Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Eleição na Venezuela

‘Banho de voto’

“Quem perde eleições toma banho de voto”, afirmou Lula da Silva sobre a fala do presidente venezuelano de que haveria um “banho de sangue” na Venezuela se ele perder a eleição do próximo domingo. Finalmente o presidente Lula abre os olhos para enxergar o ditador Nicolás Maduro e suas reais intenções. Já não era sem tempo.

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Arnaldo Goltcher

São Paulo

*

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Assustado

Lula agora se diz assustado com falas de Maduro (Estadão, 23/7, A14). O susto de Lula com a recente declaração de Nicolás Maduro sobre uma possível consequência violenta e sanguinária após o resultado das eleições na Venezuela também me assusta. Não faz muito tempo que nosso presidente pôs a mão no fogo sustentando que o regime de Maduro era verdadeiramente democrático. Agora, assusta-se com as ameaças do pseudodemocrata? Qual a origem desse temor? Seria o cumprimento da ameaça de Maduro? Não creio. Seria a ameaça de ver-se manchado em sua imagem por apostar em tal má companhia? Nisso eu creio. E, por isso, também me assusto. Estamos sendo governados por gente que faz de todos “companheiro”, sem nem sequer perguntar-se pela índole de quem elegeu para permanecer ao lado.

Luís Fabiano dos S. Barbosa

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Bauru

*

Lula e o regime Maduro

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Com as recentes declarações, nosso presidente finge que ignorava que o regime em vigor na Venezuela não é democrático.

Luiz Antonio Ribeiro Pinto

Ribeirão Preto

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*

Contas públicas

A fila anda

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Se a previsão do governo federal para os gastos com a Previdência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para 2024 subiu para R$ 11,3 bilhões (Estadão, 23/7, B1) e o governo estima 1,3 milhão de pessoas na fila só do BPC, de quanto vai ser o déficit quando essa fila andar?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Penúria indígena

Relatório do Cimi

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), revelou dados mostrando o aumento do número de mortes de crianças indígenas de zero a 4 anos em 2023, no primeiro ano do governo Lula 3. Foram 1.040 óbitos nessa faixa etária, o maior número desde 2003. As mortes foram causadas por diarreia, pneumonia, gripe e desnutrição. Lula da Silva, no início de seu governo, fez um estardalhaço mostrando a situação precária e de penúria dos indígenas Yanomamis – aproveitando para chamar seu antecessor, Jair Bolsonaro, de genocida. Era, de fato, uma situação calamitosa e de irresponsabilidade, mas nada foi feito desde que Lula assumiu a Presidência – e até piorou. O petista, afinal, faz jus àquele velho e conhecido ditado português: “grande gabador e pouco fazedor”.

J. A. Muller

Avaré

*

Polarização

A direita democrática

Perfeita e oportuna a análise do sr. Sergio Fausto no Estadão de ontem (A necessária coragem política, 23/7, A4). Concordo que os conservadores no Brasil têm de buscar alternativas à direita raivosa e radical. Mas e o outro lado do espectro político? Alguém do campo da esquerda “criou-se” depois de confrontar o Iluminado de Garanhuns? Esta coisa de moer reputações ocorre há muito mais tempo da parte dos seguidores do Rei Sol brasileiro.

Rodrigo Carioni

Florianópolis (SC)

*

Judiciário

‘Mentalidade litigante’

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). A afirmação do ministro Alexandre de Moraes de que empresários “litigando” em demasia contribuem para a insegurança jurídica é mais um capítulo de sua catastrófica visão de mundo. O ministro parte de duas premissas estrábicas: a de que o direito de acesso ao Judiciário é letra morta na Constituição federal, que ele jurou defender; e a de que a lei processual – leia-se a regra do jogo – é permissiva e aberta quanto às oportunidades recursais. Mas é a observância estrita da Constituição, do Código de Processo Civil e dos regimentos dos tribunais superiores que deve ser tomada como sinônimo de segurança jurídica. Apontar o dedo para o nariz dos empresários, contudo, parece mais conveniente ao ministro.

Carlos E. Manfredini Hapner

Curitiba

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

SILÊNCIO DE LULA

Tornou-se famosa a frase dita pelo rei Juan Carlos I de Espanha ao então líder da Venezuela Hugo Chávez, em 2007: “¿Por qué no te callas?”. Agora, precisamos que alguém pergunte o contrário a Lula, em um momento difícil da economia brasileira – que precisa conter gastos –, pois ele finalmente se calou: ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Ora, justamente a poucos dias da abertura das Olimpíadas, sua amada Janja irá comparecer aos Jogos Olímpicos. Irá, com toda a sua segurança e assessores, na abertura e em alguns jogos por ela selecionados. Tudo pago por nós contribuintes. ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Será que ela ficará, juntamente com seus seguranças e assessores, na suíte presidencial e quartos de luxo de um hotel de 12 mil euros a diária? Será que irão receber ajudas financeiras em euros? Será que ela e sua tropa irão realizar suas refeições em restaurantes caros e badalados, como aprecia? Será que irá em um voo particular turístico ou regular na primeira classe? ¿Por qué Lula no habla?

Jose Rubens de Macedo Soares

São Paulo

*

‘QUAL É O LULA SINCERO?’

Na semana passada o presidente Lula afirmou que não há problema em ter déficit. Nesta semana, disse que fará bloqueio no Orçamento sempre que precisar. Qual dos dois Lulas é sincero?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

‘ESCULHAMBAÇÃO’

O governo do presidente Lula, vidrado na reforma tributária, no arcabouço fiscal ou em qualquer outro adjetivo que queira impor, já deixou evidente que não existe nenhum cacoete para implantar mais esta missão fracassada. O esforçado ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se dedicado ao máximo, mas, com o pouco caso do chefe atrapalhado e gastão, o sucesso se torna impossível. Lá atrás, Lula singelamente já dizia que não acreditava no déficit fiscal zero, desmoralizando seu próprio ministro. Ora, em três meses declarou que o déficit primário – receita e despesa do governo – que era de R$ 14,5 bilhões, agora está na casa de R$ 28,8 bilhões, por enquanto. E não parou por aí, explicou que o congelamento de outros R$ 15 bilhões foi devido à desoneração da folha dos municípios que impactaram as contas públicas. Na verdade, o demiurgo deveste um santo para vestir o outro, e o povo é que leva a breca. Afinal, não deixa de ser uma esculhambação total, como disse aquela senhorinha de Taubaté.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

JUDICIÁRIO

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). Lendo a matéria referenciada de Pepita Ortega e Matheus de Souza, realmente concordo com o ministro Alexandre de Moraes. Mas a pergunta é o que está sendo feito para evitar a litigância? Conceder penduricalhos que, a cada três dias trabalhados, tem bonificação de um dia que pode ser gozado ou remunerado (aliás, concedido por excesso de trabalho, acredite quem quiser)? Quando se fala que as empresas privadas são as que mais se utilizam, discordo. As estatais e de economia mista são as maiores. Vejam, tem processos relativos ao depósito compulsório da Eletrobras tramitando há mais de 20 anos e sem uma perspectiva de quando terá seu final. Com relação às perdas nos planos econômicos que estão há três décadas aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ninguém sabe quando será julgado definitivamente. É um tal de pedir vistas e é esquecido. Enquanto isso ficam julgando estas pautas sobre racismo, cotas, gênero e outras bobagens. Sem falar na morosidade. E o custo do Judiciário é a ineficiência e o descrédito.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

CORTE DE GASTOS

Lira recomenda a Haddad mudar a pauta e encarar controle de gastos do próprio governo; leia bastidor (Estadão, 23/7, B2). Enfim alguém teve coragem de sugerir onde se deve cortar para garantir o ajuste fiscal. Lira defende cortar em saúde, educação e previdência.

Marcelo Kawatoko

São Paulo

*

PRIVATIZAÇÃO DA SABESP

São Paulo dá um grande passo quando, com sucesso, encerrou nesta segunda-feira, 22/7, a privatização da maior empresa de saneamento básico da América Latina, a Sabesp. E, ao transferir esta empresa ao setor privado, como para Equatorial, arrecada quase R$ 15 bilhões aos cofres do Estado. Com demanda pelas ações da empresa, que atingiram R$ 187 bilhões. Estes R$ 15 bi arrecadados por São Paulo é o mesmo valor que este gastador improdutivo governo Lula, desesperado, está procurando nas gavetas do Planalto para tentar fechar as contas deste ano. Lógico, sem o prometido déficit zero. Na realidade, o presidente paga o preço de suas ideias retrogradas, que impede o desenvolvimento da Nação. Não por outra razão que o PT, autorizado por Lula, entrou com ação no Supremo para que esta privatização da Sabesp fosse suspensa, e que prontamente foi negada pelo presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso. Ora, esperar o que deste governo que despreza o equilíbrio fiscal, que critica e não se conforma com autonomia do Banco Central, interfere danosamente na Petrobrás, e tenta até revogar estatais já privatizadas? Enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com as contas em dia, faz grandes investimentos em infraestrutura, e muito mais fará com esses R$ 15 bi que arrecadou com a privatização da Sabesp.

Paulo Panossian

São Carlos

*

PALPITE

O título já diz claramente: apenas um palpite. Vou dar o meu palpite sobre o substituto do presidente Joe Biden, que desistiu da reeleição à presidência dos Estados Unidos. Eu tenho 88 anos, portanto, sei o que é ser um octogenário. Ele tomou uma atitude consciente para não lamentar no futuro. Fez muito bem, embora contrariando a voz de muitos americanos. Quanto ao substituto/a da vaga, se eu conheço razoavelmente o povo norte-americano, por meio do trabalho em empresas americanas e contato com eles em seu país, algumas vezes em razão do serviço, acredito que os republicanos não deixarão que os democratas continuem comandando o destino do seu país. É o meu sentimento, conhecendo um pouco sobre esse povo, cujo patriotismo é de admirar.

Toshio Icizuca

Piracicaba

*

QUESTÃO DE LÓGICA

Uma questão de lógica (ou falta dela): por que os influentes segmentos da sociedade americana que pressionaram Joe Biden a desistir de sua candidatura à reeleição, baseados na sua evidente descoordenação exibida em encontros internacionais, e nas suas deficiências cognitivas demonstradas no debate com Donald Trump – cujo sufrágio representaria uma ameaça à democracia, conforme argumentado pelos mesmos setores que estimularam a saída de cena do presidente – não aproveitam a ocasião para se mobilizar com empenho semelhante visando à sua renúncia, uma vez que a permanência no cargo até novembro pode representar um perigo global, talvez maior, na medida em que, com a conjuntura mundial cada vez mais complexa, aliada a todas as fragilidades explicitadas, ainda estará ele, até lá, mesmo com as restrições que podem ser impostas pelo seu Congresso, no controle de um arsenal capaz de provocar o Armagedom em poucos dias?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

SAÚDE DE BIDEN

Biden desistiu da candidatura, mas continua presidente até fevereiro do ano que vem. Assim, a nação precisa aprender a lidar com ele do jeito certo. Para conversar com idosos com os problemas semelhantes aos de Biden, é sempre recomendado utilizar palavras simples e sentenças curtas. Por exemplo: a inflação preocupa. O déficit orçamentário está fora de controle. Os serviços de saúde podem quebrar. A imigração ilegal é rejeitada pelos americanos. O crime e a violência estão nas alturas. Conflitos internacionais podem acabar numa guerra mundial. Só que não se deve falar com pessoas neste estado de modo agressivo. É preciso usar um tom calmo e gentil. E, na dúvida, perguntar em vez de afirmar algo que possa irritá-lo. Qual a sua opinião sobre a inflação? O que fazer para reduzir o déficit? Como vai a saúde? Com Kamala em campanha, quem cuida da fronteira? Como acabar com a violência? Zelensky tem ligado ultimamente? Se ele fizer algo errado, ou cometer uma gafe, é preciso entender que não está fazendo coisa alguma para provocar. Alterações da personalidade e do comportamento, bem como agitação e agressividade, são absolutamente naturais e fazem parte da evolução do quadro. Quem confundiu Zelensky com Putin e Kamala com Trump, pode muito bem trocar Moscou por Washington ao definir o alvo de uma bomba atômica. Como ninguém quer isso, todo cuidado será pouco neste meio ano que ainda falta.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

KAMALA HARRIS

Uma mulher de verdade contra um homem de mentira. A candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos muda tudo na campanha dos democratas e republicanos. Trump e suas mentiras grotescas serão confrontadas por uma mulher inteligente, culta e valente, que representa o sonho americano. Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ambos professores de universidades americanas, e com uma brilhante carreira como advogada, que chefiou a Justiça e foi senadora pela Califórnia, Kamala representa tudo o que o ressentido Donald Trump não é. Será uma disputa entre os Estados Unidos culto e civilizado contra o lado ignorante, racista e fascista da América profunda.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

PRIMEIRA PRESIDENTE NOS EUA

As eleições americanas continuam com uma impressionante capacidade evolutiva, rumo a apontar a atual vice-presidente, Kamala Harris, ao cargo de presidente da maior democracia do planeta. Se sua campanha for vitoriosa, os EUA terão a primeira mulher a ocupar o principal cargo da nação.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

IDEIAS A FAVOR

Diante da acertada e mais que bem-vinda decisão do presidente Joe Biden de desistir da campanha à reeleição dos EUA, em novembro, por sua evidente e indisfarçável fragilidade física e mental aos 81 anos, cabe, por oportuno, reproduzir um parágrafo do excelente artigo O que os democratas precisam fazer (Estadão, 22/7, A11), de David Brooks, colunista do prestigiado The New York Times, que explica em poucas palavras o DNA dos americanos e de como foi empreendida a colonização do país, a maior potência econômica, militar, científica e cultural do planeta: ”Muitos observadores estrangeiros viam, e nós, americanos, nos víamos, como a nação dinâmica por excelência. Não tínhamos um passado comum, mas sonhávamos com um futuro comum. Nosso senso de lar não estava enraizado no nacionalismo de sangue e solo; nosso lar era algo que estávamos construindo juntos. Durante a maior parte de nossa história, não éramos conhecidos por nossa profundidade ou cultura, mas por viver a todo vapor”. Com efeito, suas palavras não somente traçam uma boa e acertada visão de como os EUA foram idealizados, como também serve de parâmetro comparativo com a colonização do Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

NICOLÁS MADURO

Para que não haja guerra civil, banho de sangue na Venezuela e desapareça tanta opressão, não é tão difícil. Basta defenestrar o maldito Nicolás Maduro do poder. O ideal é pelo voto, mas se isso se tornar impossível, que se use outros métodos disponíveis.

Sérgio Barbosa

Batatais

*

DECLARAÇÃO DE LULA

O presidente Lula disse: ”Se Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”. Fica a pergunta: Lula acredita em saci-pererê e mula sem cabeça? Maduro é um ditador que surfa na onda da democracia, e Lula acredita. Inacreditável.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

ELEIÇÕES EXTERNAS

Sobre as eleições na Venezuela, Lula declarou: “Eles que elejam o presidente que quiserem”. E sobre as eleições nos Estados Unidos, ele disse: “Espero que a disputa se dê da forma mais civilizada possível, espero que não tenha baixo nível, espero que não tenha nada que possa colocar o símbolo da democracia em risco”. Quer dizer, a uma ditadura ele lava as mãos e diz para eles (o povo) escolherem quem quiserem. E a uma democracia, diga-se de passagem, não uma democracia qualquer, mas a dos Estados Unidos, ele pede civilidade e que não tenha baixo nível. Ou o sr. Lula da Silva anda bebendo algo que a gente não saiba ou ele está mostrando, a cada dia, e a cada vez que abre a boca, que não tem condições de estar onde está. No programa humorístico Planeta dos Homens tinha um bordão assim: “Vai pra casa, Padilha”. Pois é, “Vai pra casa, Lula”.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

São Paulo

Eleição na Venezuela

‘Banho de voto’

“Quem perde eleições toma banho de voto”, afirmou Lula da Silva sobre a fala do presidente venezuelano de que haveria um “banho de sangue” na Venezuela se ele perder a eleição do próximo domingo. Finalmente o presidente Lula abre os olhos para enxergar o ditador Nicolás Maduro e suas reais intenções. Já não era sem tempo.

Arnaldo Goltcher

São Paulo

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Assustado

Lula agora se diz assustado com falas de Maduro (Estadão, 23/7, A14). O susto de Lula com a recente declaração de Nicolás Maduro sobre uma possível consequência violenta e sanguinária após o resultado das eleições na Venezuela também me assusta. Não faz muito tempo que nosso presidente pôs a mão no fogo sustentando que o regime de Maduro era verdadeiramente democrático. Agora, assusta-se com as ameaças do pseudodemocrata? Qual a origem desse temor? Seria o cumprimento da ameaça de Maduro? Não creio. Seria a ameaça de ver-se manchado em sua imagem por apostar em tal má companhia? Nisso eu creio. E, por isso, também me assusto. Estamos sendo governados por gente que faz de todos “companheiro”, sem nem sequer perguntar-se pela índole de quem elegeu para permanecer ao lado.

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

*

Lula e o regime Maduro

Com as recentes declarações, nosso presidente finge que ignorava que o regime em vigor na Venezuela não é democrático.

Luiz Antonio Ribeiro Pinto

Ribeirão Preto

*

Contas públicas

A fila anda

Se a previsão do governo federal para os gastos com a Previdência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para 2024 subiu para R$ 11,3 bilhões (Estadão, 23/7, B1) e o governo estima 1,3 milhão de pessoas na fila só do BPC, de quanto vai ser o déficit quando essa fila andar?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Penúria indígena

Relatório do Cimi

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), revelou dados mostrando o aumento do número de mortes de crianças indígenas de zero a 4 anos em 2023, no primeiro ano do governo Lula 3. Foram 1.040 óbitos nessa faixa etária, o maior número desde 2003. As mortes foram causadas por diarreia, pneumonia, gripe e desnutrição. Lula da Silva, no início de seu governo, fez um estardalhaço mostrando a situação precária e de penúria dos indígenas Yanomamis – aproveitando para chamar seu antecessor, Jair Bolsonaro, de genocida. Era, de fato, uma situação calamitosa e de irresponsabilidade, mas nada foi feito desde que Lula assumiu a Presidência – e até piorou. O petista, afinal, faz jus àquele velho e conhecido ditado português: “grande gabador e pouco fazedor”.

J. A. Muller

Avaré

*

Polarização

A direita democrática

Perfeita e oportuna a análise do sr. Sergio Fausto no Estadão de ontem (A necessária coragem política, 23/7, A4). Concordo que os conservadores no Brasil têm de buscar alternativas à direita raivosa e radical. Mas e o outro lado do espectro político? Alguém do campo da esquerda “criou-se” depois de confrontar o Iluminado de Garanhuns? Esta coisa de moer reputações ocorre há muito mais tempo da parte dos seguidores do Rei Sol brasileiro.

Rodrigo Carioni

Florianópolis (SC)

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Judiciário

‘Mentalidade litigante’

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). A afirmação do ministro Alexandre de Moraes de que empresários “litigando” em demasia contribuem para a insegurança jurídica é mais um capítulo de sua catastrófica visão de mundo. O ministro parte de duas premissas estrábicas: a de que o direito de acesso ao Judiciário é letra morta na Constituição federal, que ele jurou defender; e a de que a lei processual – leia-se a regra do jogo – é permissiva e aberta quanto às oportunidades recursais. Mas é a observância estrita da Constituição, do Código de Processo Civil e dos regimentos dos tribunais superiores que deve ser tomada como sinônimo de segurança jurídica. Apontar o dedo para o nariz dos empresários, contudo, parece mais conveniente ao ministro.

Carlos E. Manfredini Hapner

Curitiba

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

SILÊNCIO DE LULA

Tornou-se famosa a frase dita pelo rei Juan Carlos I de Espanha ao então líder da Venezuela Hugo Chávez, em 2007: “¿Por qué no te callas?”. Agora, precisamos que alguém pergunte o contrário a Lula, em um momento difícil da economia brasileira – que precisa conter gastos –, pois ele finalmente se calou: ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Ora, justamente a poucos dias da abertura das Olimpíadas, sua amada Janja irá comparecer aos Jogos Olímpicos. Irá, com toda a sua segurança e assessores, na abertura e em alguns jogos por ela selecionados. Tudo pago por nós contribuintes. ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Será que ela ficará, juntamente com seus seguranças e assessores, na suíte presidencial e quartos de luxo de um hotel de 12 mil euros a diária? Será que irão receber ajudas financeiras em euros? Será que ela e sua tropa irão realizar suas refeições em restaurantes caros e badalados, como aprecia? Será que irá em um voo particular turístico ou regular na primeira classe? ¿Por qué Lula no habla?

Jose Rubens de Macedo Soares

São Paulo

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‘QUAL É O LULA SINCERO?’

Na semana passada o presidente Lula afirmou que não há problema em ter déficit. Nesta semana, disse que fará bloqueio no Orçamento sempre que precisar. Qual dos dois Lulas é sincero?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

‘ESCULHAMBAÇÃO’

O governo do presidente Lula, vidrado na reforma tributária, no arcabouço fiscal ou em qualquer outro adjetivo que queira impor, já deixou evidente que não existe nenhum cacoete para implantar mais esta missão fracassada. O esforçado ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se dedicado ao máximo, mas, com o pouco caso do chefe atrapalhado e gastão, o sucesso se torna impossível. Lá atrás, Lula singelamente já dizia que não acreditava no déficit fiscal zero, desmoralizando seu próprio ministro. Ora, em três meses declarou que o déficit primário – receita e despesa do governo – que era de R$ 14,5 bilhões, agora está na casa de R$ 28,8 bilhões, por enquanto. E não parou por aí, explicou que o congelamento de outros R$ 15 bilhões foi devido à desoneração da folha dos municípios que impactaram as contas públicas. Na verdade, o demiurgo deveste um santo para vestir o outro, e o povo é que leva a breca. Afinal, não deixa de ser uma esculhambação total, como disse aquela senhorinha de Taubaté.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

JUDICIÁRIO

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). Lendo a matéria referenciada de Pepita Ortega e Matheus de Souza, realmente concordo com o ministro Alexandre de Moraes. Mas a pergunta é o que está sendo feito para evitar a litigância? Conceder penduricalhos que, a cada três dias trabalhados, tem bonificação de um dia que pode ser gozado ou remunerado (aliás, concedido por excesso de trabalho, acredite quem quiser)? Quando se fala que as empresas privadas são as que mais se utilizam, discordo. As estatais e de economia mista são as maiores. Vejam, tem processos relativos ao depósito compulsório da Eletrobras tramitando há mais de 20 anos e sem uma perspectiva de quando terá seu final. Com relação às perdas nos planos econômicos que estão há três décadas aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ninguém sabe quando será julgado definitivamente. É um tal de pedir vistas e é esquecido. Enquanto isso ficam julgando estas pautas sobre racismo, cotas, gênero e outras bobagens. Sem falar na morosidade. E o custo do Judiciário é a ineficiência e o descrédito.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

CORTE DE GASTOS

Lira recomenda a Haddad mudar a pauta e encarar controle de gastos do próprio governo; leia bastidor (Estadão, 23/7, B2). Enfim alguém teve coragem de sugerir onde se deve cortar para garantir o ajuste fiscal. Lira defende cortar em saúde, educação e previdência.

Marcelo Kawatoko

São Paulo

*

PRIVATIZAÇÃO DA SABESP

São Paulo dá um grande passo quando, com sucesso, encerrou nesta segunda-feira, 22/7, a privatização da maior empresa de saneamento básico da América Latina, a Sabesp. E, ao transferir esta empresa ao setor privado, como para Equatorial, arrecada quase R$ 15 bilhões aos cofres do Estado. Com demanda pelas ações da empresa, que atingiram R$ 187 bilhões. Estes R$ 15 bi arrecadados por São Paulo é o mesmo valor que este gastador improdutivo governo Lula, desesperado, está procurando nas gavetas do Planalto para tentar fechar as contas deste ano. Lógico, sem o prometido déficit zero. Na realidade, o presidente paga o preço de suas ideias retrogradas, que impede o desenvolvimento da Nação. Não por outra razão que o PT, autorizado por Lula, entrou com ação no Supremo para que esta privatização da Sabesp fosse suspensa, e que prontamente foi negada pelo presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso. Ora, esperar o que deste governo que despreza o equilíbrio fiscal, que critica e não se conforma com autonomia do Banco Central, interfere danosamente na Petrobrás, e tenta até revogar estatais já privatizadas? Enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com as contas em dia, faz grandes investimentos em infraestrutura, e muito mais fará com esses R$ 15 bi que arrecadou com a privatização da Sabesp.

Paulo Panossian

São Carlos

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PALPITE

O título já diz claramente: apenas um palpite. Vou dar o meu palpite sobre o substituto do presidente Joe Biden, que desistiu da reeleição à presidência dos Estados Unidos. Eu tenho 88 anos, portanto, sei o que é ser um octogenário. Ele tomou uma atitude consciente para não lamentar no futuro. Fez muito bem, embora contrariando a voz de muitos americanos. Quanto ao substituto/a da vaga, se eu conheço razoavelmente o povo norte-americano, por meio do trabalho em empresas americanas e contato com eles em seu país, algumas vezes em razão do serviço, acredito que os republicanos não deixarão que os democratas continuem comandando o destino do seu país. É o meu sentimento, conhecendo um pouco sobre esse povo, cujo patriotismo é de admirar.

Toshio Icizuca

Piracicaba

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QUESTÃO DE LÓGICA

Uma questão de lógica (ou falta dela): por que os influentes segmentos da sociedade americana que pressionaram Joe Biden a desistir de sua candidatura à reeleição, baseados na sua evidente descoordenação exibida em encontros internacionais, e nas suas deficiências cognitivas demonstradas no debate com Donald Trump – cujo sufrágio representaria uma ameaça à democracia, conforme argumentado pelos mesmos setores que estimularam a saída de cena do presidente – não aproveitam a ocasião para se mobilizar com empenho semelhante visando à sua renúncia, uma vez que a permanência no cargo até novembro pode representar um perigo global, talvez maior, na medida em que, com a conjuntura mundial cada vez mais complexa, aliada a todas as fragilidades explicitadas, ainda estará ele, até lá, mesmo com as restrições que podem ser impostas pelo seu Congresso, no controle de um arsenal capaz de provocar o Armagedom em poucos dias?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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SAÚDE DE BIDEN

Biden desistiu da candidatura, mas continua presidente até fevereiro do ano que vem. Assim, a nação precisa aprender a lidar com ele do jeito certo. Para conversar com idosos com os problemas semelhantes aos de Biden, é sempre recomendado utilizar palavras simples e sentenças curtas. Por exemplo: a inflação preocupa. O déficit orçamentário está fora de controle. Os serviços de saúde podem quebrar. A imigração ilegal é rejeitada pelos americanos. O crime e a violência estão nas alturas. Conflitos internacionais podem acabar numa guerra mundial. Só que não se deve falar com pessoas neste estado de modo agressivo. É preciso usar um tom calmo e gentil. E, na dúvida, perguntar em vez de afirmar algo que possa irritá-lo. Qual a sua opinião sobre a inflação? O que fazer para reduzir o déficit? Como vai a saúde? Com Kamala em campanha, quem cuida da fronteira? Como acabar com a violência? Zelensky tem ligado ultimamente? Se ele fizer algo errado, ou cometer uma gafe, é preciso entender que não está fazendo coisa alguma para provocar. Alterações da personalidade e do comportamento, bem como agitação e agressividade, são absolutamente naturais e fazem parte da evolução do quadro. Quem confundiu Zelensky com Putin e Kamala com Trump, pode muito bem trocar Moscou por Washington ao definir o alvo de uma bomba atômica. Como ninguém quer isso, todo cuidado será pouco neste meio ano que ainda falta.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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KAMALA HARRIS

Uma mulher de verdade contra um homem de mentira. A candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos muda tudo na campanha dos democratas e republicanos. Trump e suas mentiras grotescas serão confrontadas por uma mulher inteligente, culta e valente, que representa o sonho americano. Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ambos professores de universidades americanas, e com uma brilhante carreira como advogada, que chefiou a Justiça e foi senadora pela Califórnia, Kamala representa tudo o que o ressentido Donald Trump não é. Será uma disputa entre os Estados Unidos culto e civilizado contra o lado ignorante, racista e fascista da América profunda.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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PRIMEIRA PRESIDENTE NOS EUA

As eleições americanas continuam com uma impressionante capacidade evolutiva, rumo a apontar a atual vice-presidente, Kamala Harris, ao cargo de presidente da maior democracia do planeta. Se sua campanha for vitoriosa, os EUA terão a primeira mulher a ocupar o principal cargo da nação.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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IDEIAS A FAVOR

Diante da acertada e mais que bem-vinda decisão do presidente Joe Biden de desistir da campanha à reeleição dos EUA, em novembro, por sua evidente e indisfarçável fragilidade física e mental aos 81 anos, cabe, por oportuno, reproduzir um parágrafo do excelente artigo O que os democratas precisam fazer (Estadão, 22/7, A11), de David Brooks, colunista do prestigiado The New York Times, que explica em poucas palavras o DNA dos americanos e de como foi empreendida a colonização do país, a maior potência econômica, militar, científica e cultural do planeta: ”Muitos observadores estrangeiros viam, e nós, americanos, nos víamos, como a nação dinâmica por excelência. Não tínhamos um passado comum, mas sonhávamos com um futuro comum. Nosso senso de lar não estava enraizado no nacionalismo de sangue e solo; nosso lar era algo que estávamos construindo juntos. Durante a maior parte de nossa história, não éramos conhecidos por nossa profundidade ou cultura, mas por viver a todo vapor”. Com efeito, suas palavras não somente traçam uma boa e acertada visão de como os EUA foram idealizados, como também serve de parâmetro comparativo com a colonização do Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

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NICOLÁS MADURO

Para que não haja guerra civil, banho de sangue na Venezuela e desapareça tanta opressão, não é tão difícil. Basta defenestrar o maldito Nicolás Maduro do poder. O ideal é pelo voto, mas se isso se tornar impossível, que se use outros métodos disponíveis.

Sérgio Barbosa

Batatais

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DECLARAÇÃO DE LULA

O presidente Lula disse: ”Se Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”. Fica a pergunta: Lula acredita em saci-pererê e mula sem cabeça? Maduro é um ditador que surfa na onda da democracia, e Lula acredita. Inacreditável.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

ELEIÇÕES EXTERNAS

Sobre as eleições na Venezuela, Lula declarou: “Eles que elejam o presidente que quiserem”. E sobre as eleições nos Estados Unidos, ele disse: “Espero que a disputa se dê da forma mais civilizada possível, espero que não tenha baixo nível, espero que não tenha nada que possa colocar o símbolo da democracia em risco”. Quer dizer, a uma ditadura ele lava as mãos e diz para eles (o povo) escolherem quem quiserem. E a uma democracia, diga-se de passagem, não uma democracia qualquer, mas a dos Estados Unidos, ele pede civilidade e que não tenha baixo nível. Ou o sr. Lula da Silva anda bebendo algo que a gente não saiba ou ele está mostrando, a cada dia, e a cada vez que abre a boca, que não tem condições de estar onde está. No programa humorístico Planeta dos Homens tinha um bordão assim: “Vai pra casa, Padilha”. Pois é, “Vai pra casa, Lula”.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

São Paulo

Eleição na Venezuela

‘Banho de voto’

“Quem perde eleições toma banho de voto”, afirmou Lula da Silva sobre a fala do presidente venezuelano de que haveria um “banho de sangue” na Venezuela se ele perder a eleição do próximo domingo. Finalmente o presidente Lula abre os olhos para enxergar o ditador Nicolás Maduro e suas reais intenções. Já não era sem tempo.

Arnaldo Goltcher

São Paulo

*

Assustado

Lula agora se diz assustado com falas de Maduro (Estadão, 23/7, A14). O susto de Lula com a recente declaração de Nicolás Maduro sobre uma possível consequência violenta e sanguinária após o resultado das eleições na Venezuela também me assusta. Não faz muito tempo que nosso presidente pôs a mão no fogo sustentando que o regime de Maduro era verdadeiramente democrático. Agora, assusta-se com as ameaças do pseudodemocrata? Qual a origem desse temor? Seria o cumprimento da ameaça de Maduro? Não creio. Seria a ameaça de ver-se manchado em sua imagem por apostar em tal má companhia? Nisso eu creio. E, por isso, também me assusto. Estamos sendo governados por gente que faz de todos “companheiro”, sem nem sequer perguntar-se pela índole de quem elegeu para permanecer ao lado.

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

*

Lula e o regime Maduro

Com as recentes declarações, nosso presidente finge que ignorava que o regime em vigor na Venezuela não é democrático.

Luiz Antonio Ribeiro Pinto

Ribeirão Preto

*

Contas públicas

A fila anda

Se a previsão do governo federal para os gastos com a Previdência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para 2024 subiu para R$ 11,3 bilhões (Estadão, 23/7, B1) e o governo estima 1,3 milhão de pessoas na fila só do BPC, de quanto vai ser o déficit quando essa fila andar?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Penúria indígena

Relatório do Cimi

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), revelou dados mostrando o aumento do número de mortes de crianças indígenas de zero a 4 anos em 2023, no primeiro ano do governo Lula 3. Foram 1.040 óbitos nessa faixa etária, o maior número desde 2003. As mortes foram causadas por diarreia, pneumonia, gripe e desnutrição. Lula da Silva, no início de seu governo, fez um estardalhaço mostrando a situação precária e de penúria dos indígenas Yanomamis – aproveitando para chamar seu antecessor, Jair Bolsonaro, de genocida. Era, de fato, uma situação calamitosa e de irresponsabilidade, mas nada foi feito desde que Lula assumiu a Presidência – e até piorou. O petista, afinal, faz jus àquele velho e conhecido ditado português: “grande gabador e pouco fazedor”.

J. A. Muller

Avaré

*

Polarização

A direita democrática

Perfeita e oportuna a análise do sr. Sergio Fausto no Estadão de ontem (A necessária coragem política, 23/7, A4). Concordo que os conservadores no Brasil têm de buscar alternativas à direita raivosa e radical. Mas e o outro lado do espectro político? Alguém do campo da esquerda “criou-se” depois de confrontar o Iluminado de Garanhuns? Esta coisa de moer reputações ocorre há muito mais tempo da parte dos seguidores do Rei Sol brasileiro.

Rodrigo Carioni

Florianópolis (SC)

*

Judiciário

‘Mentalidade litigante’

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). A afirmação do ministro Alexandre de Moraes de que empresários “litigando” em demasia contribuem para a insegurança jurídica é mais um capítulo de sua catastrófica visão de mundo. O ministro parte de duas premissas estrábicas: a de que o direito de acesso ao Judiciário é letra morta na Constituição federal, que ele jurou defender; e a de que a lei processual – leia-se a regra do jogo – é permissiva e aberta quanto às oportunidades recursais. Mas é a observância estrita da Constituição, do Código de Processo Civil e dos regimentos dos tribunais superiores que deve ser tomada como sinônimo de segurança jurídica. Apontar o dedo para o nariz dos empresários, contudo, parece mais conveniente ao ministro.

Carlos E. Manfredini Hapner

Curitiba

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

SILÊNCIO DE LULA

Tornou-se famosa a frase dita pelo rei Juan Carlos I de Espanha ao então líder da Venezuela Hugo Chávez, em 2007: “¿Por qué no te callas?”. Agora, precisamos que alguém pergunte o contrário a Lula, em um momento difícil da economia brasileira – que precisa conter gastos –, pois ele finalmente se calou: ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Ora, justamente a poucos dias da abertura das Olimpíadas, sua amada Janja irá comparecer aos Jogos Olímpicos. Irá, com toda a sua segurança e assessores, na abertura e em alguns jogos por ela selecionados. Tudo pago por nós contribuintes. ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Será que ela ficará, juntamente com seus seguranças e assessores, na suíte presidencial e quartos de luxo de um hotel de 12 mil euros a diária? Será que irão receber ajudas financeiras em euros? Será que ela e sua tropa irão realizar suas refeições em restaurantes caros e badalados, como aprecia? Será que irá em um voo particular turístico ou regular na primeira classe? ¿Por qué Lula no habla?

Jose Rubens de Macedo Soares

São Paulo

*

‘QUAL É O LULA SINCERO?’

Na semana passada o presidente Lula afirmou que não há problema em ter déficit. Nesta semana, disse que fará bloqueio no Orçamento sempre que precisar. Qual dos dois Lulas é sincero?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

‘ESCULHAMBAÇÃO’

O governo do presidente Lula, vidrado na reforma tributária, no arcabouço fiscal ou em qualquer outro adjetivo que queira impor, já deixou evidente que não existe nenhum cacoete para implantar mais esta missão fracassada. O esforçado ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se dedicado ao máximo, mas, com o pouco caso do chefe atrapalhado e gastão, o sucesso se torna impossível. Lá atrás, Lula singelamente já dizia que não acreditava no déficit fiscal zero, desmoralizando seu próprio ministro. Ora, em três meses declarou que o déficit primário – receita e despesa do governo – que era de R$ 14,5 bilhões, agora está na casa de R$ 28,8 bilhões, por enquanto. E não parou por aí, explicou que o congelamento de outros R$ 15 bilhões foi devido à desoneração da folha dos municípios que impactaram as contas públicas. Na verdade, o demiurgo deveste um santo para vestir o outro, e o povo é que leva a breca. Afinal, não deixa de ser uma esculhambação total, como disse aquela senhorinha de Taubaté.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

JUDICIÁRIO

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). Lendo a matéria referenciada de Pepita Ortega e Matheus de Souza, realmente concordo com o ministro Alexandre de Moraes. Mas a pergunta é o que está sendo feito para evitar a litigância? Conceder penduricalhos que, a cada três dias trabalhados, tem bonificação de um dia que pode ser gozado ou remunerado (aliás, concedido por excesso de trabalho, acredite quem quiser)? Quando se fala que as empresas privadas são as que mais se utilizam, discordo. As estatais e de economia mista são as maiores. Vejam, tem processos relativos ao depósito compulsório da Eletrobras tramitando há mais de 20 anos e sem uma perspectiva de quando terá seu final. Com relação às perdas nos planos econômicos que estão há três décadas aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ninguém sabe quando será julgado definitivamente. É um tal de pedir vistas e é esquecido. Enquanto isso ficam julgando estas pautas sobre racismo, cotas, gênero e outras bobagens. Sem falar na morosidade. E o custo do Judiciário é a ineficiência e o descrédito.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

CORTE DE GASTOS

Lira recomenda a Haddad mudar a pauta e encarar controle de gastos do próprio governo; leia bastidor (Estadão, 23/7, B2). Enfim alguém teve coragem de sugerir onde se deve cortar para garantir o ajuste fiscal. Lira defende cortar em saúde, educação e previdência.

Marcelo Kawatoko

São Paulo

*

PRIVATIZAÇÃO DA SABESP

São Paulo dá um grande passo quando, com sucesso, encerrou nesta segunda-feira, 22/7, a privatização da maior empresa de saneamento básico da América Latina, a Sabesp. E, ao transferir esta empresa ao setor privado, como para Equatorial, arrecada quase R$ 15 bilhões aos cofres do Estado. Com demanda pelas ações da empresa, que atingiram R$ 187 bilhões. Estes R$ 15 bi arrecadados por São Paulo é o mesmo valor que este gastador improdutivo governo Lula, desesperado, está procurando nas gavetas do Planalto para tentar fechar as contas deste ano. Lógico, sem o prometido déficit zero. Na realidade, o presidente paga o preço de suas ideias retrogradas, que impede o desenvolvimento da Nação. Não por outra razão que o PT, autorizado por Lula, entrou com ação no Supremo para que esta privatização da Sabesp fosse suspensa, e que prontamente foi negada pelo presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso. Ora, esperar o que deste governo que despreza o equilíbrio fiscal, que critica e não se conforma com autonomia do Banco Central, interfere danosamente na Petrobrás, e tenta até revogar estatais já privatizadas? Enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com as contas em dia, faz grandes investimentos em infraestrutura, e muito mais fará com esses R$ 15 bi que arrecadou com a privatização da Sabesp.

Paulo Panossian

São Carlos

*

PALPITE

O título já diz claramente: apenas um palpite. Vou dar o meu palpite sobre o substituto do presidente Joe Biden, que desistiu da reeleição à presidência dos Estados Unidos. Eu tenho 88 anos, portanto, sei o que é ser um octogenário. Ele tomou uma atitude consciente para não lamentar no futuro. Fez muito bem, embora contrariando a voz de muitos americanos. Quanto ao substituto/a da vaga, se eu conheço razoavelmente o povo norte-americano, por meio do trabalho em empresas americanas e contato com eles em seu país, algumas vezes em razão do serviço, acredito que os republicanos não deixarão que os democratas continuem comandando o destino do seu país. É o meu sentimento, conhecendo um pouco sobre esse povo, cujo patriotismo é de admirar.

Toshio Icizuca

Piracicaba

*

QUESTÃO DE LÓGICA

Uma questão de lógica (ou falta dela): por que os influentes segmentos da sociedade americana que pressionaram Joe Biden a desistir de sua candidatura à reeleição, baseados na sua evidente descoordenação exibida em encontros internacionais, e nas suas deficiências cognitivas demonstradas no debate com Donald Trump – cujo sufrágio representaria uma ameaça à democracia, conforme argumentado pelos mesmos setores que estimularam a saída de cena do presidente – não aproveitam a ocasião para se mobilizar com empenho semelhante visando à sua renúncia, uma vez que a permanência no cargo até novembro pode representar um perigo global, talvez maior, na medida em que, com a conjuntura mundial cada vez mais complexa, aliada a todas as fragilidades explicitadas, ainda estará ele, até lá, mesmo com as restrições que podem ser impostas pelo seu Congresso, no controle de um arsenal capaz de provocar o Armagedom em poucos dias?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

SAÚDE DE BIDEN

Biden desistiu da candidatura, mas continua presidente até fevereiro do ano que vem. Assim, a nação precisa aprender a lidar com ele do jeito certo. Para conversar com idosos com os problemas semelhantes aos de Biden, é sempre recomendado utilizar palavras simples e sentenças curtas. Por exemplo: a inflação preocupa. O déficit orçamentário está fora de controle. Os serviços de saúde podem quebrar. A imigração ilegal é rejeitada pelos americanos. O crime e a violência estão nas alturas. Conflitos internacionais podem acabar numa guerra mundial. Só que não se deve falar com pessoas neste estado de modo agressivo. É preciso usar um tom calmo e gentil. E, na dúvida, perguntar em vez de afirmar algo que possa irritá-lo. Qual a sua opinião sobre a inflação? O que fazer para reduzir o déficit? Como vai a saúde? Com Kamala em campanha, quem cuida da fronteira? Como acabar com a violência? Zelensky tem ligado ultimamente? Se ele fizer algo errado, ou cometer uma gafe, é preciso entender que não está fazendo coisa alguma para provocar. Alterações da personalidade e do comportamento, bem como agitação e agressividade, são absolutamente naturais e fazem parte da evolução do quadro. Quem confundiu Zelensky com Putin e Kamala com Trump, pode muito bem trocar Moscou por Washington ao definir o alvo de uma bomba atômica. Como ninguém quer isso, todo cuidado será pouco neste meio ano que ainda falta.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

*

KAMALA HARRIS

Uma mulher de verdade contra um homem de mentira. A candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos muda tudo na campanha dos democratas e republicanos. Trump e suas mentiras grotescas serão confrontadas por uma mulher inteligente, culta e valente, que representa o sonho americano. Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ambos professores de universidades americanas, e com uma brilhante carreira como advogada, que chefiou a Justiça e foi senadora pela Califórnia, Kamala representa tudo o que o ressentido Donald Trump não é. Será uma disputa entre os Estados Unidos culto e civilizado contra o lado ignorante, racista e fascista da América profunda.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

PRIMEIRA PRESIDENTE NOS EUA

As eleições americanas continuam com uma impressionante capacidade evolutiva, rumo a apontar a atual vice-presidente, Kamala Harris, ao cargo de presidente da maior democracia do planeta. Se sua campanha for vitoriosa, os EUA terão a primeira mulher a ocupar o principal cargo da nação.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

IDEIAS A FAVOR

Diante da acertada e mais que bem-vinda decisão do presidente Joe Biden de desistir da campanha à reeleição dos EUA, em novembro, por sua evidente e indisfarçável fragilidade física e mental aos 81 anos, cabe, por oportuno, reproduzir um parágrafo do excelente artigo O que os democratas precisam fazer (Estadão, 22/7, A11), de David Brooks, colunista do prestigiado The New York Times, que explica em poucas palavras o DNA dos americanos e de como foi empreendida a colonização do país, a maior potência econômica, militar, científica e cultural do planeta: ”Muitos observadores estrangeiros viam, e nós, americanos, nos víamos, como a nação dinâmica por excelência. Não tínhamos um passado comum, mas sonhávamos com um futuro comum. Nosso senso de lar não estava enraizado no nacionalismo de sangue e solo; nosso lar era algo que estávamos construindo juntos. Durante a maior parte de nossa história, não éramos conhecidos por nossa profundidade ou cultura, mas por viver a todo vapor”. Com efeito, suas palavras não somente traçam uma boa e acertada visão de como os EUA foram idealizados, como também serve de parâmetro comparativo com a colonização do Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

NICOLÁS MADURO

Para que não haja guerra civil, banho de sangue na Venezuela e desapareça tanta opressão, não é tão difícil. Basta defenestrar o maldito Nicolás Maduro do poder. O ideal é pelo voto, mas se isso se tornar impossível, que se use outros métodos disponíveis.

Sérgio Barbosa

Batatais

*

DECLARAÇÃO DE LULA

O presidente Lula disse: ”Se Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”. Fica a pergunta: Lula acredita em saci-pererê e mula sem cabeça? Maduro é um ditador que surfa na onda da democracia, e Lula acredita. Inacreditável.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

ELEIÇÕES EXTERNAS

Sobre as eleições na Venezuela, Lula declarou: “Eles que elejam o presidente que quiserem”. E sobre as eleições nos Estados Unidos, ele disse: “Espero que a disputa se dê da forma mais civilizada possível, espero que não tenha baixo nível, espero que não tenha nada que possa colocar o símbolo da democracia em risco”. Quer dizer, a uma ditadura ele lava as mãos e diz para eles (o povo) escolherem quem quiserem. E a uma democracia, diga-se de passagem, não uma democracia qualquer, mas a dos Estados Unidos, ele pede civilidade e que não tenha baixo nível. Ou o sr. Lula da Silva anda bebendo algo que a gente não saiba ou ele está mostrando, a cada dia, e a cada vez que abre a boca, que não tem condições de estar onde está. No programa humorístico Planeta dos Homens tinha um bordão assim: “Vai pra casa, Padilha”. Pois é, “Vai pra casa, Lula”.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

São Paulo

Eleição na Venezuela

‘Banho de voto’

“Quem perde eleições toma banho de voto”, afirmou Lula da Silva sobre a fala do presidente venezuelano de que haveria um “banho de sangue” na Venezuela se ele perder a eleição do próximo domingo. Finalmente o presidente Lula abre os olhos para enxergar o ditador Nicolás Maduro e suas reais intenções. Já não era sem tempo.

Arnaldo Goltcher

São Paulo

*

Assustado

Lula agora se diz assustado com falas de Maduro (Estadão, 23/7, A14). O susto de Lula com a recente declaração de Nicolás Maduro sobre uma possível consequência violenta e sanguinária após o resultado das eleições na Venezuela também me assusta. Não faz muito tempo que nosso presidente pôs a mão no fogo sustentando que o regime de Maduro era verdadeiramente democrático. Agora, assusta-se com as ameaças do pseudodemocrata? Qual a origem desse temor? Seria o cumprimento da ameaça de Maduro? Não creio. Seria a ameaça de ver-se manchado em sua imagem por apostar em tal má companhia? Nisso eu creio. E, por isso, também me assusto. Estamos sendo governados por gente que faz de todos “companheiro”, sem nem sequer perguntar-se pela índole de quem elegeu para permanecer ao lado.

Luís Fabiano dos S. Barbosa

Bauru

*

Lula e o regime Maduro

Com as recentes declarações, nosso presidente finge que ignorava que o regime em vigor na Venezuela não é democrático.

Luiz Antonio Ribeiro Pinto

Ribeirão Preto

*

Contas públicas

A fila anda

Se a previsão do governo federal para os gastos com a Previdência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para 2024 subiu para R$ 11,3 bilhões (Estadão, 23/7, B1) e o governo estima 1,3 milhão de pessoas na fila só do BPC, de quanto vai ser o déficit quando essa fila andar?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

Penúria indígena

Relatório do Cimi

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), revelou dados mostrando o aumento do número de mortes de crianças indígenas de zero a 4 anos em 2023, no primeiro ano do governo Lula 3. Foram 1.040 óbitos nessa faixa etária, o maior número desde 2003. As mortes foram causadas por diarreia, pneumonia, gripe e desnutrição. Lula da Silva, no início de seu governo, fez um estardalhaço mostrando a situação precária e de penúria dos indígenas Yanomamis – aproveitando para chamar seu antecessor, Jair Bolsonaro, de genocida. Era, de fato, uma situação calamitosa e de irresponsabilidade, mas nada foi feito desde que Lula assumiu a Presidência – e até piorou. O petista, afinal, faz jus àquele velho e conhecido ditado português: “grande gabador e pouco fazedor”.

J. A. Muller

Avaré

*

Polarização

A direita democrática

Perfeita e oportuna a análise do sr. Sergio Fausto no Estadão de ontem (A necessária coragem política, 23/7, A4). Concordo que os conservadores no Brasil têm de buscar alternativas à direita raivosa e radical. Mas e o outro lado do espectro político? Alguém do campo da esquerda “criou-se” depois de confrontar o Iluminado de Garanhuns? Esta coisa de moer reputações ocorre há muito mais tempo da parte dos seguidores do Rei Sol brasileiro.

Rodrigo Carioni

Florianópolis (SC)

*

Judiciário

‘Mentalidade litigante’

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). A afirmação do ministro Alexandre de Moraes de que empresários “litigando” em demasia contribuem para a insegurança jurídica é mais um capítulo de sua catastrófica visão de mundo. O ministro parte de duas premissas estrábicas: a de que o direito de acesso ao Judiciário é letra morta na Constituição federal, que ele jurou defender; e a de que a lei processual – leia-se a regra do jogo – é permissiva e aberta quanto às oportunidades recursais. Mas é a observância estrita da Constituição, do Código de Processo Civil e dos regimentos dos tribunais superiores que deve ser tomada como sinônimo de segurança jurídica. Apontar o dedo para o nariz dos empresários, contudo, parece mais conveniente ao ministro.

Carlos E. Manfredini Hapner

Curitiba

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

SILÊNCIO DE LULA

Tornou-se famosa a frase dita pelo rei Juan Carlos I de Espanha ao então líder da Venezuela Hugo Chávez, em 2007: “¿Por qué no te callas?”. Agora, precisamos que alguém pergunte o contrário a Lula, em um momento difícil da economia brasileira – que precisa conter gastos –, pois ele finalmente se calou: ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Ora, justamente a poucos dias da abertura das Olimpíadas, sua amada Janja irá comparecer aos Jogos Olímpicos. Irá, com toda a sua segurança e assessores, na abertura e em alguns jogos por ela selecionados. Tudo pago por nós contribuintes. ¿Por qué te quedaste en silencio, Lula? Será que ela ficará, juntamente com seus seguranças e assessores, na suíte presidencial e quartos de luxo de um hotel de 12 mil euros a diária? Será que irão receber ajudas financeiras em euros? Será que ela e sua tropa irão realizar suas refeições em restaurantes caros e badalados, como aprecia? Será que irá em um voo particular turístico ou regular na primeira classe? ¿Por qué Lula no habla?

Jose Rubens de Macedo Soares

São Paulo

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‘QUAL É O LULA SINCERO?’

Na semana passada o presidente Lula afirmou que não há problema em ter déficit. Nesta semana, disse que fará bloqueio no Orçamento sempre que precisar. Qual dos dois Lulas é sincero?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

‘ESCULHAMBAÇÃO’

O governo do presidente Lula, vidrado na reforma tributária, no arcabouço fiscal ou em qualquer outro adjetivo que queira impor, já deixou evidente que não existe nenhum cacoete para implantar mais esta missão fracassada. O esforçado ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem se dedicado ao máximo, mas, com o pouco caso do chefe atrapalhado e gastão, o sucesso se torna impossível. Lá atrás, Lula singelamente já dizia que não acreditava no déficit fiscal zero, desmoralizando seu próprio ministro. Ora, em três meses declarou que o déficit primário – receita e despesa do governo – que era de R$ 14,5 bilhões, agora está na casa de R$ 28,8 bilhões, por enquanto. E não parou por aí, explicou que o congelamento de outros R$ 15 bilhões foi devido à desoneração da folha dos municípios que impactaram as contas públicas. Na verdade, o demiurgo deveste um santo para vestir o outro, e o povo é que leva a breca. Afinal, não deixa de ser uma esculhambação total, como disse aquela senhorinha de Taubaté.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

JUDICIÁRIO

Ministro do Supremo critica ‘mentalidade litigante’ de empresas (Estadão, 23/7, A10). Lendo a matéria referenciada de Pepita Ortega e Matheus de Souza, realmente concordo com o ministro Alexandre de Moraes. Mas a pergunta é o que está sendo feito para evitar a litigância? Conceder penduricalhos que, a cada três dias trabalhados, tem bonificação de um dia que pode ser gozado ou remunerado (aliás, concedido por excesso de trabalho, acredite quem quiser)? Quando se fala que as empresas privadas são as que mais se utilizam, discordo. As estatais e de economia mista são as maiores. Vejam, tem processos relativos ao depósito compulsório da Eletrobras tramitando há mais de 20 anos e sem uma perspectiva de quando terá seu final. Com relação às perdas nos planos econômicos que estão há três décadas aguardando julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ninguém sabe quando será julgado definitivamente. É um tal de pedir vistas e é esquecido. Enquanto isso ficam julgando estas pautas sobre racismo, cotas, gênero e outras bobagens. Sem falar na morosidade. E o custo do Judiciário é a ineficiência e o descrédito.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

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CORTE DE GASTOS

Lira recomenda a Haddad mudar a pauta e encarar controle de gastos do próprio governo; leia bastidor (Estadão, 23/7, B2). Enfim alguém teve coragem de sugerir onde se deve cortar para garantir o ajuste fiscal. Lira defende cortar em saúde, educação e previdência.

Marcelo Kawatoko

São Paulo

*

PRIVATIZAÇÃO DA SABESP

São Paulo dá um grande passo quando, com sucesso, encerrou nesta segunda-feira, 22/7, a privatização da maior empresa de saneamento básico da América Latina, a Sabesp. E, ao transferir esta empresa ao setor privado, como para Equatorial, arrecada quase R$ 15 bilhões aos cofres do Estado. Com demanda pelas ações da empresa, que atingiram R$ 187 bilhões. Estes R$ 15 bi arrecadados por São Paulo é o mesmo valor que este gastador improdutivo governo Lula, desesperado, está procurando nas gavetas do Planalto para tentar fechar as contas deste ano. Lógico, sem o prometido déficit zero. Na realidade, o presidente paga o preço de suas ideias retrogradas, que impede o desenvolvimento da Nação. Não por outra razão que o PT, autorizado por Lula, entrou com ação no Supremo para que esta privatização da Sabesp fosse suspensa, e que prontamente foi negada pelo presidente do STF, o ministro Luís Roberto Barroso. Ora, esperar o que deste governo que despreza o equilíbrio fiscal, que critica e não se conforma com autonomia do Banco Central, interfere danosamente na Petrobrás, e tenta até revogar estatais já privatizadas? Enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com as contas em dia, faz grandes investimentos em infraestrutura, e muito mais fará com esses R$ 15 bi que arrecadou com a privatização da Sabesp.

Paulo Panossian

São Carlos

*

PALPITE

O título já diz claramente: apenas um palpite. Vou dar o meu palpite sobre o substituto do presidente Joe Biden, que desistiu da reeleição à presidência dos Estados Unidos. Eu tenho 88 anos, portanto, sei o que é ser um octogenário. Ele tomou uma atitude consciente para não lamentar no futuro. Fez muito bem, embora contrariando a voz de muitos americanos. Quanto ao substituto/a da vaga, se eu conheço razoavelmente o povo norte-americano, por meio do trabalho em empresas americanas e contato com eles em seu país, algumas vezes em razão do serviço, acredito que os republicanos não deixarão que os democratas continuem comandando o destino do seu país. É o meu sentimento, conhecendo um pouco sobre esse povo, cujo patriotismo é de admirar.

Toshio Icizuca

Piracicaba

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QUESTÃO DE LÓGICA

Uma questão de lógica (ou falta dela): por que os influentes segmentos da sociedade americana que pressionaram Joe Biden a desistir de sua candidatura à reeleição, baseados na sua evidente descoordenação exibida em encontros internacionais, e nas suas deficiências cognitivas demonstradas no debate com Donald Trump – cujo sufrágio representaria uma ameaça à democracia, conforme argumentado pelos mesmos setores que estimularam a saída de cena do presidente – não aproveitam a ocasião para se mobilizar com empenho semelhante visando à sua renúncia, uma vez que a permanência no cargo até novembro pode representar um perigo global, talvez maior, na medida em que, com a conjuntura mundial cada vez mais complexa, aliada a todas as fragilidades explicitadas, ainda estará ele, até lá, mesmo com as restrições que podem ser impostas pelo seu Congresso, no controle de um arsenal capaz de provocar o Armagedom em poucos dias?

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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SAÚDE DE BIDEN

Biden desistiu da candidatura, mas continua presidente até fevereiro do ano que vem. Assim, a nação precisa aprender a lidar com ele do jeito certo. Para conversar com idosos com os problemas semelhantes aos de Biden, é sempre recomendado utilizar palavras simples e sentenças curtas. Por exemplo: a inflação preocupa. O déficit orçamentário está fora de controle. Os serviços de saúde podem quebrar. A imigração ilegal é rejeitada pelos americanos. O crime e a violência estão nas alturas. Conflitos internacionais podem acabar numa guerra mundial. Só que não se deve falar com pessoas neste estado de modo agressivo. É preciso usar um tom calmo e gentil. E, na dúvida, perguntar em vez de afirmar algo que possa irritá-lo. Qual a sua opinião sobre a inflação? O que fazer para reduzir o déficit? Como vai a saúde? Com Kamala em campanha, quem cuida da fronteira? Como acabar com a violência? Zelensky tem ligado ultimamente? Se ele fizer algo errado, ou cometer uma gafe, é preciso entender que não está fazendo coisa alguma para provocar. Alterações da personalidade e do comportamento, bem como agitação e agressividade, são absolutamente naturais e fazem parte da evolução do quadro. Quem confundiu Zelensky com Putin e Kamala com Trump, pode muito bem trocar Moscou por Washington ao definir o alvo de uma bomba atômica. Como ninguém quer isso, todo cuidado será pouco neste meio ano que ainda falta.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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KAMALA HARRIS

Uma mulher de verdade contra um homem de mentira. A candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos muda tudo na campanha dos democratas e republicanos. Trump e suas mentiras grotescas serão confrontadas por uma mulher inteligente, culta e valente, que representa o sonho americano. Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ambos professores de universidades americanas, e com uma brilhante carreira como advogada, que chefiou a Justiça e foi senadora pela Califórnia, Kamala representa tudo o que o ressentido Donald Trump não é. Será uma disputa entre os Estados Unidos culto e civilizado contra o lado ignorante, racista e fascista da América profunda.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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PRIMEIRA PRESIDENTE NOS EUA

As eleições americanas continuam com uma impressionante capacidade evolutiva, rumo a apontar a atual vice-presidente, Kamala Harris, ao cargo de presidente da maior democracia do planeta. Se sua campanha for vitoriosa, os EUA terão a primeira mulher a ocupar o principal cargo da nação.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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IDEIAS A FAVOR

Diante da acertada e mais que bem-vinda decisão do presidente Joe Biden de desistir da campanha à reeleição dos EUA, em novembro, por sua evidente e indisfarçável fragilidade física e mental aos 81 anos, cabe, por oportuno, reproduzir um parágrafo do excelente artigo O que os democratas precisam fazer (Estadão, 22/7, A11), de David Brooks, colunista do prestigiado The New York Times, que explica em poucas palavras o DNA dos americanos e de como foi empreendida a colonização do país, a maior potência econômica, militar, científica e cultural do planeta: ”Muitos observadores estrangeiros viam, e nós, americanos, nos víamos, como a nação dinâmica por excelência. Não tínhamos um passado comum, mas sonhávamos com um futuro comum. Nosso senso de lar não estava enraizado no nacionalismo de sangue e solo; nosso lar era algo que estávamos construindo juntos. Durante a maior parte de nossa história, não éramos conhecidos por nossa profundidade ou cultura, mas por viver a todo vapor”. Com efeito, suas palavras não somente traçam uma boa e acertada visão de como os EUA foram idealizados, como também serve de parâmetro comparativo com a colonização do Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

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NICOLÁS MADURO

Para que não haja guerra civil, banho de sangue na Venezuela e desapareça tanta opressão, não é tão difícil. Basta defenestrar o maldito Nicolás Maduro do poder. O ideal é pelo voto, mas se isso se tornar impossível, que se use outros métodos disponíveis.

Sérgio Barbosa

Batatais

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DECLARAÇÃO DE LULA

O presidente Lula disse: ”Se Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático”. Fica a pergunta: Lula acredita em saci-pererê e mula sem cabeça? Maduro é um ditador que surfa na onda da democracia, e Lula acredita. Inacreditável.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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ELEIÇÕES EXTERNAS

Sobre as eleições na Venezuela, Lula declarou: “Eles que elejam o presidente que quiserem”. E sobre as eleições nos Estados Unidos, ele disse: “Espero que a disputa se dê da forma mais civilizada possível, espero que não tenha baixo nível, espero que não tenha nada que possa colocar o símbolo da democracia em risco”. Quer dizer, a uma ditadura ele lava as mãos e diz para eles (o povo) escolherem quem quiserem. E a uma democracia, diga-se de passagem, não uma democracia qualquer, mas a dos Estados Unidos, ele pede civilidade e que não tenha baixo nível. Ou o sr. Lula da Silva anda bebendo algo que a gente não saiba ou ele está mostrando, a cada dia, e a cada vez que abre a boca, que não tem condições de estar onde está. No programa humorístico Planeta dos Homens tinha um bordão assim: “Vai pra casa, Padilha”. Pois é, “Vai pra casa, Lula”.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

São Paulo

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