Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Eleições municipais

Armadilha

Estou receoso de que a eleição municipal de São Paulo repita a mesma armadilha eleitoral em que caímos na eleição nacional de 2018: o piso da extrema direita muito alto, o teto da esquerda muito baixo. O piso alto da extrema direita matou a candidatura de centro-direita e garantiu o seu candidato no segundo turno da eleição. Por outro lado, o teto baixo da esquerda – isto é, sua alta rejeição – fez com que o candidato extremista acabasse vencendo a eleição de 2018. Se as pesquisas estiverem subestimando o voto envergonhado e o piso eleitoral da extrema direita for ainda mais alto, é possível que a eleição na cidade repita a armadilha de 2018 e eleja um sujeito muito desagradável para prefeito.

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Felipe Eduardo Lázaro Braga

São Paulo

*

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O apoio de Lula e Bolsonaro

A eleição em São Paulo nos dá uma boa notícia: os apoios de Bolsonaro e de Lula não fizeram nenhum efeito na disputa. Estamos livres destas duas lideranças negativas.

Aldo Bertolucci

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São Paulo

*

Conflito no Oriente Médio

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Um passo atrás

Na véspera do Rosh Hashaná, o ano-novo judaico, o Irã lançou mais de 200 mísseis balísticos contra Israel, visando alvos indistintamente civis e militares. Com sua empáfia peculiar, declarou encerrado o ataque e ameaçou duramente o Estado judeu se houver resposta. Embora as mortes e os danos, ainda bem, tenham sido reduzidos, é uma claríssima declaração de guerra. Conviria ao regime dos aiatolás lembrar que sua força aérea é obsoleta e ineficaz (aviões com 30, 40, 50 anos de uso); que mísseis balísticos e de cruzeiro e drones são inúteis para a defesa de seu território; que não dispõe dos sofisticados e eficientes sistemas de defesa antimísseis exclusivos de Israel; e que o seu povo não pode acorrer a bunkers e a quartos protegidos e fortificados em quantidade como os israelenses podem, caso necessário. Para não falar dos porta-aviões e das bases militares americanas no Golfo Pérsico. Em suma e na terrível hipótese de um conflito irrestrito, os fatos pendem fortemente contra a teocracia persa. É melhor pensar duas vezes e dar um passo atrás.

Flavio Calichman

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São Paulo

*

Esquecidos

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A deflagração de uma guerra entre Israel e Irã vai levar ao esquecimento dos reféns que estão com o Hamas. Todos perdem.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

Cid Moreira

1927-2024

A morte de Cid Moreira marca o fim de uma era de credibilidade, imparcialidade e seriedade na comunicação brasileira. Em sua longa trajetória, Cid soube, com maestria, transcender o papel de mero transmissor de notícias, tornando-se uma verdadeira voz da confiança nacional. Seu timbre inconfundível ressoou nas casas brasileiras como símbolo de rigor ético e compromisso com a verdade. Não se limitava a informar; educava, guiava, humanizava os fatos. Restam, agora, a saudade de sua voz e, sobretudo, o exemplo inestimável para futuras gerações de jornalistas.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

Infraestrutura urbana

Parklets

Áreas antes ocupadas por carros estacionados recebem novos usos (Estadão, 2/10, D4). Basta caminhar pelas ruas de São Paulo para verificar que a maioria absoluta dos parklets é de puxadinhos, camarotes e fumódromos de bares e restaurantes que permanecem vazios e sem uso a maior parte das 24 horas do dia. Estrangulam e transformam as calçadas em parte dos estabelecimentos, privando os pedestres do seu espaço de direito nas vias públicas. São antidemocráticos, ocupam privadamente o que é público. Quando em sequência numa quadra, degradam estética e funcionalmente o espaço urbano, assemelhando-o a uma favela. Sobre o meio-fio, na legislação e regulamentação nacionais existem há décadas diversas possibilidades de utilização para ciclofaixas, serviços públicos, transporte coletivo, táxis, embarque e desembarque, deficientes, idosos, carga e descarga, farmácias e escolares entre outros, o que dispensa a importação de modismos que ignoram tal ferramental de gestão das vias públicas. Se entendem tais possibilidades de qualificação democrática de uso como impróprias para alguns locais, que façam a reconfiguração da via aumentando as calçadas, dotando-as de mobiliário urbano de uso coletivo e público.

Jaques Mendel Rechter

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MANIFESTO

O editorial Mistificação intelectual (Estadão, 2/10, A3) merece uma reflexão e, quiçá, até mesmo um reposicionamento dos intelectuais que assinaram um manifesto em favor de Guilherme Boulos, cujo objetivo principal é salvar a democracia. E pior, às custas de abandonarem Tabata Amaral nessa hora decisiva, uma candidata jovem e muito bem qualificada, que merece crescer na política, diante dessa indigência de bons quadros que está destruindo o Brasil. Além do mais, acabamos de constatar que no pleito de 2022 a democracia não corria risco algum (apesar de Jair Bolsonaro pretender), cabendo menção especial ao Exército e à Aeronáutica para sermos justos, porque nenhum golpe pode ter sucesso se as Forças Armadas não forem cooptadas. Mas, voltando aos intelectuais, na eleição passada para a presidência da República, eles acreditaram que Bolsonaro era um perigo e Lula a salvação da democracia. Passados quase dois anos, o que se tem é um Lula da Silva cometendo desatinos, incensando ditadores, e eles, que influenciaram inúmeras pessoas, não se manifestam publicamente e em bloco sobre o engodo que está sendo esse governo, liderado pelo famigerado PT. E cadê os ambientalistas diante de um Brasil que arde em chamas, enquanto esse (des)governo perde o precioso tempo discutindo quanto à subordinação da tal autoridade climática? Para honrar a condição de intelectual, é preciso ter a isenção que só os sábios, os que têm honestidade e são humildes possuem para contribuir visando um futuro melhor para o povo deste País.

José Carlos Lyrio Rocha

Vitória

*

‘RECIVILIZAÇÃO’

O editorial do Estadão Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1/10, A3) foi certeiro sobre um novo normal, conceito para recivilização do País. Afinal, o presidente daquele órgão, Luís Roberto Barroso, disse que sua incumbência-mor é a recivilização, só que deve ter se referido aos seus próprios pares daquela Casa, que favorecem corruptos confessos e desmoralizam as leis do País. O messiânico Barroso, antes de qualquer coisa, precisa colocar ordem no próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Os brasileiros não suportam mais as atitudes do ministro Dias Toffoli, que resolveu com canetadas colocar toda a trupe de corruptos presos na Operação Lava Jato, livres, leves e soltos. A natimorta tese de Toffoli afirma que houve “concluiu entre Sergio Moro e a força-tarefa instalada em Curitiba”. Na verdade, Barroso nada falou sobre a esposa de Toffoli, Roberta Rangel, que, deita e rola e é atendida pelo marido que suspendeu multa bilionária em prol da dupla criminosa dos irmãos Batista. E agora José, digo, Barroso, por onde você irá iniciar a sua pretendida recivilização?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

RISCO DE CRÉDITO

Em relação à matéria Grau de investimento depende de questão fiscal, diz Moody´s (Estadão, 3/10, B1), gostaria de tecer os seguintes comentários: excelente a informação de que a decisão aparentemente desconectada da realidade da Moody´s só veio após reunião com nosso presidente e ministro da Fazenda em Nova York na semana passada, cujo conteúdo ainda permanece desconhecido até que a imprensa consiga mais informações. Então, pode-se presumir que a Moody´s na verdade decidiu fazer uma opção política de criar essa situação apenas para beneficiar esse nosso (des)governo ao divulgar essa suposta melhora do nosso rating justamente antes das eleições brasileiras? Se for isso que ocorreu, então realmente a agência de classificação avaliou muito mal seus próprios riscos de erosão da credibilidade ao se expor dessa maneira pouco técnica e muito política. O que o setor de compliance da Moody´s tem a dizer sobre isso? Tristes trópicos.

Fernando T.H.F. Machado

São Paulo

*

NOTA DO BRASIL

Após elevação da nota do Brasil entendo que os economistas catastróficos, bem como os faria limers deveriam começar a entender mais de economia. Nunca imaginei tanta distonia. Quando o governo assumiu, não passaria de seis meses e já se vão quase dois anos, e os índices são 100% diferentes das expectativas traçadas pelos entendidos em mercado. Como é fácil ser do contra e depois tentar explicar. Qual explicação? Curva endógena? Déficit primário? Impacto do Oriente Médio? Saudade de ser pária internacional? Comer pizza na calçada? 8/1? Este País tem potencialidades que infelizmente eles não conhecem.

Roberto Sigaud

São Paulo

*

VOO PRESIDENCIAL

Os atuais aviões (sim, porque são dois) usados pelo presidente Lula – cujo um deles apresentou pane na volta do presidente e enorme comitiva ao Brasil, vindos da posse do novo presidente do México – são os A319, chamados de Aerolula, pois foram comprados pelo próprio Lula nos primeiros mandatos. Os possantes estão na metade do ciclo de vida, mas a presidência da República já pensa em substitui-los por outros modelos, com mais autonomia de voo e maior espaço para acomodar mais convidados. As tratativas já tinham começado, mas vazou, e como a ideia era comprar meio na surdina, o presentinho que Lula daria a si mesmo e a sua Corte foi abortado. Agora deve voltar, com enormes chances de se concretizar.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

AEROLULA

O presidente Lula ficou irritado com a pane no voo da FAB partindo do México. Nós ficaremos muito mais irritados se decidirem pela compra de um novo avião para suas viagens. Agora é hora de ficar em Brasília, trabalhando pelo País, utilizando embaixadores do mundo inteiro para suas soluções, não esquecendo de avisar a primeira-dama e suas centenas de convidados e assessores.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

PLURALIDADE DE SISTEMAS

A regulação das apostas (”bets”) nos principais países do mundo reflete a pluralidade de sistemas jurídicos, onde norma, fato e valor interagem de modo diverso. Em países europeus como Reino Unido e Espanha, as apostas são legalizadas e rigidamente controladas por leis que visam tanto a arrecadação de tributos quanto a proteção do consumidor, refletindo o princípio da função social da atividade econômica. Nos Estados Unidos, a regulação varia entre estados, com alguns permitindo apostas esportivas e outros impondo severas restrições, demonstrando a flexibilidade do sistema de common law. Já em países com regimes mais conservadores, como em partes do Oriente Médio, as apostas são estritamente proibidas, evidenciando um valor cultural e religioso prevalente sobre a liberdade econômica.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

LEGALIZAÇÃO DAS ‘BETS’

A legalização das “bets”, jogos de apostas online a dinheiro com forte apelo junto as crianças e adolescentes é o mesmo que o País legalizar o consumo de crack. O governo vai colar um adesivo em cada pedra dizendo que fumar crack é prejudicial à saúde, causa forte e imediata dependência química e arrasa a vida da pessoal, que se tornará uma espécie de zumbi, um morto vivo imprestável. Não existe consumo consciente de crack, não basta dizer “fume com moderação”, o viciado vai fumar até morrer. Com as “bets” é a mesma coisa, a pessoa só vai parar de jogar quando tiver gastado o último centavo nas tais apostas, aí o viciado vai partir para agiotas, assaltos, acabando morto ou preso. Parabéns aos envolvidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

TRIBUTAÇÃO

O governo se animou com a arrecadação que iria receber da tributação das “bets” e liberou geral, pouco se importando com as consequências. Agora, recebemos a informação de que nosso presidente “está preocupado com os apostadores”. Mas aproveita para comprar um avião novo em vez de fazer manutenção no que está em uso. É assim que se administra um país.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

VOTO ÚTIL

É chegada a hora de votar para prefeito e vereadores. São eles quem irão determinar o futuro da nossas cidades para os próximos quatro anos. O voto precisa ser consciente; precisa ser dado com convicção. Não importa se o candidato é de direita; se é de esquerda, ou de centro; e se tem ou não tem chance de ganhar. Na democracia a escolha é livre. Sou contra o voto útil proposto por intelectuais e artistas a favor de Guilherme Boulos e em desfavor de Tabata Amaral para conter o risco dos candidatos Ricardo Nunes e Pablo Marçal passarem ao segundo turno. Além de antidemocrática e autoritária, a proposta fulmina as pretensões políticas da candidata do PSB, que segundo pesquisas obterá expressiva votação: o que lhe habilitaria a disputar uma cadeira ao Senado em 2026. O voto útil impede o surgimento de novas lideranças políticas e perpetua no poder aqueles que já são detentores de mandato. De útil mesmo não tem nada.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

‘SIGNIFICATIVO’

Por ocasião das festividades de comemoração do Ano Novo judaico de de 5785, não poderia ser mais tocante e significativa a foto de capa do Estadão desta quinta-feira que mostra um soldado do exército de Israel rezando em meio a mísseis, certamente invocando pela proteção divina contra os criminosos e massivos ataques do Irã e de grupos terroristas financiados pelo país persa. A foto consagra o velho dito chinês de que “uma imagem vale por mil palavras”.

J. S. Decol

São Paulo

*

POSTURA INTERNACIONAL

A postura internacional do Brasil querendo dar pitaco em questões geopolíticas beira o ridículo. O País não tem qualquer estatura – seja militar ou econômica – para fazer questionamentos em relação a guerras em outros continentes, assunto onde o Brasil quer ser imparcial apoiando todas as ditaduras e autocracias do planeta como Rússia, Irã, Venezuela e China, sem falar em grupelhos de celerados terroristas como Hamas e outros. Venezuela e Cuba jogaram as suas populações na miséria absoluta impondo agendas econômicas que infelicitam populações inteiras há décadas. Contra isso, Lula nada diz. O espúrio ministro Celso Amorim apoia todos os canalhas autocráticos e assassinos do planeta. O regime brasileiro apoia ditaduras sanguinárias que matam e prendem, que massacram mulheres – caso do Irã, falando em democracia. Uma postura bisonha e vergonhosa de uma chancelaria que antes era modelo para o mundo.

Paulo Alves

Rio de Janeiro

*

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, sabe como estão as situações em Gaza e no Líbano, pois está sendo informado pelos funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados (Unrwa), e do escritório de coordenação de ajuda da ONU (Ochoa). Sendo um homem de palavras calibradas, não exagerou quando declarou que “os incêndios violentos no Oriente Médio estão se tornando rapidamente em um inferno”, ou que desde a invasão do Líbano, “as coisas foram de mal a muito, muito pior”. O ministro israelense Israel Katz errou feio ao anunciar que o Guterres é considerado “persona non grata” e não pode entrar em Israel, pois temos Benjamin Netanyahu que não se importa com a vida dos reféns israelenses, ou pela morte de 43 mil civis em Gaza e Líbano. Temos Joe Biden, que, embora esteja mal de saúde a tal ponto de chamar Volodmir Zelenski de Vladimir Putin, não esqueceu de ajudar Israel em 2024, com 20,3 bilhões em armas. Estas foram usadas para cometer crimes de guerra, como mostrou uma comissão de inquérito das Nações Unidas. Portanto, não é Guterres, mas são outras as pessoas desagradáveis nesta crise. Katz está tentando tapar o sol com uma peneira.

Omar El Seoud

São Paulo

*

GUERRA CONTRA O ESTADO

A tese segundo a qual a guerra contra o Hamas e o Hezbollah é mera estratégia do premier Benjamin Netanyahu para se manter no poder é equivocada. É preciso ficar claro que a luta do Hamas e do Hezbollah não é contra o governo, mas sim contra o Estado judeu. Ou seja, não importa o sinal do governo israelense vigente, o objetivo destas e de outras organizações terroristas é aniquilar Israel, com apoio da teocracia iraniana e de outros países. Entendendo isso, até os mais ferrenhos opositores de Netanyahu apoiam a invasão do Líbano, pois a segurança de Israel é questão de Estado. Se o primeiro-ministro é ou não a favor da paz é outra história. O momento é de combater e neutralizar o chamado eixo da resistência, cuja finalidade precípua é resistir ao imperialismo norte-americano e de seu aliado Israel na região, e, portanto, à paz. Netanyahu não é santo, mas esta guerra não é dele.

Luciano Harary

São Paulo

*

ADEUS A CID MOREIRA

O apresentador Cid Moreira foi um verdadeiro tatuador da televisão. Todos os dias, por anos a fio, fez de sua presença televisiva uma marca na memória dos brasileiros. Leva consigo uma voz diferenciada que trazia paz e acalmava os corações. Inesquecível.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

Eleições municipais

Armadilha

Estou receoso de que a eleição municipal de São Paulo repita a mesma armadilha eleitoral em que caímos na eleição nacional de 2018: o piso da extrema direita muito alto, o teto da esquerda muito baixo. O piso alto da extrema direita matou a candidatura de centro-direita e garantiu o seu candidato no segundo turno da eleição. Por outro lado, o teto baixo da esquerda – isto é, sua alta rejeição – fez com que o candidato extremista acabasse vencendo a eleição de 2018. Se as pesquisas estiverem subestimando o voto envergonhado e o piso eleitoral da extrema direita for ainda mais alto, é possível que a eleição na cidade repita a armadilha de 2018 e eleja um sujeito muito desagradável para prefeito.

Felipe Eduardo Lázaro Braga

São Paulo

*

O apoio de Lula e Bolsonaro

A eleição em São Paulo nos dá uma boa notícia: os apoios de Bolsonaro e de Lula não fizeram nenhum efeito na disputa. Estamos livres destas duas lideranças negativas.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

Conflito no Oriente Médio

Um passo atrás

Na véspera do Rosh Hashaná, o ano-novo judaico, o Irã lançou mais de 200 mísseis balísticos contra Israel, visando alvos indistintamente civis e militares. Com sua empáfia peculiar, declarou encerrado o ataque e ameaçou duramente o Estado judeu se houver resposta. Embora as mortes e os danos, ainda bem, tenham sido reduzidos, é uma claríssima declaração de guerra. Conviria ao regime dos aiatolás lembrar que sua força aérea é obsoleta e ineficaz (aviões com 30, 40, 50 anos de uso); que mísseis balísticos e de cruzeiro e drones são inúteis para a defesa de seu território; que não dispõe dos sofisticados e eficientes sistemas de defesa antimísseis exclusivos de Israel; e que o seu povo não pode acorrer a bunkers e a quartos protegidos e fortificados em quantidade como os israelenses podem, caso necessário. Para não falar dos porta-aviões e das bases militares americanas no Golfo Pérsico. Em suma e na terrível hipótese de um conflito irrestrito, os fatos pendem fortemente contra a teocracia persa. É melhor pensar duas vezes e dar um passo atrás.

Flavio Calichman

São Paulo

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Esquecidos

A deflagração de uma guerra entre Israel e Irã vai levar ao esquecimento dos reféns que estão com o Hamas. Todos perdem.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

Cid Moreira

1927-2024

A morte de Cid Moreira marca o fim de uma era de credibilidade, imparcialidade e seriedade na comunicação brasileira. Em sua longa trajetória, Cid soube, com maestria, transcender o papel de mero transmissor de notícias, tornando-se uma verdadeira voz da confiança nacional. Seu timbre inconfundível ressoou nas casas brasileiras como símbolo de rigor ético e compromisso com a verdade. Não se limitava a informar; educava, guiava, humanizava os fatos. Restam, agora, a saudade de sua voz e, sobretudo, o exemplo inestimável para futuras gerações de jornalistas.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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Infraestrutura urbana

Parklets

Áreas antes ocupadas por carros estacionados recebem novos usos (Estadão, 2/10, D4). Basta caminhar pelas ruas de São Paulo para verificar que a maioria absoluta dos parklets é de puxadinhos, camarotes e fumódromos de bares e restaurantes que permanecem vazios e sem uso a maior parte das 24 horas do dia. Estrangulam e transformam as calçadas em parte dos estabelecimentos, privando os pedestres do seu espaço de direito nas vias públicas. São antidemocráticos, ocupam privadamente o que é público. Quando em sequência numa quadra, degradam estética e funcionalmente o espaço urbano, assemelhando-o a uma favela. Sobre o meio-fio, na legislação e regulamentação nacionais existem há décadas diversas possibilidades de utilização para ciclofaixas, serviços públicos, transporte coletivo, táxis, embarque e desembarque, deficientes, idosos, carga e descarga, farmácias e escolares entre outros, o que dispensa a importação de modismos que ignoram tal ferramental de gestão das vias públicas. Se entendem tais possibilidades de qualificação democrática de uso como impróprias para alguns locais, que façam a reconfiguração da via aumentando as calçadas, dotando-as de mobiliário urbano de uso coletivo e público.

Jaques Mendel Rechter

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MANIFESTO

O editorial Mistificação intelectual (Estadão, 2/10, A3) merece uma reflexão e, quiçá, até mesmo um reposicionamento dos intelectuais que assinaram um manifesto em favor de Guilherme Boulos, cujo objetivo principal é salvar a democracia. E pior, às custas de abandonarem Tabata Amaral nessa hora decisiva, uma candidata jovem e muito bem qualificada, que merece crescer na política, diante dessa indigência de bons quadros que está destruindo o Brasil. Além do mais, acabamos de constatar que no pleito de 2022 a democracia não corria risco algum (apesar de Jair Bolsonaro pretender), cabendo menção especial ao Exército e à Aeronáutica para sermos justos, porque nenhum golpe pode ter sucesso se as Forças Armadas não forem cooptadas. Mas, voltando aos intelectuais, na eleição passada para a presidência da República, eles acreditaram que Bolsonaro era um perigo e Lula a salvação da democracia. Passados quase dois anos, o que se tem é um Lula da Silva cometendo desatinos, incensando ditadores, e eles, que influenciaram inúmeras pessoas, não se manifestam publicamente e em bloco sobre o engodo que está sendo esse governo, liderado pelo famigerado PT. E cadê os ambientalistas diante de um Brasil que arde em chamas, enquanto esse (des)governo perde o precioso tempo discutindo quanto à subordinação da tal autoridade climática? Para honrar a condição de intelectual, é preciso ter a isenção que só os sábios, os que têm honestidade e são humildes possuem para contribuir visando um futuro melhor para o povo deste País.

José Carlos Lyrio Rocha

Vitória

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‘RECIVILIZAÇÃO’

O editorial do Estadão Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1/10, A3) foi certeiro sobre um novo normal, conceito para recivilização do País. Afinal, o presidente daquele órgão, Luís Roberto Barroso, disse que sua incumbência-mor é a recivilização, só que deve ter se referido aos seus próprios pares daquela Casa, que favorecem corruptos confessos e desmoralizam as leis do País. O messiânico Barroso, antes de qualquer coisa, precisa colocar ordem no próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Os brasileiros não suportam mais as atitudes do ministro Dias Toffoli, que resolveu com canetadas colocar toda a trupe de corruptos presos na Operação Lava Jato, livres, leves e soltos. A natimorta tese de Toffoli afirma que houve “concluiu entre Sergio Moro e a força-tarefa instalada em Curitiba”. Na verdade, Barroso nada falou sobre a esposa de Toffoli, Roberta Rangel, que, deita e rola e é atendida pelo marido que suspendeu multa bilionária em prol da dupla criminosa dos irmãos Batista. E agora José, digo, Barroso, por onde você irá iniciar a sua pretendida recivilização?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

RISCO DE CRÉDITO

Em relação à matéria Grau de investimento depende de questão fiscal, diz Moody´s (Estadão, 3/10, B1), gostaria de tecer os seguintes comentários: excelente a informação de que a decisão aparentemente desconectada da realidade da Moody´s só veio após reunião com nosso presidente e ministro da Fazenda em Nova York na semana passada, cujo conteúdo ainda permanece desconhecido até que a imprensa consiga mais informações. Então, pode-se presumir que a Moody´s na verdade decidiu fazer uma opção política de criar essa situação apenas para beneficiar esse nosso (des)governo ao divulgar essa suposta melhora do nosso rating justamente antes das eleições brasileiras? Se for isso que ocorreu, então realmente a agência de classificação avaliou muito mal seus próprios riscos de erosão da credibilidade ao se expor dessa maneira pouco técnica e muito política. O que o setor de compliance da Moody´s tem a dizer sobre isso? Tristes trópicos.

Fernando T.H.F. Machado

São Paulo

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NOTA DO BRASIL

Após elevação da nota do Brasil entendo que os economistas catastróficos, bem como os faria limers deveriam começar a entender mais de economia. Nunca imaginei tanta distonia. Quando o governo assumiu, não passaria de seis meses e já se vão quase dois anos, e os índices são 100% diferentes das expectativas traçadas pelos entendidos em mercado. Como é fácil ser do contra e depois tentar explicar. Qual explicação? Curva endógena? Déficit primário? Impacto do Oriente Médio? Saudade de ser pária internacional? Comer pizza na calçada? 8/1? Este País tem potencialidades que infelizmente eles não conhecem.

Roberto Sigaud

São Paulo

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VOO PRESIDENCIAL

Os atuais aviões (sim, porque são dois) usados pelo presidente Lula – cujo um deles apresentou pane na volta do presidente e enorme comitiva ao Brasil, vindos da posse do novo presidente do México – são os A319, chamados de Aerolula, pois foram comprados pelo próprio Lula nos primeiros mandatos. Os possantes estão na metade do ciclo de vida, mas a presidência da República já pensa em substitui-los por outros modelos, com mais autonomia de voo e maior espaço para acomodar mais convidados. As tratativas já tinham começado, mas vazou, e como a ideia era comprar meio na surdina, o presentinho que Lula daria a si mesmo e a sua Corte foi abortado. Agora deve voltar, com enormes chances de se concretizar.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

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AEROLULA

O presidente Lula ficou irritado com a pane no voo da FAB partindo do México. Nós ficaremos muito mais irritados se decidirem pela compra de um novo avião para suas viagens. Agora é hora de ficar em Brasília, trabalhando pelo País, utilizando embaixadores do mundo inteiro para suas soluções, não esquecendo de avisar a primeira-dama e suas centenas de convidados e assessores.

Carlos Gaspar

São Paulo

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PLURALIDADE DE SISTEMAS

A regulação das apostas (”bets”) nos principais países do mundo reflete a pluralidade de sistemas jurídicos, onde norma, fato e valor interagem de modo diverso. Em países europeus como Reino Unido e Espanha, as apostas são legalizadas e rigidamente controladas por leis que visam tanto a arrecadação de tributos quanto a proteção do consumidor, refletindo o princípio da função social da atividade econômica. Nos Estados Unidos, a regulação varia entre estados, com alguns permitindo apostas esportivas e outros impondo severas restrições, demonstrando a flexibilidade do sistema de common law. Já em países com regimes mais conservadores, como em partes do Oriente Médio, as apostas são estritamente proibidas, evidenciando um valor cultural e religioso prevalente sobre a liberdade econômica.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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LEGALIZAÇÃO DAS ‘BETS’

A legalização das “bets”, jogos de apostas online a dinheiro com forte apelo junto as crianças e adolescentes é o mesmo que o País legalizar o consumo de crack. O governo vai colar um adesivo em cada pedra dizendo que fumar crack é prejudicial à saúde, causa forte e imediata dependência química e arrasa a vida da pessoal, que se tornará uma espécie de zumbi, um morto vivo imprestável. Não existe consumo consciente de crack, não basta dizer “fume com moderação”, o viciado vai fumar até morrer. Com as “bets” é a mesma coisa, a pessoa só vai parar de jogar quando tiver gastado o último centavo nas tais apostas, aí o viciado vai partir para agiotas, assaltos, acabando morto ou preso. Parabéns aos envolvidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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TRIBUTAÇÃO

O governo se animou com a arrecadação que iria receber da tributação das “bets” e liberou geral, pouco se importando com as consequências. Agora, recebemos a informação de que nosso presidente “está preocupado com os apostadores”. Mas aproveita para comprar um avião novo em vez de fazer manutenção no que está em uso. É assim que se administra um país.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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VOTO ÚTIL

É chegada a hora de votar para prefeito e vereadores. São eles quem irão determinar o futuro da nossas cidades para os próximos quatro anos. O voto precisa ser consciente; precisa ser dado com convicção. Não importa se o candidato é de direita; se é de esquerda, ou de centro; e se tem ou não tem chance de ganhar. Na democracia a escolha é livre. Sou contra o voto útil proposto por intelectuais e artistas a favor de Guilherme Boulos e em desfavor de Tabata Amaral para conter o risco dos candidatos Ricardo Nunes e Pablo Marçal passarem ao segundo turno. Além de antidemocrática e autoritária, a proposta fulmina as pretensões políticas da candidata do PSB, que segundo pesquisas obterá expressiva votação: o que lhe habilitaria a disputar uma cadeira ao Senado em 2026. O voto útil impede o surgimento de novas lideranças políticas e perpetua no poder aqueles que já são detentores de mandato. De útil mesmo não tem nada.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

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‘SIGNIFICATIVO’

Por ocasião das festividades de comemoração do Ano Novo judaico de de 5785, não poderia ser mais tocante e significativa a foto de capa do Estadão desta quinta-feira que mostra um soldado do exército de Israel rezando em meio a mísseis, certamente invocando pela proteção divina contra os criminosos e massivos ataques do Irã e de grupos terroristas financiados pelo país persa. A foto consagra o velho dito chinês de que “uma imagem vale por mil palavras”.

J. S. Decol

São Paulo

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POSTURA INTERNACIONAL

A postura internacional do Brasil querendo dar pitaco em questões geopolíticas beira o ridículo. O País não tem qualquer estatura – seja militar ou econômica – para fazer questionamentos em relação a guerras em outros continentes, assunto onde o Brasil quer ser imparcial apoiando todas as ditaduras e autocracias do planeta como Rússia, Irã, Venezuela e China, sem falar em grupelhos de celerados terroristas como Hamas e outros. Venezuela e Cuba jogaram as suas populações na miséria absoluta impondo agendas econômicas que infelicitam populações inteiras há décadas. Contra isso, Lula nada diz. O espúrio ministro Celso Amorim apoia todos os canalhas autocráticos e assassinos do planeta. O regime brasileiro apoia ditaduras sanguinárias que matam e prendem, que massacram mulheres – caso do Irã, falando em democracia. Uma postura bisonha e vergonhosa de uma chancelaria que antes era modelo para o mundo.

Paulo Alves

Rio de Janeiro

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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, sabe como estão as situações em Gaza e no Líbano, pois está sendo informado pelos funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados (Unrwa), e do escritório de coordenação de ajuda da ONU (Ochoa). Sendo um homem de palavras calibradas, não exagerou quando declarou que “os incêndios violentos no Oriente Médio estão se tornando rapidamente em um inferno”, ou que desde a invasão do Líbano, “as coisas foram de mal a muito, muito pior”. O ministro israelense Israel Katz errou feio ao anunciar que o Guterres é considerado “persona non grata” e não pode entrar em Israel, pois temos Benjamin Netanyahu que não se importa com a vida dos reféns israelenses, ou pela morte de 43 mil civis em Gaza e Líbano. Temos Joe Biden, que, embora esteja mal de saúde a tal ponto de chamar Volodmir Zelenski de Vladimir Putin, não esqueceu de ajudar Israel em 2024, com 20,3 bilhões em armas. Estas foram usadas para cometer crimes de guerra, como mostrou uma comissão de inquérito das Nações Unidas. Portanto, não é Guterres, mas são outras as pessoas desagradáveis nesta crise. Katz está tentando tapar o sol com uma peneira.

Omar El Seoud

São Paulo

*

GUERRA CONTRA O ESTADO

A tese segundo a qual a guerra contra o Hamas e o Hezbollah é mera estratégia do premier Benjamin Netanyahu para se manter no poder é equivocada. É preciso ficar claro que a luta do Hamas e do Hezbollah não é contra o governo, mas sim contra o Estado judeu. Ou seja, não importa o sinal do governo israelense vigente, o objetivo destas e de outras organizações terroristas é aniquilar Israel, com apoio da teocracia iraniana e de outros países. Entendendo isso, até os mais ferrenhos opositores de Netanyahu apoiam a invasão do Líbano, pois a segurança de Israel é questão de Estado. Se o primeiro-ministro é ou não a favor da paz é outra história. O momento é de combater e neutralizar o chamado eixo da resistência, cuja finalidade precípua é resistir ao imperialismo norte-americano e de seu aliado Israel na região, e, portanto, à paz. Netanyahu não é santo, mas esta guerra não é dele.

Luciano Harary

São Paulo

*

ADEUS A CID MOREIRA

O apresentador Cid Moreira foi um verdadeiro tatuador da televisão. Todos os dias, por anos a fio, fez de sua presença televisiva uma marca na memória dos brasileiros. Leva consigo uma voz diferenciada que trazia paz e acalmava os corações. Inesquecível.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

Eleições municipais

Armadilha

Estou receoso de que a eleição municipal de São Paulo repita a mesma armadilha eleitoral em que caímos na eleição nacional de 2018: o piso da extrema direita muito alto, o teto da esquerda muito baixo. O piso alto da extrema direita matou a candidatura de centro-direita e garantiu o seu candidato no segundo turno da eleição. Por outro lado, o teto baixo da esquerda – isto é, sua alta rejeição – fez com que o candidato extremista acabasse vencendo a eleição de 2018. Se as pesquisas estiverem subestimando o voto envergonhado e o piso eleitoral da extrema direita for ainda mais alto, é possível que a eleição na cidade repita a armadilha de 2018 e eleja um sujeito muito desagradável para prefeito.

Felipe Eduardo Lázaro Braga

São Paulo

*

O apoio de Lula e Bolsonaro

A eleição em São Paulo nos dá uma boa notícia: os apoios de Bolsonaro e de Lula não fizeram nenhum efeito na disputa. Estamos livres destas duas lideranças negativas.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

Conflito no Oriente Médio

Um passo atrás

Na véspera do Rosh Hashaná, o ano-novo judaico, o Irã lançou mais de 200 mísseis balísticos contra Israel, visando alvos indistintamente civis e militares. Com sua empáfia peculiar, declarou encerrado o ataque e ameaçou duramente o Estado judeu se houver resposta. Embora as mortes e os danos, ainda bem, tenham sido reduzidos, é uma claríssima declaração de guerra. Conviria ao regime dos aiatolás lembrar que sua força aérea é obsoleta e ineficaz (aviões com 30, 40, 50 anos de uso); que mísseis balísticos e de cruzeiro e drones são inúteis para a defesa de seu território; que não dispõe dos sofisticados e eficientes sistemas de defesa antimísseis exclusivos de Israel; e que o seu povo não pode acorrer a bunkers e a quartos protegidos e fortificados em quantidade como os israelenses podem, caso necessário. Para não falar dos porta-aviões e das bases militares americanas no Golfo Pérsico. Em suma e na terrível hipótese de um conflito irrestrito, os fatos pendem fortemente contra a teocracia persa. É melhor pensar duas vezes e dar um passo atrás.

Flavio Calichman

São Paulo

*

Esquecidos

A deflagração de uma guerra entre Israel e Irã vai levar ao esquecimento dos reféns que estão com o Hamas. Todos perdem.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

Cid Moreira

1927-2024

A morte de Cid Moreira marca o fim de uma era de credibilidade, imparcialidade e seriedade na comunicação brasileira. Em sua longa trajetória, Cid soube, com maestria, transcender o papel de mero transmissor de notícias, tornando-se uma verdadeira voz da confiança nacional. Seu timbre inconfundível ressoou nas casas brasileiras como símbolo de rigor ético e compromisso com a verdade. Não se limitava a informar; educava, guiava, humanizava os fatos. Restam, agora, a saudade de sua voz e, sobretudo, o exemplo inestimável para futuras gerações de jornalistas.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

Infraestrutura urbana

Parklets

Áreas antes ocupadas por carros estacionados recebem novos usos (Estadão, 2/10, D4). Basta caminhar pelas ruas de São Paulo para verificar que a maioria absoluta dos parklets é de puxadinhos, camarotes e fumódromos de bares e restaurantes que permanecem vazios e sem uso a maior parte das 24 horas do dia. Estrangulam e transformam as calçadas em parte dos estabelecimentos, privando os pedestres do seu espaço de direito nas vias públicas. São antidemocráticos, ocupam privadamente o que é público. Quando em sequência numa quadra, degradam estética e funcionalmente o espaço urbano, assemelhando-o a uma favela. Sobre o meio-fio, na legislação e regulamentação nacionais existem há décadas diversas possibilidades de utilização para ciclofaixas, serviços públicos, transporte coletivo, táxis, embarque e desembarque, deficientes, idosos, carga e descarga, farmácias e escolares entre outros, o que dispensa a importação de modismos que ignoram tal ferramental de gestão das vias públicas. Se entendem tais possibilidades de qualificação democrática de uso como impróprias para alguns locais, que façam a reconfiguração da via aumentando as calçadas, dotando-as de mobiliário urbano de uso coletivo e público.

Jaques Mendel Rechter

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MANIFESTO

O editorial Mistificação intelectual (Estadão, 2/10, A3) merece uma reflexão e, quiçá, até mesmo um reposicionamento dos intelectuais que assinaram um manifesto em favor de Guilherme Boulos, cujo objetivo principal é salvar a democracia. E pior, às custas de abandonarem Tabata Amaral nessa hora decisiva, uma candidata jovem e muito bem qualificada, que merece crescer na política, diante dessa indigência de bons quadros que está destruindo o Brasil. Além do mais, acabamos de constatar que no pleito de 2022 a democracia não corria risco algum (apesar de Jair Bolsonaro pretender), cabendo menção especial ao Exército e à Aeronáutica para sermos justos, porque nenhum golpe pode ter sucesso se as Forças Armadas não forem cooptadas. Mas, voltando aos intelectuais, na eleição passada para a presidência da República, eles acreditaram que Bolsonaro era um perigo e Lula a salvação da democracia. Passados quase dois anos, o que se tem é um Lula da Silva cometendo desatinos, incensando ditadores, e eles, que influenciaram inúmeras pessoas, não se manifestam publicamente e em bloco sobre o engodo que está sendo esse governo, liderado pelo famigerado PT. E cadê os ambientalistas diante de um Brasil que arde em chamas, enquanto esse (des)governo perde o precioso tempo discutindo quanto à subordinação da tal autoridade climática? Para honrar a condição de intelectual, é preciso ter a isenção que só os sábios, os que têm honestidade e são humildes possuem para contribuir visando um futuro melhor para o povo deste País.

José Carlos Lyrio Rocha

Vitória

*

‘RECIVILIZAÇÃO’

O editorial do Estadão Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1/10, A3) foi certeiro sobre um novo normal, conceito para recivilização do País. Afinal, o presidente daquele órgão, Luís Roberto Barroso, disse que sua incumbência-mor é a recivilização, só que deve ter se referido aos seus próprios pares daquela Casa, que favorecem corruptos confessos e desmoralizam as leis do País. O messiânico Barroso, antes de qualquer coisa, precisa colocar ordem no próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Os brasileiros não suportam mais as atitudes do ministro Dias Toffoli, que resolveu com canetadas colocar toda a trupe de corruptos presos na Operação Lava Jato, livres, leves e soltos. A natimorta tese de Toffoli afirma que houve “concluiu entre Sergio Moro e a força-tarefa instalada em Curitiba”. Na verdade, Barroso nada falou sobre a esposa de Toffoli, Roberta Rangel, que, deita e rola e é atendida pelo marido que suspendeu multa bilionária em prol da dupla criminosa dos irmãos Batista. E agora José, digo, Barroso, por onde você irá iniciar a sua pretendida recivilização?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

RISCO DE CRÉDITO

Em relação à matéria Grau de investimento depende de questão fiscal, diz Moody´s (Estadão, 3/10, B1), gostaria de tecer os seguintes comentários: excelente a informação de que a decisão aparentemente desconectada da realidade da Moody´s só veio após reunião com nosso presidente e ministro da Fazenda em Nova York na semana passada, cujo conteúdo ainda permanece desconhecido até que a imprensa consiga mais informações. Então, pode-se presumir que a Moody´s na verdade decidiu fazer uma opção política de criar essa situação apenas para beneficiar esse nosso (des)governo ao divulgar essa suposta melhora do nosso rating justamente antes das eleições brasileiras? Se for isso que ocorreu, então realmente a agência de classificação avaliou muito mal seus próprios riscos de erosão da credibilidade ao se expor dessa maneira pouco técnica e muito política. O que o setor de compliance da Moody´s tem a dizer sobre isso? Tristes trópicos.

Fernando T.H.F. Machado

São Paulo

*

NOTA DO BRASIL

Após elevação da nota do Brasil entendo que os economistas catastróficos, bem como os faria limers deveriam começar a entender mais de economia. Nunca imaginei tanta distonia. Quando o governo assumiu, não passaria de seis meses e já se vão quase dois anos, e os índices são 100% diferentes das expectativas traçadas pelos entendidos em mercado. Como é fácil ser do contra e depois tentar explicar. Qual explicação? Curva endógena? Déficit primário? Impacto do Oriente Médio? Saudade de ser pária internacional? Comer pizza na calçada? 8/1? Este País tem potencialidades que infelizmente eles não conhecem.

Roberto Sigaud

São Paulo

*

VOO PRESIDENCIAL

Os atuais aviões (sim, porque são dois) usados pelo presidente Lula – cujo um deles apresentou pane na volta do presidente e enorme comitiva ao Brasil, vindos da posse do novo presidente do México – são os A319, chamados de Aerolula, pois foram comprados pelo próprio Lula nos primeiros mandatos. Os possantes estão na metade do ciclo de vida, mas a presidência da República já pensa em substitui-los por outros modelos, com mais autonomia de voo e maior espaço para acomodar mais convidados. As tratativas já tinham começado, mas vazou, e como a ideia era comprar meio na surdina, o presentinho que Lula daria a si mesmo e a sua Corte foi abortado. Agora deve voltar, com enormes chances de se concretizar.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

AEROLULA

O presidente Lula ficou irritado com a pane no voo da FAB partindo do México. Nós ficaremos muito mais irritados se decidirem pela compra de um novo avião para suas viagens. Agora é hora de ficar em Brasília, trabalhando pelo País, utilizando embaixadores do mundo inteiro para suas soluções, não esquecendo de avisar a primeira-dama e suas centenas de convidados e assessores.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

PLURALIDADE DE SISTEMAS

A regulação das apostas (”bets”) nos principais países do mundo reflete a pluralidade de sistemas jurídicos, onde norma, fato e valor interagem de modo diverso. Em países europeus como Reino Unido e Espanha, as apostas são legalizadas e rigidamente controladas por leis que visam tanto a arrecadação de tributos quanto a proteção do consumidor, refletindo o princípio da função social da atividade econômica. Nos Estados Unidos, a regulação varia entre estados, com alguns permitindo apostas esportivas e outros impondo severas restrições, demonstrando a flexibilidade do sistema de common law. Já em países com regimes mais conservadores, como em partes do Oriente Médio, as apostas são estritamente proibidas, evidenciando um valor cultural e religioso prevalente sobre a liberdade econômica.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

*

LEGALIZAÇÃO DAS ‘BETS’

A legalização das “bets”, jogos de apostas online a dinheiro com forte apelo junto as crianças e adolescentes é o mesmo que o País legalizar o consumo de crack. O governo vai colar um adesivo em cada pedra dizendo que fumar crack é prejudicial à saúde, causa forte e imediata dependência química e arrasa a vida da pessoal, que se tornará uma espécie de zumbi, um morto vivo imprestável. Não existe consumo consciente de crack, não basta dizer “fume com moderação”, o viciado vai fumar até morrer. Com as “bets” é a mesma coisa, a pessoa só vai parar de jogar quando tiver gastado o último centavo nas tais apostas, aí o viciado vai partir para agiotas, assaltos, acabando morto ou preso. Parabéns aos envolvidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

TRIBUTAÇÃO

O governo se animou com a arrecadação que iria receber da tributação das “bets” e liberou geral, pouco se importando com as consequências. Agora, recebemos a informação de que nosso presidente “está preocupado com os apostadores”. Mas aproveita para comprar um avião novo em vez de fazer manutenção no que está em uso. É assim que se administra um país.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

VOTO ÚTIL

É chegada a hora de votar para prefeito e vereadores. São eles quem irão determinar o futuro da nossas cidades para os próximos quatro anos. O voto precisa ser consciente; precisa ser dado com convicção. Não importa se o candidato é de direita; se é de esquerda, ou de centro; e se tem ou não tem chance de ganhar. Na democracia a escolha é livre. Sou contra o voto útil proposto por intelectuais e artistas a favor de Guilherme Boulos e em desfavor de Tabata Amaral para conter o risco dos candidatos Ricardo Nunes e Pablo Marçal passarem ao segundo turno. Além de antidemocrática e autoritária, a proposta fulmina as pretensões políticas da candidata do PSB, que segundo pesquisas obterá expressiva votação: o que lhe habilitaria a disputar uma cadeira ao Senado em 2026. O voto útil impede o surgimento de novas lideranças políticas e perpetua no poder aqueles que já são detentores de mandato. De útil mesmo não tem nada.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

‘SIGNIFICATIVO’

Por ocasião das festividades de comemoração do Ano Novo judaico de de 5785, não poderia ser mais tocante e significativa a foto de capa do Estadão desta quinta-feira que mostra um soldado do exército de Israel rezando em meio a mísseis, certamente invocando pela proteção divina contra os criminosos e massivos ataques do Irã e de grupos terroristas financiados pelo país persa. A foto consagra o velho dito chinês de que “uma imagem vale por mil palavras”.

J. S. Decol

São Paulo

*

POSTURA INTERNACIONAL

A postura internacional do Brasil querendo dar pitaco em questões geopolíticas beira o ridículo. O País não tem qualquer estatura – seja militar ou econômica – para fazer questionamentos em relação a guerras em outros continentes, assunto onde o Brasil quer ser imparcial apoiando todas as ditaduras e autocracias do planeta como Rússia, Irã, Venezuela e China, sem falar em grupelhos de celerados terroristas como Hamas e outros. Venezuela e Cuba jogaram as suas populações na miséria absoluta impondo agendas econômicas que infelicitam populações inteiras há décadas. Contra isso, Lula nada diz. O espúrio ministro Celso Amorim apoia todos os canalhas autocráticos e assassinos do planeta. O regime brasileiro apoia ditaduras sanguinárias que matam e prendem, que massacram mulheres – caso do Irã, falando em democracia. Uma postura bisonha e vergonhosa de uma chancelaria que antes era modelo para o mundo.

Paulo Alves

Rio de Janeiro

*

CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, sabe como estão as situações em Gaza e no Líbano, pois está sendo informado pelos funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados (Unrwa), e do escritório de coordenação de ajuda da ONU (Ochoa). Sendo um homem de palavras calibradas, não exagerou quando declarou que “os incêndios violentos no Oriente Médio estão se tornando rapidamente em um inferno”, ou que desde a invasão do Líbano, “as coisas foram de mal a muito, muito pior”. O ministro israelense Israel Katz errou feio ao anunciar que o Guterres é considerado “persona non grata” e não pode entrar em Israel, pois temos Benjamin Netanyahu que não se importa com a vida dos reféns israelenses, ou pela morte de 43 mil civis em Gaza e Líbano. Temos Joe Biden, que, embora esteja mal de saúde a tal ponto de chamar Volodmir Zelenski de Vladimir Putin, não esqueceu de ajudar Israel em 2024, com 20,3 bilhões em armas. Estas foram usadas para cometer crimes de guerra, como mostrou uma comissão de inquérito das Nações Unidas. Portanto, não é Guterres, mas são outras as pessoas desagradáveis nesta crise. Katz está tentando tapar o sol com uma peneira.

Omar El Seoud

São Paulo

*

GUERRA CONTRA O ESTADO

A tese segundo a qual a guerra contra o Hamas e o Hezbollah é mera estratégia do premier Benjamin Netanyahu para se manter no poder é equivocada. É preciso ficar claro que a luta do Hamas e do Hezbollah não é contra o governo, mas sim contra o Estado judeu. Ou seja, não importa o sinal do governo israelense vigente, o objetivo destas e de outras organizações terroristas é aniquilar Israel, com apoio da teocracia iraniana e de outros países. Entendendo isso, até os mais ferrenhos opositores de Netanyahu apoiam a invasão do Líbano, pois a segurança de Israel é questão de Estado. Se o primeiro-ministro é ou não a favor da paz é outra história. O momento é de combater e neutralizar o chamado eixo da resistência, cuja finalidade precípua é resistir ao imperialismo norte-americano e de seu aliado Israel na região, e, portanto, à paz. Netanyahu não é santo, mas esta guerra não é dele.

Luciano Harary

São Paulo

*

ADEUS A CID MOREIRA

O apresentador Cid Moreira foi um verdadeiro tatuador da televisão. Todos os dias, por anos a fio, fez de sua presença televisiva uma marca na memória dos brasileiros. Leva consigo uma voz diferenciada que trazia paz e acalmava os corações. Inesquecível.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

Eleições municipais

Armadilha

Estou receoso de que a eleição municipal de São Paulo repita a mesma armadilha eleitoral em que caímos na eleição nacional de 2018: o piso da extrema direita muito alto, o teto da esquerda muito baixo. O piso alto da extrema direita matou a candidatura de centro-direita e garantiu o seu candidato no segundo turno da eleição. Por outro lado, o teto baixo da esquerda – isto é, sua alta rejeição – fez com que o candidato extremista acabasse vencendo a eleição de 2018. Se as pesquisas estiverem subestimando o voto envergonhado e o piso eleitoral da extrema direita for ainda mais alto, é possível que a eleição na cidade repita a armadilha de 2018 e eleja um sujeito muito desagradável para prefeito.

Felipe Eduardo Lázaro Braga

São Paulo

*

O apoio de Lula e Bolsonaro

A eleição em São Paulo nos dá uma boa notícia: os apoios de Bolsonaro e de Lula não fizeram nenhum efeito na disputa. Estamos livres destas duas lideranças negativas.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

Conflito no Oriente Médio

Um passo atrás

Na véspera do Rosh Hashaná, o ano-novo judaico, o Irã lançou mais de 200 mísseis balísticos contra Israel, visando alvos indistintamente civis e militares. Com sua empáfia peculiar, declarou encerrado o ataque e ameaçou duramente o Estado judeu se houver resposta. Embora as mortes e os danos, ainda bem, tenham sido reduzidos, é uma claríssima declaração de guerra. Conviria ao regime dos aiatolás lembrar que sua força aérea é obsoleta e ineficaz (aviões com 30, 40, 50 anos de uso); que mísseis balísticos e de cruzeiro e drones são inúteis para a defesa de seu território; que não dispõe dos sofisticados e eficientes sistemas de defesa antimísseis exclusivos de Israel; e que o seu povo não pode acorrer a bunkers e a quartos protegidos e fortificados em quantidade como os israelenses podem, caso necessário. Para não falar dos porta-aviões e das bases militares americanas no Golfo Pérsico. Em suma e na terrível hipótese de um conflito irrestrito, os fatos pendem fortemente contra a teocracia persa. É melhor pensar duas vezes e dar um passo atrás.

Flavio Calichman

São Paulo

*

Esquecidos

A deflagração de uma guerra entre Israel e Irã vai levar ao esquecimento dos reféns que estão com o Hamas. Todos perdem.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

*

Cid Moreira

1927-2024

A morte de Cid Moreira marca o fim de uma era de credibilidade, imparcialidade e seriedade na comunicação brasileira. Em sua longa trajetória, Cid soube, com maestria, transcender o papel de mero transmissor de notícias, tornando-se uma verdadeira voz da confiança nacional. Seu timbre inconfundível ressoou nas casas brasileiras como símbolo de rigor ético e compromisso com a verdade. Não se limitava a informar; educava, guiava, humanizava os fatos. Restam, agora, a saudade de sua voz e, sobretudo, o exemplo inestimável para futuras gerações de jornalistas.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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Infraestrutura urbana

Parklets

Áreas antes ocupadas por carros estacionados recebem novos usos (Estadão, 2/10, D4). Basta caminhar pelas ruas de São Paulo para verificar que a maioria absoluta dos parklets é de puxadinhos, camarotes e fumódromos de bares e restaurantes que permanecem vazios e sem uso a maior parte das 24 horas do dia. Estrangulam e transformam as calçadas em parte dos estabelecimentos, privando os pedestres do seu espaço de direito nas vias públicas. São antidemocráticos, ocupam privadamente o que é público. Quando em sequência numa quadra, degradam estética e funcionalmente o espaço urbano, assemelhando-o a uma favela. Sobre o meio-fio, na legislação e regulamentação nacionais existem há décadas diversas possibilidades de utilização para ciclofaixas, serviços públicos, transporte coletivo, táxis, embarque e desembarque, deficientes, idosos, carga e descarga, farmácias e escolares entre outros, o que dispensa a importação de modismos que ignoram tal ferramental de gestão das vias públicas. Se entendem tais possibilidades de qualificação democrática de uso como impróprias para alguns locais, que façam a reconfiguração da via aumentando as calçadas, dotando-as de mobiliário urbano de uso coletivo e público.

Jaques Mendel Rechter

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

MANIFESTO

O editorial Mistificação intelectual (Estadão, 2/10, A3) merece uma reflexão e, quiçá, até mesmo um reposicionamento dos intelectuais que assinaram um manifesto em favor de Guilherme Boulos, cujo objetivo principal é salvar a democracia. E pior, às custas de abandonarem Tabata Amaral nessa hora decisiva, uma candidata jovem e muito bem qualificada, que merece crescer na política, diante dessa indigência de bons quadros que está destruindo o Brasil. Além do mais, acabamos de constatar que no pleito de 2022 a democracia não corria risco algum (apesar de Jair Bolsonaro pretender), cabendo menção especial ao Exército e à Aeronáutica para sermos justos, porque nenhum golpe pode ter sucesso se as Forças Armadas não forem cooptadas. Mas, voltando aos intelectuais, na eleição passada para a presidência da República, eles acreditaram que Bolsonaro era um perigo e Lula a salvação da democracia. Passados quase dois anos, o que se tem é um Lula da Silva cometendo desatinos, incensando ditadores, e eles, que influenciaram inúmeras pessoas, não se manifestam publicamente e em bloco sobre o engodo que está sendo esse governo, liderado pelo famigerado PT. E cadê os ambientalistas diante de um Brasil que arde em chamas, enquanto esse (des)governo perde o precioso tempo discutindo quanto à subordinação da tal autoridade climática? Para honrar a condição de intelectual, é preciso ter a isenção que só os sábios, os que têm honestidade e são humildes possuem para contribuir visando um futuro melhor para o povo deste País.

José Carlos Lyrio Rocha

Vitória

*

‘RECIVILIZAÇÃO’

O editorial do Estadão Um estranho conceito de civilização (Estadão, 1/10, A3) foi certeiro sobre um novo normal, conceito para recivilização do País. Afinal, o presidente daquele órgão, Luís Roberto Barroso, disse que sua incumbência-mor é a recivilização, só que deve ter se referido aos seus próprios pares daquela Casa, que favorecem corruptos confessos e desmoralizam as leis do País. O messiânico Barroso, antes de qualquer coisa, precisa colocar ordem no próprio Supremo Tribunal Federal (STF). Os brasileiros não suportam mais as atitudes do ministro Dias Toffoli, que resolveu com canetadas colocar toda a trupe de corruptos presos na Operação Lava Jato, livres, leves e soltos. A natimorta tese de Toffoli afirma que houve “concluiu entre Sergio Moro e a força-tarefa instalada em Curitiba”. Na verdade, Barroso nada falou sobre a esposa de Toffoli, Roberta Rangel, que, deita e rola e é atendida pelo marido que suspendeu multa bilionária em prol da dupla criminosa dos irmãos Batista. E agora José, digo, Barroso, por onde você irá iniciar a sua pretendida recivilização?

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

RISCO DE CRÉDITO

Em relação à matéria Grau de investimento depende de questão fiscal, diz Moody´s (Estadão, 3/10, B1), gostaria de tecer os seguintes comentários: excelente a informação de que a decisão aparentemente desconectada da realidade da Moody´s só veio após reunião com nosso presidente e ministro da Fazenda em Nova York na semana passada, cujo conteúdo ainda permanece desconhecido até que a imprensa consiga mais informações. Então, pode-se presumir que a Moody´s na verdade decidiu fazer uma opção política de criar essa situação apenas para beneficiar esse nosso (des)governo ao divulgar essa suposta melhora do nosso rating justamente antes das eleições brasileiras? Se for isso que ocorreu, então realmente a agência de classificação avaliou muito mal seus próprios riscos de erosão da credibilidade ao se expor dessa maneira pouco técnica e muito política. O que o setor de compliance da Moody´s tem a dizer sobre isso? Tristes trópicos.

Fernando T.H.F. Machado

São Paulo

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NOTA DO BRASIL

Após elevação da nota do Brasil entendo que os economistas catastróficos, bem como os faria limers deveriam começar a entender mais de economia. Nunca imaginei tanta distonia. Quando o governo assumiu, não passaria de seis meses e já se vão quase dois anos, e os índices são 100% diferentes das expectativas traçadas pelos entendidos em mercado. Como é fácil ser do contra e depois tentar explicar. Qual explicação? Curva endógena? Déficit primário? Impacto do Oriente Médio? Saudade de ser pária internacional? Comer pizza na calçada? 8/1? Este País tem potencialidades que infelizmente eles não conhecem.

Roberto Sigaud

São Paulo

*

VOO PRESIDENCIAL

Os atuais aviões (sim, porque são dois) usados pelo presidente Lula – cujo um deles apresentou pane na volta do presidente e enorme comitiva ao Brasil, vindos da posse do novo presidente do México – são os A319, chamados de Aerolula, pois foram comprados pelo próprio Lula nos primeiros mandatos. Os possantes estão na metade do ciclo de vida, mas a presidência da República já pensa em substitui-los por outros modelos, com mais autonomia de voo e maior espaço para acomodar mais convidados. As tratativas já tinham começado, mas vazou, e como a ideia era comprar meio na surdina, o presentinho que Lula daria a si mesmo e a sua Corte foi abortado. Agora deve voltar, com enormes chances de se concretizar.

Abel Pires Rodrigues

Rio de Janeiro

*

AEROLULA

O presidente Lula ficou irritado com a pane no voo da FAB partindo do México. Nós ficaremos muito mais irritados se decidirem pela compra de um novo avião para suas viagens. Agora é hora de ficar em Brasília, trabalhando pelo País, utilizando embaixadores do mundo inteiro para suas soluções, não esquecendo de avisar a primeira-dama e suas centenas de convidados e assessores.

Carlos Gaspar

São Paulo

*

PLURALIDADE DE SISTEMAS

A regulação das apostas (”bets”) nos principais países do mundo reflete a pluralidade de sistemas jurídicos, onde norma, fato e valor interagem de modo diverso. Em países europeus como Reino Unido e Espanha, as apostas são legalizadas e rigidamente controladas por leis que visam tanto a arrecadação de tributos quanto a proteção do consumidor, refletindo o princípio da função social da atividade econômica. Nos Estados Unidos, a regulação varia entre estados, com alguns permitindo apostas esportivas e outros impondo severas restrições, demonstrando a flexibilidade do sistema de common law. Já em países com regimes mais conservadores, como em partes do Oriente Médio, as apostas são estritamente proibidas, evidenciando um valor cultural e religioso prevalente sobre a liberdade econômica.

Luciano de Oliveira e Silva

São Paulo

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LEGALIZAÇÃO DAS ‘BETS’

A legalização das “bets”, jogos de apostas online a dinheiro com forte apelo junto as crianças e adolescentes é o mesmo que o País legalizar o consumo de crack. O governo vai colar um adesivo em cada pedra dizendo que fumar crack é prejudicial à saúde, causa forte e imediata dependência química e arrasa a vida da pessoal, que se tornará uma espécie de zumbi, um morto vivo imprestável. Não existe consumo consciente de crack, não basta dizer “fume com moderação”, o viciado vai fumar até morrer. Com as “bets” é a mesma coisa, a pessoa só vai parar de jogar quando tiver gastado o último centavo nas tais apostas, aí o viciado vai partir para agiotas, assaltos, acabando morto ou preso. Parabéns aos envolvidos.

Mário Barilá Filho

São Paulo

*

TRIBUTAÇÃO

O governo se animou com a arrecadação que iria receber da tributação das “bets” e liberou geral, pouco se importando com as consequências. Agora, recebemos a informação de que nosso presidente “está preocupado com os apostadores”. Mas aproveita para comprar um avião novo em vez de fazer manutenção no que está em uso. É assim que se administra um país.

Aldo Bertolucci

São Paulo

*

VOTO ÚTIL

É chegada a hora de votar para prefeito e vereadores. São eles quem irão determinar o futuro da nossas cidades para os próximos quatro anos. O voto precisa ser consciente; precisa ser dado com convicção. Não importa se o candidato é de direita; se é de esquerda, ou de centro; e se tem ou não tem chance de ganhar. Na democracia a escolha é livre. Sou contra o voto útil proposto por intelectuais e artistas a favor de Guilherme Boulos e em desfavor de Tabata Amaral para conter o risco dos candidatos Ricardo Nunes e Pablo Marçal passarem ao segundo turno. Além de antidemocrática e autoritária, a proposta fulmina as pretensões políticas da candidata do PSB, que segundo pesquisas obterá expressiva votação: o que lhe habilitaria a disputar uma cadeira ao Senado em 2026. O voto útil impede o surgimento de novas lideranças políticas e perpetua no poder aqueles que já são detentores de mandato. De útil mesmo não tem nada.

Deri Lemos Maia

Araçatuba

*

‘SIGNIFICATIVO’

Por ocasião das festividades de comemoração do Ano Novo judaico de de 5785, não poderia ser mais tocante e significativa a foto de capa do Estadão desta quinta-feira que mostra um soldado do exército de Israel rezando em meio a mísseis, certamente invocando pela proteção divina contra os criminosos e massivos ataques do Irã e de grupos terroristas financiados pelo país persa. A foto consagra o velho dito chinês de que “uma imagem vale por mil palavras”.

J. S. Decol

São Paulo

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POSTURA INTERNACIONAL

A postura internacional do Brasil querendo dar pitaco em questões geopolíticas beira o ridículo. O País não tem qualquer estatura – seja militar ou econômica – para fazer questionamentos em relação a guerras em outros continentes, assunto onde o Brasil quer ser imparcial apoiando todas as ditaduras e autocracias do planeta como Rússia, Irã, Venezuela e China, sem falar em grupelhos de celerados terroristas como Hamas e outros. Venezuela e Cuba jogaram as suas populações na miséria absoluta impondo agendas econômicas que infelicitam populações inteiras há décadas. Contra isso, Lula nada diz. O espúrio ministro Celso Amorim apoia todos os canalhas autocráticos e assassinos do planeta. O regime brasileiro apoia ditaduras sanguinárias que matam e prendem, que massacram mulheres – caso do Irã, falando em democracia. Uma postura bisonha e vergonhosa de uma chancelaria que antes era modelo para o mundo.

Paulo Alves

Rio de Janeiro

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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, sabe como estão as situações em Gaza e no Líbano, pois está sendo informado pelos funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados (Unrwa), e do escritório de coordenação de ajuda da ONU (Ochoa). Sendo um homem de palavras calibradas, não exagerou quando declarou que “os incêndios violentos no Oriente Médio estão se tornando rapidamente em um inferno”, ou que desde a invasão do Líbano, “as coisas foram de mal a muito, muito pior”. O ministro israelense Israel Katz errou feio ao anunciar que o Guterres é considerado “persona non grata” e não pode entrar em Israel, pois temos Benjamin Netanyahu que não se importa com a vida dos reféns israelenses, ou pela morte de 43 mil civis em Gaza e Líbano. Temos Joe Biden, que, embora esteja mal de saúde a tal ponto de chamar Volodmir Zelenski de Vladimir Putin, não esqueceu de ajudar Israel em 2024, com 20,3 bilhões em armas. Estas foram usadas para cometer crimes de guerra, como mostrou uma comissão de inquérito das Nações Unidas. Portanto, não é Guterres, mas são outras as pessoas desagradáveis nesta crise. Katz está tentando tapar o sol com uma peneira.

Omar El Seoud

São Paulo

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GUERRA CONTRA O ESTADO

A tese segundo a qual a guerra contra o Hamas e o Hezbollah é mera estratégia do premier Benjamin Netanyahu para se manter no poder é equivocada. É preciso ficar claro que a luta do Hamas e do Hezbollah não é contra o governo, mas sim contra o Estado judeu. Ou seja, não importa o sinal do governo israelense vigente, o objetivo destas e de outras organizações terroristas é aniquilar Israel, com apoio da teocracia iraniana e de outros países. Entendendo isso, até os mais ferrenhos opositores de Netanyahu apoiam a invasão do Líbano, pois a segurança de Israel é questão de Estado. Se o primeiro-ministro é ou não a favor da paz é outra história. O momento é de combater e neutralizar o chamado eixo da resistência, cuja finalidade precípua é resistir ao imperialismo norte-americano e de seu aliado Israel na região, e, portanto, à paz. Netanyahu não é santo, mas esta guerra não é dele.

Luciano Harary

São Paulo

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ADEUS A CID MOREIRA

O apresentador Cid Moreira foi um verdadeiro tatuador da televisão. Todos os dias, por anos a fio, fez de sua presença televisiva uma marca na memória dos brasileiros. Leva consigo uma voz diferenciada que trazia paz e acalmava os corações. Inesquecível.

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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