Plano golpista
Não foi só pensamento
Logo após a divulgação, pela Polícia Federal (PF), do plano sobre a tentativa de golpe de Estado com o assassinato de Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, o senador Flávio Bolsonaro escreveu na sua rede social: “Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime”. Sim, do ponto de vista da legalidade, está corretíssimo. Entretanto, vale lembrar um trecho de uma conhecida frase: “Cuidado com seus pensamentos, pois eles se tornam palavras. Cuidado com suas palavras, pois elas se tornam ações”. A PF não adivinhou a intenção dos acusados; o plano estava escrito na troca de mensagens entre eles, com todas as letras. Pensar em matar alguém realmente não é crime, mas conversar abertamente e por escrito sobre matar determinadas pessoas é prenúncio forte de intenção. Minimizar essa condição, como pretende o senador, é ladainha.
Luciano Harary
São Paulo
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Lições do passado
A conspiração militar para matar um presidente civil não é inédita no Brasil. O culto à personalidade do marechal Floriano Peixoto levou radicais jacobinos a tentar perpetrar um magnicídio contra o mais alto mandatário da Nação. Em 5 de novembro de 1897, o presidente Prudente de Morais foi vítima de um atentado levado a cabo pelo anspeçada Marcelino Bispo de Melo. O trágico evento acabou resultando na morte do marechal Bittencourt, ministro da Guerra do governo vigente na época, que morreu em defesa da legalidade. As lições do passado, no século 19, continuam válidas para o presente, no século 21.
Luiz Roberto da Costa Jr.
Campinas
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Pavio solto
Difícil de acreditar que um general e outros militares de alta patente, estrategistas por natureza, tenham pensado num golpe de Estado e deixado um rastro de autoincriminação por onde passaram. Nem os Trapalhões no auge da carreira cometeriam tamanha ingenuidade. Mas, como “o diabo ajuda a fazer, mas não a esconder”, e não contavam com a astúcia da Polícia Federal, é possível que tenham deixado um pavio à solta, que acabou por provocar esta explosão em suas próprias mãos. Estes apontamentos gravíssimos merecem ser apurados com muito cuidado e paciência, agora, pela Procuradoria-Geral da República, e, sob o crivo do Supremo Tribunal Federal (STF), que a imparcialidade esteja presente e que a justiça seja feita com critérios e provas contundentes. Que este episódio seja o último do período de caça às bruxas que o País tem vivido. O Brasil não merece viver de incertezas e apreensões constantes. Que ao fim deste imbróglio aos culpados se apliquem os rigores da lei e que o lema de nossa Bandeira (Ordem e Progresso), quase esquecido, volte a triunfar.
Sérgio Dafré
Jundiaí
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Ajuste fiscal
Cálculo político
Em relação ao artigo O cálculo político do ajuste fiscal (Estadão, 22/11, B10), de Rogério Werneck, temos um governo contraditório, que prega oficialmente a estabilidade fiscal, mas assume compromissos como auxiliar recentemente a abertura de um novo (e caríssimo) escritório em Roma, ou deseja comprar um novo (e caríssimo) avião presidencial. Isso sem falar nas benesses, isenções, subsídios, crédito fácil e proteção de mercado que continua a garantir aos escolhidos, sem exigir em troca o necessário incremento da produtividade, inovação e competitividade internacional. Brasília parece estar vivendo num mundo mágico e distante e, em seus devaneios e ilusões de grandeza, prega aos quatro ventos uma tal de aliança internacional contra a fome e a pobreza, mas no dia a dia não se dá ao mínimo trabalho de auxiliar concretamente, por exemplo, o Sudão, que fica no mundo real e já tem mais de 14 milhões de civis deslocados por terrível guerra. Também quer sediar a COP-30, em Belém, sem atentar para a falta de infraestrutura local ou para os entraves nas discussões que estão ocorrendo na própria COP-29, realizada neste mês em Baku, no Azerbaijão. O Brasil, como uma das dez maiores economias do mundo, também será chamado a contribuir monetariamente para os esforços de adequação às mudanças climáticas, e ninguém aceitará nosso argumento de que temos “problemas fiscais” e de que somos um país relativamente “pobre”. Pobre e abandonada parece ser a população brasileira, que tem um governo federal que a serve cada vez menos e que, com voracidade crescente, se serve dela cada vez mais. Até quando? Tristes trópicos.
Fernando T. H. F. Machado
São Paulo
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
MÁXIMA ATENÇÃO
A Justiça americana teve quatro anos para enquadrar Donald Trump, que comandou uma fracassada tentativa de golpe de Estado, inclusive com a ordem de assassinar por enforcamento o vice-presidente Mike Pence. Tudo isso foi filmado e transmitido ao vivo pela televisão. A palhaçada resultou na morte de várias pessoas, inclusive policiais. A inação da Justiça permitiu que Trump voltasse a presidir a República, a falta de uma condenação contundente depois de tanto tempo funcionou na prática como uma absolvição. O Brasil já tornou Bolsonaro inelegível, confiscou seu passaporte, falta pouco para que a justiça seja feita. A hora é de máxima atenção para evitar uma eventual evasão do meliante diante da certeza da cadeia.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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FINANCIAMENTO
O povo brasileiro financia candidatos que, após eleitos, possam roubá-los sem perdão. Financiam cursos específicos para formar mais de 2,5 mil militares kids pretos, integrantes das Forças Especiais para defender o País, mas que descambam por organizar um falido golpe de Estado, capitaneado por um ex-presidente – também financiado – totalmente débil mental, mórbido e doentio, que abandonou seus seguidores e fugiu para Miami. Aliás, não se sabe por que Jair Bolsonaro ainda não foi preso, não só pelos seus crimes, mas também por entregar de bandeja seu cargo ao ex-presidiário Lula, que, por sua vez, também foi financiado pelo pobre povo brasileiro. Na verdade, todos nós financiamos com bilhões de reais para sermos roubados, vilipendiados, ultrajados e menosprezados por essa cambada golpistas. Pobre Brasil e pobre povo brasileiro.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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GOLPE POR GOLPE
Engraçado que golpe pelo menos 60% da população brasileira sentiu quando, num passe de mágica, retiraram o condenado Lula da Silva da cadeia. Fizeram um contorcionismo hercúleo para deixá-lo de ficha limpa, mesmo com todas as provas reais negligenciadas em alguma gaveta do Judiciário de Brasília. Tudo isso por Lula ser o único capaz de enfrentar o presidente Bolsonaro à época. Portanto, essa ladainha de golpe imaginário, esses 60% também pensaram. Seremos presos ou o controle das redes sociais está em curso para nos calar? Golpe por golpe o Supremo Tribunal Federal (STF) teria muito a se explicar.
Beatriz Campos
São Paulo
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EXTREMO DA INDIGNAÇÃO
Interessante, pra não dizer burlesco, que um planejamento de matança a adversários políticos seja descoberto após dois longos anos, e entra agora pra ser julgado como crime. Sabemos que planejar crime e não comete-lo pode até causar espanto, mas nunca será classificado como crime, principalmente quando uma das possíveis vítimas, nesse caso, acusa, julga, prende e determina a pena. Vivemos num tempo onde se apresenta o maior crime que já se viu vindo de quem deveria dar exemplos que é contravir a nossa valiosa Constituição Federal, as leis mais importantes de nosso país. Estamos chegando ao extremo de nossa indignação.
Leila Elston
São Paulo
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ESTUDO APROFUNDADO
Já sou quase octogenário e vi e vivi apenas cenários surreais no Brasil. Em 1954 o suicídio de Getúlio Vargas. Anos depois a renúncia de Jânio Quadros. Ambas tragédias até hoje mal esclarecidas. Depois o assume/não assume de Jango. Logo após, a sua deposição pelo caos que instalou no País. A partir de 1988, a restauração da democracia . Usei entre aspas porque a bem da verdade todos, sem exceções, apenas se serviram do Estado para enriquecer e degradar a moral já rarefeita. E parece que nada abala ninguém. Mais recente um golpe foi perpetrado por conta de um suposto golpe que seria praticado. Somos, com certeza, a versão atual da torre de Babel. Esse povo merece um estudo aprofundado pela Nasa.
Paulo Henrique Coimbra de Oliveira
Rio de Janeiro
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PRESERVAÇÃO DA DEMOCRACIA
Na história do Brasil, acho que nunca antes um presidente no exercício do cargo participou de um plano para assassinar seu sucessor e vice eleitos, junto com um ministro do Supremo. Urge denúncia e punição para preservação do regime democrático.
Sylvio Belém
Recife
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PARECE MENTIRA
O candidato eleito não se expôs presencialmente ao povo, enquanto o derrotado, exposto Brasil afora, era aplaudido. O processo eleitoral, sem auditoria transparente, gerou dúvida e, em consequência, conforme divulgado pela mídia o planejamento de golpe e mortes para antes da posse, mas sem 100% de consenso, foi descartado. Na maior corrupção à face da Terra, centenas de figuras eminentes envolvidas foram condenadas, e recuperadas bilionárias quantias (parte do butim), mas estão todos soltos. O duplamente condenado em três instâncias foi inocentado, transgrediu a peneira política e foi eleito presidente. Em resumo: o projeto de golpe foi abortado e os planejadores estão seriamente comprometidos e em vias de prisão, enquanto o inocentado que virou presidente bagunça a diplomacia, e sem equilíbrio fiscal está levando o Brasil para o buraco. Parece mentira, mas é verdade.
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)
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PARCERIA BRASIL-CHINA
Essa agora nova parceria entre Brasil e China, que reforçam as relações entre essas duas imensas nações, embora dosando os acordos comerciais, é emblemática de uma nova relação entre as duas potências globais. Esperemos que tal acordo ganhe frutos de forte valor econômico para que possamos, no futuro, ver os efeitos positivos de tal parceria. Que assim seja.
José de Anchieta Nobre de Almeida
Rio de Janeiro
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FERNANDO HADDAD
O ministro Fernando Haddad paga todos os pecados sendo ministro do governo do PT, imaginem ter acesso ao mundo real e ter que distribuir de forma razoavelmente possível os recursos, tendo a pressão do governo Lula, verdadeiro poço sem fundo no que diz respeito a gastos, cheio de cabides, corrupções, gastos exagerados em viagens, etc. Só não tenho dó de Haddad por ver que mora em um resort a beira do lago Paranoá. Mas que sofre pressão terrível e paga pecado, isso paga.
Roberto Moreira da Silva
Cotia
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A esposa, Janja, do presidente Lula, ofende o futuro ministro do governo Donald Trump; a presidente do PT indica como solução ao problema fiscal aumentar os limites, informando ser fácil; alguns militares e um civil da Polícia Federal são acusados de plano visando matar Lula, o Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes há dois anos após a vitória de Lula em 2022. O que falar se exceto recorrer para nossos dias a Nelson Rodrigues, que considerava: o grande acontecimento do século foi a ascensão espantosa e fulminante do idiota.
Mário Cobucci Júnior
São Paulo
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JANJA
Pois é, cada governo tem a primeira-dama que merece. Pobre Brasil.
Vicky Vogel
Rio de Janeiro
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MEDIDAS PRAGMÁTICAS
O Estadão Conectado pergunta o que Warren Buffett, maior investidor em ações do mundo, está tramando ao vender parte das ações de seus fundos. Penso que o notável expert americano está preocupado com as medidas que serão postas em prática por Donald Trump, como o isolacionismo dos Estados Unidos e o aumento das tarifas de importação, que deverão gerar recessão econômica. Simples assim. São medidas pragmáticas de um investidor cauteloso.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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VOZES E PENSAMENTOS
Meus cumprimentos ao sr. J. R. Guzzo pelos comentários lúcidos no artigo Moraes e PF não demonstraram que conversas e desejos formam um plano coerente e real de golpe (Estadão, 20/11). Verdadeiros . Realistas. Realismo que poucos assumem, por medo, receio. Como disse um senador, por mais repugnante que seja, pensar em matar não é crime. Crime é o que a esquerda consubstanciada pelo STF tem efetuado aos montes. Meus cumprimentos ao Estadão. Cumprindo seu papel, veiculando vozes e pensamentos.
Cesar Eduardo Jacob
São Paulo
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BOTA ÁGUA
Se o Botafogo não ganhar o Campeonato Brasileiro esse ano é melhor trocar de nome: Bota água.
Roberto Solano
Rio de Janeiro
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QUEM GOSTA DE PIPOCA?
Por que a pipoca estoura? Isso acontece quando se botafogo na vasilha onde está o grão de milho de pipoca. Quando se botafogo nela, é fornecido calor ao grão de milho de pipoca, que, além de possuir aproximadamente 15% de água em seu interior, possui uma casca dura e resistente. Pois bem, quando se botafogo na vasilha onde está o milho de pipoca a temperatura da água do grão é elevada, sofrendo ebulição e transformando-se em vapor. Esse vapor, gerado quando se botafogo, e o amido aquecido no interior do milho de pipoca, exercem uma pressão que rompe a casca, transformando o grão em pipoca. É importante frisar que tudo isso acontece quando se botafogo na vasilha que contém o milho de pipoca. Portanto, quando se botafogo, consequentemente, começa o pipocar. A propósito, o porco, um animal conhecido por devorar tudo o que vê em sua frente, adora pipoca. O galo, também.
Túllio Marco Soares Carvalho
Bauru