Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Ditadura na Venezuela

Relatos devastadores

Os métodos de tortura usados pelo governo venezuelano, descritos no relatório de uma Missão Independente da ONU, deveriam ser motivo para que o mundo não ficasse só no discurso e partisse para uma forte repressão ao déspota Nicolás Maduro. É inaceitável: pessoas estão sendo presas e levadas não se sabe para onde, não podem designar advogados e há relatos de estupros e torturas com imersão em água fria, choques elétricos, privação de sono e asfixia em sacos plásticos – há até, pasmem, uma coisa chamada “capuz de cebolinha”, quando colocam a cabeça da pessoa numa sacola plástica com gás lacrimogêneo. São crimes contra a humanidade. Tendo tomado conhecimento disso, por intermédio dos meios de comunicação, o que falta para a comunidade internacional acabar com essa barbárie? É decepcionante saber que Celso Amorim, assessor especial da Presidência e principal articulador do governo Lula, ainda reluta em chamar o governo de Maduro de ditadura. O que mais precisa acontecer para convencer os homens dos gabinetes?

continua após a publicidade

Izabel Avallone

São Paulo

*

continua após a publicidade

Oriente Médio

O destino do Hezbollah

Líder diz que Hezbollah sofreu ‘golpe severo’; Israel conduz bombardeios (Estadão, 20/9, A14). Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, está numa posição delicada após as explosões dos pagers e walkie-talkies, que comprometeram seriamente a imagem e as operações do grupo. Muitos de seus oficiais foram incapacitados e o sistema de comunicação central da organização foi destruído. Sua imagem de força e intimidação também sofreu um golpe significativo. A difícil situação do Hezbollah está sendo amplamente debatida, não só no Líbano, mas em todo o mundo árabe, especialmente nas redes sociais. Recentemente, o governo israelense revisou seus objetivos de guerra, priorizando o retorno dos moradores do norte de Israel às suas casas, e isso depende diretamente da desarticulação da estrutura do Hezbollah no sul do Líbano. Esse processo já está em andamento acelerado, com grande parte da região, incluindo os vilarejos xiitas, sendo evacuada rapidamente por causa da intensificação dos combates. Os arsenais e quartéis remanescentes do Hezbollah estão sendo alvo de bombardeios cada vez mais pesados. O futuro da organização também está em risco, uma vez que os fatos recentes devem atuar como forte elemento de dissuasão contra futuras ações do Hezbollah. A escalada de eventos sugere que ele está num ponto de inflexão. Se não conseguir se reorganizar rapidamente, o grupo corre o risco de perder qualquer relevância e, inclusive, o financiamento iraniano. Pode ficar só com o apoio de Lula, cujo valor dispensa comentários.

continua após a publicidade

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

continua após a publicidade

Vacinação

Nunes arrependido

Ao ler o editorial do Estadão A genuflexão de Nunes (20/9, A13), sobre o arrependimento do prefeito Ricardo Nunes de ter apoiado a vacinação obrigatória durante a pandemia de covid-19, concluo que é um dos piores prefeitos em todas as décadas que eu acompanho a política na cidade onde nasci e sempre morei. Há estimativas de epidemiologistas de que o Brasil teria evitado milhares de mortes, de quem pode não ter tomado a vacina acreditando em Bolsonaro ou em razão do atraso da chegada das doses. Agora Nunes vem com esta de arrependido, em troca do apoio do ex-presidente? Não mereceria voto nenhum. E eu sei do valor de uma vacina: fui vítima da poliomielite quando ainda não existia o imunizante.

continua após a publicidade

Gilberto Pacini

São Paulo

*

continua após a publicidade

Trânsito nas estradas

‘Epidemia da distração’

No cenário apresentado por Eduardo Camargo no artigo Epidemia da distração (Estadão, 18/9, D8), assim como foi criado pela concessionária CCR o Movimento Afaste-se, protegendo a vida de quem salva outras vidas, gostaria de contribuir sugerindo um canal de denúncias de caminhões pesados que transitam nas rodovias do País com velocidade acima da máxima permitida em pontos onde não há fiscalização nem radares e de carretas que muitas vezes ocupam o espaço de outros veículos julgando serem donas da estrada. Nestes casos, ademais, entendo que possa ser que os motoristas estejam utilizando aparelhos celulares, corroborando para o aumento do número de acidentes. Nesse sentido, deveria ainda ser criada uma campanha mais ampla, com o nome Desconecte-se.

Roberto de Andrade

Limeira

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

VISTO DE MORAES

Enquanto grupo de intelectuais de diversas nacionalidades apoiam o Brasil no imbróglio com Elon Musk, parlamentares do partido republicano querem cassar o visto de entrada do ministro Alexandre de Moraes nos Estados Unidos. Opiniões divididas, mas que o tal ministro é um ditador não resta a menor dúvida.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

BLOQUEIO DO X

É a mesma coisa. Esse drible que a rede social X tentou dar na suspensão que o Supremo Tribunal Federal (STF) lhe aplicou, por não seguir as regras do país, é como se você proibisse seu filho de usar o computador e ele fosse usar o da irmã.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

DECISÕES JUDICIAIS

Aprendi e não me esqueço de coisas básicas estudando Direito. Numa decisão judicial ou sentença o magistrado é obrigado a relatar os fatos (significando que ele leu o processo), fundamentar (ou seja, o juiz irá adequar a legislação pertinente ao caso concreto) e, por fim, produzir a parte dispositiva, na qual o magistrado acolhe ou desacolhe os pedidos formulados na petição inicial. Decisões e sentenças judiciais são combatidas por meio de interposição de recursos pertinentes, previstos em nossas leis processuais. O competente órgão de segundo grau, colegiados, reveem a decisão proferida no juízo monocrático. Hoje em dia, no Brasil, parece que todas as pessoas são juristas, assim como são técnicos da Seleção Brasileira. Contestam decisões judiciais, ao seu bel prazer, fundamentados em achismos e politicamente, em conformidade com seus interesses pessoais ou com base em suas ideologias. Cazuza alertou há anos: “Brasil, mostre a sua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim; Brasil, qual é o seu negócio?, o nome do seu sócio?, confie em mim”. Vamos tocando em frente, na medida do possível.

Armando Bergo Neto

São Paulo

*

TRÊS PODERES

Nossa Constituição Federal preceitua a independência dos Poderes da República (artigo 2.º.) e a harmonia que deve existir, para manter o equilíbrio para evitar abusos e a concentração de poder. Exercem funções próprias e agem de forma independente. O que temos observado não é isso. Ministros do STF dão pitaco no Executivo e este parece submisso ou se apoia nestes para tomar decisões. Quem é o presidente? O Legislativo assiste tudo e age pouco. Enfim, vivemos algo anômalo na República. Eu estou pasmo com o que assisto. A imprensa, atordoada ou conivente, ou ainda recebendo um cala a boca, bate palmas, e a sociedade parece anestesiada. Que país é esse?

Edmar Augusto Monteiro

São Paulo

*

INSEGURANÇA

Os brasileiros estão completamente confusos, acuados e inseguros e o mundo está de olho no Brasil porque o mais importante país da América Latina está sendo conduzido não mais pelo governo que é eleito pelo próprio povo, conforme reza a própria Legislação estabelecida na Constituição da República Federativa do Brasil desde 1988. No entanto, aconteceu que, de repente, como uma verdadeira mágica, esse governo juntamente com o corpo de deputados, senadores e até do Judiciário se veem acuados por um único cidadão tomado por poderes infinitos que lhe deu o privilégio, de burlar as leis de decidir a vida de todos nós por determinação dessa figura iluminada que não permite que ninguém o corrija, pois o corajoso que tentar estará desobedecendo o Estado Democrático de Direito, e, no mínimo, por essa falta deverá ser detido sem direito a saber o que fraudou. Ou mesmo terá suas contas bancarias sustadas assim como as redes sociais anuladas. Vivemos momentos de enorme insegurança esperando pelo Superman que porá a casa em ordem.

Leila Elston

São Paulo

*

JUROS NO BRASIL

Mais uma derrota de Lula. E muito ruim para o País. O presidente que gosta de futebol deveria agir no comando desta República como um goleiro muito orgulhoso que defende o Brasil. Mas, o soberbo e irresponsável gastador Lula, achando que tudo pode no poder, toma um frango federal por ser negligente e mandar às favas o equilíbrio fiscal. E por culpa sua, e inflação em alta, o Banco Central, como guardião da nossa moeda, na reunião do Copom desta quarta-feira, 18/9, por unanimidade decide, depois de dois anos, elevar a taxa básica Selic de 10,50% ao ano para 10,75%. E pode fechar o ano em 11,25%. E com juros mais altos para o investidor, empresas e consumidor final, certamente a atividade econômica ficará mais fraca, assim como a criação de empregos, etc. Lula, embora tenha nos ministérios da Fazenda e Planejamento excelentes profissionais que conhecem a fundo as contas públicas, surdo que é, prefere ouvir seus puxa-sacos e falar em público o que não deve, no qual demonstra não saber dialogar com a Nação, menos ainda apagar incêndios. Enquanto isso, Lula segue ofendendo o presidente do Banco Central. O estadista presidente americano Joe Biden, que sempre respeitou dirigentes do Federal Reserve (BC americano), aplaudiu nesta mesma quarta quando os juros nos EUA foram cortados em 0,5 ponto.

Paulo Panossian

São Carlos

*

DECISÃO DO COPOM

Não sendo economista, é difícil acreditar que os membros do Copom estavam corretos ao decidir que os juros deveriam aumentar, considerando que o PIB, a produtividade e o emprego estão aumentando. Mesmo que estejam corretos, um aumento não devesse ser aplicado à base de 12,25% que estava vigorando. Se esse altíssimo índice não estava funcionando, provavelmente o novo índice, de 12,75%, também não funcionará, o que exigirá a volta dos índices de juros crescentes. Do episódio, fica a percepção de que os sábios do Copom não estão identificando bem as causas da inflação e continuam a aplicar remédios que não funcionam. Devem considerar a possibilidade de que regras aplicadas pelos Estados Unidos não servem para nós. Lá, quando precisarem, podem emitir dólares. Nós não podemos fazer isso.

Wilson Scarpelli

Cotia

*

FOGO NÃO SE APAGA COM SALIVA

“O que se ouviu foi uma coletânea de platitudes e ideias em profusão, algumas estapafúrdias, como se apenas saliva bastasse para apagar o fogo”. A metáfora dita no editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3) é valiosa e mostra a realidade política do atual governo; meus cumprimentos ao Estadão por mostrar a incompetência dos nossos políticos.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

GESTÃO LULA

O editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3) é definitivo a partir do título escolhido. Senti um rompimento muito grande quando Lula ganhou as eleições em seu segundo turno, com o apoio de diversos partidos realmente democráticos, que passaram a apoiar sua eleição. Porém, esqueci da sua teimosia em não crer sob o aquecimento global e achar que pode resolver o problema com afirmações totalmente defasadas da realidade confirmada pelos cientistas. Aliás, foi o que quis dizer à ministra Marina Silva, mais uma vez, no seu desabafo, quando ele insistiu em explorar o petróleo no pré-sal da Zona Equatorial, que colocará em perigo a foz do Rio Amazonas, sem dúvida nenhuma, digo eu, que pude estudar a termodinâmica, capítulo da Física, que estuda os sistemas termodinâmicos, como é o caso do nosso planeta. Aliás, depois do seu erro grosseiro em construir a Usina de Belo Monte, apesar das advertências dos cientistas. Esperava-se que ele tivesse aprendido, mas parece que não. Lula perdeu o primeiro ano de mandato viajando pelo mundo fora, cuidando da vida alheia, sabe-se lá por qual motivo, a não ser o fato de nos envergonhar perante a coletividade internacional. Agora, com o País em chamas e a Amazônia se aproximando do ponto de não retorno, vai ter que correr atrás do prejuízo, com a hipótese de não conseguir corrigir o erro crasso. Cabe a ele, ainda, ouvir os cientistas como Carlos Nobre e a própria ministra Marina Silva e não seus companheiros da velha guarda, que se atrevem a dar sugestões em assuntos que ignoram totalmente. Deveria constar na Constituição que os políticos deveriam ser proibidos de dar palpite em assuntos que ignoram e que colocam em perigo o País e a sociedade sob pena de perderem o mandato.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

QUEIMADAS EM BRASÍLIA

O grande incêndio de Roma em 64 d.C. afetou dez das 14 zonas da antiga cidade, três das quais das quais foram completamente destruídas, obrigando a fuga dos seus habitantes. Agora, o incêndio que se aproxima de Brasília em 2024 d.C. poderia afetar as três principais zonas poderosas da cidade, obrigando seus ocupantes a fugirem definitivamente para seus Estados natais. Assim, teríamos a reconstrução dos poderes através de eleições gerais, com participação do povo, sem partidos e sem os R$ 4,9 bilhões de campanha, e, o mais importante, manter os prédios criados por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

AÇÕES DO EXECUTIVO

Lendo o editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3), a medida tomada pelo desgoverno em propor um pacto é simplesmente solicitar mais verbas fora do Orçamento para gastar sem critério. Lógico, com anuência e determinação do politiqueiro Flávio Dino, que está longe de ser ministro técnico com notório saber jurídico. A impressão é que a dobradinha Lula e Dino está sendo útil a ambos apenas para atender as ambições pessoais, enquanto isso, o combate continua absoluto e nem um plano ou medida eficiente acontece. Aliás, se tivessem tomado medidas de prevenção poderiam ter instalado bombas de sucção de água ao longo dos rios no Pantanal e injetado água a distância, umedecendo a floresta. Coisa simples. Vejam na Amazônia que nos últimos dois anos houve seca; o governo, em ato populista e demagogo naquela época (e continua), prometeu verbas e dragagem nos leitos do rio. O desafio é provar se fizeram o mínimo. Não fizeram absolutamente nada, e agora Lula leva uma comitiva para ajudar a validar suas mentiras e enganar os incautos.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

CANDIDATURA DE DATENA

O candidato à prefeitura de SP, José Luiz Datena, mostrou para o que veio. Ora, ensaiou carreira política pelo menos em dez partidos políticos. Sua trajetória foi do PT ao PSL. Em suas andanças, se mostrou interessado em concorrer, mas sempre desistiu na última hora. Desta vez, mudou de tática. Se candidatou pelo PSDB, e, com sua sofrível participação, conseguiu A morte horrível de um partido político (Estadão, 18/9, A3) como noticiou o Estadão. Optou por desonrar figuras de André Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, dentre muitos outros. Pena que o truculento pensava que com a violência conseguiria ser eleito. Lamentável.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

A guerra é de Israel contra Palestina. Para justificar a matança de 41.020 palestinos, além dos 94.925 que ficaram feridos (dados do Ocha das Nações Unidas), o governo israelense insiste que suas ações são contra os membros do Hamas. Cair nesta armadilha é a mesma coisa que acreditar que todas as pessoas em Gaza são membros do Hamas, incluindo médicos, enfermeiros, professores, religiosos, pessoal das agências internacionais da ajuda humanitária (Ocha e Unrwa), e até os cozinheiros do World Central Kitchen. Ou de acreditar que Benjamin Netanyahu é responsável sozinho pela campanha mortífera. O fato, triste e revoltante, é que o governo israelense decidiu aproveitar a situação para enterrar, de vez, qualquer esperança de criar um Estado para os palestinos. E o mundo está assistindo a tragédia oferecendo, ao mesmo tempo, ajuda aos palestinos e armas à Israel.

Omar El Seoud

São Paulo

*

‘CAPÍTULOS FINAIS’

Sim, o pessimismo do apóstolo João, autor do livro do Apocalipse, estava certo. O que ninguém esperava é que fosse acontecer tão cedo. O artigo de Eugênio Bucci, no Estadão, intitulado Sensações apocalípticas (Estadão, 19/9, A4), escrito com maestria e uma certa ironia, está correto na leitura dos acontecimentos mundiais que não deixam dúvidas de que estamos nos capítulos finais de nossa jornada como espécie parasita de nossa mãe natureza. Vamos desaparecer entre o fogo e a água, que nos deram a vida e que não soubemos usar. Os gregos temiam a Ubris, a vingança da natureza provocadapor nossa arrogância.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

TABU

Sobre o artigo Sensações apocalípticas (Estadão, 19/9, A4), também, a Terra já é consumida por 8 bilhões de pessoas, e a estupidez humana ainda desova cerca de 3 a 4 bilhões de garrafas PET sobre ela. E ninguém toca nesse tabu.

Albino Bonomi

Ribeirão Preto

Ditadura na Venezuela

Relatos devastadores

Os métodos de tortura usados pelo governo venezuelano, descritos no relatório de uma Missão Independente da ONU, deveriam ser motivo para que o mundo não ficasse só no discurso e partisse para uma forte repressão ao déspota Nicolás Maduro. É inaceitável: pessoas estão sendo presas e levadas não se sabe para onde, não podem designar advogados e há relatos de estupros e torturas com imersão em água fria, choques elétricos, privação de sono e asfixia em sacos plásticos – há até, pasmem, uma coisa chamada “capuz de cebolinha”, quando colocam a cabeça da pessoa numa sacola plástica com gás lacrimogêneo. São crimes contra a humanidade. Tendo tomado conhecimento disso, por intermédio dos meios de comunicação, o que falta para a comunidade internacional acabar com essa barbárie? É decepcionante saber que Celso Amorim, assessor especial da Presidência e principal articulador do governo Lula, ainda reluta em chamar o governo de Maduro de ditadura. O que mais precisa acontecer para convencer os homens dos gabinetes?

Izabel Avallone

São Paulo

*

Oriente Médio

O destino do Hezbollah

Líder diz que Hezbollah sofreu ‘golpe severo’; Israel conduz bombardeios (Estadão, 20/9, A14). Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, está numa posição delicada após as explosões dos pagers e walkie-talkies, que comprometeram seriamente a imagem e as operações do grupo. Muitos de seus oficiais foram incapacitados e o sistema de comunicação central da organização foi destruído. Sua imagem de força e intimidação também sofreu um golpe significativo. A difícil situação do Hezbollah está sendo amplamente debatida, não só no Líbano, mas em todo o mundo árabe, especialmente nas redes sociais. Recentemente, o governo israelense revisou seus objetivos de guerra, priorizando o retorno dos moradores do norte de Israel às suas casas, e isso depende diretamente da desarticulação da estrutura do Hezbollah no sul do Líbano. Esse processo já está em andamento acelerado, com grande parte da região, incluindo os vilarejos xiitas, sendo evacuada rapidamente por causa da intensificação dos combates. Os arsenais e quartéis remanescentes do Hezbollah estão sendo alvo de bombardeios cada vez mais pesados. O futuro da organização também está em risco, uma vez que os fatos recentes devem atuar como forte elemento de dissuasão contra futuras ações do Hezbollah. A escalada de eventos sugere que ele está num ponto de inflexão. Se não conseguir se reorganizar rapidamente, o grupo corre o risco de perder qualquer relevância e, inclusive, o financiamento iraniano. Pode ficar só com o apoio de Lula, cujo valor dispensa comentários.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

Vacinação

Nunes arrependido

Ao ler o editorial do Estadão A genuflexão de Nunes (20/9, A13), sobre o arrependimento do prefeito Ricardo Nunes de ter apoiado a vacinação obrigatória durante a pandemia de covid-19, concluo que é um dos piores prefeitos em todas as décadas que eu acompanho a política na cidade onde nasci e sempre morei. Há estimativas de epidemiologistas de que o Brasil teria evitado milhares de mortes, de quem pode não ter tomado a vacina acreditando em Bolsonaro ou em razão do atraso da chegada das doses. Agora Nunes vem com esta de arrependido, em troca do apoio do ex-presidente? Não mereceria voto nenhum. E eu sei do valor de uma vacina: fui vítima da poliomielite quando ainda não existia o imunizante.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

Trânsito nas estradas

‘Epidemia da distração’

No cenário apresentado por Eduardo Camargo no artigo Epidemia da distração (Estadão, 18/9, D8), assim como foi criado pela concessionária CCR o Movimento Afaste-se, protegendo a vida de quem salva outras vidas, gostaria de contribuir sugerindo um canal de denúncias de caminhões pesados que transitam nas rodovias do País com velocidade acima da máxima permitida em pontos onde não há fiscalização nem radares e de carretas que muitas vezes ocupam o espaço de outros veículos julgando serem donas da estrada. Nestes casos, ademais, entendo que possa ser que os motoristas estejam utilizando aparelhos celulares, corroborando para o aumento do número de acidentes. Nesse sentido, deveria ainda ser criada uma campanha mais ampla, com o nome Desconecte-se.

Roberto de Andrade

Limeira

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

VISTO DE MORAES

Enquanto grupo de intelectuais de diversas nacionalidades apoiam o Brasil no imbróglio com Elon Musk, parlamentares do partido republicano querem cassar o visto de entrada do ministro Alexandre de Moraes nos Estados Unidos. Opiniões divididas, mas que o tal ministro é um ditador não resta a menor dúvida.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

BLOQUEIO DO X

É a mesma coisa. Esse drible que a rede social X tentou dar na suspensão que o Supremo Tribunal Federal (STF) lhe aplicou, por não seguir as regras do país, é como se você proibisse seu filho de usar o computador e ele fosse usar o da irmã.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

DECISÕES JUDICIAIS

Aprendi e não me esqueço de coisas básicas estudando Direito. Numa decisão judicial ou sentença o magistrado é obrigado a relatar os fatos (significando que ele leu o processo), fundamentar (ou seja, o juiz irá adequar a legislação pertinente ao caso concreto) e, por fim, produzir a parte dispositiva, na qual o magistrado acolhe ou desacolhe os pedidos formulados na petição inicial. Decisões e sentenças judiciais são combatidas por meio de interposição de recursos pertinentes, previstos em nossas leis processuais. O competente órgão de segundo grau, colegiados, reveem a decisão proferida no juízo monocrático. Hoje em dia, no Brasil, parece que todas as pessoas são juristas, assim como são técnicos da Seleção Brasileira. Contestam decisões judiciais, ao seu bel prazer, fundamentados em achismos e politicamente, em conformidade com seus interesses pessoais ou com base em suas ideologias. Cazuza alertou há anos: “Brasil, mostre a sua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim; Brasil, qual é o seu negócio?, o nome do seu sócio?, confie em mim”. Vamos tocando em frente, na medida do possível.

Armando Bergo Neto

São Paulo

*

TRÊS PODERES

Nossa Constituição Federal preceitua a independência dos Poderes da República (artigo 2.º.) e a harmonia que deve existir, para manter o equilíbrio para evitar abusos e a concentração de poder. Exercem funções próprias e agem de forma independente. O que temos observado não é isso. Ministros do STF dão pitaco no Executivo e este parece submisso ou se apoia nestes para tomar decisões. Quem é o presidente? O Legislativo assiste tudo e age pouco. Enfim, vivemos algo anômalo na República. Eu estou pasmo com o que assisto. A imprensa, atordoada ou conivente, ou ainda recebendo um cala a boca, bate palmas, e a sociedade parece anestesiada. Que país é esse?

Edmar Augusto Monteiro

São Paulo

*

INSEGURANÇA

Os brasileiros estão completamente confusos, acuados e inseguros e o mundo está de olho no Brasil porque o mais importante país da América Latina está sendo conduzido não mais pelo governo que é eleito pelo próprio povo, conforme reza a própria Legislação estabelecida na Constituição da República Federativa do Brasil desde 1988. No entanto, aconteceu que, de repente, como uma verdadeira mágica, esse governo juntamente com o corpo de deputados, senadores e até do Judiciário se veem acuados por um único cidadão tomado por poderes infinitos que lhe deu o privilégio, de burlar as leis de decidir a vida de todos nós por determinação dessa figura iluminada que não permite que ninguém o corrija, pois o corajoso que tentar estará desobedecendo o Estado Democrático de Direito, e, no mínimo, por essa falta deverá ser detido sem direito a saber o que fraudou. Ou mesmo terá suas contas bancarias sustadas assim como as redes sociais anuladas. Vivemos momentos de enorme insegurança esperando pelo Superman que porá a casa em ordem.

Leila Elston

São Paulo

*

JUROS NO BRASIL

Mais uma derrota de Lula. E muito ruim para o País. O presidente que gosta de futebol deveria agir no comando desta República como um goleiro muito orgulhoso que defende o Brasil. Mas, o soberbo e irresponsável gastador Lula, achando que tudo pode no poder, toma um frango federal por ser negligente e mandar às favas o equilíbrio fiscal. E por culpa sua, e inflação em alta, o Banco Central, como guardião da nossa moeda, na reunião do Copom desta quarta-feira, 18/9, por unanimidade decide, depois de dois anos, elevar a taxa básica Selic de 10,50% ao ano para 10,75%. E pode fechar o ano em 11,25%. E com juros mais altos para o investidor, empresas e consumidor final, certamente a atividade econômica ficará mais fraca, assim como a criação de empregos, etc. Lula, embora tenha nos ministérios da Fazenda e Planejamento excelentes profissionais que conhecem a fundo as contas públicas, surdo que é, prefere ouvir seus puxa-sacos e falar em público o que não deve, no qual demonstra não saber dialogar com a Nação, menos ainda apagar incêndios. Enquanto isso, Lula segue ofendendo o presidente do Banco Central. O estadista presidente americano Joe Biden, que sempre respeitou dirigentes do Federal Reserve (BC americano), aplaudiu nesta mesma quarta quando os juros nos EUA foram cortados em 0,5 ponto.

Paulo Panossian

São Carlos

*

DECISÃO DO COPOM

Não sendo economista, é difícil acreditar que os membros do Copom estavam corretos ao decidir que os juros deveriam aumentar, considerando que o PIB, a produtividade e o emprego estão aumentando. Mesmo que estejam corretos, um aumento não devesse ser aplicado à base de 12,25% que estava vigorando. Se esse altíssimo índice não estava funcionando, provavelmente o novo índice, de 12,75%, também não funcionará, o que exigirá a volta dos índices de juros crescentes. Do episódio, fica a percepção de que os sábios do Copom não estão identificando bem as causas da inflação e continuam a aplicar remédios que não funcionam. Devem considerar a possibilidade de que regras aplicadas pelos Estados Unidos não servem para nós. Lá, quando precisarem, podem emitir dólares. Nós não podemos fazer isso.

Wilson Scarpelli

Cotia

*

FOGO NÃO SE APAGA COM SALIVA

“O que se ouviu foi uma coletânea de platitudes e ideias em profusão, algumas estapafúrdias, como se apenas saliva bastasse para apagar o fogo”. A metáfora dita no editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3) é valiosa e mostra a realidade política do atual governo; meus cumprimentos ao Estadão por mostrar a incompetência dos nossos políticos.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

GESTÃO LULA

O editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3) é definitivo a partir do título escolhido. Senti um rompimento muito grande quando Lula ganhou as eleições em seu segundo turno, com o apoio de diversos partidos realmente democráticos, que passaram a apoiar sua eleição. Porém, esqueci da sua teimosia em não crer sob o aquecimento global e achar que pode resolver o problema com afirmações totalmente defasadas da realidade confirmada pelos cientistas. Aliás, foi o que quis dizer à ministra Marina Silva, mais uma vez, no seu desabafo, quando ele insistiu em explorar o petróleo no pré-sal da Zona Equatorial, que colocará em perigo a foz do Rio Amazonas, sem dúvida nenhuma, digo eu, que pude estudar a termodinâmica, capítulo da Física, que estuda os sistemas termodinâmicos, como é o caso do nosso planeta. Aliás, depois do seu erro grosseiro em construir a Usina de Belo Monte, apesar das advertências dos cientistas. Esperava-se que ele tivesse aprendido, mas parece que não. Lula perdeu o primeiro ano de mandato viajando pelo mundo fora, cuidando da vida alheia, sabe-se lá por qual motivo, a não ser o fato de nos envergonhar perante a coletividade internacional. Agora, com o País em chamas e a Amazônia se aproximando do ponto de não retorno, vai ter que correr atrás do prejuízo, com a hipótese de não conseguir corrigir o erro crasso. Cabe a ele, ainda, ouvir os cientistas como Carlos Nobre e a própria ministra Marina Silva e não seus companheiros da velha guarda, que se atrevem a dar sugestões em assuntos que ignoram totalmente. Deveria constar na Constituição que os políticos deveriam ser proibidos de dar palpite em assuntos que ignoram e que colocam em perigo o País e a sociedade sob pena de perderem o mandato.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

QUEIMADAS EM BRASÍLIA

O grande incêndio de Roma em 64 d.C. afetou dez das 14 zonas da antiga cidade, três das quais das quais foram completamente destruídas, obrigando a fuga dos seus habitantes. Agora, o incêndio que se aproxima de Brasília em 2024 d.C. poderia afetar as três principais zonas poderosas da cidade, obrigando seus ocupantes a fugirem definitivamente para seus Estados natais. Assim, teríamos a reconstrução dos poderes através de eleições gerais, com participação do povo, sem partidos e sem os R$ 4,9 bilhões de campanha, e, o mais importante, manter os prédios criados por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

AÇÕES DO EXECUTIVO

Lendo o editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3), a medida tomada pelo desgoverno em propor um pacto é simplesmente solicitar mais verbas fora do Orçamento para gastar sem critério. Lógico, com anuência e determinação do politiqueiro Flávio Dino, que está longe de ser ministro técnico com notório saber jurídico. A impressão é que a dobradinha Lula e Dino está sendo útil a ambos apenas para atender as ambições pessoais, enquanto isso, o combate continua absoluto e nem um plano ou medida eficiente acontece. Aliás, se tivessem tomado medidas de prevenção poderiam ter instalado bombas de sucção de água ao longo dos rios no Pantanal e injetado água a distância, umedecendo a floresta. Coisa simples. Vejam na Amazônia que nos últimos dois anos houve seca; o governo, em ato populista e demagogo naquela época (e continua), prometeu verbas e dragagem nos leitos do rio. O desafio é provar se fizeram o mínimo. Não fizeram absolutamente nada, e agora Lula leva uma comitiva para ajudar a validar suas mentiras e enganar os incautos.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

CANDIDATURA DE DATENA

O candidato à prefeitura de SP, José Luiz Datena, mostrou para o que veio. Ora, ensaiou carreira política pelo menos em dez partidos políticos. Sua trajetória foi do PT ao PSL. Em suas andanças, se mostrou interessado em concorrer, mas sempre desistiu na última hora. Desta vez, mudou de tática. Se candidatou pelo PSDB, e, com sua sofrível participação, conseguiu A morte horrível de um partido político (Estadão, 18/9, A3) como noticiou o Estadão. Optou por desonrar figuras de André Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, dentre muitos outros. Pena que o truculento pensava que com a violência conseguiria ser eleito. Lamentável.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

A guerra é de Israel contra Palestina. Para justificar a matança de 41.020 palestinos, além dos 94.925 que ficaram feridos (dados do Ocha das Nações Unidas), o governo israelense insiste que suas ações são contra os membros do Hamas. Cair nesta armadilha é a mesma coisa que acreditar que todas as pessoas em Gaza são membros do Hamas, incluindo médicos, enfermeiros, professores, religiosos, pessoal das agências internacionais da ajuda humanitária (Ocha e Unrwa), e até os cozinheiros do World Central Kitchen. Ou de acreditar que Benjamin Netanyahu é responsável sozinho pela campanha mortífera. O fato, triste e revoltante, é que o governo israelense decidiu aproveitar a situação para enterrar, de vez, qualquer esperança de criar um Estado para os palestinos. E o mundo está assistindo a tragédia oferecendo, ao mesmo tempo, ajuda aos palestinos e armas à Israel.

Omar El Seoud

São Paulo

*

‘CAPÍTULOS FINAIS’

Sim, o pessimismo do apóstolo João, autor do livro do Apocalipse, estava certo. O que ninguém esperava é que fosse acontecer tão cedo. O artigo de Eugênio Bucci, no Estadão, intitulado Sensações apocalípticas (Estadão, 19/9, A4), escrito com maestria e uma certa ironia, está correto na leitura dos acontecimentos mundiais que não deixam dúvidas de que estamos nos capítulos finais de nossa jornada como espécie parasita de nossa mãe natureza. Vamos desaparecer entre o fogo e a água, que nos deram a vida e que não soubemos usar. Os gregos temiam a Ubris, a vingança da natureza provocadapor nossa arrogância.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

TABU

Sobre o artigo Sensações apocalípticas (Estadão, 19/9, A4), também, a Terra já é consumida por 8 bilhões de pessoas, e a estupidez humana ainda desova cerca de 3 a 4 bilhões de garrafas PET sobre ela. E ninguém toca nesse tabu.

Albino Bonomi

Ribeirão Preto

Ditadura na Venezuela

Relatos devastadores

Os métodos de tortura usados pelo governo venezuelano, descritos no relatório de uma Missão Independente da ONU, deveriam ser motivo para que o mundo não ficasse só no discurso e partisse para uma forte repressão ao déspota Nicolás Maduro. É inaceitável: pessoas estão sendo presas e levadas não se sabe para onde, não podem designar advogados e há relatos de estupros e torturas com imersão em água fria, choques elétricos, privação de sono e asfixia em sacos plásticos – há até, pasmem, uma coisa chamada “capuz de cebolinha”, quando colocam a cabeça da pessoa numa sacola plástica com gás lacrimogêneo. São crimes contra a humanidade. Tendo tomado conhecimento disso, por intermédio dos meios de comunicação, o que falta para a comunidade internacional acabar com essa barbárie? É decepcionante saber que Celso Amorim, assessor especial da Presidência e principal articulador do governo Lula, ainda reluta em chamar o governo de Maduro de ditadura. O que mais precisa acontecer para convencer os homens dos gabinetes?

Izabel Avallone

São Paulo

*

Oriente Médio

O destino do Hezbollah

Líder diz que Hezbollah sofreu ‘golpe severo’; Israel conduz bombardeios (Estadão, 20/9, A14). Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, está numa posição delicada após as explosões dos pagers e walkie-talkies, que comprometeram seriamente a imagem e as operações do grupo. Muitos de seus oficiais foram incapacitados e o sistema de comunicação central da organização foi destruído. Sua imagem de força e intimidação também sofreu um golpe significativo. A difícil situação do Hezbollah está sendo amplamente debatida, não só no Líbano, mas em todo o mundo árabe, especialmente nas redes sociais. Recentemente, o governo israelense revisou seus objetivos de guerra, priorizando o retorno dos moradores do norte de Israel às suas casas, e isso depende diretamente da desarticulação da estrutura do Hezbollah no sul do Líbano. Esse processo já está em andamento acelerado, com grande parte da região, incluindo os vilarejos xiitas, sendo evacuada rapidamente por causa da intensificação dos combates. Os arsenais e quartéis remanescentes do Hezbollah estão sendo alvo de bombardeios cada vez mais pesados. O futuro da organização também está em risco, uma vez que os fatos recentes devem atuar como forte elemento de dissuasão contra futuras ações do Hezbollah. A escalada de eventos sugere que ele está num ponto de inflexão. Se não conseguir se reorganizar rapidamente, o grupo corre o risco de perder qualquer relevância e, inclusive, o financiamento iraniano. Pode ficar só com o apoio de Lula, cujo valor dispensa comentários.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

Vacinação

Nunes arrependido

Ao ler o editorial do Estadão A genuflexão de Nunes (20/9, A13), sobre o arrependimento do prefeito Ricardo Nunes de ter apoiado a vacinação obrigatória durante a pandemia de covid-19, concluo que é um dos piores prefeitos em todas as décadas que eu acompanho a política na cidade onde nasci e sempre morei. Há estimativas de epidemiologistas de que o Brasil teria evitado milhares de mortes, de quem pode não ter tomado a vacina acreditando em Bolsonaro ou em razão do atraso da chegada das doses. Agora Nunes vem com esta de arrependido, em troca do apoio do ex-presidente? Não mereceria voto nenhum. E eu sei do valor de uma vacina: fui vítima da poliomielite quando ainda não existia o imunizante.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

Trânsito nas estradas

‘Epidemia da distração’

No cenário apresentado por Eduardo Camargo no artigo Epidemia da distração (Estadão, 18/9, D8), assim como foi criado pela concessionária CCR o Movimento Afaste-se, protegendo a vida de quem salva outras vidas, gostaria de contribuir sugerindo um canal de denúncias de caminhões pesados que transitam nas rodovias do País com velocidade acima da máxima permitida em pontos onde não há fiscalização nem radares e de carretas que muitas vezes ocupam o espaço de outros veículos julgando serem donas da estrada. Nestes casos, ademais, entendo que possa ser que os motoristas estejam utilizando aparelhos celulares, corroborando para o aumento do número de acidentes. Nesse sentido, deveria ainda ser criada uma campanha mais ampla, com o nome Desconecte-se.

Roberto de Andrade

Limeira

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

VISTO DE MORAES

Enquanto grupo de intelectuais de diversas nacionalidades apoiam o Brasil no imbróglio com Elon Musk, parlamentares do partido republicano querem cassar o visto de entrada do ministro Alexandre de Moraes nos Estados Unidos. Opiniões divididas, mas que o tal ministro é um ditador não resta a menor dúvida.

Jose Alcides Muller

Avaré

*

BLOQUEIO DO X

É a mesma coisa. Esse drible que a rede social X tentou dar na suspensão que o Supremo Tribunal Federal (STF) lhe aplicou, por não seguir as regras do país, é como se você proibisse seu filho de usar o computador e ele fosse usar o da irmã.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

DECISÕES JUDICIAIS

Aprendi e não me esqueço de coisas básicas estudando Direito. Numa decisão judicial ou sentença o magistrado é obrigado a relatar os fatos (significando que ele leu o processo), fundamentar (ou seja, o juiz irá adequar a legislação pertinente ao caso concreto) e, por fim, produzir a parte dispositiva, na qual o magistrado acolhe ou desacolhe os pedidos formulados na petição inicial. Decisões e sentenças judiciais são combatidas por meio de interposição de recursos pertinentes, previstos em nossas leis processuais. O competente órgão de segundo grau, colegiados, reveem a decisão proferida no juízo monocrático. Hoje em dia, no Brasil, parece que todas as pessoas são juristas, assim como são técnicos da Seleção Brasileira. Contestam decisões judiciais, ao seu bel prazer, fundamentados em achismos e politicamente, em conformidade com seus interesses pessoais ou com base em suas ideologias. Cazuza alertou há anos: “Brasil, mostre a sua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim; Brasil, qual é o seu negócio?, o nome do seu sócio?, confie em mim”. Vamos tocando em frente, na medida do possível.

Armando Bergo Neto

São Paulo

*

TRÊS PODERES

Nossa Constituição Federal preceitua a independência dos Poderes da República (artigo 2.º.) e a harmonia que deve existir, para manter o equilíbrio para evitar abusos e a concentração de poder. Exercem funções próprias e agem de forma independente. O que temos observado não é isso. Ministros do STF dão pitaco no Executivo e este parece submisso ou se apoia nestes para tomar decisões. Quem é o presidente? O Legislativo assiste tudo e age pouco. Enfim, vivemos algo anômalo na República. Eu estou pasmo com o que assisto. A imprensa, atordoada ou conivente, ou ainda recebendo um cala a boca, bate palmas, e a sociedade parece anestesiada. Que país é esse?

Edmar Augusto Monteiro

São Paulo

*

INSEGURANÇA

Os brasileiros estão completamente confusos, acuados e inseguros e o mundo está de olho no Brasil porque o mais importante país da América Latina está sendo conduzido não mais pelo governo que é eleito pelo próprio povo, conforme reza a própria Legislação estabelecida na Constituição da República Federativa do Brasil desde 1988. No entanto, aconteceu que, de repente, como uma verdadeira mágica, esse governo juntamente com o corpo de deputados, senadores e até do Judiciário se veem acuados por um único cidadão tomado por poderes infinitos que lhe deu o privilégio, de burlar as leis de decidir a vida de todos nós por determinação dessa figura iluminada que não permite que ninguém o corrija, pois o corajoso que tentar estará desobedecendo o Estado Democrático de Direito, e, no mínimo, por essa falta deverá ser detido sem direito a saber o que fraudou. Ou mesmo terá suas contas bancarias sustadas assim como as redes sociais anuladas. Vivemos momentos de enorme insegurança esperando pelo Superman que porá a casa em ordem.

Leila Elston

São Paulo

*

JUROS NO BRASIL

Mais uma derrota de Lula. E muito ruim para o País. O presidente que gosta de futebol deveria agir no comando desta República como um goleiro muito orgulhoso que defende o Brasil. Mas, o soberbo e irresponsável gastador Lula, achando que tudo pode no poder, toma um frango federal por ser negligente e mandar às favas o equilíbrio fiscal. E por culpa sua, e inflação em alta, o Banco Central, como guardião da nossa moeda, na reunião do Copom desta quarta-feira, 18/9, por unanimidade decide, depois de dois anos, elevar a taxa básica Selic de 10,50% ao ano para 10,75%. E pode fechar o ano em 11,25%. E com juros mais altos para o investidor, empresas e consumidor final, certamente a atividade econômica ficará mais fraca, assim como a criação de empregos, etc. Lula, embora tenha nos ministérios da Fazenda e Planejamento excelentes profissionais que conhecem a fundo as contas públicas, surdo que é, prefere ouvir seus puxa-sacos e falar em público o que não deve, no qual demonstra não saber dialogar com a Nação, menos ainda apagar incêndios. Enquanto isso, Lula segue ofendendo o presidente do Banco Central. O estadista presidente americano Joe Biden, que sempre respeitou dirigentes do Federal Reserve (BC americano), aplaudiu nesta mesma quarta quando os juros nos EUA foram cortados em 0,5 ponto.

Paulo Panossian

São Carlos

*

DECISÃO DO COPOM

Não sendo economista, é difícil acreditar que os membros do Copom estavam corretos ao decidir que os juros deveriam aumentar, considerando que o PIB, a produtividade e o emprego estão aumentando. Mesmo que estejam corretos, um aumento não devesse ser aplicado à base de 12,25% que estava vigorando. Se esse altíssimo índice não estava funcionando, provavelmente o novo índice, de 12,75%, também não funcionará, o que exigirá a volta dos índices de juros crescentes. Do episódio, fica a percepção de que os sábios do Copom não estão identificando bem as causas da inflação e continuam a aplicar remédios que não funcionam. Devem considerar a possibilidade de que regras aplicadas pelos Estados Unidos não servem para nós. Lá, quando precisarem, podem emitir dólares. Nós não podemos fazer isso.

Wilson Scarpelli

Cotia

*

FOGO NÃO SE APAGA COM SALIVA

“O que se ouviu foi uma coletânea de platitudes e ideias em profusão, algumas estapafúrdias, como se apenas saliva bastasse para apagar o fogo”. A metáfora dita no editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3) é valiosa e mostra a realidade política do atual governo; meus cumprimentos ao Estadão por mostrar a incompetência dos nossos políticos.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

GESTÃO LULA

O editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3) é definitivo a partir do título escolhido. Senti um rompimento muito grande quando Lula ganhou as eleições em seu segundo turno, com o apoio de diversos partidos realmente democráticos, que passaram a apoiar sua eleição. Porém, esqueci da sua teimosia em não crer sob o aquecimento global e achar que pode resolver o problema com afirmações totalmente defasadas da realidade confirmada pelos cientistas. Aliás, foi o que quis dizer à ministra Marina Silva, mais uma vez, no seu desabafo, quando ele insistiu em explorar o petróleo no pré-sal da Zona Equatorial, que colocará em perigo a foz do Rio Amazonas, sem dúvida nenhuma, digo eu, que pude estudar a termodinâmica, capítulo da Física, que estuda os sistemas termodinâmicos, como é o caso do nosso planeta. Aliás, depois do seu erro grosseiro em construir a Usina de Belo Monte, apesar das advertências dos cientistas. Esperava-se que ele tivesse aprendido, mas parece que não. Lula perdeu o primeiro ano de mandato viajando pelo mundo fora, cuidando da vida alheia, sabe-se lá por qual motivo, a não ser o fato de nos envergonhar perante a coletividade internacional. Agora, com o País em chamas e a Amazônia se aproximando do ponto de não retorno, vai ter que correr atrás do prejuízo, com a hipótese de não conseguir corrigir o erro crasso. Cabe a ele, ainda, ouvir os cientistas como Carlos Nobre e a própria ministra Marina Silva e não seus companheiros da velha guarda, que se atrevem a dar sugestões em assuntos que ignoram totalmente. Deveria constar na Constituição que os políticos deveriam ser proibidos de dar palpite em assuntos que ignoram e que colocam em perigo o País e a sociedade sob pena de perderem o mandato.

Gilberto Pacini

São Paulo

*

QUEIMADAS EM BRASÍLIA

O grande incêndio de Roma em 64 d.C. afetou dez das 14 zonas da antiga cidade, três das quais das quais foram completamente destruídas, obrigando a fuga dos seus habitantes. Agora, o incêndio que se aproxima de Brasília em 2024 d.C. poderia afetar as três principais zonas poderosas da cidade, obrigando seus ocupantes a fugirem definitivamente para seus Estados natais. Assim, teríamos a reconstrução dos poderes através de eleições gerais, com participação do povo, sem partidos e sem os R$ 4,9 bilhões de campanha, e, o mais importante, manter os prédios criados por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

AÇÕES DO EXECUTIVO

Lendo o editorial Fogo não se apaga com saliva (Estadão, 19/9, A3), a medida tomada pelo desgoverno em propor um pacto é simplesmente solicitar mais verbas fora do Orçamento para gastar sem critério. Lógico, com anuência e determinação do politiqueiro Flávio Dino, que está longe de ser ministro técnico com notório saber jurídico. A impressão é que a dobradinha Lula e Dino está sendo útil a ambos apenas para atender as ambições pessoais, enquanto isso, o combate continua absoluto e nem um plano ou medida eficiente acontece. Aliás, se tivessem tomado medidas de prevenção poderiam ter instalado bombas de sucção de água ao longo dos rios no Pantanal e injetado água a distância, umedecendo a floresta. Coisa simples. Vejam na Amazônia que nos últimos dois anos houve seca; o governo, em ato populista e demagogo naquela época (e continua), prometeu verbas e dragagem nos leitos do rio. O desafio é provar se fizeram o mínimo. Não fizeram absolutamente nada, e agora Lula leva uma comitiva para ajudar a validar suas mentiras e enganar os incautos.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

CANDIDATURA DE DATENA

O candidato à prefeitura de SP, José Luiz Datena, mostrou para o que veio. Ora, ensaiou carreira política pelo menos em dez partidos políticos. Sua trajetória foi do PT ao PSL. Em suas andanças, se mostrou interessado em concorrer, mas sempre desistiu na última hora. Desta vez, mudou de tática. Se candidatou pelo PSDB, e, com sua sofrível participação, conseguiu A morte horrível de um partido político (Estadão, 18/9, A3) como noticiou o Estadão. Optou por desonrar figuras de André Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, dentre muitos outros. Pena que o truculento pensava que com a violência conseguiria ser eleito. Lamentável.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

A guerra é de Israel contra Palestina. Para justificar a matança de 41.020 palestinos, além dos 94.925 que ficaram feridos (dados do Ocha das Nações Unidas), o governo israelense insiste que suas ações são contra os membros do Hamas. Cair nesta armadilha é a mesma coisa que acreditar que todas as pessoas em Gaza são membros do Hamas, incluindo médicos, enfermeiros, professores, religiosos, pessoal das agências internacionais da ajuda humanitária (Ocha e Unrwa), e até os cozinheiros do World Central Kitchen. Ou de acreditar que Benjamin Netanyahu é responsável sozinho pela campanha mortífera. O fato, triste e revoltante, é que o governo israelense decidiu aproveitar a situação para enterrar, de vez, qualquer esperança de criar um Estado para os palestinos. E o mundo está assistindo a tragédia oferecendo, ao mesmo tempo, ajuda aos palestinos e armas à Israel.

Omar El Seoud

São Paulo

*

‘CAPÍTULOS FINAIS’

Sim, o pessimismo do apóstolo João, autor do livro do Apocalipse, estava certo. O que ninguém esperava é que fosse acontecer tão cedo. O artigo de Eugênio Bucci, no Estadão, intitulado Sensações apocalípticas (Estadão, 19/9, A4), escrito com maestria e uma certa ironia, está correto na leitura dos acontecimentos mundiais que não deixam dúvidas de que estamos nos capítulos finais de nossa jornada como espécie parasita de nossa mãe natureza. Vamos desaparecer entre o fogo e a água, que nos deram a vida e que não soubemos usar. Os gregos temiam a Ubris, a vingança da natureza provocadapor nossa arrogância.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

TABU

Sobre o artigo Sensações apocalípticas (Estadão, 19/9, A4), também, a Terra já é consumida por 8 bilhões de pessoas, e a estupidez humana ainda desova cerca de 3 a 4 bilhões de garrafas PET sobre ela. E ninguém toca nesse tabu.

Albino Bonomi

Ribeirão Preto

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.