Contas públicas
Números do Perse
Empresas, cantores e influencers ainda têm benefício da pandemia (Estadão, 1.º/12). É revoltante saber que grandes empresas, cantores e influencers ainda tenham grandes benefícios (foram R$ 9,7 bilhões de janeiro a agosto de 2024), obedecendo à lei de Gerson, a mais respeitada no Brasil. Enquanto isso nós, reles mortais, trabalhamos de quatro a cinco meses do ano para pagar impostos, com pouquíssimo retorno.
Emerson Luiz Cury
Itu
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Lula bem na foto
Elogio a lucidez e a oportunidade do editorial O Brasil à mercê do PT (Estadão, 30/11, A3), que discorre sobre o malfadado pronunciamento do ministro Fernando Haddad na TV acerca do pacote fiscal. Permito-me só acrescentar umas ideias ao categórico texto. Sabedor de que a iniciativa poderia dar crepe, Lula espertamente tirou o corpo fora e pôs o obediente auxiliar sob os holofotes. Está aí a reação do mercado, de economistas, políticos e palpiteiros, todos a clamarem contra a inoportunidade de anunciar a um só tempo corte de gastos e renúncia de receita, tanto que o Estadão noticiou no sábado que o “Congresso põe freio em isenção para salários até R$ 5 mil”. Sabido que tal isenção é promessa de campanha de Lula, que ele não parece propenso a cumprir, a celeuma atende às aspirações do presidente: a discussão da isenção fica paras as calendas, o contribuinte continua a ver navios e o demiurgo fica bem na foto. Sem abrir a boca, sem dar um passo, livra-se de pesado fardo às costas. Graças a Haddad.
Joaquim Quintino Filho
Pirassununga
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Missão impossível
No Estadão de 21 de outubro deste ano eu comentei neste espaço sobre a missão impossível de Haddad. Não é preciso ser um brilhante economista para ser ministro da Fazenda. Basta ter a confiança do chefe para formar equipe e comandar. O presidente Lula não é economista, mas é o dono não só da caneta, como do ministério. Não é também um mal-intencionado, é um ser político inteligente e que defende seus projetos eleitoreiros e deles não abre mão. É a sua natureza. Quanto a Haddad, que é um ótimo profissional, uma sugestão: entregue a rapadura, volte para a academia e preserve a sua biografia.
João Israel Neiva
Cabo Frio (RJ)
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Haddad estava indo muito bem no seu esforço de passar credibilidade sobre a economia brasileira, até se render ao populismo do presidente Lula. Uma pena.
Luiz Frid
São Paulo
Educação
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A profissão docente
Tabela do ‘Estadão’ é grito da profissão docente (Estadão, 1.º/12, A5). Excelente o artigo do professor Claudio de Moura Castro. Professores do ensino superior comentam, muitas vezes, a falta de preparo de seus alunos de 1º ano, das diversas faculdades, para redigir textos que envolvam raciocínios próprios sobre os temas que lhes são apresentados nas provas.
Luiz Roberto Hirschheimer
São Paulo
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Ciência
Rogério Cezar de C. Leite
O professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite (1931-2024) foi um cientista visionário, ao empreender a criação de laboratórios nacionais de ponta que oferecem suas instalações gratuitamente a grupos de pesquisa. O acelerador de partículas Sirius é um desses expoentes, além dos espaços de pesquisa em nanotecnologia, biocombustíveis, materiais biorrenováveis e biociências. Membro da Academia Campinense de Letras, tinha ainda um rico acervo de arte africana e pré-colombiana. Deixa um robusto legado científico e cultural.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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‘Estadão’, 150 anos
4 de janeiro de 2025
O Estadão completará 150 anos sendo um dos principais jornais do País, um jornal de prestígio, com os editoriais mais objetivos da imprensa escrita brasileira e com um dos melhores conteúdos editoriais e de excelência na defesa da democracia brasileira.
Diogo Molina Gois
Itajubá (MG)
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O Estadão chega aos 150 anos como um dos mais respeitados, importantes e premiados impressos diários do Brasil e da América Latina, tendo escrito em suas páginas uma longa história de luta e resiliência na defesa intransigente dos ideais republicanos da democracia e da liberdade de opinião e pensamento. Jornalismo com J maiúsculo.
Vicky Vogel
Rio de Janeiro
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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br
JAIR BOLSONARO
Até que se prove o contrário, o ex-presidente Jair Bolsonaro está inelegível para a próxima eleição presidencial em 2026, quiçá indefinidamente; só os graves apontamentos da Polícia Federal, de mais de 800 páginas, em posse da Procuradoria-Geral da República, poderão elucidar os infaustos acontecimentos e a cumplicidade de cada um dos envolvidos, inclusive os gaiatos, que com certeza aparecerão. A situação do ex-presidente já era periclitante antes mesmo dessas ocorrências, agora, com a tentativa desse suposto golpe, saindo do forno, se tornou impossível. Declarações dos 36 aloprados envolvidos, e o grave silêncio do chefe da Nação à época, Bolsonaro, levam a crer que realmente houve a tentativa do famigerado golpe. Portanto, urge que dúvidas sejam devidamente esclarecidas, e aos culpados, os rigores lei. Quem sabe assim, candidatos ao cargo máximo possam apresentar programas de interesses dos eleitores que há tempos deram lugar às bandalheiras políticas, e sem privilégios desta ou daquela região. Sonhar não custa, mas vale a pena.
Sergio Dafré
Jundiaí
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FIDELIDADE
‘Novas’ revelações. A reação do hesitante governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, candidato, entre outros, ao espólio bolsonarista, ao comentar o golpismo, quando declara que a acusação depende de provas, que o resultado foi aceito e a posse de Lula foi tranquila, respeitando, vejam só, a democracia, reflete bem o lado de sua preferência e sua fidelidade canina. Lembra o lobo candidato discursando para as ovelhas, que, uma vez eleito, se tornará vegetariano.
Luiz Bernardi
São Paulo
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ÉTICA
Ética: conjunto de preceitos e regras morais de uma pessoa ou sociedade. A linha da ética no Brasil é bastante flexível e mutável ao ponto de se tornar irrelevante. O fato de o país ser governado por um ex-presidiário que teve o julgamento anulado, em vez de ser julgado novamente, Lula da Silva recebeu uma antecipação de inimputabilidade. Diante desse cenário de abolição da ética, fica fácil entender por que tanta gente acha que seria maravilhoso se o golpe de Estado planejado pelo ex-presidente Bolsonaro tivesse prosperado. O Brasil precisa estabelecer limites e principalmente precisa punir quem ultrapassa esses limites. É inaceitável que Lula da Silva seja o presidente da República já caminhando para o quarto mandato, mais inaceitável ainda é o fato de o ex-presidente Bolsonaro estar livre, leve e solto depois de tudo de ruim que ele fez. O Brasil precisa resgatar a ética do lixo e voltar a ser uma sociedade que observa regras, preceitos morais e leis.
Mário Barilá Filho
São Paulo
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VERDADES TERRÍVEIS
Quem gosta de ler jornais sérios sofre muito no Brasil. Não porque não os haja, mas porque expõem as verdades terríveis quase sempre ocultas. Os dois editoriais deste domingo, 1/12, do Estadão, primeiro dia de dezembro, fim de ano, intitulados É hora de uma nova direita e O poste de Lula no Ministério da Fazenda (Estadão, 1/12, A3), são o exato retrato do que acabo de dizer. O País é gerido por um político populista profissional, condenado criminalmente, não inocentado após ter sido desfigurado por um militar de média patente golpista, incompetente e sem a menor condição de exercer cargo relevante. Claro que isso dói muito, até porque os problemas evidentes não correm o menor risco de serem resolvidos, principalmente por ministros que conhecem minimamente a solução, mas preferem dobrar a coluna a demonstrarem coragem para qualquer demonstração de firmeza.
Ademir Valezi
São Paulo
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FORÇAS ARMADAS
As Forças Armadas, peças basilares da democracia brasileira, desonraram o fardamento que vestem. Foram pegos pela Polícia Federal tentando dar o golpe de Estado, influenciados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que, por coincidência, já havia sido expulso do exército na operação Beco Sem Saída. Agora, após a Polícia Federal indiciar generais, coronéis e capitães, todos golpistas com cara de cachorros que caíram do caminhão de mudança, se puseram em genuflexão para pedir ao demiurgo a anistia, e assim zerar o jogo, evitando mais turbulência no ambiente político. Só se esqueceram de que foram eles mesmos os protagonistas da malfadada e incompetente intentona, e o tiro saiu pela culatra. Na verdade, se sentem arrependidos e desarvorados pela pecha de ditadores militares frustrados. Que sejam julgados implacavelmente para que sirva de exemplo aos demais golpistas de plantão.
Júlio Roberto Ayres Brisola
São Paulo
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BASTILHA
A fortaleza da Bastilha, transformada em prisão desde o século XVII, foi tomada pelo povo revoltado no fragor da Revolução Francesa, em 14 de julho – até hoje a data nacional daquele País – de 1789. A ação resultou na abertura de suas portas e na libertação dos presos políticos que lá se encontravam. Embora demolida logo após, tornou-se o símbolo da queda da monarquia. Nesta terceira década do século 21, Pindorama também abriu sua Bastilha e de lá libertou maiúsculos corruptos e usurpadores do povo. As iniciativas foram concertadas por sua politizada Corte Suprema que, mediante instrumento por ela construído, após idas e vindas do Plenário, de proibição de prisão após condenação em segunda instância, e mudança de ares no poder, continua a arquivar processos, inocentar apenados e reintegrá-los à sociedade. Ao contrário do que aconteceu naquele passado, por aqui tais diligências não visam o fim da atual monarquia, mas garantem a sua perenidade enquanto dure (com a permissão de Vinícius de Moraes).
Paulo Roberto Gotaç
Rio de Janeiro
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ANDRÉ MENDONÇA
Minha decepção com André Mendonça é dolorida. Meu ex-professor da Ite de Bauru, feito ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), me decepciona com vergonha e tristeza por atitudes submissas e covardes diante do Cesar do STF e seus desmandos na Corte. Esperava mais de um homem que nos bancos escolares, de luzes jurídicas como a dele, a quem eu admirava em aulas brilhantes imensas, é hoje omisso e covarde além de mudo diante dos desmandos de uma Corte que se arvorou em triunvirato de poder (Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Flávio Dino), todos contra a legem e a Constituição que juraram. Repito, agora um omisso que nada faz, a nada se insurge. Um gatinho dócil submisso ao Cesar do Tribunal, acovardado com uma toga pomposa que julgo não lhe pesa mais sobre os ombros que um dia, é verdade, já fez por merecer com honra. Hoje tenho vergonha de ter sido seu ex-aluno. De um leão em sala de aula, hoje não passa de um mero gatinho dócil, que sabendo das mais violentas violações da leis destroçadas por manipulações politicas que rebaixam a instituição que outrora possuía inegáveis luzes, nada faz. Pobre Célio Borja, deve estar se revirando no túmulo junto com gigantes, como Afonso Arinos.
Paulo Boccato
Taquaritinga
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‘IRRESPONSABILIDADE FISCAL’
A respeito do editorial O poste de Lula no Ministério da Fazenda (Estadão, 1/12, A3), sobre o papelão que o ministro Fernando Haddad aceitou fazer ao anunciar com pompa e circunstância o decepcionante pacote de corte de gastos para inglês ver, cabe dizer que enquanto não forem tomadas as necessárias e urgentes medidas estruturais cabíveis, e não pontuais como as desta vez, a irresponsabilidade fiscal do governo federal seguirá seu curso levando o País rumo ao precipício. Muda, Brasil.
J. S. Decol
São Paulo
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TIRO NO PÉ
Um pacote ruim que não convenceu ninguém a não ser a ala populista do PT, já que os gastos apareceram mais do que os cortes. Ansioso por conquistar a classe media, Lula apostou sua fichas na isenção do imposto de renda, visando as eleições de 2026. O Congresso, chamado a discutir e aprovar tais medidas, deverá se debruçar sobre as propostas apresentadas, quando nem o ministro Haddad está convencido, uma vez que acenou com a possibilidade de rediscuti-las. A isenção do IR tão pouco será aceita antes que fique provado de onde virão os recursos. Dessa forma, o governo dá um tiro no pé, pois seu pacote além de não cortar gastos mira em criar mais um imposto.
Izabel Avallone
São Paulo
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PLANOS DE SAÚDE
O evento entre o Judiciário e a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), revela que vai começar a beneficiar os planos de saúde que vem descredenciando hospitais e clínicas sem pré-aviso, deixando os usuários na mão. Os planos de saúde fazem o que querem para aumentar seus lucros, oferecendo um serviço de pior qualidade.
Antônio Viotto netto
São Paulo
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PERDÃO DE BIDEN
O presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, concedeu um perdão ao seu filho Hunter Biden, que enfrentaria uma sentença por crimes de arma de fogo e condenações fiscais. Que péssimo exemplo está sendo dado. Esse perdão elimina qualquer chance dele ser enviado à prisão por esse crime em qualquer época. Agora, entendo por que o presidente Lula é alinhado ao presidente Biden. Tudo saco da mesma estopa.
Panayotis Poulis
Rio de Janeiro
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150 ANOS
Nas belas e devidas homenagens aos 150 anos do Estadão, que se pense nos leitores missivistas, aqueles que, como eu, contribuem frequentemente com comentários e cartas enviadas ao jornal. Nem sempre somos publicados, mas lemos as matérias e notícias com atenção e denodo, sabendo da importante fonte de informação, de conhecimento, de opinião e de história que o Estadão é.
Adilson Roberto Gonçalves
Campinas
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LOMBADA URGENTE
Na Rua Madalena, no bairro da Vila Madalena, CEP 05434-010, é preciso fazer urgente uma lombada na altura do número 600. Aqui virou terra sem lei, com veículos e motos em velocidade muito acima do permitido, levando a sério risco de atropelamento apenas no ato de atravessar a rua. Sou cardíaco operado e mal consigo entrar na minha própria casa porque os veículos vêm em velocidade e não respeitam o tempo de abertura do portão, me ofendendo e tirando fina sistematicamente. Melhor essa lombada antes que alguém morra atropelado por uma moto ou carro vindo em alta velocidade, do nada, numa rua residencial. Até para por o lixo na lixeira pública, o que os guardas fazem para mim correndo, acontece isso, porque é um perigo até para pessoas com treino.
Ricardo Pereira
São Paulo
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VITÓRIA DO BOTAFOGO
No ano em que o Botafogo renasce das cinzas de fogos do passado, vale lembrar do fabuloso Botafogo de Garrincha e outros notáveis jogadores de 1958 a 1970. Garrincha, Nilton Santos, Didi, Gerson, Jairznho, Zagallo e o goleiro Manga. Santos e Botafogo eram os dois melhores times de futebol do mundo. A Seleção do Brasil era metade Botafogo, metade Santos. O Santos de Pelé tinha: Gilmar, Carlos Alberto Torres, Zito, Mengálvio, Clodoaldo, Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Conheci pessoalmente o Garrincha e entrevistei o Pelé.
Paulo Sergio Arisi
Porto Alegre
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C DE CAMPEÃO
Em 30/11/2023, três dias antes do início do novo Ano Litúrgico 2023/2024, ano B (de Botafogo?), do segundo Evangelho, o amarelado Botafogo chorava e agonizava, ainda na segunda colocação do Brasileirão, com 63 pontos, três a menos do líder. O ranking final daquele certame, todos sabemos. Triste memória. Advento é tempo de espera, renovação e esperança. Preparação do Natal, nascimento de Jesus. Em 30/11/2024, véspera do primeiro domingo do Advento, início do novo Ano Litúrgico 2024/2025, ano C (de Campeão?), do terceiro Evangelho, o mundo assistiu a uma grande festa no estádio Mâs Monumental, em Buenos Aires, Argentina: “Decisão da Copa Libertadores da América”. Há quem não acredite em Deus, respeitemos. Mas, como explicar um Ano Litúrgico, que se iniciou com muita dor, lágrimas e decepções, conceder um brilhante, emocionante e festivo epílogo à nação alvinegra carioca, depois de inúmeras incertezas e extrema ansiedade? Crédulos e incrédulos, dizem que Deus é brasileiro. Será? Certeza tenho que Ele é botafoguense. O tempo do Pai não é o nosso. O tempo B, do calendário litúrgico, foi o Tempo de Botafogo. Ao final do calendário civil de 2024, primeiro domingo do Advento, 1/12, início do novo Ano Litúrgico 2024/2025, Ele renovou as esperanças dos botafoguenses, a todos fazendo entender, após a necessária espera, que sempre esteve e estará no Comando de nossos destinos e caminhadas. Sua Justiça não falha. Por três anos, lapidou o Botafogo, que hoje está em festa. Venceu a melhor equipe da América, apagando um triste passado de insucessos. Seus sofrimentos, Manequinho e demais alvinegros, deram lugar à merecida Glória Eterna. É fato. No ano C (de Campeão), que venham outras conquistas, está a clamar o bom futebol alvinegro. Amém.
Celso David de Oliveira
Rio de Janeiro