Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Eleições municipais

Pablo Marçal

O editorial O espectro do niilismo político (Estadão, 24/8, A3), ao relacionar o fato de a Constituição de 1988 não ter entregado ainda as promessas de cidadania a uma das causas do sucesso do aventureiro Pablo Marçal, acertou em cheio. Afinal, a única realização visível da Constituição foi a criação de uma gigantesca estrutura de Justiça em nome de um “Estado de Direito” que até agora não diz a que veio, a não ser se tornar a mais cara do mundo. Enquanto isso, a sociedade vive a miragem de que um dia aquelas promessas vão se realizar, e a acreditar que gente como Pablo Marçal pode, pelo menos, nos livrar de políticos corruptos que se apropriaram do Estado.

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José Elias Laier

São Carlos

*

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‘Pior que tá não fica’

Tiririca não é bom analista político. Surgiu alguém mais imoral que Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Jorge João Burunzuzian

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São Paulo

*

Reforma tributária

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Alíquota do IVA

Com o maior imposto do mundo, passaremos a ser o país mais ineficiente do mundo. Se considerarmos a qualidade dos serviços que o Estado nos presta, chegamos à triste conclusão de que fizemos uma reforma que só piora o que já está ruim: muito tributo, pouca transparência, muitos privilégios, muitas exceções, pouca ordem, pouco progresso.

Elias José Vaz Calil

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Santa Rita do Sapucaí (MG)

*

Fundos de pensão

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Uso político de estatais

O editorial do Estadão O maná dos fundos de pensão (24/8, A3) reflete perfeitamente a indignação, entre outros, dos aposentados da Eletros (fundo de pensão ligado às empresas federais do setor elétrico), que pagam substancial importância de seus proventos para cobrir rombos da famosa Sete Brasil, empresa criada em 2010 pelo governo petista para se dedicar à fabricação de produtos para o pré-sal. Há que registrar que o avanço que se faz sobre os fundos de pensão decorre e é uma das muitas consequências nefastas do uso político das chamadas empresas estatais. Há muitos registros de que essas empresas – da forma que se encontram – não pertencem ao Estado. O certo seria o governo, tenha ele a coloração política que tiver, não ter o domínio sobre as empresas com capital majoritário do Estado. O modelo adotado pela Électricité de France (EDF), a grande estatal francesa de eletricidade e gás, é exemplar, pois ele bem caracteriza a situação que deveria ser: o governo (Executivo) só ter direito a indicar 1/3 dos membros do seu Conselho de Administração (CA). Os demais seriam representantes natos da sociedade brasileira – definidos em lei –, com interesses no desenvolvimento e perpetuidade da empresa. Se os sindicatos tivessem interesses mais legítimos, estariam defendendo no Congresso um modelo apolítico como esse e até pleiteando as vagas para membros do CA. É uma proposta que pode ser aprimorada, mas que vem com o propósito de acabar de vez com esse “maná” que prejudica todos: contribuintes, investidores, consumidores e funcionários de carreira das estatais.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

*

Saúde

Lula x Anvisa

Cobrança de Lula por agilidade na liberação de remédios gera atrito com diretor-presidente da Anvisa (Estadão, 24/8). As palavras grosseiras e impróprias do presidente mereceram a perfeita resposta de Antonio Barra Torres, em que ficou clara a ineficiência do governo Lula. Presidente, a Anvisa trabalha com o que tem. Vinte e seis vezes inutilmente avisou do que precisava, sendo ignorada. O remédio que a Anvisa avalia pode curar, mas também pode matar. Não é como suas irresponsáveis palavras, que o vento leva.

Cecilia Centurión

São Paulo

*

Meio ambiente

Devastação monumental

Onde estão as Forças Armadas, com um efetivo de pelo menos 300 mil homens e milhares de equipamentos nos quartéis, que muito poderiam colaborar no combate às queimadas que estão devastando meio ambiente, agricultura e pecuária? Além do combate direto, só a presença das Forças seria fator de inibição aos incêndios criminosos que estão se multiplicando em razão da impunidade. O que temos visto há meses são brigadas combatendo os incêndios, inclusive com risco de morte, com simples abafadores manuais. A quem interessa esta monumental devastação?

Frederico Fontoura Leinz

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PEC DA ANISTIA

A cada ano compro uma nova edição da Constituição brasileira. É necessário, uma vez que contamos com mais de 134 emendas. A média supera quatro a cada ano. É um total absurdo. A última PEC da Anistia, que determina benesses aos partidos inadimplentes, advogando em causa própria, e trata de quotas raciais, tem uma visão limitada de como são nossos parlamentares. Quem garante que o País terá as mesmas proporcionalidades raciais daqui a dez ou 20 anos? Anistiar juros e multas? É claramente um desequilíbrio a quem paga em dia suas obrigações? Claro que necessitamos de uma nova Constituição. Estava lá, nas galerias do Parlamento, em 1988. Estava lá vibrando com Dr. Ulysses o novo texto que colocava fim às regras constitucionais de um regime militar. Estava lá na esperança de termos um Parlamento, e a Constituição estava pronta para termos um primeiro-ministro e um presidente. Um novo regime. Uma nova esperança celebrada no mesmo avião quase chorando, rindo de alegria. Hoje vejo a necessidade de lutar novamente, de bengalas, procurando a mesma energia de minha juventude. Precisamos de uma nova Constituição. Precisamos de um novo Código Penal e um novo Código de Processo Penal. Precisamos acabar com as prescrições penais. Que as penas sejam mais brandas e adequadas, mas que sejam cumpridas. Sem mais benesses. Esta é a única saída antes de um remédio amargo. Da UTI já saímos, falta um bom enterro.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

*

‘ANISTIA DO CALOTE’

Foi promulgada a anistia do calote, na quinta-feira passada, 22/8, com um valor de R$ 23 bilhões. No ato solene, Sr. Marcos Pereira, olha o que ele falou: “isso reforça a nossa democracia”. Parece que é a democracia da Câmara é do Senado, onde o gasto não tem limite. Basta dizer das emendas de mais de R$ 50 bilhões, sem ter que informar para onde está sendo aplicada. O mais triste a nossa Corte tem que negociar, ou aplicar a lei: o que é certo ou errado.

Humberto C. de Cerqueira

São Paulo

*

‘APETITE’

Se não tem nada de ilegal, imoral, e o inquérito obedece todas as normas, é desproporcional a reação do ministro Alexandre de Moraes para encontrar os responsáveis pelo vazamento do Vazamento Toga. Assim tivesse este mesmo apetite para coisas que afetam os simples cidadãos.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

TRÊS PODERES

Giuseppe Tomasi di Lampedusa trata no seu romance O Leopardo o jogo de poder, a realidade social e a política de uma época, onde mudanças eram encenadas, desde que tudo ficasse como esta. O acordão entre os Três Poderes do Brasil, aparentemente, reflete uma solução de compromisso encenada, tendendo a manter o status quo, com pequenas e elementares melhorias e adequação constitucional (promessa de transparência por exemplo), antes desrespeitadas, que não alteram significantemente a configuração atual no manuseio da coisa pública. Vícios anteriores, generalidades e definições obscuras e inconstitucionais permanecem, propiciando novas manobras e contornos. Criatividade não faltará. Apesar de garantir estabilidade momentânea, favorece aqueles já beneficiados, enquanto os que esperavam mudanças corretivas e constitucionais apropriadas podem se sentir desprestigiados ou enfraquecidos. No jogo real do modo ganha-perde, encenado ou entendido como ganha-ganha, o poder continua nas mãos dos mesmos jogadores, perpetuando desequilíbrios, comprometendo o inquestionável cumprimento da Constituição.

Luiz A. Bernardi

São Paulo

*

ATAQUES AO BANCO CENTRAL

Em evento do Banco BTG Pactual, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou: “Eu espero que meu sucessor não seja criticado ou julgado pela cor da camisa que ele veste, ou se ele foi a alguma festa, ou se participou de alguma homenagem de um jeito ou de outro, e que ele seja julgado pelas decisões técnicas que ele tomou”, referindo-se ao episódio em que ele compareceu, em 2022, à sua sessão eleitoral vestindo uma camisa da Seleção Brasileira de futebol, associada, na época, aos eleitores de Bolsonaro, que foi quem o indicou ao posto. Campos Neto errou ao atribuir inadvertidamente valor político à sua posição, que deveria ser iminentemente técnica, e se desculpou por isso em diversas ocasiões. Entretanto, desde que assumiu a presidência da República, Lula da Silva vem saraivando sistematicamente o BC pela política de juros altos, quando, na verdade, seu ranço é pessoal contra Campos Neto pelo episódio da camiseta. Ou seja, Lula não só politizou o acontecimento como o faz obsessivamente. Prova disso é que o provável próximo presidente do BC indicado por Lula, Gabriel Galípolo, já apontou que sua gestão será técnica e que não hesitará em aumentar a taxa de juros para controlar a inflação se necessário for, declaração essa que não teve a mínima resistência por parte de Lula da Silva. Em outras palavras, para Lula e o PT, é permitido politizar qualquer assunto. Já os outros não podem.

Luciano Harary

São Paulo

*

‘BANCO CENTRAL DE BRASÍLIA’

Afirmando, em entrevista, que “na hora que eu tiver que escolher o presidente, vai ser uma pessoa madura, calejada, responsável e alguém que não se submeta a pressões do mercado”, na saída de Roberto Campos Neto, o presidente Lula vai transformar o Banco Central do Brasil em Banco Central de Brasília, onde fará politicamente o que “lhe der na telha”.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

REFORMA TRIBUTÁRIA

Trabalhamos 30 anos para comprar nosso único imóvel. Pagamos escola particular e faculdade para os filhos, plano de saúde familiar, etc. Além das enormes despesas mensais, 27,5% do salário eram descontados mensalmente pelo Imposto de Renda. Isso se na declaração anual o chamado Leão não desse mais suas mordidas. Pagamos muito e recebemos absolutamente nada de volta do Estado. Agora aposentados, o único imóvel adquirido a duras penas, na reforma tributária, nossos herdeiros teriam que dividir com um governo que nunca soube administrar nada, só tomar? Isso não é roubo descarado, senhores congressistas?

Beatriz Campos

São Paulo

*

PRIVATIZAÇÃO

Os Correios precisam ser privatizados. Temos que enfrentar os apadrinhados políticos e os sindicatos dos funcionários.

Cleo Aidar

São Paulo

*

REAPRENDER A VOTAR

O antipetismo elegeu Jair Bolsonaro e o antibolsonarismo elegeu Lula. Quando será que o antipopulismo burro elegerá um estadista presidente do Brasil? Eis a questão política a ser colocada diante dos eleitores em 2026. Um país que já teve Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro entre suas lideranças políticas precisa reaprender a votar.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

ECONOMIA BRASILEIRA

Não há como negar que a economia brasileira está pujante. Existe um clima de otimismo aparente somados a ofertas de empregos, recordes nas vendas de imóveis e veículos, estimativas de crescimento do PIB, recorde do IBovespa em razão do desempenho das empresas, e tantos outros indicadores positivos. Faltando ainda cumprir 58% do mandato do presidente Lula, o mundo poderá se surpreender com a recuperação e avanços na economia do Brasil.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

*

PROJETO DE PAÍS

O novo consenso em Washington (Estadão, 23/8, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: nos EUA, assim como na Europa, China e Japão, existe um projeto de país e a defesa do seu lugar almejado no mundo contemporâneo, com a apresentação de políticas públicas condizentes com esse projeto, independentemente de qual partido está no poder. A vertiginosa ascensão da China representa, nessa visão, uma ameaça a esse lugar almejado, e o que vemos cotidianamente são apenas correções de rumo visando defender os interesses nacionais frente a essa ascensão. Neste novo e desafiador cenário mundial, é lamentável que o Brasil ainda não tenha atingido a maturidade necessária para sequer ter um projeto concreto e crível de país, com o entendimento de que são mais que urgentes políticas públicas eficazes e eficientes para melhorar nossa produtividade, competitividade e maior inserção na economia do conhecimento do século 21. Infelizmente, ainda não aprendemos que um país que não sabe onde quer chegar, não vai a lugar algum. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

ELEIÇÕES VENEZUELANAS

O Tribunal Supremo de Justiça, a máxima corte da Venezuela, chancelou a vitória de Nicolás Maduro e afirmou que as atas de votação ficarão sob tutela judicial daqui em diante. Ou seja, ninguém vai ver ata nenhuma. O candidato Edmundo González, que foi o vencedor, está sendo procurado por insubordinação ao regime, assim María Corina Machado por divulgar atas falsas. E aí, Lula? Não vai ter ata nenhuma, Maduro vai continuar no poder, milhares estão presos e outros ainda o serão, foram mais de 20 mortos nas manifestações, o êxodo de venezuelanos deve aumentar e agora espera-se qual será a atitude do governo brasileiro. Lula vai romper com regime? E como é que fica o PT de Lula, que já cumprimentou Maduro pela vitória? Vai dar os parabéns de novo? Mas Lula e PT não são a mesma coisa? Ou, por acaso, existe PT sem Lula? Quem sabe o democrata relativo Lula da Silva tenha as respostas na ponta da língua. Na minha modesta opinião, vem aí mais uma patacoada do governo brasileiro, tido nas hostes internacionais como o mais novo bobo da corte.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘EM CIMA DO MURO’

Com a maior cara de pau, Nicolás Maduro se elegeu fraudulosamente e, obviamente, foi referendado pelo Tribunal Supremo de Justiça venezuelano chavista. Já o demiurgo presidente Lula da Silva ficou, porque quis, em situação desfavorável perante os brasileiros e o mundo. Na verdade, em cima do muro, achou que como um exemplo de estadista raiz seria respeitado pelo muy amigo. Só que não. O ditador venezuelano o colocou mais por baixo do que umbigo de cobra e agora, como cachorro que caiu do caminhão de mudança, Lula não sabe com que cara vai ficar. Afinal, é o que acontece com admiradores de Maduro, Putin & Cia. Mais uma vergonha que desmoraliza o estadista tupiniquim.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

ENVELHECIMENTO NO BRASIL

De acordo com as previsões do IBGE, o Brasil está envelhecendo mais rápido, e a partir de 2042 terá invertida a pirâmide populacional entre nós. São vários fatores que contribuirão para tal acontecimento, entre eles a diminuição da fecundidade das mulheres, que terão menos filhos no futuro e assim se potencializará tal processo de envelhecimento entre nós.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

CRISTO REDENTOR

Descaracterizar a imagem do Cristo Redentor com o propósito de fazê-Lo garoto propaganda de mensagens mundanas é sacrilégio, profanação. É vulgarizar o reverente; é perder aos poucos, sutilmente, o sentido do sagrado e, consequentemente, a perda da fé. Qualquer dia, e não irá demora muito, vão transfigurar o Cristo em passista de escola de samba ou jogador de futebol.

Marcelo de Lima Araújo

Rio de Janeiro

Eleições municipais

Pablo Marçal

O editorial O espectro do niilismo político (Estadão, 24/8, A3), ao relacionar o fato de a Constituição de 1988 não ter entregado ainda as promessas de cidadania a uma das causas do sucesso do aventureiro Pablo Marçal, acertou em cheio. Afinal, a única realização visível da Constituição foi a criação de uma gigantesca estrutura de Justiça em nome de um “Estado de Direito” que até agora não diz a que veio, a não ser se tornar a mais cara do mundo. Enquanto isso, a sociedade vive a miragem de que um dia aquelas promessas vão se realizar, e a acreditar que gente como Pablo Marçal pode, pelo menos, nos livrar de políticos corruptos que se apropriaram do Estado.

José Elias Laier

São Carlos

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‘Pior que tá não fica’

Tiririca não é bom analista político. Surgiu alguém mais imoral que Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Jorge João Burunzuzian

São Paulo

*

Reforma tributária

Alíquota do IVA

Com o maior imposto do mundo, passaremos a ser o país mais ineficiente do mundo. Se considerarmos a qualidade dos serviços que o Estado nos presta, chegamos à triste conclusão de que fizemos uma reforma que só piora o que já está ruim: muito tributo, pouca transparência, muitos privilégios, muitas exceções, pouca ordem, pouco progresso.

Elias José Vaz Calil

Santa Rita do Sapucaí (MG)

*

Fundos de pensão

Uso político de estatais

O editorial do Estadão O maná dos fundos de pensão (24/8, A3) reflete perfeitamente a indignação, entre outros, dos aposentados da Eletros (fundo de pensão ligado às empresas federais do setor elétrico), que pagam substancial importância de seus proventos para cobrir rombos da famosa Sete Brasil, empresa criada em 2010 pelo governo petista para se dedicar à fabricação de produtos para o pré-sal. Há que registrar que o avanço que se faz sobre os fundos de pensão decorre e é uma das muitas consequências nefastas do uso político das chamadas empresas estatais. Há muitos registros de que essas empresas – da forma que se encontram – não pertencem ao Estado. O certo seria o governo, tenha ele a coloração política que tiver, não ter o domínio sobre as empresas com capital majoritário do Estado. O modelo adotado pela Électricité de France (EDF), a grande estatal francesa de eletricidade e gás, é exemplar, pois ele bem caracteriza a situação que deveria ser: o governo (Executivo) só ter direito a indicar 1/3 dos membros do seu Conselho de Administração (CA). Os demais seriam representantes natos da sociedade brasileira – definidos em lei –, com interesses no desenvolvimento e perpetuidade da empresa. Se os sindicatos tivessem interesses mais legítimos, estariam defendendo no Congresso um modelo apolítico como esse e até pleiteando as vagas para membros do CA. É uma proposta que pode ser aprimorada, mas que vem com o propósito de acabar de vez com esse “maná” que prejudica todos: contribuintes, investidores, consumidores e funcionários de carreira das estatais.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

*

Saúde

Lula x Anvisa

Cobrança de Lula por agilidade na liberação de remédios gera atrito com diretor-presidente da Anvisa (Estadão, 24/8). As palavras grosseiras e impróprias do presidente mereceram a perfeita resposta de Antonio Barra Torres, em que ficou clara a ineficiência do governo Lula. Presidente, a Anvisa trabalha com o que tem. Vinte e seis vezes inutilmente avisou do que precisava, sendo ignorada. O remédio que a Anvisa avalia pode curar, mas também pode matar. Não é como suas irresponsáveis palavras, que o vento leva.

Cecilia Centurión

São Paulo

*

Meio ambiente

Devastação monumental

Onde estão as Forças Armadas, com um efetivo de pelo menos 300 mil homens e milhares de equipamentos nos quartéis, que muito poderiam colaborar no combate às queimadas que estão devastando meio ambiente, agricultura e pecuária? Além do combate direto, só a presença das Forças seria fator de inibição aos incêndios criminosos que estão se multiplicando em razão da impunidade. O que temos visto há meses são brigadas combatendo os incêndios, inclusive com risco de morte, com simples abafadores manuais. A quem interessa esta monumental devastação?

Frederico Fontoura Leinz

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PEC DA ANISTIA

A cada ano compro uma nova edição da Constituição brasileira. É necessário, uma vez que contamos com mais de 134 emendas. A média supera quatro a cada ano. É um total absurdo. A última PEC da Anistia, que determina benesses aos partidos inadimplentes, advogando em causa própria, e trata de quotas raciais, tem uma visão limitada de como são nossos parlamentares. Quem garante que o País terá as mesmas proporcionalidades raciais daqui a dez ou 20 anos? Anistiar juros e multas? É claramente um desequilíbrio a quem paga em dia suas obrigações? Claro que necessitamos de uma nova Constituição. Estava lá, nas galerias do Parlamento, em 1988. Estava lá vibrando com Dr. Ulysses o novo texto que colocava fim às regras constitucionais de um regime militar. Estava lá na esperança de termos um Parlamento, e a Constituição estava pronta para termos um primeiro-ministro e um presidente. Um novo regime. Uma nova esperança celebrada no mesmo avião quase chorando, rindo de alegria. Hoje vejo a necessidade de lutar novamente, de bengalas, procurando a mesma energia de minha juventude. Precisamos de uma nova Constituição. Precisamos de um novo Código Penal e um novo Código de Processo Penal. Precisamos acabar com as prescrições penais. Que as penas sejam mais brandas e adequadas, mas que sejam cumpridas. Sem mais benesses. Esta é a única saída antes de um remédio amargo. Da UTI já saímos, falta um bom enterro.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

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‘ANISTIA DO CALOTE’

Foi promulgada a anistia do calote, na quinta-feira passada, 22/8, com um valor de R$ 23 bilhões. No ato solene, Sr. Marcos Pereira, olha o que ele falou: “isso reforça a nossa democracia”. Parece que é a democracia da Câmara é do Senado, onde o gasto não tem limite. Basta dizer das emendas de mais de R$ 50 bilhões, sem ter que informar para onde está sendo aplicada. O mais triste a nossa Corte tem que negociar, ou aplicar a lei: o que é certo ou errado.

Humberto C. de Cerqueira

São Paulo

*

‘APETITE’

Se não tem nada de ilegal, imoral, e o inquérito obedece todas as normas, é desproporcional a reação do ministro Alexandre de Moraes para encontrar os responsáveis pelo vazamento do Vazamento Toga. Assim tivesse este mesmo apetite para coisas que afetam os simples cidadãos.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

TRÊS PODERES

Giuseppe Tomasi di Lampedusa trata no seu romance O Leopardo o jogo de poder, a realidade social e a política de uma época, onde mudanças eram encenadas, desde que tudo ficasse como esta. O acordão entre os Três Poderes do Brasil, aparentemente, reflete uma solução de compromisso encenada, tendendo a manter o status quo, com pequenas e elementares melhorias e adequação constitucional (promessa de transparência por exemplo), antes desrespeitadas, que não alteram significantemente a configuração atual no manuseio da coisa pública. Vícios anteriores, generalidades e definições obscuras e inconstitucionais permanecem, propiciando novas manobras e contornos. Criatividade não faltará. Apesar de garantir estabilidade momentânea, favorece aqueles já beneficiados, enquanto os que esperavam mudanças corretivas e constitucionais apropriadas podem se sentir desprestigiados ou enfraquecidos. No jogo real do modo ganha-perde, encenado ou entendido como ganha-ganha, o poder continua nas mãos dos mesmos jogadores, perpetuando desequilíbrios, comprometendo o inquestionável cumprimento da Constituição.

Luiz A. Bernardi

São Paulo

*

ATAQUES AO BANCO CENTRAL

Em evento do Banco BTG Pactual, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou: “Eu espero que meu sucessor não seja criticado ou julgado pela cor da camisa que ele veste, ou se ele foi a alguma festa, ou se participou de alguma homenagem de um jeito ou de outro, e que ele seja julgado pelas decisões técnicas que ele tomou”, referindo-se ao episódio em que ele compareceu, em 2022, à sua sessão eleitoral vestindo uma camisa da Seleção Brasileira de futebol, associada, na época, aos eleitores de Bolsonaro, que foi quem o indicou ao posto. Campos Neto errou ao atribuir inadvertidamente valor político à sua posição, que deveria ser iminentemente técnica, e se desculpou por isso em diversas ocasiões. Entretanto, desde que assumiu a presidência da República, Lula da Silva vem saraivando sistematicamente o BC pela política de juros altos, quando, na verdade, seu ranço é pessoal contra Campos Neto pelo episódio da camiseta. Ou seja, Lula não só politizou o acontecimento como o faz obsessivamente. Prova disso é que o provável próximo presidente do BC indicado por Lula, Gabriel Galípolo, já apontou que sua gestão será técnica e que não hesitará em aumentar a taxa de juros para controlar a inflação se necessário for, declaração essa que não teve a mínima resistência por parte de Lula da Silva. Em outras palavras, para Lula e o PT, é permitido politizar qualquer assunto. Já os outros não podem.

Luciano Harary

São Paulo

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‘BANCO CENTRAL DE BRASÍLIA’

Afirmando, em entrevista, que “na hora que eu tiver que escolher o presidente, vai ser uma pessoa madura, calejada, responsável e alguém que não se submeta a pressões do mercado”, na saída de Roberto Campos Neto, o presidente Lula vai transformar o Banco Central do Brasil em Banco Central de Brasília, onde fará politicamente o que “lhe der na telha”.

Carlos Gaspar

São Paulo

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REFORMA TRIBUTÁRIA

Trabalhamos 30 anos para comprar nosso único imóvel. Pagamos escola particular e faculdade para os filhos, plano de saúde familiar, etc. Além das enormes despesas mensais, 27,5% do salário eram descontados mensalmente pelo Imposto de Renda. Isso se na declaração anual o chamado Leão não desse mais suas mordidas. Pagamos muito e recebemos absolutamente nada de volta do Estado. Agora aposentados, o único imóvel adquirido a duras penas, na reforma tributária, nossos herdeiros teriam que dividir com um governo que nunca soube administrar nada, só tomar? Isso não é roubo descarado, senhores congressistas?

Beatriz Campos

São Paulo

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PRIVATIZAÇÃO

Os Correios precisam ser privatizados. Temos que enfrentar os apadrinhados políticos e os sindicatos dos funcionários.

Cleo Aidar

São Paulo

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REAPRENDER A VOTAR

O antipetismo elegeu Jair Bolsonaro e o antibolsonarismo elegeu Lula. Quando será que o antipopulismo burro elegerá um estadista presidente do Brasil? Eis a questão política a ser colocada diante dos eleitores em 2026. Um país que já teve Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro entre suas lideranças políticas precisa reaprender a votar.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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ECONOMIA BRASILEIRA

Não há como negar que a economia brasileira está pujante. Existe um clima de otimismo aparente somados a ofertas de empregos, recordes nas vendas de imóveis e veículos, estimativas de crescimento do PIB, recorde do IBovespa em razão do desempenho das empresas, e tantos outros indicadores positivos. Faltando ainda cumprir 58% do mandato do presidente Lula, o mundo poderá se surpreender com a recuperação e avanços na economia do Brasil.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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PROJETO DE PAÍS

O novo consenso em Washington (Estadão, 23/8, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: nos EUA, assim como na Europa, China e Japão, existe um projeto de país e a defesa do seu lugar almejado no mundo contemporâneo, com a apresentação de políticas públicas condizentes com esse projeto, independentemente de qual partido está no poder. A vertiginosa ascensão da China representa, nessa visão, uma ameaça a esse lugar almejado, e o que vemos cotidianamente são apenas correções de rumo visando defender os interesses nacionais frente a essa ascensão. Neste novo e desafiador cenário mundial, é lamentável que o Brasil ainda não tenha atingido a maturidade necessária para sequer ter um projeto concreto e crível de país, com o entendimento de que são mais que urgentes políticas públicas eficazes e eficientes para melhorar nossa produtividade, competitividade e maior inserção na economia do conhecimento do século 21. Infelizmente, ainda não aprendemos que um país que não sabe onde quer chegar, não vai a lugar algum. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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ELEIÇÕES VENEZUELANAS

O Tribunal Supremo de Justiça, a máxima corte da Venezuela, chancelou a vitória de Nicolás Maduro e afirmou que as atas de votação ficarão sob tutela judicial daqui em diante. Ou seja, ninguém vai ver ata nenhuma. O candidato Edmundo González, que foi o vencedor, está sendo procurado por insubordinação ao regime, assim María Corina Machado por divulgar atas falsas. E aí, Lula? Não vai ter ata nenhuma, Maduro vai continuar no poder, milhares estão presos e outros ainda o serão, foram mais de 20 mortos nas manifestações, o êxodo de venezuelanos deve aumentar e agora espera-se qual será a atitude do governo brasileiro. Lula vai romper com regime? E como é que fica o PT de Lula, que já cumprimentou Maduro pela vitória? Vai dar os parabéns de novo? Mas Lula e PT não são a mesma coisa? Ou, por acaso, existe PT sem Lula? Quem sabe o democrata relativo Lula da Silva tenha as respostas na ponta da língua. Na minha modesta opinião, vem aí mais uma patacoada do governo brasileiro, tido nas hostes internacionais como o mais novo bobo da corte.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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‘EM CIMA DO MURO’

Com a maior cara de pau, Nicolás Maduro se elegeu fraudulosamente e, obviamente, foi referendado pelo Tribunal Supremo de Justiça venezuelano chavista. Já o demiurgo presidente Lula da Silva ficou, porque quis, em situação desfavorável perante os brasileiros e o mundo. Na verdade, em cima do muro, achou que como um exemplo de estadista raiz seria respeitado pelo muy amigo. Só que não. O ditador venezuelano o colocou mais por baixo do que umbigo de cobra e agora, como cachorro que caiu do caminhão de mudança, Lula não sabe com que cara vai ficar. Afinal, é o que acontece com admiradores de Maduro, Putin & Cia. Mais uma vergonha que desmoraliza o estadista tupiniquim.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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ENVELHECIMENTO NO BRASIL

De acordo com as previsões do IBGE, o Brasil está envelhecendo mais rápido, e a partir de 2042 terá invertida a pirâmide populacional entre nós. São vários fatores que contribuirão para tal acontecimento, entre eles a diminuição da fecundidade das mulheres, que terão menos filhos no futuro e assim se potencializará tal processo de envelhecimento entre nós.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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CRISTO REDENTOR

Descaracterizar a imagem do Cristo Redentor com o propósito de fazê-Lo garoto propaganda de mensagens mundanas é sacrilégio, profanação. É vulgarizar o reverente; é perder aos poucos, sutilmente, o sentido do sagrado e, consequentemente, a perda da fé. Qualquer dia, e não irá demora muito, vão transfigurar o Cristo em passista de escola de samba ou jogador de futebol.

Marcelo de Lima Araújo

Rio de Janeiro

Eleições municipais

Pablo Marçal

O editorial O espectro do niilismo político (Estadão, 24/8, A3), ao relacionar o fato de a Constituição de 1988 não ter entregado ainda as promessas de cidadania a uma das causas do sucesso do aventureiro Pablo Marçal, acertou em cheio. Afinal, a única realização visível da Constituição foi a criação de uma gigantesca estrutura de Justiça em nome de um “Estado de Direito” que até agora não diz a que veio, a não ser se tornar a mais cara do mundo. Enquanto isso, a sociedade vive a miragem de que um dia aquelas promessas vão se realizar, e a acreditar que gente como Pablo Marçal pode, pelo menos, nos livrar de políticos corruptos que se apropriaram do Estado.

José Elias Laier

São Carlos

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‘Pior que tá não fica’

Tiririca não é bom analista político. Surgiu alguém mais imoral que Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Jorge João Burunzuzian

São Paulo

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Reforma tributária

Alíquota do IVA

Com o maior imposto do mundo, passaremos a ser o país mais ineficiente do mundo. Se considerarmos a qualidade dos serviços que o Estado nos presta, chegamos à triste conclusão de que fizemos uma reforma que só piora o que já está ruim: muito tributo, pouca transparência, muitos privilégios, muitas exceções, pouca ordem, pouco progresso.

Elias José Vaz Calil

Santa Rita do Sapucaí (MG)

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Fundos de pensão

Uso político de estatais

O editorial do Estadão O maná dos fundos de pensão (24/8, A3) reflete perfeitamente a indignação, entre outros, dos aposentados da Eletros (fundo de pensão ligado às empresas federais do setor elétrico), que pagam substancial importância de seus proventos para cobrir rombos da famosa Sete Brasil, empresa criada em 2010 pelo governo petista para se dedicar à fabricação de produtos para o pré-sal. Há que registrar que o avanço que se faz sobre os fundos de pensão decorre e é uma das muitas consequências nefastas do uso político das chamadas empresas estatais. Há muitos registros de que essas empresas – da forma que se encontram – não pertencem ao Estado. O certo seria o governo, tenha ele a coloração política que tiver, não ter o domínio sobre as empresas com capital majoritário do Estado. O modelo adotado pela Électricité de France (EDF), a grande estatal francesa de eletricidade e gás, é exemplar, pois ele bem caracteriza a situação que deveria ser: o governo (Executivo) só ter direito a indicar 1/3 dos membros do seu Conselho de Administração (CA). Os demais seriam representantes natos da sociedade brasileira – definidos em lei –, com interesses no desenvolvimento e perpetuidade da empresa. Se os sindicatos tivessem interesses mais legítimos, estariam defendendo no Congresso um modelo apolítico como esse e até pleiteando as vagas para membros do CA. É uma proposta que pode ser aprimorada, mas que vem com o propósito de acabar de vez com esse “maná” que prejudica todos: contribuintes, investidores, consumidores e funcionários de carreira das estatais.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

*

Saúde

Lula x Anvisa

Cobrança de Lula por agilidade na liberação de remédios gera atrito com diretor-presidente da Anvisa (Estadão, 24/8). As palavras grosseiras e impróprias do presidente mereceram a perfeita resposta de Antonio Barra Torres, em que ficou clara a ineficiência do governo Lula. Presidente, a Anvisa trabalha com o que tem. Vinte e seis vezes inutilmente avisou do que precisava, sendo ignorada. O remédio que a Anvisa avalia pode curar, mas também pode matar. Não é como suas irresponsáveis palavras, que o vento leva.

Cecilia Centurión

São Paulo

*

Meio ambiente

Devastação monumental

Onde estão as Forças Armadas, com um efetivo de pelo menos 300 mil homens e milhares de equipamentos nos quartéis, que muito poderiam colaborar no combate às queimadas que estão devastando meio ambiente, agricultura e pecuária? Além do combate direto, só a presença das Forças seria fator de inibição aos incêndios criminosos que estão se multiplicando em razão da impunidade. O que temos visto há meses são brigadas combatendo os incêndios, inclusive com risco de morte, com simples abafadores manuais. A quem interessa esta monumental devastação?

Frederico Fontoura Leinz

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PEC DA ANISTIA

A cada ano compro uma nova edição da Constituição brasileira. É necessário, uma vez que contamos com mais de 134 emendas. A média supera quatro a cada ano. É um total absurdo. A última PEC da Anistia, que determina benesses aos partidos inadimplentes, advogando em causa própria, e trata de quotas raciais, tem uma visão limitada de como são nossos parlamentares. Quem garante que o País terá as mesmas proporcionalidades raciais daqui a dez ou 20 anos? Anistiar juros e multas? É claramente um desequilíbrio a quem paga em dia suas obrigações? Claro que necessitamos de uma nova Constituição. Estava lá, nas galerias do Parlamento, em 1988. Estava lá vibrando com Dr. Ulysses o novo texto que colocava fim às regras constitucionais de um regime militar. Estava lá na esperança de termos um Parlamento, e a Constituição estava pronta para termos um primeiro-ministro e um presidente. Um novo regime. Uma nova esperança celebrada no mesmo avião quase chorando, rindo de alegria. Hoje vejo a necessidade de lutar novamente, de bengalas, procurando a mesma energia de minha juventude. Precisamos de uma nova Constituição. Precisamos de um novo Código Penal e um novo Código de Processo Penal. Precisamos acabar com as prescrições penais. Que as penas sejam mais brandas e adequadas, mas que sejam cumpridas. Sem mais benesses. Esta é a única saída antes de um remédio amargo. Da UTI já saímos, falta um bom enterro.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

*

‘ANISTIA DO CALOTE’

Foi promulgada a anistia do calote, na quinta-feira passada, 22/8, com um valor de R$ 23 bilhões. No ato solene, Sr. Marcos Pereira, olha o que ele falou: “isso reforça a nossa democracia”. Parece que é a democracia da Câmara é do Senado, onde o gasto não tem limite. Basta dizer das emendas de mais de R$ 50 bilhões, sem ter que informar para onde está sendo aplicada. O mais triste a nossa Corte tem que negociar, ou aplicar a lei: o que é certo ou errado.

Humberto C. de Cerqueira

São Paulo

*

‘APETITE’

Se não tem nada de ilegal, imoral, e o inquérito obedece todas as normas, é desproporcional a reação do ministro Alexandre de Moraes para encontrar os responsáveis pelo vazamento do Vazamento Toga. Assim tivesse este mesmo apetite para coisas que afetam os simples cidadãos.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

TRÊS PODERES

Giuseppe Tomasi di Lampedusa trata no seu romance O Leopardo o jogo de poder, a realidade social e a política de uma época, onde mudanças eram encenadas, desde que tudo ficasse como esta. O acordão entre os Três Poderes do Brasil, aparentemente, reflete uma solução de compromisso encenada, tendendo a manter o status quo, com pequenas e elementares melhorias e adequação constitucional (promessa de transparência por exemplo), antes desrespeitadas, que não alteram significantemente a configuração atual no manuseio da coisa pública. Vícios anteriores, generalidades e definições obscuras e inconstitucionais permanecem, propiciando novas manobras e contornos. Criatividade não faltará. Apesar de garantir estabilidade momentânea, favorece aqueles já beneficiados, enquanto os que esperavam mudanças corretivas e constitucionais apropriadas podem se sentir desprestigiados ou enfraquecidos. No jogo real do modo ganha-perde, encenado ou entendido como ganha-ganha, o poder continua nas mãos dos mesmos jogadores, perpetuando desequilíbrios, comprometendo o inquestionável cumprimento da Constituição.

Luiz A. Bernardi

São Paulo

*

ATAQUES AO BANCO CENTRAL

Em evento do Banco BTG Pactual, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou: “Eu espero que meu sucessor não seja criticado ou julgado pela cor da camisa que ele veste, ou se ele foi a alguma festa, ou se participou de alguma homenagem de um jeito ou de outro, e que ele seja julgado pelas decisões técnicas que ele tomou”, referindo-se ao episódio em que ele compareceu, em 2022, à sua sessão eleitoral vestindo uma camisa da Seleção Brasileira de futebol, associada, na época, aos eleitores de Bolsonaro, que foi quem o indicou ao posto. Campos Neto errou ao atribuir inadvertidamente valor político à sua posição, que deveria ser iminentemente técnica, e se desculpou por isso em diversas ocasiões. Entretanto, desde que assumiu a presidência da República, Lula da Silva vem saraivando sistematicamente o BC pela política de juros altos, quando, na verdade, seu ranço é pessoal contra Campos Neto pelo episódio da camiseta. Ou seja, Lula não só politizou o acontecimento como o faz obsessivamente. Prova disso é que o provável próximo presidente do BC indicado por Lula, Gabriel Galípolo, já apontou que sua gestão será técnica e que não hesitará em aumentar a taxa de juros para controlar a inflação se necessário for, declaração essa que não teve a mínima resistência por parte de Lula da Silva. Em outras palavras, para Lula e o PT, é permitido politizar qualquer assunto. Já os outros não podem.

Luciano Harary

São Paulo

*

‘BANCO CENTRAL DE BRASÍLIA’

Afirmando, em entrevista, que “na hora que eu tiver que escolher o presidente, vai ser uma pessoa madura, calejada, responsável e alguém que não se submeta a pressões do mercado”, na saída de Roberto Campos Neto, o presidente Lula vai transformar o Banco Central do Brasil em Banco Central de Brasília, onde fará politicamente o que “lhe der na telha”.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

REFORMA TRIBUTÁRIA

Trabalhamos 30 anos para comprar nosso único imóvel. Pagamos escola particular e faculdade para os filhos, plano de saúde familiar, etc. Além das enormes despesas mensais, 27,5% do salário eram descontados mensalmente pelo Imposto de Renda. Isso se na declaração anual o chamado Leão não desse mais suas mordidas. Pagamos muito e recebemos absolutamente nada de volta do Estado. Agora aposentados, o único imóvel adquirido a duras penas, na reforma tributária, nossos herdeiros teriam que dividir com um governo que nunca soube administrar nada, só tomar? Isso não é roubo descarado, senhores congressistas?

Beatriz Campos

São Paulo

*

PRIVATIZAÇÃO

Os Correios precisam ser privatizados. Temos que enfrentar os apadrinhados políticos e os sindicatos dos funcionários.

Cleo Aidar

São Paulo

*

REAPRENDER A VOTAR

O antipetismo elegeu Jair Bolsonaro e o antibolsonarismo elegeu Lula. Quando será que o antipopulismo burro elegerá um estadista presidente do Brasil? Eis a questão política a ser colocada diante dos eleitores em 2026. Um país que já teve Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro entre suas lideranças políticas precisa reaprender a votar.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

ECONOMIA BRASILEIRA

Não há como negar que a economia brasileira está pujante. Existe um clima de otimismo aparente somados a ofertas de empregos, recordes nas vendas de imóveis e veículos, estimativas de crescimento do PIB, recorde do IBovespa em razão do desempenho das empresas, e tantos outros indicadores positivos. Faltando ainda cumprir 58% do mandato do presidente Lula, o mundo poderá se surpreender com a recuperação e avanços na economia do Brasil.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

*

PROJETO DE PAÍS

O novo consenso em Washington (Estadão, 23/8, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: nos EUA, assim como na Europa, China e Japão, existe um projeto de país e a defesa do seu lugar almejado no mundo contemporâneo, com a apresentação de políticas públicas condizentes com esse projeto, independentemente de qual partido está no poder. A vertiginosa ascensão da China representa, nessa visão, uma ameaça a esse lugar almejado, e o que vemos cotidianamente são apenas correções de rumo visando defender os interesses nacionais frente a essa ascensão. Neste novo e desafiador cenário mundial, é lamentável que o Brasil ainda não tenha atingido a maturidade necessária para sequer ter um projeto concreto e crível de país, com o entendimento de que são mais que urgentes políticas públicas eficazes e eficientes para melhorar nossa produtividade, competitividade e maior inserção na economia do conhecimento do século 21. Infelizmente, ainda não aprendemos que um país que não sabe onde quer chegar, não vai a lugar algum. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

ELEIÇÕES VENEZUELANAS

O Tribunal Supremo de Justiça, a máxima corte da Venezuela, chancelou a vitória de Nicolás Maduro e afirmou que as atas de votação ficarão sob tutela judicial daqui em diante. Ou seja, ninguém vai ver ata nenhuma. O candidato Edmundo González, que foi o vencedor, está sendo procurado por insubordinação ao regime, assim María Corina Machado por divulgar atas falsas. E aí, Lula? Não vai ter ata nenhuma, Maduro vai continuar no poder, milhares estão presos e outros ainda o serão, foram mais de 20 mortos nas manifestações, o êxodo de venezuelanos deve aumentar e agora espera-se qual será a atitude do governo brasileiro. Lula vai romper com regime? E como é que fica o PT de Lula, que já cumprimentou Maduro pela vitória? Vai dar os parabéns de novo? Mas Lula e PT não são a mesma coisa? Ou, por acaso, existe PT sem Lula? Quem sabe o democrata relativo Lula da Silva tenha as respostas na ponta da língua. Na minha modesta opinião, vem aí mais uma patacoada do governo brasileiro, tido nas hostes internacionais como o mais novo bobo da corte.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

‘EM CIMA DO MURO’

Com a maior cara de pau, Nicolás Maduro se elegeu fraudulosamente e, obviamente, foi referendado pelo Tribunal Supremo de Justiça venezuelano chavista. Já o demiurgo presidente Lula da Silva ficou, porque quis, em situação desfavorável perante os brasileiros e o mundo. Na verdade, em cima do muro, achou que como um exemplo de estadista raiz seria respeitado pelo muy amigo. Só que não. O ditador venezuelano o colocou mais por baixo do que umbigo de cobra e agora, como cachorro que caiu do caminhão de mudança, Lula não sabe com que cara vai ficar. Afinal, é o que acontece com admiradores de Maduro, Putin & Cia. Mais uma vergonha que desmoraliza o estadista tupiniquim.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

ENVELHECIMENTO NO BRASIL

De acordo com as previsões do IBGE, o Brasil está envelhecendo mais rápido, e a partir de 2042 terá invertida a pirâmide populacional entre nós. São vários fatores que contribuirão para tal acontecimento, entre eles a diminuição da fecundidade das mulheres, que terão menos filhos no futuro e assim se potencializará tal processo de envelhecimento entre nós.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

*

CRISTO REDENTOR

Descaracterizar a imagem do Cristo Redentor com o propósito de fazê-Lo garoto propaganda de mensagens mundanas é sacrilégio, profanação. É vulgarizar o reverente; é perder aos poucos, sutilmente, o sentido do sagrado e, consequentemente, a perda da fé. Qualquer dia, e não irá demora muito, vão transfigurar o Cristo em passista de escola de samba ou jogador de futebol.

Marcelo de Lima Araújo

Rio de Janeiro

Eleições municipais

Pablo Marçal

O editorial O espectro do niilismo político (Estadão, 24/8, A3), ao relacionar o fato de a Constituição de 1988 não ter entregado ainda as promessas de cidadania a uma das causas do sucesso do aventureiro Pablo Marçal, acertou em cheio. Afinal, a única realização visível da Constituição foi a criação de uma gigantesca estrutura de Justiça em nome de um “Estado de Direito” que até agora não diz a que veio, a não ser se tornar a mais cara do mundo. Enquanto isso, a sociedade vive a miragem de que um dia aquelas promessas vão se realizar, e a acreditar que gente como Pablo Marçal pode, pelo menos, nos livrar de políticos corruptos que se apropriaram do Estado.

José Elias Laier

São Carlos

*

‘Pior que tá não fica’

Tiririca não é bom analista político. Surgiu alguém mais imoral que Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Jorge João Burunzuzian

São Paulo

*

Reforma tributária

Alíquota do IVA

Com o maior imposto do mundo, passaremos a ser o país mais ineficiente do mundo. Se considerarmos a qualidade dos serviços que o Estado nos presta, chegamos à triste conclusão de que fizemos uma reforma que só piora o que já está ruim: muito tributo, pouca transparência, muitos privilégios, muitas exceções, pouca ordem, pouco progresso.

Elias José Vaz Calil

Santa Rita do Sapucaí (MG)

*

Fundos de pensão

Uso político de estatais

O editorial do Estadão O maná dos fundos de pensão (24/8, A3) reflete perfeitamente a indignação, entre outros, dos aposentados da Eletros (fundo de pensão ligado às empresas federais do setor elétrico), que pagam substancial importância de seus proventos para cobrir rombos da famosa Sete Brasil, empresa criada em 2010 pelo governo petista para se dedicar à fabricação de produtos para o pré-sal. Há que registrar que o avanço que se faz sobre os fundos de pensão decorre e é uma das muitas consequências nefastas do uso político das chamadas empresas estatais. Há muitos registros de que essas empresas – da forma que se encontram – não pertencem ao Estado. O certo seria o governo, tenha ele a coloração política que tiver, não ter o domínio sobre as empresas com capital majoritário do Estado. O modelo adotado pela Électricité de France (EDF), a grande estatal francesa de eletricidade e gás, é exemplar, pois ele bem caracteriza a situação que deveria ser: o governo (Executivo) só ter direito a indicar 1/3 dos membros do seu Conselho de Administração (CA). Os demais seriam representantes natos da sociedade brasileira – definidos em lei –, com interesses no desenvolvimento e perpetuidade da empresa. Se os sindicatos tivessem interesses mais legítimos, estariam defendendo no Congresso um modelo apolítico como esse e até pleiteando as vagas para membros do CA. É uma proposta que pode ser aprimorada, mas que vem com o propósito de acabar de vez com esse “maná” que prejudica todos: contribuintes, investidores, consumidores e funcionários de carreira das estatais.

Nilson Otávio de Oliveira

São Paulo

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Saúde

Lula x Anvisa

Cobrança de Lula por agilidade na liberação de remédios gera atrito com diretor-presidente da Anvisa (Estadão, 24/8). As palavras grosseiras e impróprias do presidente mereceram a perfeita resposta de Antonio Barra Torres, em que ficou clara a ineficiência do governo Lula. Presidente, a Anvisa trabalha com o que tem. Vinte e seis vezes inutilmente avisou do que precisava, sendo ignorada. O remédio que a Anvisa avalia pode curar, mas também pode matar. Não é como suas irresponsáveis palavras, que o vento leva.

Cecilia Centurión

São Paulo

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Meio ambiente

Devastação monumental

Onde estão as Forças Armadas, com um efetivo de pelo menos 300 mil homens e milhares de equipamentos nos quartéis, que muito poderiam colaborar no combate às queimadas que estão devastando meio ambiente, agricultura e pecuária? Além do combate direto, só a presença das Forças seria fator de inibição aos incêndios criminosos que estão se multiplicando em razão da impunidade. O que temos visto há meses são brigadas combatendo os incêndios, inclusive com risco de morte, com simples abafadores manuais. A quem interessa esta monumental devastação?

Frederico Fontoura Leinz

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PEC DA ANISTIA

A cada ano compro uma nova edição da Constituição brasileira. É necessário, uma vez que contamos com mais de 134 emendas. A média supera quatro a cada ano. É um total absurdo. A última PEC da Anistia, que determina benesses aos partidos inadimplentes, advogando em causa própria, e trata de quotas raciais, tem uma visão limitada de como são nossos parlamentares. Quem garante que o País terá as mesmas proporcionalidades raciais daqui a dez ou 20 anos? Anistiar juros e multas? É claramente um desequilíbrio a quem paga em dia suas obrigações? Claro que necessitamos de uma nova Constituição. Estava lá, nas galerias do Parlamento, em 1988. Estava lá vibrando com Dr. Ulysses o novo texto que colocava fim às regras constitucionais de um regime militar. Estava lá na esperança de termos um Parlamento, e a Constituição estava pronta para termos um primeiro-ministro e um presidente. Um novo regime. Uma nova esperança celebrada no mesmo avião quase chorando, rindo de alegria. Hoje vejo a necessidade de lutar novamente, de bengalas, procurando a mesma energia de minha juventude. Precisamos de uma nova Constituição. Precisamos de um novo Código Penal e um novo Código de Processo Penal. Precisamos acabar com as prescrições penais. Que as penas sejam mais brandas e adequadas, mas que sejam cumpridas. Sem mais benesses. Esta é a única saída antes de um remédio amargo. Da UTI já saímos, falta um bom enterro.

Jose Rubens de Macedo Soares Sobrinho

São Paulo

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‘ANISTIA DO CALOTE’

Foi promulgada a anistia do calote, na quinta-feira passada, 22/8, com um valor de R$ 23 bilhões. No ato solene, Sr. Marcos Pereira, olha o que ele falou: “isso reforça a nossa democracia”. Parece que é a democracia da Câmara é do Senado, onde o gasto não tem limite. Basta dizer das emendas de mais de R$ 50 bilhões, sem ter que informar para onde está sendo aplicada. O mais triste a nossa Corte tem que negociar, ou aplicar a lei: o que é certo ou errado.

Humberto C. de Cerqueira

São Paulo

*

‘APETITE’

Se não tem nada de ilegal, imoral, e o inquérito obedece todas as normas, é desproporcional a reação do ministro Alexandre de Moraes para encontrar os responsáveis pelo vazamento do Vazamento Toga. Assim tivesse este mesmo apetite para coisas que afetam os simples cidadãos.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

*

TRÊS PODERES

Giuseppe Tomasi di Lampedusa trata no seu romance O Leopardo o jogo de poder, a realidade social e a política de uma época, onde mudanças eram encenadas, desde que tudo ficasse como esta. O acordão entre os Três Poderes do Brasil, aparentemente, reflete uma solução de compromisso encenada, tendendo a manter o status quo, com pequenas e elementares melhorias e adequação constitucional (promessa de transparência por exemplo), antes desrespeitadas, que não alteram significantemente a configuração atual no manuseio da coisa pública. Vícios anteriores, generalidades e definições obscuras e inconstitucionais permanecem, propiciando novas manobras e contornos. Criatividade não faltará. Apesar de garantir estabilidade momentânea, favorece aqueles já beneficiados, enquanto os que esperavam mudanças corretivas e constitucionais apropriadas podem se sentir desprestigiados ou enfraquecidos. No jogo real do modo ganha-perde, encenado ou entendido como ganha-ganha, o poder continua nas mãos dos mesmos jogadores, perpetuando desequilíbrios, comprometendo o inquestionável cumprimento da Constituição.

Luiz A. Bernardi

São Paulo

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ATAQUES AO BANCO CENTRAL

Em evento do Banco BTG Pactual, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou: “Eu espero que meu sucessor não seja criticado ou julgado pela cor da camisa que ele veste, ou se ele foi a alguma festa, ou se participou de alguma homenagem de um jeito ou de outro, e que ele seja julgado pelas decisões técnicas que ele tomou”, referindo-se ao episódio em que ele compareceu, em 2022, à sua sessão eleitoral vestindo uma camisa da Seleção Brasileira de futebol, associada, na época, aos eleitores de Bolsonaro, que foi quem o indicou ao posto. Campos Neto errou ao atribuir inadvertidamente valor político à sua posição, que deveria ser iminentemente técnica, e se desculpou por isso em diversas ocasiões. Entretanto, desde que assumiu a presidência da República, Lula da Silva vem saraivando sistematicamente o BC pela política de juros altos, quando, na verdade, seu ranço é pessoal contra Campos Neto pelo episódio da camiseta. Ou seja, Lula não só politizou o acontecimento como o faz obsessivamente. Prova disso é que o provável próximo presidente do BC indicado por Lula, Gabriel Galípolo, já apontou que sua gestão será técnica e que não hesitará em aumentar a taxa de juros para controlar a inflação se necessário for, declaração essa que não teve a mínima resistência por parte de Lula da Silva. Em outras palavras, para Lula e o PT, é permitido politizar qualquer assunto. Já os outros não podem.

Luciano Harary

São Paulo

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‘BANCO CENTRAL DE BRASÍLIA’

Afirmando, em entrevista, que “na hora que eu tiver que escolher o presidente, vai ser uma pessoa madura, calejada, responsável e alguém que não se submeta a pressões do mercado”, na saída de Roberto Campos Neto, o presidente Lula vai transformar o Banco Central do Brasil em Banco Central de Brasília, onde fará politicamente o que “lhe der na telha”.

Carlos Gaspar

São Paulo

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REFORMA TRIBUTÁRIA

Trabalhamos 30 anos para comprar nosso único imóvel. Pagamos escola particular e faculdade para os filhos, plano de saúde familiar, etc. Além das enormes despesas mensais, 27,5% do salário eram descontados mensalmente pelo Imposto de Renda. Isso se na declaração anual o chamado Leão não desse mais suas mordidas. Pagamos muito e recebemos absolutamente nada de volta do Estado. Agora aposentados, o único imóvel adquirido a duras penas, na reforma tributária, nossos herdeiros teriam que dividir com um governo que nunca soube administrar nada, só tomar? Isso não é roubo descarado, senhores congressistas?

Beatriz Campos

São Paulo

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PRIVATIZAÇÃO

Os Correios precisam ser privatizados. Temos que enfrentar os apadrinhados políticos e os sindicatos dos funcionários.

Cleo Aidar

São Paulo

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REAPRENDER A VOTAR

O antipetismo elegeu Jair Bolsonaro e o antibolsonarismo elegeu Lula. Quando será que o antipopulismo burro elegerá um estadista presidente do Brasil? Eis a questão política a ser colocada diante dos eleitores em 2026. Um país que já teve Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso e Franco Montoro entre suas lideranças políticas precisa reaprender a votar.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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ECONOMIA BRASILEIRA

Não há como negar que a economia brasileira está pujante. Existe um clima de otimismo aparente somados a ofertas de empregos, recordes nas vendas de imóveis e veículos, estimativas de crescimento do PIB, recorde do IBovespa em razão do desempenho das empresas, e tantos outros indicadores positivos. Faltando ainda cumprir 58% do mandato do presidente Lula, o mundo poderá se surpreender com a recuperação e avanços na economia do Brasil.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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PROJETO DE PAÍS

O novo consenso em Washington (Estadão, 23/8, A3), gostaria de tecer os seguintes comentários: nos EUA, assim como na Europa, China e Japão, existe um projeto de país e a defesa do seu lugar almejado no mundo contemporâneo, com a apresentação de políticas públicas condizentes com esse projeto, independentemente de qual partido está no poder. A vertiginosa ascensão da China representa, nessa visão, uma ameaça a esse lugar almejado, e o que vemos cotidianamente são apenas correções de rumo visando defender os interesses nacionais frente a essa ascensão. Neste novo e desafiador cenário mundial, é lamentável que o Brasil ainda não tenha atingido a maturidade necessária para sequer ter um projeto concreto e crível de país, com o entendimento de que são mais que urgentes políticas públicas eficazes e eficientes para melhorar nossa produtividade, competitividade e maior inserção na economia do conhecimento do século 21. Infelizmente, ainda não aprendemos que um país que não sabe onde quer chegar, não vai a lugar algum. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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ELEIÇÕES VENEZUELANAS

O Tribunal Supremo de Justiça, a máxima corte da Venezuela, chancelou a vitória de Nicolás Maduro e afirmou que as atas de votação ficarão sob tutela judicial daqui em diante. Ou seja, ninguém vai ver ata nenhuma. O candidato Edmundo González, que foi o vencedor, está sendo procurado por insubordinação ao regime, assim María Corina Machado por divulgar atas falsas. E aí, Lula? Não vai ter ata nenhuma, Maduro vai continuar no poder, milhares estão presos e outros ainda o serão, foram mais de 20 mortos nas manifestações, o êxodo de venezuelanos deve aumentar e agora espera-se qual será a atitude do governo brasileiro. Lula vai romper com regime? E como é que fica o PT de Lula, que já cumprimentou Maduro pela vitória? Vai dar os parabéns de novo? Mas Lula e PT não são a mesma coisa? Ou, por acaso, existe PT sem Lula? Quem sabe o democrata relativo Lula da Silva tenha as respostas na ponta da língua. Na minha modesta opinião, vem aí mais uma patacoada do governo brasileiro, tido nas hostes internacionais como o mais novo bobo da corte.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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‘EM CIMA DO MURO’

Com a maior cara de pau, Nicolás Maduro se elegeu fraudulosamente e, obviamente, foi referendado pelo Tribunal Supremo de Justiça venezuelano chavista. Já o demiurgo presidente Lula da Silva ficou, porque quis, em situação desfavorável perante os brasileiros e o mundo. Na verdade, em cima do muro, achou que como um exemplo de estadista raiz seria respeitado pelo muy amigo. Só que não. O ditador venezuelano o colocou mais por baixo do que umbigo de cobra e agora, como cachorro que caiu do caminhão de mudança, Lula não sabe com que cara vai ficar. Afinal, é o que acontece com admiradores de Maduro, Putin & Cia. Mais uma vergonha que desmoraliza o estadista tupiniquim.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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ENVELHECIMENTO NO BRASIL

De acordo com as previsões do IBGE, o Brasil está envelhecendo mais rápido, e a partir de 2042 terá invertida a pirâmide populacional entre nós. São vários fatores que contribuirão para tal acontecimento, entre eles a diminuição da fecundidade das mulheres, que terão menos filhos no futuro e assim se potencializará tal processo de envelhecimento entre nós.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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CRISTO REDENTOR

Descaracterizar a imagem do Cristo Redentor com o propósito de fazê-Lo garoto propaganda de mensagens mundanas é sacrilégio, profanação. É vulgarizar o reverente; é perder aos poucos, sutilmente, o sentido do sagrado e, consequentemente, a perda da fé. Qualquer dia, e não irá demora muito, vão transfigurar o Cristo em passista de escola de samba ou jogador de futebol.

Marcelo de Lima Araújo

Rio de Janeiro

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