado que quase o matou, então até que ponto nós podemos atacá-lo?”. Ora, não é porque Trump levou um tiro na orelha (por muito pouco não foi fatal) que agora ele deva ser visto como um anjo que caiu do céu. Não, Trump é o mesmo, o mesmo caráter, o mesmo perigo à democracia americana, o mesmo perigo a um mundo já tão conturbado. Não vejo por que a campanha não continue – eu não usaria a palavra atacando – dissecando politicamente o que é e o que representa uma nova vitória de Trump rumo à Casa Branca. O tiro que quase matou o ex-presidente não pode ricochetear nos pilares da democracia. Do outro lado, Joe Biden precisa entender que insistir na sua candidatura é um tiro no pé e pode causar mais estragos do que o tiro na orelha de Trump.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

Declaração de Berlim

Populismo

O artigo Restaurar a confiança da população (Estadão, 16/7, A4) informa sobre a Declaração de Berlim. O texto esclarece que se trata de documento assinado por “renomados economistas” com a pretensa intenção de advertir para os perigos do populismo. Por paradoxo, entretanto, a declaração constitui em si mesma um exemplar de populismo. O documento cita frases feitas, como “política industrial ativa, redução da desigualdade e globalização mais bem administrada”, sem nada explicar, porém, sobre como o grupo proporia realizar tais desideratos. E ainda atribui ao povo “ressentido” a causa do populismo, culpando-o enfim, como sempre fazem as elites. Ora, as causas de tal “ressentimento” devem ser buscadas no alijamento crônico de uma maioria sem acesso aos frutos do chamado desenvolvimento da sociedade capitalista. Parcela que cresce e vai crescer bem mais que a dos privilegiados, conforme demonstrou, em produção acadêmica sobre o aumento da concentração de renda, um dos signatários da declaração, o laureado Thomas Piketty. A população está cansada de aguardar a prometida divisão de um bolo que nunca atinge o ponto de fazer cumprir a promessa. O povo, que não é bobo, já viu que o que cresce, mesmo, é a repressão contra si e contra seus filhos, desrespeito a seus direitos, indiferença a suas dificuldades e promessas enganosas. Sob fogo cruzado, tenta reencontrar seus próprios caminhos. O tema reconquistar o povo, da cúpula deste ano no Fórum Nova Economia, expõe o populismo do próprio fórum, mostrando que o tal fenômeno é mais ubíquo ou mais disseminado do que se pensa.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

‘ENGOLIDO PELO SISTEMA’

José Luiz Datena tem o histórico de sempre desistir de concorrer para qualquer cargo eletivo. Agora disse que será candidato desde que ninguém encha o saco. Parece ingenuidade, um homem vivido e experiente como ele esperar que haja fidelidade no meio político. Se até hoje ele não descobriu como funciona a política, está na hora de desistir definitivamente de se candidatar, ou será engolido pelo sistema.

Izabel Avallone

São Paulo

*

LULA DA SILVA

Está ficando difícil ouvir as declarações do presidente Lula da Silva e não ficar abismado. A mais nova: “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer”. E disse mais: “.. o Brasil é muito grande e a cabeça de dirigentes e alguns especuladores é que é pequena”. O que Lula não entende ou se faz de desentendido é que a coisa mais importante a fazer é ter responsabilidade para com os gastos públicos e as metas preestabelecidas. E se a cabeça de alguns é pequena, a dele, tão grande e com tanto espaço para armazenamento de informação, deveria saber disso sem precisar ficar passando vergonha em público. Mas é pedir muito de quem nasceu na década 40 e continua por lá, não é mesmo, presidente?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘INCOMPETÊNCIA GENERALIZADA’

O Brasil não vai sair do pântano do subdesenvolvimento de terceiro mundo com um presidente da República que tem ódio da iniciativa privada. Lula da Silva quer concentrar toda a questão do saneamento básico nas mãos das empresas do Estado, as mesmas empresas que nos últimos 500 anos não resolveram nada. A ganância de Lula vai ter o resultado de sempre: os trilhões destinados ao saneamento básico vão desaparecer no ralo da corrupção e da incompetência do governo, terão o mesmo destino do dinheiro das obras contra a seca no Nordeste. O Brasil é um país capitalista governado por um presidente que tem rompantes pseudo comunistas, não é possível que o país não consiga virar essa página. Mais importante que resolver a questão do saneamento básico é acabar com a corrupção e a incompetência generalizada no governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘ÍNDICES ELEVADOS’

Não tem como negar. No Brasil, nem todos não são iguais perante a lei. Tribunal aposenta desembargadora acusada por propina (Estadão, 16/7, A11). Fosse a desembargadora uma pessoa comum, uma reles mortal, seria sumariamente demitida do cargo, sem nenhum direito. Mas, como pertence a uma casta privilegiada, a recebedora de propina foi premiada com uma polpuda aposentadoria. Lamentavelmente, o Brasil continua com elevados índices de injustiça, corrupção e impunidade, e nos envergonhando, cidadãos de bem.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

‘DONO DO ESTADO’

A propósito do escandaloso imbróglio das deploráveis tratativas de Jair Bolsonaro de livrar da Justiça seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), vulgo Zero Um, pela condenável prática das rachadinha$ quando ainda era deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, cabe, por oportuno, reproduzir trecho do editorial Patrimonialista convicto (Estadão, 17/7, A3): ”Os arquivos são claros. Todos os cidadãos puderam ler com seus próprios olhos e ouvir com seus próprios ouvidos o teor daquela conversa absolutamente antirrepublicana, para dizer o mínimo. Na presença de Ramagem, do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de Flávio e de duas advogadas do senador – um ambiente restrito e supostamente controlado, o que chega a ser irônico –, Bolsonaro se sentiu à vontade para dar vazão ao seu vezo patrimonialista, como se o fato de ter sido eleito presidente da República o autorizasse a agir como se fosse o dono do Estado brasileiro”. Como se vê, para o ex-presidente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi transformada na Agência Bolsonaro de (Des)Inteligência. Uma vergonha.

J. S. Decol

São Paulo

*

ABIN PARALELA

A revelação do áudio da investigação pela Polícia Federal da Abin paralela mostra o duplo crime cometido pela extrema direita bolsonarista: espionava ilegalmente autoridades e adversários políticos, e tentava blindar familiares que cometiam delitos. Tudo em nome de Deus, pátria, família e liberdade.

Sylvio Belém

Recife

*

IRMÃOS BATISTAS

Os irmãos Batista, Joesley e Wesley, mais uma vez, são bafejados pela sorte, gratuitamente e sem nenhum desembolso extra. Eis que a Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, apresentou uma proposta para assumir o controle da Amazonas Energia, distribuidora que estava à beira da falência. Se autorizados, farão a aquisição, obviamente por valor simbólico, em sendo aceito o plano ofertado em junho, conforme editorial do Estadão intitulado Sujeitos de sorte (Estadão, 17/7, A3). Em se tratando, pois, de grande negócio, cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) e também ao poder Legislativo realizar verificações e fiscalização compatíveis com as condições mercantis assumidas, de tal sorte que fique comprovada a lisura da transação e ainda a ausência de prejuízo à coisa pública com presença de lucro anormal à parte adquirente. É o mínimo que se pode exigir pelas manobras que o negócio exigiu.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

*

RICARDO NUNES

Acho até que Ricardo Nunes (MDB-SP) faz uma boa gestão como prefeito de São Paulo. Ao afirmar que os atos criminosos, com a participação de milhares de bolsonaristas no fatídico 8 de janeiro de 2023, em Brasília, em que destruíram prédios públicos não foram tentativa de golpe de Estado, o prefeito mostra que se borra todo por Bolsonaro em troca de apoio para sua reeleição em outubro. Nunes, na realidade, desce ao fundo do poço político quando se nega a reconhecer o que o mundo viu: que Bolsonaro desejava derrubar a atual gestão e governar sob a batuta do terror de um regime ditatorial. Uma vergonha.

Paulo Panossian

São Carlos

*

ÍNDICE DE TRANSPARÊNCIA

Prefeituras de capitais têm pouca transparência, diz ONG (Estadão, 17/7, A13) Como pode a capital de São Paulo ter um índice 78.9 (de zero a 100) de transparência, se ela não cumpre a lei de possíveis reajustes quadrimestrais para seus servidores, ativos e inativos, desde 20 de março de 2015? O prefeito da ocasião era Fernando Haddad e nenhum outro prefeito ou vice que entrou falou mais nada. Foram mais de 20 anos de Revisão Geral Anual de 0,01%. Será que a população sabe disso? Passem a mensagem para os possíveis futuros candidatos para a próxima eleição.

João Antonio Buzzo

São Paulo

*

‘PERIGOS DO POPULISMO’

Consenso de Berlim responde ao Consenso de Washington em relação ao descrédito e ressentimento da população mundial é o tema da brilhante análise de Jorge J. Okubaro no Estadão, intitulada Restaurar a confiança da população (Estadão, 17/7, A4) A receita econômica dos ultraliberais de Washington só beneficia os ricos num mundo de perversa desigualdade. Os economistas reunidos em Berlim contemplam um consenso social democrata, entre capitalismo e socialismo, ideia surgida em Berlim no início do século 20, sempre atacada pela direita, pela esquerda e pelo liberalismo. Não há consenso na busca do bom senso ideológico que traria paz e justiça social à todas as nações.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

IMUNIZAÇÃO INFANTIL

Estimativas da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apontam que o Brasil avançou na imunização infantil e em 2023, no primeiro ano do governo do presidente Lula, conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo. Lembrando que em 2021, no governo negacionista do ex-presidente Bolsonaro, o Brasil ocupava o 7.º lugar neste ranking.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

*

SEMELHANÇAS

Os Estados Unidos e o Brasil passam por situações políticas semelhantes. Nos EUA, Joe Biden está rateando, inseguro no exercício do cargo e trocando nomes, mas contraria a opinião pública e o partido político com firme pretensão de reeleição. No Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, passeador curtindo a vida de garanhão com 20 anos, verborrágico gastador atropelando a diplomacia, tumultuando o País/Petrobras com aparições só em plateia selecionada, praticando desgoverno e convicto da reeleição em 2026. Tanto Biden quanto Lula são fósforos usados, prejudiciais aos seus países, mas se sentem reis da cocada preta.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

DONALD TRUMP

O ex-presidente americano Donald Trump passou um enorme susto quando foi alvejado por um tiro de rifle AR-15 que atingiu sua orelha. Após o sobressalto, Trump resolver baixar a bola e, dando um passo a atrás, resolveu convidar para ser seu vice o senador J. D. Vance, de 39 anos. O que causa espanto é que o convidado, lá atrás, era crítico severo de Trump, chegando a anunciar em rede nacional que não suportava o ex-presidente. Após o atentado, a sorte continuou a sorrir quando soube que a Corte de Justiça americana havia anulado a ação que ele respondia por levar para sua residência documentos ultrassecretos do governo. Na verdade, além de ser um homem de sorte, foi ele quem ordenou a invasão do Capitólio, símbolo da democracia americana. Afinal, é o que o mundo tem para hoje.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

DITADO POPULAR

Minha avó dizia: “Vaso ruim não quebra”; com a licença de vovó, vou complementar: ”Vaso ruim não quebra, mas racha as orelhas”.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

ESTADOS UNIDOS

Há um país no continente americano que está periclitando. Um presidente não reeleito tentou dar um golpe, há um problema muito grave de obesidade decorrente de má alimentação, milhões de habitantes são dependentes de remédios viciantes, mas o que se discute é a entrada de imigrantes. Um ex-presidente usou dinheiro público para calar uma prostituta, foi considerado culpado por um tribunal, mas não foi apenado porque o Supremo decidiu que um presidente pode errar, tudo bem, e qualquer cidadão maior pode entrar no supermercado e comprar um fuzil, e a quantidade de armas em poder da população deve dar uma para cada habitante, inclusive contando os recém-nascidos. Finalmente, o ex-presidente que se apoderou de documentos secretos e os levou para casa e nunca pagou os impostos de sua responsabilidade está prestes a ser reeleito. Mas não é nenhum país da América Central, não. São os Estados Unidos da América, que até recentemente era o país líder de todo o mundo. Socorro, quero acordar deste pesadelo.

Aldo Bertolucci

São Paulo

Contas públicas

O difícil ajuste fiscal

O teto de gastos e, depois, no atual governo, o arcabouço fiscal deveriam servir para equalizar receitas e despesas orçamentárias, eliminando déficits. O arcabouço fiscal foi bastante comentado, elogiado e prestigiado, mas foi simples encanto momentâneo e conto lulopetista para disfarçar a gula governamental por largos gastos públicos, longe da responsabilidade fiscal. Como bem salientou o economista Mansueto Almeida em entrevista ao Estadão/Broadcast, citada no editorial A pergunta que não quer calar (16/7, A3), não existe ajuste fiscal pelo lado da despesa sem mexer em cinco áreas: Previdência Social, Assistência Social, saúde, educação e trabalho, muito do que é considerado intocável pelo PT. Em suma, até o momento o arcabouço fiscal não vingou e não teremos ajuste fiscal, a não ser que haja muita pressão e, por questão mais de popularidade, o governo Lula 3 resolva aderir. O tempo dirá.

José C. de Carvalho Carneiro

Rio Claro

*

Pecha de taxadores

O ministro Fernando Haddad virou meme nas redes sociais, onde tem sido chamado de “ministro Taxadd”. O apelido faz justiça às atitudes do governo, que busca fazer o ajuste fiscal tirando cada vez mais dinheiro do bolso dos contribuintes. A fome de impostos do sr. Lula da Silva é insaciável. As medidas já tomadas para aumento da arrecadação não foram poucas e vão desde a taxação das blusinhas até a volta do seguro obrigatório SPVAT – e ainda contam com a possibilidade de o Brasil vir a ter o segundo maior Imposto sobre Valor Agregado (IVA) do mundo, atrás apenas da Hungria. A pecha de taxadores vai, certamente, colar em Lula e Haddad, com impacto nas próximas eleições. Martaxa que o diga.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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Eleição nos EUA

Que farão os democratas?

O que se passa no QG da campanha de Joe Biden neste momento: “Donald Trump foi vítima de um atentado que quase o matou, então até que ponto nós podemos atacá-lo?”. Ora, não é porque Trump levou um tiro na orelha (por muito pouco não foi fatal) que agora ele deva ser visto como um anjo que caiu do céu. Não, Trump é o mesmo, o mesmo caráter, o mesmo perigo à democracia americana, o mesmo perigo a um mundo já tão conturbado. Não vejo por que a campanha não continue – eu não usaria a palavra atacando – dissecando politicamente o que é e o que representa uma nova vitória de Trump rumo à Casa Branca. O tiro que quase matou o ex-presidente não pode ricochetear nos pilares da democracia. Do outro lado, Joe Biden precisa entender que insistir na sua candidatura é um tiro no pé e pode causar mais estragos do que o tiro na orelha de Trump.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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Declaração de Berlim

Populismo

O artigo Restaurar a confiança da população (Estadão, 16/7, A4) informa sobre a Declaração de Berlim. O texto esclarece que se trata de documento assinado por “renomados economistas” com a pretensa intenção de advertir para os perigos do populismo. Por paradoxo, entretanto, a declaração constitui em si mesma um exemplar de populismo. O documento cita frases feitas, como “política industrial ativa, redução da desigualdade e globalização mais bem administrada”, sem nada explicar, porém, sobre como o grupo proporia realizar tais desideratos. E ainda atribui ao povo “ressentido” a causa do populismo, culpando-o enfim, como sempre fazem as elites. Ora, as causas de tal “ressentimento” devem ser buscadas no alijamento crônico de uma maioria sem acesso aos frutos do chamado desenvolvimento da sociedade capitalista. Parcela que cresce e vai crescer bem mais que a dos privilegiados, conforme demonstrou, em produção acadêmica sobre o aumento da concentração de renda, um dos signatários da declaração, o laureado Thomas Piketty. A população está cansada de aguardar a prometida divisão de um bolo que nunca atinge o ponto de fazer cumprir a promessa. O povo, que não é bobo, já viu que o que cresce, mesmo, é a repressão contra si e contra seus filhos, desrespeito a seus direitos, indiferença a suas dificuldades e promessas enganosas. Sob fogo cruzado, tenta reencontrar seus próprios caminhos. O tema reconquistar o povo, da cúpula deste ano no Fórum Nova Economia, expõe o populismo do próprio fórum, mostrando que o tal fenômeno é mais ubíquo ou mais disseminado do que se pensa.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

‘ENGOLIDO PELO SISTEMA’

José Luiz Datena tem o histórico de sempre desistir de concorrer para qualquer cargo eletivo. Agora disse que será candidato desde que ninguém encha o saco. Parece ingenuidade, um homem vivido e experiente como ele esperar que haja fidelidade no meio político. Se até hoje ele não descobriu como funciona a política, está na hora de desistir definitivamente de se candidatar, ou será engolido pelo sistema.

Izabel Avallone

São Paulo

*

LULA DA SILVA

Está ficando difícil ouvir as declarações do presidente Lula da Silva e não ficar abismado. A mais nova: “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer”. E disse mais: “.. o Brasil é muito grande e a cabeça de dirigentes e alguns especuladores é que é pequena”. O que Lula não entende ou se faz de desentendido é que a coisa mais importante a fazer é ter responsabilidade para com os gastos públicos e as metas preestabelecidas. E se a cabeça de alguns é pequena, a dele, tão grande e com tanto espaço para armazenamento de informação, deveria saber disso sem precisar ficar passando vergonha em público. Mas é pedir muito de quem nasceu na década 40 e continua por lá, não é mesmo, presidente?

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘INCOMPETÊNCIA GENERALIZADA’

O Brasil não vai sair do pântano do subdesenvolvimento de terceiro mundo com um presidente da República que tem ódio da iniciativa privada. Lula da Silva quer concentrar toda a questão do saneamento básico nas mãos das empresas do Estado, as mesmas empresas que nos últimos 500 anos não resolveram nada. A ganância de Lula vai ter o resultado de sempre: os trilhões destinados ao saneamento básico vão desaparecer no ralo da corrupção e da incompetência do governo, terão o mesmo destino do dinheiro das obras contra a seca no Nordeste. O Brasil é um país capitalista governado por um presidente que tem rompantes pseudo comunistas, não é possível que o país não consiga virar essa página. Mais importante que resolver a questão do saneamento básico é acabar com a corrupção e a incompetência generalizada no governo.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘ÍNDICES ELEVADOS’

Não tem como negar. No Brasil, nem todos não são iguais perante a lei. Tribunal aposenta desembargadora acusada por propina (Estadão, 16/7, A11). Fosse a desembargadora uma pessoa comum, uma reles mortal, seria sumariamente demitida do cargo, sem nenhum direito. Mas, como pertence a uma casta privilegiada, a recebedora de propina foi premiada com uma polpuda aposentadoria. Lamentavelmente, o Brasil continua com elevados índices de injustiça, corrupção e impunidade, e nos envergonhando, cidadãos de bem.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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‘DONO DO ESTADO’

A propósito do escandaloso imbróglio das deploráveis tratativas de Jair Bolsonaro de livrar da Justiça seu primogênito, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), vulgo Zero Um, pela condenável prática das rachadinha$ quando ainda era deputado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, cabe, por oportuno, reproduzir trecho do editorial Patrimonialista convicto (Estadão, 17/7, A3): ”Os arquivos são claros. Todos os cidadãos puderam ler com seus próprios olhos e ouvir com seus próprios ouvidos o teor daquela conversa absolutamente antirrepublicana, para dizer o mínimo. Na presença de Ramagem, do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de Flávio e de duas advogadas do senador – um ambiente restrito e supostamente controlado, o que chega a ser irônico –, Bolsonaro se sentiu à vontade para dar vazão ao seu vezo patrimonialista, como se o fato de ter sido eleito presidente da República o autorizasse a agir como se fosse o dono do Estado brasileiro”. Como se vê, para o ex-presidente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi transformada na Agência Bolsonaro de (Des)Inteligência. Uma vergonha.

J. S. Decol

São Paulo

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ABIN PARALELA

A revelação do áudio da investigação pela Polícia Federal da Abin paralela mostra o duplo crime cometido pela extrema direita bolsonarista: espionava ilegalmente autoridades e adversários políticos, e tentava blindar familiares que cometiam delitos. Tudo em nome de Deus, pátria, família e liberdade.

Sylvio Belém

Recife

*

IRMÃOS BATISTAS

Os irmãos Batista, Joesley e Wesley, mais uma vez, são bafejados pela sorte, gratuitamente e sem nenhum desembolso extra. Eis que a Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, apresentou uma proposta para assumir o controle da Amazonas Energia, distribuidora que estava à beira da falência. Se autorizados, farão a aquisição, obviamente por valor simbólico, em sendo aceito o plano ofertado em junho, conforme editorial do Estadão intitulado Sujeitos de sorte (Estadão, 17/7, A3). Em se tratando, pois, de grande negócio, cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) e também ao poder Legislativo realizar verificações e fiscalização compatíveis com as condições mercantis assumidas, de tal sorte que fique comprovada a lisura da transação e ainda a ausência de prejuízo à coisa pública com presença de lucro anormal à parte adquirente. É o mínimo que se pode exigir pelas manobras que o negócio exigiu.

José Carlos de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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RICARDO NUNES

Acho até que Ricardo Nunes (MDB-SP) faz uma boa gestão como prefeito de São Paulo. Ao afirmar que os atos criminosos, com a participação de milhares de bolsonaristas no fatídico 8 de janeiro de 2023, em Brasília, em que destruíram prédios públicos não foram tentativa de golpe de Estado, o prefeito mostra que se borra todo por Bolsonaro em troca de apoio para sua reeleição em outubro. Nunes, na realidade, desce ao fundo do poço político quando se nega a reconhecer o que o mundo viu: que Bolsonaro desejava derrubar a atual gestão e governar sob a batuta do terror de um regime ditatorial. Uma vergonha.

Paulo Panossian

São Carlos

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ÍNDICE DE TRANSPARÊNCIA

Prefeituras de capitais têm pouca transparência, diz ONG (Estadão, 17/7, A13) Como pode a capital de São Paulo ter um índice 78.9 (de zero a 100) de transparência, se ela não cumpre a lei de possíveis reajustes quadrimestrais para seus servidores, ativos e inativos, desde 20 de março de 2015? O prefeito da ocasião era Fernando Haddad e nenhum outro prefeito ou vice que entrou falou mais nada. Foram mais de 20 anos de Revisão Geral Anual de 0,01%. Será que a população sabe disso? Passem a mensagem para os possíveis futuros candidatos para a próxima eleição.

João Antonio Buzzo

São Paulo

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‘PERIGOS DO POPULISMO’

Consenso de Berlim responde ao Consenso de Washington em relação ao descrédito e ressentimento da população mundial é o tema da brilhante análise de Jorge J. Okubaro no Estadão, intitulada Restaurar a confiança da população (Estadão, 17/7, A4) A receita econômica dos ultraliberais de Washington só beneficia os ricos num mundo de perversa desigualdade. Os economistas reunidos em Berlim contemplam um consenso social democrata, entre capitalismo e socialismo, ideia surgida em Berlim no início do século 20, sempre atacada pela direita, pela esquerda e pelo liberalismo. Não há consenso na busca do bom senso ideológico que traria paz e justiça social à todas as nações.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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IMUNIZAÇÃO INFANTIL

Estimativas da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apontam que o Brasil avançou na imunização infantil e em 2023, no primeiro ano do governo do presidente Lula, conseguiu sair da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo. Lembrando que em 2021, no governo negacionista do ex-presidente Bolsonaro, o Brasil ocupava o 7.º lugar neste ranking.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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SEMELHANÇAS

Os Estados Unidos e o Brasil passam por situações políticas semelhantes. Nos EUA, Joe Biden está rateando, inseguro no exercício do cargo e trocando nomes, mas contraria a opinião pública e o partido político com firme pretensão de reeleição. No Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, passeador curtindo a vida de garanhão com 20 anos, verborrágico gastador atropelando a diplomacia, tumultuando o País/Petrobras com aparições só em plateia selecionada, praticando desgoverno e convicto da reeleição em 2026. Tanto Biden quanto Lula são fósforos usados, prejudiciais aos seus países, mas se sentem reis da cocada preta.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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DONALD TRUMP

O ex-presidente americano Donald Trump passou um enorme susto quando foi alvejado por um tiro de rifle AR-15 que atingiu sua orelha. Após o sobressalto, Trump resolver baixar a bola e, dando um passo a atrás, resolveu convidar para ser seu vice o senador J. D. Vance, de 39 anos. O que causa espanto é que o convidado, lá atrás, era crítico severo de Trump, chegando a anunciar em rede nacional que não suportava o ex-presidente. Após o atentado, a sorte continuou a sorrir quando soube que a Corte de Justiça americana havia anulado a ação que ele respondia por levar para sua residência documentos ultrassecretos do governo. Na verdade, além de ser um homem de sorte, foi ele quem ordenou a invasão do Capitólio, símbolo da democracia americana. Afinal, é o que o mundo tem para hoje.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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DITADO POPULAR

Minha avó dizia: “Vaso ruim não quebra”; com a licença de vovó, vou complementar: ”Vaso ruim não quebra, mas racha as orelhas”.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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ESTADOS UNIDOS

Há um país no continente americano que está periclitando. Um presidente não reeleito tentou dar um golpe, há um problema muito grave de obesidade decorrente de má alimentação, milhões de habitantes são dependentes de remédios viciantes, mas o que se discute é a entrada de imigrantes. Um ex-presidente usou dinheiro público para calar uma prostituta, foi considerado culpado por um tribunal, mas não foi apenado porque o Supremo decidiu que um presidente pode errar, tudo bem, e qualquer cidadão maior pode entrar no supermercado e comprar um fuzil, e a quantidade de armas em poder da população deve dar uma para cada habitante, inclusive contando os recém-nascidos. Finalmente, o ex-presidente que se apoderou de documentos secretos e os levou para casa e nunca pagou os impostos de sua responsabilidade está prestes a ser reeleito. Mas não é nenhum país da América Central, não. São os Estados Unidos da América, que até recentemente era o país líder de todo o mundo. Socorro, quero acordar deste pesadelo.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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