Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

STF

Lavagem a jato

O Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu promover, literalmente, uma ampla lavagem a jato da Operação Lava Jato. A lista de corruptos confessos que a Corte deixa livres, leves e soltos aumenta a cada dia. O caso mais recente é a anulação de todas as condenações de José Dirceu, concedida pelo ministro Gilmar Mendes. A fundamentação do ministro é de que nem corruptos confessos poderiam ser condenados pelo ex-juiz federal Sergio Moro porque Moro não estava apto para assinar a condenação de nove anos e seis meses de Lula da Silva, logo, toda a trupe, de roldão, será beneficiada pela alforria. O que ninguém até hoje entendeu, nem foi explicado, é como outros tribunais revisaram e confirmaram a condenação de Lula, e somente após 580 dias de prisão resolveram anular a condenação.

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Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

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Indelével

Gilmar Mendes anulou todas as condenações de José Dirceu na Operação Lava Jato, mas isso não apaga os atos por ele cometidos. Ficarão na história da corrupção do governo petista.

Lourdes Migliavacca

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São Paulo

*

Justiça desacreditada

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Num incrível revezamento monocrático, agora é o glorioso ministro Gilmar Mendes que anula condenações na incômoda Lava Jato. Até quando vamos ficar assistindo passivamente a essas decisões que tentam reescrever a História? Dá para acreditar na Justiça no Brasil? Acho que a resposta é um tanto quanto óbvia, infelizmente.

Renato Camargo

São Paulo

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*

Condenações anuladas

José Dirceu, Gilmar Mendes e Supremo Tribunal Federal, mais uma vergonha nacional.

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Alberto José Caram

São Paulo

*

Lula 2026

O lugar-tenente

Lula vai ligar ‘modo disputa 2026′ e quer ajuda de Dirceu na articulação política (análise de Vera Rosa, Estadão, 29/10). Lula deve estar muito feliz. Após a vergonhosa anistia concedida a José Dirceu, o presidente deve expor sua reconciliação com aquele que nunca deixou de ser seu braço direito e lugar-tenente. Ressuscitado do mundo dos mortos graças a uma Justiça arbitrária, certamente José Dirceu passará a exercer lugar de destaque na gestão Lula da Silva, até que um bando de idiotas o recoloque oficialmente na vida pública, numa próxima eleição.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

Voto no Brasil

Um direito, não um dever

Apenas o título do editorial do Estadão de 30/10 já se bastaria, dispensando até o corpo do texto: Votar é um direito, não um dever. Perfeito! Que sonho viver num Brasil onde um partido político, com seu programa e sua prática, fosse capaz de tirar do conforto o cidadão e motivá-lo a contribuir, convictamente, para a construção de um futuro desejado. Que sonho depositar a verdadeira confiança num candidato a ponto de, espontaneamente, contribuir, seja com trabalho voluntário e/ou no financiamento da campanha, para sua eleição em razão do seu compromisso com bandeiras programáticas. Se o voto é um direito – e essa é a verdade democrática –, que o financiamento das campanhas não seja também outra imposição.

Fernando Pirró

São Paulo

*

Educação

Matemática

A propósito da reportagem Quase metade dos alunos de mais de 15 anos não entende o que é inflação (Estadão, 29/10, A17), segundo pesquisa realizada por dois professores da Universidade Stanford, nos EUA, creio que o buraco é muito mais embaixo. Tenho constatado que estudantes do ensino médio oriundos de escolas públicas aqui, de São Paulo, não sabem sequer a tabuada, matéria que faz parte do currículo do ensino fundamental. Uma das razões para que isso ocorra é a determinação das Secretarias da Educação, tanto estaduais como municipais, para que professores do ensino fundamental não obriguem seus alunos a decorarem a tabuada, sob a alegação de que devem desenvolver o raciocínio, embora uma coisa nada tenha que ver com a outra. O resultado, na prática, é que a meninada não sabe fazer contas, o que diminui substancialmente as chances de sucesso na busca de um bom emprego no mercado de trabalho. Tal lacuna tem, em consequência, aumentado o desinteresse de muitos alunos em prosseguirem com os seus estudos, contribuindo, inclusive, para o aumento da evasão escolar.

José E. W. de A. Cavalcanti

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PASSADO RADIANTE

É inevitável, principalmente ao longo do presente governo, a perplexidade do cidadão comum diante da desconcertante sequência de nomes descriminalizados, inocentados e liberados como resultado de anulações de processos e de penas condenatórias a eles impostas por tribunais legítimos, no escopo da finada operação Lava Jato, em decorrência de atos de mega corrupção. Tais decisões em cascata transformam aqueles ex-réus em cidadãos respeitáveis da noite para o dia, zeram seus currículos, abrem caminho para candidaturas a postos eletivos e para a ocupação de cargos públicos, às vezes no mesmo ambiente onde foram cometidos os crimes. A metamorfose se materializa por meio de movimentos mágicos de varinhas de condão de que cada um dos integrantes da Corte Suprema dispõe. Mediante movimentos cabalísticos com elas executados, todos os 11 togados têm o poder de criar metaversos coerentes com a configuração virtual mais apta a simular a realidade que convém, por vários motivos, a cada um, embora com alcance abrangente e quase irrecorrível. E assim, diante dessa insensata viagem reversa no tempo, pode-se afirmar que o Brasil tem um passado radiante pela frente.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

NOTÍCIA ESTARRECEDORA

É estarrecedora essa canetada de Gilmar Mendes, comparsa de Dias Toffoli. O indivíduo é reincidente do mensalão e do petrolão, condenado em todas as instâncias, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e repentinamente tudo não passou de uma farsa. Gastou-se dinheiro público, tomou o tempo de todas as instâncias da Justiça, obteve-se devolução de dinheiro reconhecido pelos réus como ilícitos, aí o compadrio a conivência e o esquema do sistema resolve anular tudo? Como assim, agora a moda é se ocupar sobre a baderna de 8/0 e condenar a veinha e o veinho que participaram da arruaça? Acredita no Judiciário somente os otários, pois ela só é rígida para pobre e preto. Isso é um desabafo de um cidadão brasileiro.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

PAÍS DE LOUCOS

Será que na coletânea recém-lançada dos últimos 15 anos no STF, o ministro Dias Toffoli abordou a decisão de instalar uma investigações contra as denúncias de envolvimento de parentes, notadamente de esposas de ministros em ações sob julgamento da Corte ou a suas sentenças monocrática de anular as acusações contra Lula, penitência por ter impedido o então presidiário de comparecer ao enterro do irmão? Assim como, se abordou as manifestações iradas do Gilmar Mendes contra o ex-juiz Sergio Moro em êxtase, tratando-o como um inimigo pessoal, o mesmo ministro que impediu a presidente Dilma de nomear Lula como seu ministro para tirá-lo do alcance do Moro? Hoje anulou todas as acusações contra o Zé Dirceu, tornando-o ficha limpa, apesar da contumácia deste com mal feitos, como se envolver em todos casos de corrupção nos governos Lula desde o mensalão ou em tráfegos de influência que o deixaram economicamente resolvido. Será que depois de tudo dá para crer na boa imagem do Brasil no ranking anticorrupção se todas as ações investigativas sob guarida do STF foram depois anuladas pelo mesmo STF desse país de loucos?

Alberto Mac Dowell Figueiredo

São Carlos

*

DECISÃO DE GILMAR MENDES

O parecer do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestando-se contra a anulação por Gilmar Mendes das condenações de José Dirceu, poderá recorrer e seria levado para a 2.ª turma. Eu acho que tanto faz segunda ou primeiro turma, pois a maioria foi indicada por Lula, e Gilmar já decidiu. Portanto, está tudo dominado. É assim que começa. Pobre Brasil. Primeira turma: Cristiano Zanin; Cármen Lúcia; Flávio Dino; Luiz Fux (Lula -PT), Alexandre de Moraes, presidente da turma. Segunda turma: Edson Fachin, presidente da turma, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça (podem acompanhar os coleguinhas)

Tania Tavares

São Paulo

*

‘TROCA DE PRISIONEIROS’

O Brasil está realizando uma espécie de troca de prisioneiros: o temível José Dirceu volta à vida pública em troca da reversão das inelegibilidades do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa troca de prisioneiros inclui a escolha do novo presidente da Câmara, que vai custar bilhões de reais em emendas parlamentares e novos perdões judiciais. Muito melhor seria se os criminosos continuassem na cadeia e o novo presidente da Câmara fosse eleito em uma votação entre os deputados.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘O CRIME COMPENSA’

Em Brasília segue sendo detonada a operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção montado no País. Desta vez o ministro Gilmar Mendes, do STF, livrou o ex-ministro José Dirceu de todas as condenações, que assim volta a ter seus direitos políticos liberados. Nessa batida, a temida operação, que parecia estar erguida em cima de uma robusta e segura fundação, na realidade está bem perto de desmoronar por completo. Depois de milhões de reais devolvidos aos cofres públicos, delações premiadas, confissões categóricas, provas irrefutáveis e condenações em várias instâncias, ficou para a sociedade brasileira a nítida sensação de que aqui o crime compensa.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

INSEGURANÇA JURÍDICA

Hoje o maior problema brasileiro é a insegurança jurídica. Quando a bandidagem, apenada pela Operação Lava Jato, devolveu vultosas quantias, foi inocentado, e um deles foi eleito presidente. Transcrevo Pedro Valls Feu Rosa: “O Brasil é rico em recursos naturais, mas países essencialmente pobres em recursos naturais, como Cingapura, Japão, Coreia do Sul e Suíça sobressaem e, para tal, a solução, na verdade, foi bem simples. Responde pelo nome de estabilidade jurídica. Só isso. As instituições funcionam, quem comete crime é punido, contratos são cumpridos e regras são estáveis. O resto vem a reboque”.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

CHOQUE DE GESTÃO

O PT precisa definitivamente de um choque de gestão, a começar por encarar de forma realista sua própria história. Lula da Silva foi eleito em 2022 por uma parcela da população horrorizada com a possibilidade de o governo medíocre de Jair Bolsonaro se perpetuar. Esses eleitores nunca foram petistas, muito menos simpatizantes de Lula ou do PT. O partido vem derrocando progressivamente, a olhos vistos, desde o impeachment de Dilma Rousseff e nunca se recuperou por conta do pensamento engessado de suas lideranças. Enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, muito acertadamente, após o desempenho pífio nas eleições municipais, que o PT não saiu da zona de rebaixamento em que entrou em 2016, a presidente do partido Gleisi Hoffman rebateu escrevendo: “Estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”. Ou seja, para ela, a culpa pelo fracasso petista é da direita ofensiva e não da esquerda obsoleta que não se renova. Tempo de cortar cabeças velhas.

Luciano Harary

São Paulo

*

CRIME ORGANIZADO

Em relação à matéria intitulada Brasil se encontra em estado de máfia, afirma secretário nacional de Segurança (Estadão, 28/10, A13), gostaria de tecer os seguintes comentários: essa administração federal está aí há praticamente dois anos e só agora teve a ideia de criar grupo técnico de trabalho para enfrentar o crime organizado? É isso mesmo o que está escrito na matéria? Realmente os brasileiros não param de se surpreender com Brasília, que aparentemente se transforma cada vez mais num verdadeiro mundo apartado da lamentável realidade do resto do Brasil – um lugar onde parece imperar o pensamento mágico na Economia, a ideologia atrasada nas Relações Internacionais e, pelo jeito, uma completa falta de senso de urgência na Segurança Pública. O que parece sobrar lá são enormes gastos com um marketing cada vez mais vazio e ilusório sobre o nosso suposto progresso econômico e social, segurança crescente para a população e integração responsável e competitiva com o resto do mundo. E, claro, uma verdadeira farra de desejos absurdos para o uso irresponsável do escasso dinheiro público, que inclui agora até um novo e caríssimo avião presidencial. Enfim, infelizmente o nosso querido Brasil parece estar condenado a ficar refém desse verdadeiro desgoverno e padecer, sem piedade ou misericórdia, por ainda mais dois longos anos até que possa ter a oportunidade de trocá-lo por algo (espera-se) menos ruim. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

DIREITO AO VOTO

No Estado Democrático de Direito que o País vive a tão duras penas reconquistado após a longa e interminável noite dos 21 anos de chumbo da ditadura militar, de triste e lamentável memória, o voto deve ser exercido como um direito do cidadão, não como obrigação. Muda, Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

‘CIVILIDADE’

O caso dos desembargadores do Mato Grosso do Sul, que estão com tornozeleira eletrônica e afastados do serviço, pode ser uma ótima oportunidade para o ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, instituir civilidade no Brasil. Poderia começar providenciando medidas que cancelassem a profusão de direitos adquiridos dos tais desembargadores, principalmente o de receber vencimentos enquanto afastados ou eventualmente demitidos do serviço público. Não fazer isso é ato de incivilidade.

Wilson Scarpelli

Cotia

*

SEGURANÇA PÚBLICA

O problema da segurança pública no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, só vai acabar com a inanição do poder paralelo (traficantes e milicianos). Para isso há que se fazer um choque de ordem em todas as esferas governamentais: controlar as fronteiras, fiscalizar as rodovias, bloquear os acessos de cargas nas comunidades, etc. O candidato à presidência da República tem a faca e o queijo nas mãos para preparar um plano nacional de combate ao crime e, com certeza, será o vencedor das eleições.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

CESSAR-FOGO

Em vista dos acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro na semana passada, quando ocorreu um tiroteio em plena Avenida Brasil, sugiro que o nosso presidente Lula e seu assessor Celso Amorim, grandes diplomatas, busquem um cessa-fogo dentro da mesma metodologia que sugeriram no conflito Rússia/Ucrânia e Israel/Gaza, ou seja, vamos sentar numa mesa de um bar e tomar uma cervejinha e conversar sobre a situação. Pelo amor de Deus, onde vamos parar.

Mendel Szlejf

São Paulo

*

REELEIÇÃO NA CAPITAL PAULISTA

Para aferir a real dimensão da reeleição do prefeito da capital, apresento uma sugestão às empresas de pesquisa de opinião. Proceder esta enquete com apenas uma pergunta: qual o nome do prefeito eleito, em segundo turno, para a cidade de São Paulo? Respostas comO Ricardo Nunes, Ricardo ou Nunes seriam consideradas válidas, qualquer outro nome como inválidas. Metodologia apropriada de responsabilidade destas empresas.

Jose Wilson Gambier Costa

Lençóis Paulista

*

CENSURA PRIVADA

Meus cumprimentos ao Estadão pela publicação de dois excelentes artigos de opinião na edição desta quarta-feira, 30/10. Em primeiro lugar, o texto de Jamil Assis, intitulado Não cabe às redes sociais dizer o que é ilícito no País (Estadão, 30/10, A4) nos apresenta uma precisa e lúcida análise sobre o perigo da censura privada nos meios de comunicação digital. É difícil, como notamos diariamente e como bem aponta o articulista, alcançarmos o equilíbrio para lidar com a questão, em especial quando as instituições públicas a que se pode recorrer não parecem atuar com a neutralidade e a imparcialidade que seriam necessárias para resolver conflitos dessa natureza. Em segundo, o artigo de Luiz Felipe D´Ávila, sob o título Democracia e desesperança (Estadão, 30/10, A5), diagnosticando o sentimento de desesperança e descrença no País, especialmente entre os jovens. Infelizmente, como bem posto pelo autor, continuamos a ser um país onde o melhor negócio não é vencer os concorrentes no mercado, mas capturar o Estado e viver às custas de feudos de privilégios estatais. Essa é a verdadeira luta de classes que divide o Brasil entre quem tem e quem não tem acesso a uma teta estatal. Meus cumprimentos a ambos os articulistas.

José Luis Ribeiro Brazuna

São Paulo

STF

Lavagem a jato

O Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu promover, literalmente, uma ampla lavagem a jato da Operação Lava Jato. A lista de corruptos confessos que a Corte deixa livres, leves e soltos aumenta a cada dia. O caso mais recente é a anulação de todas as condenações de José Dirceu, concedida pelo ministro Gilmar Mendes. A fundamentação do ministro é de que nem corruptos confessos poderiam ser condenados pelo ex-juiz federal Sergio Moro porque Moro não estava apto para assinar a condenação de nove anos e seis meses de Lula da Silva, logo, toda a trupe, de roldão, será beneficiada pela alforria. O que ninguém até hoje entendeu, nem foi explicado, é como outros tribunais revisaram e confirmaram a condenação de Lula, e somente após 580 dias de prisão resolveram anular a condenação.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

Indelével

Gilmar Mendes anulou todas as condenações de José Dirceu na Operação Lava Jato, mas isso não apaga os atos por ele cometidos. Ficarão na história da corrupção do governo petista.

Lourdes Migliavacca

São Paulo

*

Justiça desacreditada

Num incrível revezamento monocrático, agora é o glorioso ministro Gilmar Mendes que anula condenações na incômoda Lava Jato. Até quando vamos ficar assistindo passivamente a essas decisões que tentam reescrever a História? Dá para acreditar na Justiça no Brasil? Acho que a resposta é um tanto quanto óbvia, infelizmente.

Renato Camargo

São Paulo

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Condenações anuladas

José Dirceu, Gilmar Mendes e Supremo Tribunal Federal, mais uma vergonha nacional.

Alberto José Caram

São Paulo

*

Lula 2026

O lugar-tenente

Lula vai ligar ‘modo disputa 2026′ e quer ajuda de Dirceu na articulação política (análise de Vera Rosa, Estadão, 29/10). Lula deve estar muito feliz. Após a vergonhosa anistia concedida a José Dirceu, o presidente deve expor sua reconciliação com aquele que nunca deixou de ser seu braço direito e lugar-tenente. Ressuscitado do mundo dos mortos graças a uma Justiça arbitrária, certamente José Dirceu passará a exercer lugar de destaque na gestão Lula da Silva, até que um bando de idiotas o recoloque oficialmente na vida pública, numa próxima eleição.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

Voto no Brasil

Um direito, não um dever

Apenas o título do editorial do Estadão de 30/10 já se bastaria, dispensando até o corpo do texto: Votar é um direito, não um dever. Perfeito! Que sonho viver num Brasil onde um partido político, com seu programa e sua prática, fosse capaz de tirar do conforto o cidadão e motivá-lo a contribuir, convictamente, para a construção de um futuro desejado. Que sonho depositar a verdadeira confiança num candidato a ponto de, espontaneamente, contribuir, seja com trabalho voluntário e/ou no financiamento da campanha, para sua eleição em razão do seu compromisso com bandeiras programáticas. Se o voto é um direito – e essa é a verdade democrática –, que o financiamento das campanhas não seja também outra imposição.

Fernando Pirró

São Paulo

*

Educação

Matemática

A propósito da reportagem Quase metade dos alunos de mais de 15 anos não entende o que é inflação (Estadão, 29/10, A17), segundo pesquisa realizada por dois professores da Universidade Stanford, nos EUA, creio que o buraco é muito mais embaixo. Tenho constatado que estudantes do ensino médio oriundos de escolas públicas aqui, de São Paulo, não sabem sequer a tabuada, matéria que faz parte do currículo do ensino fundamental. Uma das razões para que isso ocorra é a determinação das Secretarias da Educação, tanto estaduais como municipais, para que professores do ensino fundamental não obriguem seus alunos a decorarem a tabuada, sob a alegação de que devem desenvolver o raciocínio, embora uma coisa nada tenha que ver com a outra. O resultado, na prática, é que a meninada não sabe fazer contas, o que diminui substancialmente as chances de sucesso na busca de um bom emprego no mercado de trabalho. Tal lacuna tem, em consequência, aumentado o desinteresse de muitos alunos em prosseguirem com os seus estudos, contribuindo, inclusive, para o aumento da evasão escolar.

José E. W. de A. Cavalcanti

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PASSADO RADIANTE

É inevitável, principalmente ao longo do presente governo, a perplexidade do cidadão comum diante da desconcertante sequência de nomes descriminalizados, inocentados e liberados como resultado de anulações de processos e de penas condenatórias a eles impostas por tribunais legítimos, no escopo da finada operação Lava Jato, em decorrência de atos de mega corrupção. Tais decisões em cascata transformam aqueles ex-réus em cidadãos respeitáveis da noite para o dia, zeram seus currículos, abrem caminho para candidaturas a postos eletivos e para a ocupação de cargos públicos, às vezes no mesmo ambiente onde foram cometidos os crimes. A metamorfose se materializa por meio de movimentos mágicos de varinhas de condão de que cada um dos integrantes da Corte Suprema dispõe. Mediante movimentos cabalísticos com elas executados, todos os 11 togados têm o poder de criar metaversos coerentes com a configuração virtual mais apta a simular a realidade que convém, por vários motivos, a cada um, embora com alcance abrangente e quase irrecorrível. E assim, diante dessa insensata viagem reversa no tempo, pode-se afirmar que o Brasil tem um passado radiante pela frente.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

NOTÍCIA ESTARRECEDORA

É estarrecedora essa canetada de Gilmar Mendes, comparsa de Dias Toffoli. O indivíduo é reincidente do mensalão e do petrolão, condenado em todas as instâncias, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e repentinamente tudo não passou de uma farsa. Gastou-se dinheiro público, tomou o tempo de todas as instâncias da Justiça, obteve-se devolução de dinheiro reconhecido pelos réus como ilícitos, aí o compadrio a conivência e o esquema do sistema resolve anular tudo? Como assim, agora a moda é se ocupar sobre a baderna de 8/0 e condenar a veinha e o veinho que participaram da arruaça? Acredita no Judiciário somente os otários, pois ela só é rígida para pobre e preto. Isso é um desabafo de um cidadão brasileiro.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

PAÍS DE LOUCOS

Será que na coletânea recém-lançada dos últimos 15 anos no STF, o ministro Dias Toffoli abordou a decisão de instalar uma investigações contra as denúncias de envolvimento de parentes, notadamente de esposas de ministros em ações sob julgamento da Corte ou a suas sentenças monocrática de anular as acusações contra Lula, penitência por ter impedido o então presidiário de comparecer ao enterro do irmão? Assim como, se abordou as manifestações iradas do Gilmar Mendes contra o ex-juiz Sergio Moro em êxtase, tratando-o como um inimigo pessoal, o mesmo ministro que impediu a presidente Dilma de nomear Lula como seu ministro para tirá-lo do alcance do Moro? Hoje anulou todas as acusações contra o Zé Dirceu, tornando-o ficha limpa, apesar da contumácia deste com mal feitos, como se envolver em todos casos de corrupção nos governos Lula desde o mensalão ou em tráfegos de influência que o deixaram economicamente resolvido. Será que depois de tudo dá para crer na boa imagem do Brasil no ranking anticorrupção se todas as ações investigativas sob guarida do STF foram depois anuladas pelo mesmo STF desse país de loucos?

Alberto Mac Dowell Figueiredo

São Carlos

*

DECISÃO DE GILMAR MENDES

O parecer do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestando-se contra a anulação por Gilmar Mendes das condenações de José Dirceu, poderá recorrer e seria levado para a 2.ª turma. Eu acho que tanto faz segunda ou primeiro turma, pois a maioria foi indicada por Lula, e Gilmar já decidiu. Portanto, está tudo dominado. É assim que começa. Pobre Brasil. Primeira turma: Cristiano Zanin; Cármen Lúcia; Flávio Dino; Luiz Fux (Lula -PT), Alexandre de Moraes, presidente da turma. Segunda turma: Edson Fachin, presidente da turma, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça (podem acompanhar os coleguinhas)

Tania Tavares

São Paulo

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‘TROCA DE PRISIONEIROS’

O Brasil está realizando uma espécie de troca de prisioneiros: o temível José Dirceu volta à vida pública em troca da reversão das inelegibilidades do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa troca de prisioneiros inclui a escolha do novo presidente da Câmara, que vai custar bilhões de reais em emendas parlamentares e novos perdões judiciais. Muito melhor seria se os criminosos continuassem na cadeia e o novo presidente da Câmara fosse eleito em uma votação entre os deputados.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘O CRIME COMPENSA’

Em Brasília segue sendo detonada a operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção montado no País. Desta vez o ministro Gilmar Mendes, do STF, livrou o ex-ministro José Dirceu de todas as condenações, que assim volta a ter seus direitos políticos liberados. Nessa batida, a temida operação, que parecia estar erguida em cima de uma robusta e segura fundação, na realidade está bem perto de desmoronar por completo. Depois de milhões de reais devolvidos aos cofres públicos, delações premiadas, confissões categóricas, provas irrefutáveis e condenações em várias instâncias, ficou para a sociedade brasileira a nítida sensação de que aqui o crime compensa.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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INSEGURANÇA JURÍDICA

Hoje o maior problema brasileiro é a insegurança jurídica. Quando a bandidagem, apenada pela Operação Lava Jato, devolveu vultosas quantias, foi inocentado, e um deles foi eleito presidente. Transcrevo Pedro Valls Feu Rosa: “O Brasil é rico em recursos naturais, mas países essencialmente pobres em recursos naturais, como Cingapura, Japão, Coreia do Sul e Suíça sobressaem e, para tal, a solução, na verdade, foi bem simples. Responde pelo nome de estabilidade jurídica. Só isso. As instituições funcionam, quem comete crime é punido, contratos são cumpridos e regras são estáveis. O resto vem a reboque”.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

CHOQUE DE GESTÃO

O PT precisa definitivamente de um choque de gestão, a começar por encarar de forma realista sua própria história. Lula da Silva foi eleito em 2022 por uma parcela da população horrorizada com a possibilidade de o governo medíocre de Jair Bolsonaro se perpetuar. Esses eleitores nunca foram petistas, muito menos simpatizantes de Lula ou do PT. O partido vem derrocando progressivamente, a olhos vistos, desde o impeachment de Dilma Rousseff e nunca se recuperou por conta do pensamento engessado de suas lideranças. Enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, muito acertadamente, após o desempenho pífio nas eleições municipais, que o PT não saiu da zona de rebaixamento em que entrou em 2016, a presidente do partido Gleisi Hoffman rebateu escrevendo: “Estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”. Ou seja, para ela, a culpa pelo fracasso petista é da direita ofensiva e não da esquerda obsoleta que não se renova. Tempo de cortar cabeças velhas.

Luciano Harary

São Paulo

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CRIME ORGANIZADO

Em relação à matéria intitulada Brasil se encontra em estado de máfia, afirma secretário nacional de Segurança (Estadão, 28/10, A13), gostaria de tecer os seguintes comentários: essa administração federal está aí há praticamente dois anos e só agora teve a ideia de criar grupo técnico de trabalho para enfrentar o crime organizado? É isso mesmo o que está escrito na matéria? Realmente os brasileiros não param de se surpreender com Brasília, que aparentemente se transforma cada vez mais num verdadeiro mundo apartado da lamentável realidade do resto do Brasil – um lugar onde parece imperar o pensamento mágico na Economia, a ideologia atrasada nas Relações Internacionais e, pelo jeito, uma completa falta de senso de urgência na Segurança Pública. O que parece sobrar lá são enormes gastos com um marketing cada vez mais vazio e ilusório sobre o nosso suposto progresso econômico e social, segurança crescente para a população e integração responsável e competitiva com o resto do mundo. E, claro, uma verdadeira farra de desejos absurdos para o uso irresponsável do escasso dinheiro público, que inclui agora até um novo e caríssimo avião presidencial. Enfim, infelizmente o nosso querido Brasil parece estar condenado a ficar refém desse verdadeiro desgoverno e padecer, sem piedade ou misericórdia, por ainda mais dois longos anos até que possa ter a oportunidade de trocá-lo por algo (espera-se) menos ruim. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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DIREITO AO VOTO

No Estado Democrático de Direito que o País vive a tão duras penas reconquistado após a longa e interminável noite dos 21 anos de chumbo da ditadura militar, de triste e lamentável memória, o voto deve ser exercido como um direito do cidadão, não como obrigação. Muda, Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

‘CIVILIDADE’

O caso dos desembargadores do Mato Grosso do Sul, que estão com tornozeleira eletrônica e afastados do serviço, pode ser uma ótima oportunidade para o ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, instituir civilidade no Brasil. Poderia começar providenciando medidas que cancelassem a profusão de direitos adquiridos dos tais desembargadores, principalmente o de receber vencimentos enquanto afastados ou eventualmente demitidos do serviço público. Não fazer isso é ato de incivilidade.

Wilson Scarpelli

Cotia

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SEGURANÇA PÚBLICA

O problema da segurança pública no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, só vai acabar com a inanição do poder paralelo (traficantes e milicianos). Para isso há que se fazer um choque de ordem em todas as esferas governamentais: controlar as fronteiras, fiscalizar as rodovias, bloquear os acessos de cargas nas comunidades, etc. O candidato à presidência da República tem a faca e o queijo nas mãos para preparar um plano nacional de combate ao crime e, com certeza, será o vencedor das eleições.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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CESSAR-FOGO

Em vista dos acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro na semana passada, quando ocorreu um tiroteio em plena Avenida Brasil, sugiro que o nosso presidente Lula e seu assessor Celso Amorim, grandes diplomatas, busquem um cessa-fogo dentro da mesma metodologia que sugeriram no conflito Rússia/Ucrânia e Israel/Gaza, ou seja, vamos sentar numa mesa de um bar e tomar uma cervejinha e conversar sobre a situação. Pelo amor de Deus, onde vamos parar.

Mendel Szlejf

São Paulo

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REELEIÇÃO NA CAPITAL PAULISTA

Para aferir a real dimensão da reeleição do prefeito da capital, apresento uma sugestão às empresas de pesquisa de opinião. Proceder esta enquete com apenas uma pergunta: qual o nome do prefeito eleito, em segundo turno, para a cidade de São Paulo? Respostas comO Ricardo Nunes, Ricardo ou Nunes seriam consideradas válidas, qualquer outro nome como inválidas. Metodologia apropriada de responsabilidade destas empresas.

Jose Wilson Gambier Costa

Lençóis Paulista

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CENSURA PRIVADA

Meus cumprimentos ao Estadão pela publicação de dois excelentes artigos de opinião na edição desta quarta-feira, 30/10. Em primeiro lugar, o texto de Jamil Assis, intitulado Não cabe às redes sociais dizer o que é ilícito no País (Estadão, 30/10, A4) nos apresenta uma precisa e lúcida análise sobre o perigo da censura privada nos meios de comunicação digital. É difícil, como notamos diariamente e como bem aponta o articulista, alcançarmos o equilíbrio para lidar com a questão, em especial quando as instituições públicas a que se pode recorrer não parecem atuar com a neutralidade e a imparcialidade que seriam necessárias para resolver conflitos dessa natureza. Em segundo, o artigo de Luiz Felipe D´Ávila, sob o título Democracia e desesperança (Estadão, 30/10, A5), diagnosticando o sentimento de desesperança e descrença no País, especialmente entre os jovens. Infelizmente, como bem posto pelo autor, continuamos a ser um país onde o melhor negócio não é vencer os concorrentes no mercado, mas capturar o Estado e viver às custas de feudos de privilégios estatais. Essa é a verdadeira luta de classes que divide o Brasil entre quem tem e quem não tem acesso a uma teta estatal. Meus cumprimentos a ambos os articulistas.

José Luis Ribeiro Brazuna

São Paulo

STF

Lavagem a jato

O Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu promover, literalmente, uma ampla lavagem a jato da Operação Lava Jato. A lista de corruptos confessos que a Corte deixa livres, leves e soltos aumenta a cada dia. O caso mais recente é a anulação de todas as condenações de José Dirceu, concedida pelo ministro Gilmar Mendes. A fundamentação do ministro é de que nem corruptos confessos poderiam ser condenados pelo ex-juiz federal Sergio Moro porque Moro não estava apto para assinar a condenação de nove anos e seis meses de Lula da Silva, logo, toda a trupe, de roldão, será beneficiada pela alforria. O que ninguém até hoje entendeu, nem foi explicado, é como outros tribunais revisaram e confirmaram a condenação de Lula, e somente após 580 dias de prisão resolveram anular a condenação.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

Indelével

Gilmar Mendes anulou todas as condenações de José Dirceu na Operação Lava Jato, mas isso não apaga os atos por ele cometidos. Ficarão na história da corrupção do governo petista.

Lourdes Migliavacca

São Paulo

*

Justiça desacreditada

Num incrível revezamento monocrático, agora é o glorioso ministro Gilmar Mendes que anula condenações na incômoda Lava Jato. Até quando vamos ficar assistindo passivamente a essas decisões que tentam reescrever a História? Dá para acreditar na Justiça no Brasil? Acho que a resposta é um tanto quanto óbvia, infelizmente.

Renato Camargo

São Paulo

*

Condenações anuladas

José Dirceu, Gilmar Mendes e Supremo Tribunal Federal, mais uma vergonha nacional.

Alberto José Caram

São Paulo

*

Lula 2026

O lugar-tenente

Lula vai ligar ‘modo disputa 2026′ e quer ajuda de Dirceu na articulação política (análise de Vera Rosa, Estadão, 29/10). Lula deve estar muito feliz. Após a vergonhosa anistia concedida a José Dirceu, o presidente deve expor sua reconciliação com aquele que nunca deixou de ser seu braço direito e lugar-tenente. Ressuscitado do mundo dos mortos graças a uma Justiça arbitrária, certamente José Dirceu passará a exercer lugar de destaque na gestão Lula da Silva, até que um bando de idiotas o recoloque oficialmente na vida pública, numa próxima eleição.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

Voto no Brasil

Um direito, não um dever

Apenas o título do editorial do Estadão de 30/10 já se bastaria, dispensando até o corpo do texto: Votar é um direito, não um dever. Perfeito! Que sonho viver num Brasil onde um partido político, com seu programa e sua prática, fosse capaz de tirar do conforto o cidadão e motivá-lo a contribuir, convictamente, para a construção de um futuro desejado. Que sonho depositar a verdadeira confiança num candidato a ponto de, espontaneamente, contribuir, seja com trabalho voluntário e/ou no financiamento da campanha, para sua eleição em razão do seu compromisso com bandeiras programáticas. Se o voto é um direito – e essa é a verdade democrática –, que o financiamento das campanhas não seja também outra imposição.

Fernando Pirró

São Paulo

*

Educação

Matemática

A propósito da reportagem Quase metade dos alunos de mais de 15 anos não entende o que é inflação (Estadão, 29/10, A17), segundo pesquisa realizada por dois professores da Universidade Stanford, nos EUA, creio que o buraco é muito mais embaixo. Tenho constatado que estudantes do ensino médio oriundos de escolas públicas aqui, de São Paulo, não sabem sequer a tabuada, matéria que faz parte do currículo do ensino fundamental. Uma das razões para que isso ocorra é a determinação das Secretarias da Educação, tanto estaduais como municipais, para que professores do ensino fundamental não obriguem seus alunos a decorarem a tabuada, sob a alegação de que devem desenvolver o raciocínio, embora uma coisa nada tenha que ver com a outra. O resultado, na prática, é que a meninada não sabe fazer contas, o que diminui substancialmente as chances de sucesso na busca de um bom emprego no mercado de trabalho. Tal lacuna tem, em consequência, aumentado o desinteresse de muitos alunos em prosseguirem com os seus estudos, contribuindo, inclusive, para o aumento da evasão escolar.

José E. W. de A. Cavalcanti

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PASSADO RADIANTE

É inevitável, principalmente ao longo do presente governo, a perplexidade do cidadão comum diante da desconcertante sequência de nomes descriminalizados, inocentados e liberados como resultado de anulações de processos e de penas condenatórias a eles impostas por tribunais legítimos, no escopo da finada operação Lava Jato, em decorrência de atos de mega corrupção. Tais decisões em cascata transformam aqueles ex-réus em cidadãos respeitáveis da noite para o dia, zeram seus currículos, abrem caminho para candidaturas a postos eletivos e para a ocupação de cargos públicos, às vezes no mesmo ambiente onde foram cometidos os crimes. A metamorfose se materializa por meio de movimentos mágicos de varinhas de condão de que cada um dos integrantes da Corte Suprema dispõe. Mediante movimentos cabalísticos com elas executados, todos os 11 togados têm o poder de criar metaversos coerentes com a configuração virtual mais apta a simular a realidade que convém, por vários motivos, a cada um, embora com alcance abrangente e quase irrecorrível. E assim, diante dessa insensata viagem reversa no tempo, pode-se afirmar que o Brasil tem um passado radiante pela frente.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

NOTÍCIA ESTARRECEDORA

É estarrecedora essa canetada de Gilmar Mendes, comparsa de Dias Toffoli. O indivíduo é reincidente do mensalão e do petrolão, condenado em todas as instâncias, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e repentinamente tudo não passou de uma farsa. Gastou-se dinheiro público, tomou o tempo de todas as instâncias da Justiça, obteve-se devolução de dinheiro reconhecido pelos réus como ilícitos, aí o compadrio a conivência e o esquema do sistema resolve anular tudo? Como assim, agora a moda é se ocupar sobre a baderna de 8/0 e condenar a veinha e o veinho que participaram da arruaça? Acredita no Judiciário somente os otários, pois ela só é rígida para pobre e preto. Isso é um desabafo de um cidadão brasileiro.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

PAÍS DE LOUCOS

Será que na coletânea recém-lançada dos últimos 15 anos no STF, o ministro Dias Toffoli abordou a decisão de instalar uma investigações contra as denúncias de envolvimento de parentes, notadamente de esposas de ministros em ações sob julgamento da Corte ou a suas sentenças monocrática de anular as acusações contra Lula, penitência por ter impedido o então presidiário de comparecer ao enterro do irmão? Assim como, se abordou as manifestações iradas do Gilmar Mendes contra o ex-juiz Sergio Moro em êxtase, tratando-o como um inimigo pessoal, o mesmo ministro que impediu a presidente Dilma de nomear Lula como seu ministro para tirá-lo do alcance do Moro? Hoje anulou todas as acusações contra o Zé Dirceu, tornando-o ficha limpa, apesar da contumácia deste com mal feitos, como se envolver em todos casos de corrupção nos governos Lula desde o mensalão ou em tráfegos de influência que o deixaram economicamente resolvido. Será que depois de tudo dá para crer na boa imagem do Brasil no ranking anticorrupção se todas as ações investigativas sob guarida do STF foram depois anuladas pelo mesmo STF desse país de loucos?

Alberto Mac Dowell Figueiredo

São Carlos

*

DECISÃO DE GILMAR MENDES

O parecer do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestando-se contra a anulação por Gilmar Mendes das condenações de José Dirceu, poderá recorrer e seria levado para a 2.ª turma. Eu acho que tanto faz segunda ou primeiro turma, pois a maioria foi indicada por Lula, e Gilmar já decidiu. Portanto, está tudo dominado. É assim que começa. Pobre Brasil. Primeira turma: Cristiano Zanin; Cármen Lúcia; Flávio Dino; Luiz Fux (Lula -PT), Alexandre de Moraes, presidente da turma. Segunda turma: Edson Fachin, presidente da turma, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça (podem acompanhar os coleguinhas)

Tania Tavares

São Paulo

*

‘TROCA DE PRISIONEIROS’

O Brasil está realizando uma espécie de troca de prisioneiros: o temível José Dirceu volta à vida pública em troca da reversão das inelegibilidades do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa troca de prisioneiros inclui a escolha do novo presidente da Câmara, que vai custar bilhões de reais em emendas parlamentares e novos perdões judiciais. Muito melhor seria se os criminosos continuassem na cadeia e o novo presidente da Câmara fosse eleito em uma votação entre os deputados.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘O CRIME COMPENSA’

Em Brasília segue sendo detonada a operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção montado no País. Desta vez o ministro Gilmar Mendes, do STF, livrou o ex-ministro José Dirceu de todas as condenações, que assim volta a ter seus direitos políticos liberados. Nessa batida, a temida operação, que parecia estar erguida em cima de uma robusta e segura fundação, na realidade está bem perto de desmoronar por completo. Depois de milhões de reais devolvidos aos cofres públicos, delações premiadas, confissões categóricas, provas irrefutáveis e condenações em várias instâncias, ficou para a sociedade brasileira a nítida sensação de que aqui o crime compensa.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

INSEGURANÇA JURÍDICA

Hoje o maior problema brasileiro é a insegurança jurídica. Quando a bandidagem, apenada pela Operação Lava Jato, devolveu vultosas quantias, foi inocentado, e um deles foi eleito presidente. Transcrevo Pedro Valls Feu Rosa: “O Brasil é rico em recursos naturais, mas países essencialmente pobres em recursos naturais, como Cingapura, Japão, Coreia do Sul e Suíça sobressaem e, para tal, a solução, na verdade, foi bem simples. Responde pelo nome de estabilidade jurídica. Só isso. As instituições funcionam, quem comete crime é punido, contratos são cumpridos e regras são estáveis. O resto vem a reboque”.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

CHOQUE DE GESTÃO

O PT precisa definitivamente de um choque de gestão, a começar por encarar de forma realista sua própria história. Lula da Silva foi eleito em 2022 por uma parcela da população horrorizada com a possibilidade de o governo medíocre de Jair Bolsonaro se perpetuar. Esses eleitores nunca foram petistas, muito menos simpatizantes de Lula ou do PT. O partido vem derrocando progressivamente, a olhos vistos, desde o impeachment de Dilma Rousseff e nunca se recuperou por conta do pensamento engessado de suas lideranças. Enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, muito acertadamente, após o desempenho pífio nas eleições municipais, que o PT não saiu da zona de rebaixamento em que entrou em 2016, a presidente do partido Gleisi Hoffman rebateu escrevendo: “Estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”. Ou seja, para ela, a culpa pelo fracasso petista é da direita ofensiva e não da esquerda obsoleta que não se renova. Tempo de cortar cabeças velhas.

Luciano Harary

São Paulo

*

CRIME ORGANIZADO

Em relação à matéria intitulada Brasil se encontra em estado de máfia, afirma secretário nacional de Segurança (Estadão, 28/10, A13), gostaria de tecer os seguintes comentários: essa administração federal está aí há praticamente dois anos e só agora teve a ideia de criar grupo técnico de trabalho para enfrentar o crime organizado? É isso mesmo o que está escrito na matéria? Realmente os brasileiros não param de se surpreender com Brasília, que aparentemente se transforma cada vez mais num verdadeiro mundo apartado da lamentável realidade do resto do Brasil – um lugar onde parece imperar o pensamento mágico na Economia, a ideologia atrasada nas Relações Internacionais e, pelo jeito, uma completa falta de senso de urgência na Segurança Pública. O que parece sobrar lá são enormes gastos com um marketing cada vez mais vazio e ilusório sobre o nosso suposto progresso econômico e social, segurança crescente para a população e integração responsável e competitiva com o resto do mundo. E, claro, uma verdadeira farra de desejos absurdos para o uso irresponsável do escasso dinheiro público, que inclui agora até um novo e caríssimo avião presidencial. Enfim, infelizmente o nosso querido Brasil parece estar condenado a ficar refém desse verdadeiro desgoverno e padecer, sem piedade ou misericórdia, por ainda mais dois longos anos até que possa ter a oportunidade de trocá-lo por algo (espera-se) menos ruim. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

DIREITO AO VOTO

No Estado Democrático de Direito que o País vive a tão duras penas reconquistado após a longa e interminável noite dos 21 anos de chumbo da ditadura militar, de triste e lamentável memória, o voto deve ser exercido como um direito do cidadão, não como obrigação. Muda, Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

‘CIVILIDADE’

O caso dos desembargadores do Mato Grosso do Sul, que estão com tornozeleira eletrônica e afastados do serviço, pode ser uma ótima oportunidade para o ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, instituir civilidade no Brasil. Poderia começar providenciando medidas que cancelassem a profusão de direitos adquiridos dos tais desembargadores, principalmente o de receber vencimentos enquanto afastados ou eventualmente demitidos do serviço público. Não fazer isso é ato de incivilidade.

Wilson Scarpelli

Cotia

*

SEGURANÇA PÚBLICA

O problema da segurança pública no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, só vai acabar com a inanição do poder paralelo (traficantes e milicianos). Para isso há que se fazer um choque de ordem em todas as esferas governamentais: controlar as fronteiras, fiscalizar as rodovias, bloquear os acessos de cargas nas comunidades, etc. O candidato à presidência da República tem a faca e o queijo nas mãos para preparar um plano nacional de combate ao crime e, com certeza, será o vencedor das eleições.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

CESSAR-FOGO

Em vista dos acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro na semana passada, quando ocorreu um tiroteio em plena Avenida Brasil, sugiro que o nosso presidente Lula e seu assessor Celso Amorim, grandes diplomatas, busquem um cessa-fogo dentro da mesma metodologia que sugeriram no conflito Rússia/Ucrânia e Israel/Gaza, ou seja, vamos sentar numa mesa de um bar e tomar uma cervejinha e conversar sobre a situação. Pelo amor de Deus, onde vamos parar.

Mendel Szlejf

São Paulo

*

REELEIÇÃO NA CAPITAL PAULISTA

Para aferir a real dimensão da reeleição do prefeito da capital, apresento uma sugestão às empresas de pesquisa de opinião. Proceder esta enquete com apenas uma pergunta: qual o nome do prefeito eleito, em segundo turno, para a cidade de São Paulo? Respostas comO Ricardo Nunes, Ricardo ou Nunes seriam consideradas válidas, qualquer outro nome como inválidas. Metodologia apropriada de responsabilidade destas empresas.

Jose Wilson Gambier Costa

Lençóis Paulista

*

CENSURA PRIVADA

Meus cumprimentos ao Estadão pela publicação de dois excelentes artigos de opinião na edição desta quarta-feira, 30/10. Em primeiro lugar, o texto de Jamil Assis, intitulado Não cabe às redes sociais dizer o que é ilícito no País (Estadão, 30/10, A4) nos apresenta uma precisa e lúcida análise sobre o perigo da censura privada nos meios de comunicação digital. É difícil, como notamos diariamente e como bem aponta o articulista, alcançarmos o equilíbrio para lidar com a questão, em especial quando as instituições públicas a que se pode recorrer não parecem atuar com a neutralidade e a imparcialidade que seriam necessárias para resolver conflitos dessa natureza. Em segundo, o artigo de Luiz Felipe D´Ávila, sob o título Democracia e desesperança (Estadão, 30/10, A5), diagnosticando o sentimento de desesperança e descrença no País, especialmente entre os jovens. Infelizmente, como bem posto pelo autor, continuamos a ser um país onde o melhor negócio não é vencer os concorrentes no mercado, mas capturar o Estado e viver às custas de feudos de privilégios estatais. Essa é a verdadeira luta de classes que divide o Brasil entre quem tem e quem não tem acesso a uma teta estatal. Meus cumprimentos a ambos os articulistas.

José Luis Ribeiro Brazuna

São Paulo

STF

Lavagem a jato

O Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu promover, literalmente, uma ampla lavagem a jato da Operação Lava Jato. A lista de corruptos confessos que a Corte deixa livres, leves e soltos aumenta a cada dia. O caso mais recente é a anulação de todas as condenações de José Dirceu, concedida pelo ministro Gilmar Mendes. A fundamentação do ministro é de que nem corruptos confessos poderiam ser condenados pelo ex-juiz federal Sergio Moro porque Moro não estava apto para assinar a condenação de nove anos e seis meses de Lula da Silva, logo, toda a trupe, de roldão, será beneficiada pela alforria. O que ninguém até hoje entendeu, nem foi explicado, é como outros tribunais revisaram e confirmaram a condenação de Lula, e somente após 580 dias de prisão resolveram anular a condenação.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

Indelével

Gilmar Mendes anulou todas as condenações de José Dirceu na Operação Lava Jato, mas isso não apaga os atos por ele cometidos. Ficarão na história da corrupção do governo petista.

Lourdes Migliavacca

São Paulo

*

Justiça desacreditada

Num incrível revezamento monocrático, agora é o glorioso ministro Gilmar Mendes que anula condenações na incômoda Lava Jato. Até quando vamos ficar assistindo passivamente a essas decisões que tentam reescrever a História? Dá para acreditar na Justiça no Brasil? Acho que a resposta é um tanto quanto óbvia, infelizmente.

Renato Camargo

São Paulo

*

Condenações anuladas

José Dirceu, Gilmar Mendes e Supremo Tribunal Federal, mais uma vergonha nacional.

Alberto José Caram

São Paulo

*

Lula 2026

O lugar-tenente

Lula vai ligar ‘modo disputa 2026′ e quer ajuda de Dirceu na articulação política (análise de Vera Rosa, Estadão, 29/10). Lula deve estar muito feliz. Após a vergonhosa anistia concedida a José Dirceu, o presidente deve expor sua reconciliação com aquele que nunca deixou de ser seu braço direito e lugar-tenente. Ressuscitado do mundo dos mortos graças a uma Justiça arbitrária, certamente José Dirceu passará a exercer lugar de destaque na gestão Lula da Silva, até que um bando de idiotas o recoloque oficialmente na vida pública, numa próxima eleição.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

*

Voto no Brasil

Um direito, não um dever

Apenas o título do editorial do Estadão de 30/10 já se bastaria, dispensando até o corpo do texto: Votar é um direito, não um dever. Perfeito! Que sonho viver num Brasil onde um partido político, com seu programa e sua prática, fosse capaz de tirar do conforto o cidadão e motivá-lo a contribuir, convictamente, para a construção de um futuro desejado. Que sonho depositar a verdadeira confiança num candidato a ponto de, espontaneamente, contribuir, seja com trabalho voluntário e/ou no financiamento da campanha, para sua eleição em razão do seu compromisso com bandeiras programáticas. Se o voto é um direito – e essa é a verdade democrática –, que o financiamento das campanhas não seja também outra imposição.

Fernando Pirró

São Paulo

*

Educação

Matemática

A propósito da reportagem Quase metade dos alunos de mais de 15 anos não entende o que é inflação (Estadão, 29/10, A17), segundo pesquisa realizada por dois professores da Universidade Stanford, nos EUA, creio que o buraco é muito mais embaixo. Tenho constatado que estudantes do ensino médio oriundos de escolas públicas aqui, de São Paulo, não sabem sequer a tabuada, matéria que faz parte do currículo do ensino fundamental. Uma das razões para que isso ocorra é a determinação das Secretarias da Educação, tanto estaduais como municipais, para que professores do ensino fundamental não obriguem seus alunos a decorarem a tabuada, sob a alegação de que devem desenvolver o raciocínio, embora uma coisa nada tenha que ver com a outra. O resultado, na prática, é que a meninada não sabe fazer contas, o que diminui substancialmente as chances de sucesso na busca de um bom emprego no mercado de trabalho. Tal lacuna tem, em consequência, aumentado o desinteresse de muitos alunos em prosseguirem com os seus estudos, contribuindo, inclusive, para o aumento da evasão escolar.

José E. W. de A. Cavalcanti

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PASSADO RADIANTE

É inevitável, principalmente ao longo do presente governo, a perplexidade do cidadão comum diante da desconcertante sequência de nomes descriminalizados, inocentados e liberados como resultado de anulações de processos e de penas condenatórias a eles impostas por tribunais legítimos, no escopo da finada operação Lava Jato, em decorrência de atos de mega corrupção. Tais decisões em cascata transformam aqueles ex-réus em cidadãos respeitáveis da noite para o dia, zeram seus currículos, abrem caminho para candidaturas a postos eletivos e para a ocupação de cargos públicos, às vezes no mesmo ambiente onde foram cometidos os crimes. A metamorfose se materializa por meio de movimentos mágicos de varinhas de condão de que cada um dos integrantes da Corte Suprema dispõe. Mediante movimentos cabalísticos com elas executados, todos os 11 togados têm o poder de criar metaversos coerentes com a configuração virtual mais apta a simular a realidade que convém, por vários motivos, a cada um, embora com alcance abrangente e quase irrecorrível. E assim, diante dessa insensata viagem reversa no tempo, pode-se afirmar que o Brasil tem um passado radiante pela frente.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

*

NOTÍCIA ESTARRECEDORA

É estarrecedora essa canetada de Gilmar Mendes, comparsa de Dias Toffoli. O indivíduo é reincidente do mensalão e do petrolão, condenado em todas as instâncias, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e repentinamente tudo não passou de uma farsa. Gastou-se dinheiro público, tomou o tempo de todas as instâncias da Justiça, obteve-se devolução de dinheiro reconhecido pelos réus como ilícitos, aí o compadrio a conivência e o esquema do sistema resolve anular tudo? Como assim, agora a moda é se ocupar sobre a baderna de 8/0 e condenar a veinha e o veinho que participaram da arruaça? Acredita no Judiciário somente os otários, pois ela só é rígida para pobre e preto. Isso é um desabafo de um cidadão brasileiro.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

*

PAÍS DE LOUCOS

Será que na coletânea recém-lançada dos últimos 15 anos no STF, o ministro Dias Toffoli abordou a decisão de instalar uma investigações contra as denúncias de envolvimento de parentes, notadamente de esposas de ministros em ações sob julgamento da Corte ou a suas sentenças monocrática de anular as acusações contra Lula, penitência por ter impedido o então presidiário de comparecer ao enterro do irmão? Assim como, se abordou as manifestações iradas do Gilmar Mendes contra o ex-juiz Sergio Moro em êxtase, tratando-o como um inimigo pessoal, o mesmo ministro que impediu a presidente Dilma de nomear Lula como seu ministro para tirá-lo do alcance do Moro? Hoje anulou todas as acusações contra o Zé Dirceu, tornando-o ficha limpa, apesar da contumácia deste com mal feitos, como se envolver em todos casos de corrupção nos governos Lula desde o mensalão ou em tráfegos de influência que o deixaram economicamente resolvido. Será que depois de tudo dá para crer na boa imagem do Brasil no ranking anticorrupção se todas as ações investigativas sob guarida do STF foram depois anuladas pelo mesmo STF desse país de loucos?

Alberto Mac Dowell Figueiredo

São Carlos

*

DECISÃO DE GILMAR MENDES

O parecer do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestando-se contra a anulação por Gilmar Mendes das condenações de José Dirceu, poderá recorrer e seria levado para a 2.ª turma. Eu acho que tanto faz segunda ou primeiro turma, pois a maioria foi indicada por Lula, e Gilmar já decidiu. Portanto, está tudo dominado. É assim que começa. Pobre Brasil. Primeira turma: Cristiano Zanin; Cármen Lúcia; Flávio Dino; Luiz Fux (Lula -PT), Alexandre de Moraes, presidente da turma. Segunda turma: Edson Fachin, presidente da turma, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça (podem acompanhar os coleguinhas)

Tania Tavares

São Paulo

*

‘TROCA DE PRISIONEIROS’

O Brasil está realizando uma espécie de troca de prisioneiros: o temível José Dirceu volta à vida pública em troca da reversão das inelegibilidades do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa troca de prisioneiros inclui a escolha do novo presidente da Câmara, que vai custar bilhões de reais em emendas parlamentares e novos perdões judiciais. Muito melhor seria se os criminosos continuassem na cadeia e o novo presidente da Câmara fosse eleito em uma votação entre os deputados.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

‘O CRIME COMPENSA’

Em Brasília segue sendo detonada a operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção montado no País. Desta vez o ministro Gilmar Mendes, do STF, livrou o ex-ministro José Dirceu de todas as condenações, que assim volta a ter seus direitos políticos liberados. Nessa batida, a temida operação, que parecia estar erguida em cima de uma robusta e segura fundação, na realidade está bem perto de desmoronar por completo. Depois de milhões de reais devolvidos aos cofres públicos, delações premiadas, confissões categóricas, provas irrefutáveis e condenações em várias instâncias, ficou para a sociedade brasileira a nítida sensação de que aqui o crime compensa.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

INSEGURANÇA JURÍDICA

Hoje o maior problema brasileiro é a insegurança jurídica. Quando a bandidagem, apenada pela Operação Lava Jato, devolveu vultosas quantias, foi inocentado, e um deles foi eleito presidente. Transcrevo Pedro Valls Feu Rosa: “O Brasil é rico em recursos naturais, mas países essencialmente pobres em recursos naturais, como Cingapura, Japão, Coreia do Sul e Suíça sobressaem e, para tal, a solução, na verdade, foi bem simples. Responde pelo nome de estabilidade jurídica. Só isso. As instituições funcionam, quem comete crime é punido, contratos são cumpridos e regras são estáveis. O resto vem a reboque”.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

CHOQUE DE GESTÃO

O PT precisa definitivamente de um choque de gestão, a começar por encarar de forma realista sua própria história. Lula da Silva foi eleito em 2022 por uma parcela da população horrorizada com a possibilidade de o governo medíocre de Jair Bolsonaro se perpetuar. Esses eleitores nunca foram petistas, muito menos simpatizantes de Lula ou do PT. O partido vem derrocando progressivamente, a olhos vistos, desde o impeachment de Dilma Rousseff e nunca se recuperou por conta do pensamento engessado de suas lideranças. Enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, muito acertadamente, após o desempenho pífio nas eleições municipais, que o PT não saiu da zona de rebaixamento em que entrou em 2016, a presidente do partido Gleisi Hoffman rebateu escrevendo: “Estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”. Ou seja, para ela, a culpa pelo fracasso petista é da direita ofensiva e não da esquerda obsoleta que não se renova. Tempo de cortar cabeças velhas.

Luciano Harary

São Paulo

*

CRIME ORGANIZADO

Em relação à matéria intitulada Brasil se encontra em estado de máfia, afirma secretário nacional de Segurança (Estadão, 28/10, A13), gostaria de tecer os seguintes comentários: essa administração federal está aí há praticamente dois anos e só agora teve a ideia de criar grupo técnico de trabalho para enfrentar o crime organizado? É isso mesmo o que está escrito na matéria? Realmente os brasileiros não param de se surpreender com Brasília, que aparentemente se transforma cada vez mais num verdadeiro mundo apartado da lamentável realidade do resto do Brasil – um lugar onde parece imperar o pensamento mágico na Economia, a ideologia atrasada nas Relações Internacionais e, pelo jeito, uma completa falta de senso de urgência na Segurança Pública. O que parece sobrar lá são enormes gastos com um marketing cada vez mais vazio e ilusório sobre o nosso suposto progresso econômico e social, segurança crescente para a população e integração responsável e competitiva com o resto do mundo. E, claro, uma verdadeira farra de desejos absurdos para o uso irresponsável do escasso dinheiro público, que inclui agora até um novo e caríssimo avião presidencial. Enfim, infelizmente o nosso querido Brasil parece estar condenado a ficar refém desse verdadeiro desgoverno e padecer, sem piedade ou misericórdia, por ainda mais dois longos anos até que possa ter a oportunidade de trocá-lo por algo (espera-se) menos ruim. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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DIREITO AO VOTO

No Estado Democrático de Direito que o País vive a tão duras penas reconquistado após a longa e interminável noite dos 21 anos de chumbo da ditadura militar, de triste e lamentável memória, o voto deve ser exercido como um direito do cidadão, não como obrigação. Muda, Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

*

‘CIVILIDADE’

O caso dos desembargadores do Mato Grosso do Sul, que estão com tornozeleira eletrônica e afastados do serviço, pode ser uma ótima oportunidade para o ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, instituir civilidade no Brasil. Poderia começar providenciando medidas que cancelassem a profusão de direitos adquiridos dos tais desembargadores, principalmente o de receber vencimentos enquanto afastados ou eventualmente demitidos do serviço público. Não fazer isso é ato de incivilidade.

Wilson Scarpelli

Cotia

*

SEGURANÇA PÚBLICA

O problema da segurança pública no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, só vai acabar com a inanição do poder paralelo (traficantes e milicianos). Para isso há que se fazer um choque de ordem em todas as esferas governamentais: controlar as fronteiras, fiscalizar as rodovias, bloquear os acessos de cargas nas comunidades, etc. O candidato à presidência da República tem a faca e o queijo nas mãos para preparar um plano nacional de combate ao crime e, com certeza, será o vencedor das eleições.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

CESSAR-FOGO

Em vista dos acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro na semana passada, quando ocorreu um tiroteio em plena Avenida Brasil, sugiro que o nosso presidente Lula e seu assessor Celso Amorim, grandes diplomatas, busquem um cessa-fogo dentro da mesma metodologia que sugeriram no conflito Rússia/Ucrânia e Israel/Gaza, ou seja, vamos sentar numa mesa de um bar e tomar uma cervejinha e conversar sobre a situação. Pelo amor de Deus, onde vamos parar.

Mendel Szlejf

São Paulo

*

REELEIÇÃO NA CAPITAL PAULISTA

Para aferir a real dimensão da reeleição do prefeito da capital, apresento uma sugestão às empresas de pesquisa de opinião. Proceder esta enquete com apenas uma pergunta: qual o nome do prefeito eleito, em segundo turno, para a cidade de São Paulo? Respostas comO Ricardo Nunes, Ricardo ou Nunes seriam consideradas válidas, qualquer outro nome como inválidas. Metodologia apropriada de responsabilidade destas empresas.

Jose Wilson Gambier Costa

Lençóis Paulista

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CENSURA PRIVADA

Meus cumprimentos ao Estadão pela publicação de dois excelentes artigos de opinião na edição desta quarta-feira, 30/10. Em primeiro lugar, o texto de Jamil Assis, intitulado Não cabe às redes sociais dizer o que é ilícito no País (Estadão, 30/10, A4) nos apresenta uma precisa e lúcida análise sobre o perigo da censura privada nos meios de comunicação digital. É difícil, como notamos diariamente e como bem aponta o articulista, alcançarmos o equilíbrio para lidar com a questão, em especial quando as instituições públicas a que se pode recorrer não parecem atuar com a neutralidade e a imparcialidade que seriam necessárias para resolver conflitos dessa natureza. Em segundo, o artigo de Luiz Felipe D´Ávila, sob o título Democracia e desesperança (Estadão, 30/10, A5), diagnosticando o sentimento de desesperança e descrença no País, especialmente entre os jovens. Infelizmente, como bem posto pelo autor, continuamos a ser um país onde o melhor negócio não é vencer os concorrentes no mercado, mas capturar o Estado e viver às custas de feudos de privilégios estatais. Essa é a verdadeira luta de classes que divide o Brasil entre quem tem e quem não tem acesso a uma teta estatal. Meus cumprimentos a ambos os articulistas.

José Luis Ribeiro Brazuna

São Paulo

STF

Lavagem a jato

O Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu promover, literalmente, uma ampla lavagem a jato da Operação Lava Jato. A lista de corruptos confessos que a Corte deixa livres, leves e soltos aumenta a cada dia. O caso mais recente é a anulação de todas as condenações de José Dirceu, concedida pelo ministro Gilmar Mendes. A fundamentação do ministro é de que nem corruptos confessos poderiam ser condenados pelo ex-juiz federal Sergio Moro porque Moro não estava apto para assinar a condenação de nove anos e seis meses de Lula da Silva, logo, toda a trupe, de roldão, será beneficiada pela alforria. O que ninguém até hoje entendeu, nem foi explicado, é como outros tribunais revisaram e confirmaram a condenação de Lula, e somente após 580 dias de prisão resolveram anular a condenação.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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Indelével

Gilmar Mendes anulou todas as condenações de José Dirceu na Operação Lava Jato, mas isso não apaga os atos por ele cometidos. Ficarão na história da corrupção do governo petista.

Lourdes Migliavacca

São Paulo

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Justiça desacreditada

Num incrível revezamento monocrático, agora é o glorioso ministro Gilmar Mendes que anula condenações na incômoda Lava Jato. Até quando vamos ficar assistindo passivamente a essas decisões que tentam reescrever a História? Dá para acreditar na Justiça no Brasil? Acho que a resposta é um tanto quanto óbvia, infelizmente.

Renato Camargo

São Paulo

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Condenações anuladas

José Dirceu, Gilmar Mendes e Supremo Tribunal Federal, mais uma vergonha nacional.

Alberto José Caram

São Paulo

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Lula 2026

O lugar-tenente

Lula vai ligar ‘modo disputa 2026′ e quer ajuda de Dirceu na articulação política (análise de Vera Rosa, Estadão, 29/10). Lula deve estar muito feliz. Após a vergonhosa anistia concedida a José Dirceu, o presidente deve expor sua reconciliação com aquele que nunca deixou de ser seu braço direito e lugar-tenente. Ressuscitado do mundo dos mortos graças a uma Justiça arbitrária, certamente José Dirceu passará a exercer lugar de destaque na gestão Lula da Silva, até que um bando de idiotas o recoloque oficialmente na vida pública, numa próxima eleição.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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Voto no Brasil

Um direito, não um dever

Apenas o título do editorial do Estadão de 30/10 já se bastaria, dispensando até o corpo do texto: Votar é um direito, não um dever. Perfeito! Que sonho viver num Brasil onde um partido político, com seu programa e sua prática, fosse capaz de tirar do conforto o cidadão e motivá-lo a contribuir, convictamente, para a construção de um futuro desejado. Que sonho depositar a verdadeira confiança num candidato a ponto de, espontaneamente, contribuir, seja com trabalho voluntário e/ou no financiamento da campanha, para sua eleição em razão do seu compromisso com bandeiras programáticas. Se o voto é um direito – e essa é a verdade democrática –, que o financiamento das campanhas não seja também outra imposição.

Fernando Pirró

São Paulo

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Educação

Matemática

A propósito da reportagem Quase metade dos alunos de mais de 15 anos não entende o que é inflação (Estadão, 29/10, A17), segundo pesquisa realizada por dois professores da Universidade Stanford, nos EUA, creio que o buraco é muito mais embaixo. Tenho constatado que estudantes do ensino médio oriundos de escolas públicas aqui, de São Paulo, não sabem sequer a tabuada, matéria que faz parte do currículo do ensino fundamental. Uma das razões para que isso ocorra é a determinação das Secretarias da Educação, tanto estaduais como municipais, para que professores do ensino fundamental não obriguem seus alunos a decorarem a tabuada, sob a alegação de que devem desenvolver o raciocínio, embora uma coisa nada tenha que ver com a outra. O resultado, na prática, é que a meninada não sabe fazer contas, o que diminui substancialmente as chances de sucesso na busca de um bom emprego no mercado de trabalho. Tal lacuna tem, em consequência, aumentado o desinteresse de muitos alunos em prosseguirem com os seus estudos, contribuindo, inclusive, para o aumento da evasão escolar.

José E. W. de A. Cavalcanti

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PASSADO RADIANTE

É inevitável, principalmente ao longo do presente governo, a perplexidade do cidadão comum diante da desconcertante sequência de nomes descriminalizados, inocentados e liberados como resultado de anulações de processos e de penas condenatórias a eles impostas por tribunais legítimos, no escopo da finada operação Lava Jato, em decorrência de atos de mega corrupção. Tais decisões em cascata transformam aqueles ex-réus em cidadãos respeitáveis da noite para o dia, zeram seus currículos, abrem caminho para candidaturas a postos eletivos e para a ocupação de cargos públicos, às vezes no mesmo ambiente onde foram cometidos os crimes. A metamorfose se materializa por meio de movimentos mágicos de varinhas de condão de que cada um dos integrantes da Corte Suprema dispõe. Mediante movimentos cabalísticos com elas executados, todos os 11 togados têm o poder de criar metaversos coerentes com a configuração virtual mais apta a simular a realidade que convém, por vários motivos, a cada um, embora com alcance abrangente e quase irrecorrível. E assim, diante dessa insensata viagem reversa no tempo, pode-se afirmar que o Brasil tem um passado radiante pela frente.

Paulo Roberto Gotaç

Rio de Janeiro

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NOTÍCIA ESTARRECEDORA

É estarrecedora essa canetada de Gilmar Mendes, comparsa de Dias Toffoli. O indivíduo é reincidente do mensalão e do petrolão, condenado em todas as instâncias, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e repentinamente tudo não passou de uma farsa. Gastou-se dinheiro público, tomou o tempo de todas as instâncias da Justiça, obteve-se devolução de dinheiro reconhecido pelos réus como ilícitos, aí o compadrio a conivência e o esquema do sistema resolve anular tudo? Como assim, agora a moda é se ocupar sobre a baderna de 8/0 e condenar a veinha e o veinho que participaram da arruaça? Acredita no Judiciário somente os otários, pois ela só é rígida para pobre e preto. Isso é um desabafo de um cidadão brasileiro.

Silvano Antônio Castro

São Paulo

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PAÍS DE LOUCOS

Será que na coletânea recém-lançada dos últimos 15 anos no STF, o ministro Dias Toffoli abordou a decisão de instalar uma investigações contra as denúncias de envolvimento de parentes, notadamente de esposas de ministros em ações sob julgamento da Corte ou a suas sentenças monocrática de anular as acusações contra Lula, penitência por ter impedido o então presidiário de comparecer ao enterro do irmão? Assim como, se abordou as manifestações iradas do Gilmar Mendes contra o ex-juiz Sergio Moro em êxtase, tratando-o como um inimigo pessoal, o mesmo ministro que impediu a presidente Dilma de nomear Lula como seu ministro para tirá-lo do alcance do Moro? Hoje anulou todas as acusações contra o Zé Dirceu, tornando-o ficha limpa, apesar da contumácia deste com mal feitos, como se envolver em todos casos de corrupção nos governos Lula desde o mensalão ou em tráfegos de influência que o deixaram economicamente resolvido. Será que depois de tudo dá para crer na boa imagem do Brasil no ranking anticorrupção se todas as ações investigativas sob guarida do STF foram depois anuladas pelo mesmo STF desse país de loucos?

Alberto Mac Dowell Figueiredo

São Carlos

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DECISÃO DE GILMAR MENDES

O parecer do Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestando-se contra a anulação por Gilmar Mendes das condenações de José Dirceu, poderá recorrer e seria levado para a 2.ª turma. Eu acho que tanto faz segunda ou primeiro turma, pois a maioria foi indicada por Lula, e Gilmar já decidiu. Portanto, está tudo dominado. É assim que começa. Pobre Brasil. Primeira turma: Cristiano Zanin; Cármen Lúcia; Flávio Dino; Luiz Fux (Lula -PT), Alexandre de Moraes, presidente da turma. Segunda turma: Edson Fachin, presidente da turma, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça (podem acompanhar os coleguinhas)

Tania Tavares

São Paulo

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‘TROCA DE PRISIONEIROS’

O Brasil está realizando uma espécie de troca de prisioneiros: o temível José Dirceu volta à vida pública em troca da reversão das inelegibilidades do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa troca de prisioneiros inclui a escolha do novo presidente da Câmara, que vai custar bilhões de reais em emendas parlamentares e novos perdões judiciais. Muito melhor seria se os criminosos continuassem na cadeia e o novo presidente da Câmara fosse eleito em uma votação entre os deputados.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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‘O CRIME COMPENSA’

Em Brasília segue sendo detonada a operação Lava Jato, o maior esquema de corrupção montado no País. Desta vez o ministro Gilmar Mendes, do STF, livrou o ex-ministro José Dirceu de todas as condenações, que assim volta a ter seus direitos políticos liberados. Nessa batida, a temida operação, que parecia estar erguida em cima de uma robusta e segura fundação, na realidade está bem perto de desmoronar por completo. Depois de milhões de reais devolvidos aos cofres públicos, delações premiadas, confissões categóricas, provas irrefutáveis e condenações em várias instâncias, ficou para a sociedade brasileira a nítida sensação de que aqui o crime compensa.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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INSEGURANÇA JURÍDICA

Hoje o maior problema brasileiro é a insegurança jurídica. Quando a bandidagem, apenada pela Operação Lava Jato, devolveu vultosas quantias, foi inocentado, e um deles foi eleito presidente. Transcrevo Pedro Valls Feu Rosa: “O Brasil é rico em recursos naturais, mas países essencialmente pobres em recursos naturais, como Cingapura, Japão, Coreia do Sul e Suíça sobressaem e, para tal, a solução, na verdade, foi bem simples. Responde pelo nome de estabilidade jurídica. Só isso. As instituições funcionam, quem comete crime é punido, contratos são cumpridos e regras são estáveis. O resto vem a reboque”.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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CHOQUE DE GESTÃO

O PT precisa definitivamente de um choque de gestão, a começar por encarar de forma realista sua própria história. Lula da Silva foi eleito em 2022 por uma parcela da população horrorizada com a possibilidade de o governo medíocre de Jair Bolsonaro se perpetuar. Esses eleitores nunca foram petistas, muito menos simpatizantes de Lula ou do PT. O partido vem derrocando progressivamente, a olhos vistos, desde o impeachment de Dilma Rousseff e nunca se recuperou por conta do pensamento engessado de suas lideranças. Enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, muito acertadamente, após o desempenho pífio nas eleições municipais, que o PT não saiu da zona de rebaixamento em que entrou em 2016, a presidente do partido Gleisi Hoffman rebateu escrevendo: “Estamos numa ofensiva da extrema direita. Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças”. Ou seja, para ela, a culpa pelo fracasso petista é da direita ofensiva e não da esquerda obsoleta que não se renova. Tempo de cortar cabeças velhas.

Luciano Harary

São Paulo

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CRIME ORGANIZADO

Em relação à matéria intitulada Brasil se encontra em estado de máfia, afirma secretário nacional de Segurança (Estadão, 28/10, A13), gostaria de tecer os seguintes comentários: essa administração federal está aí há praticamente dois anos e só agora teve a ideia de criar grupo técnico de trabalho para enfrentar o crime organizado? É isso mesmo o que está escrito na matéria? Realmente os brasileiros não param de se surpreender com Brasília, que aparentemente se transforma cada vez mais num verdadeiro mundo apartado da lamentável realidade do resto do Brasil – um lugar onde parece imperar o pensamento mágico na Economia, a ideologia atrasada nas Relações Internacionais e, pelo jeito, uma completa falta de senso de urgência na Segurança Pública. O que parece sobrar lá são enormes gastos com um marketing cada vez mais vazio e ilusório sobre o nosso suposto progresso econômico e social, segurança crescente para a população e integração responsável e competitiva com o resto do mundo. E, claro, uma verdadeira farra de desejos absurdos para o uso irresponsável do escasso dinheiro público, que inclui agora até um novo e caríssimo avião presidencial. Enfim, infelizmente o nosso querido Brasil parece estar condenado a ficar refém desse verdadeiro desgoverno e padecer, sem piedade ou misericórdia, por ainda mais dois longos anos até que possa ter a oportunidade de trocá-lo por algo (espera-se) menos ruim. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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DIREITO AO VOTO

No Estado Democrático de Direito que o País vive a tão duras penas reconquistado após a longa e interminável noite dos 21 anos de chumbo da ditadura militar, de triste e lamentável memória, o voto deve ser exercido como um direito do cidadão, não como obrigação. Muda, Brasil.

J. S. Decol

São Paulo

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‘CIVILIDADE’

O caso dos desembargadores do Mato Grosso do Sul, que estão com tornozeleira eletrônica e afastados do serviço, pode ser uma ótima oportunidade para o ministro Luís Roberto Barroso, hoje presidente do Supremo Tribunal Federal, instituir civilidade no Brasil. Poderia começar providenciando medidas que cancelassem a profusão de direitos adquiridos dos tais desembargadores, principalmente o de receber vencimentos enquanto afastados ou eventualmente demitidos do serviço público. Não fazer isso é ato de incivilidade.

Wilson Scarpelli

Cotia

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SEGURANÇA PÚBLICA

O problema da segurança pública no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, só vai acabar com a inanição do poder paralelo (traficantes e milicianos). Para isso há que se fazer um choque de ordem em todas as esferas governamentais: controlar as fronteiras, fiscalizar as rodovias, bloquear os acessos de cargas nas comunidades, etc. O candidato à presidência da República tem a faca e o queijo nas mãos para preparar um plano nacional de combate ao crime e, com certeza, será o vencedor das eleições.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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CESSAR-FOGO

Em vista dos acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro na semana passada, quando ocorreu um tiroteio em plena Avenida Brasil, sugiro que o nosso presidente Lula e seu assessor Celso Amorim, grandes diplomatas, busquem um cessa-fogo dentro da mesma metodologia que sugeriram no conflito Rússia/Ucrânia e Israel/Gaza, ou seja, vamos sentar numa mesa de um bar e tomar uma cervejinha e conversar sobre a situação. Pelo amor de Deus, onde vamos parar.

Mendel Szlejf

São Paulo

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REELEIÇÃO NA CAPITAL PAULISTA

Para aferir a real dimensão da reeleição do prefeito da capital, apresento uma sugestão às empresas de pesquisa de opinião. Proceder esta enquete com apenas uma pergunta: qual o nome do prefeito eleito, em segundo turno, para a cidade de São Paulo? Respostas comO Ricardo Nunes, Ricardo ou Nunes seriam consideradas válidas, qualquer outro nome como inválidas. Metodologia apropriada de responsabilidade destas empresas.

Jose Wilson Gambier Costa

Lençóis Paulista

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CENSURA PRIVADA

Meus cumprimentos ao Estadão pela publicação de dois excelentes artigos de opinião na edição desta quarta-feira, 30/10. Em primeiro lugar, o texto de Jamil Assis, intitulado Não cabe às redes sociais dizer o que é ilícito no País (Estadão, 30/10, A4) nos apresenta uma precisa e lúcida análise sobre o perigo da censura privada nos meios de comunicação digital. É difícil, como notamos diariamente e como bem aponta o articulista, alcançarmos o equilíbrio para lidar com a questão, em especial quando as instituições públicas a que se pode recorrer não parecem atuar com a neutralidade e a imparcialidade que seriam necessárias para resolver conflitos dessa natureza. Em segundo, o artigo de Luiz Felipe D´Ávila, sob o título Democracia e desesperança (Estadão, 30/10, A5), diagnosticando o sentimento de desesperança e descrença no País, especialmente entre os jovens. Infelizmente, como bem posto pelo autor, continuamos a ser um país onde o melhor negócio não é vencer os concorrentes no mercado, mas capturar o Estado e viver às custas de feudos de privilégios estatais. Essa é a verdadeira luta de classes que divide o Brasil entre quem tem e quem não tem acesso a uma teta estatal. Meus cumprimentos a ambos os articulistas.

José Luis Ribeiro Brazuna

São Paulo

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