Fórum dos Leitores


Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

Por Fórum dos Leitores

Política econômica

‘Protelando o ajuste fiscal’

Que bom que o ministro Fernando Haddad cancelou a viagem que faria à Europa para tentar tranquilizar os cada vez menos enganáveis investidores externos com a conversa de sempre sobre o suposto ajuste fiscal duradouro que o Brasil estaria disposto a fazer em breve. Provavelmente, fomos poupados de mais um ridículo internacional. O atual governo, encastelado na cada vez mais fantasiosa Brasília, se comporta como um náufrago desesperado, agarrando-se à primeira tábua que aparecer para sustentar sua inacreditável gastança e irresponsabilidade fiscal. Desta vez, é a PEC da Desvinculação de Receitas da União (DRU), como mostrou o editorial do Estadão de domingo (3/11, B6). Mas o que virá amanhã? E depois de amanhã? Afinal, em Brasília a prioridade parece ser mesmo a compra de um novo e caríssimo avião presidencial, não é verdade? Enquanto isso, o Brasil real amarga a falta de competitividade e a baixa produtividade, aliadas a uma infraestrutura precária e à falta de saneamento adequado para cerca de metade da população, com a saúde, educação e segurança públicas praticamente na UTI. Provavelmente, este desgoverno vai deixar o real e necessário ajuste fiscal para as calendas e se contentar com, no máximo, fazer promessas vazias e tentar baixar os juros na marra em 2025, com os terríveis resultados já vistos na pouco saudosa administração Dilma. Tristes trópicos.

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Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

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Poder Executivo

‘Filiais’ do MinC

Ante a suspeita de possível inchaço da máquina pública derivado da criação de “filiais do Ministério da Cultura”(MinC) e correspondente lotação de cargos com perfil partidário (Estadão, 4/11, A9), avalio pertinente apurar os resultados do trabalho efetuado por tais comitês e dos instrumentos sob sua coordenação. A boa prática de gestão recomendaria avaliar em que medida ditos escritórios regionais do Ministério da Cultura estariam a contribuir de forma tangível ao alcance das metas propostas e justificariam, desse modo, as respectivas dotações. No momento em que a pauta do Poder Executivo deveria estar voltada em caráter urgente urgentíssimo para o enxugamento do Orçamento governamental, verificar a real funcionalidade ou o balanço custo-benefício de seus vários componentes é fundamental. De preferência, extensivamente a outras áreas possíveis a requerer atenção de teor equivalente.

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Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

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Escassez de água

Ainda podemos evitar crise

O editorial de domingo no Estadão (3/11, A3) anota um dos piores riscos que corremos e que não é objeto da devida atenção: escassez de água. Temos reservatórios que estão muito baixos, mas acreditamos que as chuvas darão conta de resolver o problema. Há anos continuamos a esperar o milagre vir do Céu. É tempo já de amadurecermos e utilizarmos tecnologia e medidas de uso racionado da água para não criarmos um futuro distópico como o de Mad Max. Acordemos!

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Isabel Bueno

São Paulo

*

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Fórmula 1

GP de São Paulo

Um começo dramático e um fim épico para o Grande Prêmio de Fórmula 1 de 2024 no Brasil. Interlagos entregou mais uma corrida emocionante. Um recital debaixo d’água. Sob muita chuva, Lewis Hamilton dirigiu a McLaren de Ayrton Senna, exibindo a Bandeira do Brasil. Assisti com lágrimas nos olhos. Quanta emoção! Que momento!

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

*

Educação

Progressão automática

Quem não aprendeu deve passar de ano? (artigo de Claudio de Moura Castro, Estadão, 3/11, A5). Não! O que estão fazendo nas escolas é instituir a falta de objetivos na vida das crianças: não ao estímulo para aprender, à fagulha de curiosidade que alimenta o conhecimento, não ao esforço individual para alcançar novos patamares, não à vontade de galgar postos na vida, que um dia será adulta e desafiadora, não ao sentimento de realização e cumprimento de metas ao progredir para a série seguinte. Sim ao menor esforço, ao menor senso de responsabilidade, sim ao nivelamento pelo sempre medíocre, pelo menos capacitado, menos esforçado e menos merecedor. Triste geração moldada neste menor esforço para alcançar se não um futuro melhor, ao menos uma vida com mais sentido.

Silvia Ayusso

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

INSTITUIÇÃO DA CORRUPÇÃO

Com a profunda atuação de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin, num rompante resolveram legalizar a corrupção no Brasil, soltando indiscriminadamente os corruptos confessos da Operação Lava Jato, culminando com o condenado da vez, José Dirceu – aquele que até plástica fez para não ser reconhecido –, mas Gilmar o reconheceu e o colocou livre, leve e solto. Na verdade, mais um descondenado que volta ao jogo da corrupção e à cena do crime. Já os brasileiros de bem continuam omissos para mudar toda essa tramoia. Afinal, viva a Instituição da Corrupção, comemoram os condenados.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

AUMENTO DO DÓLAR

No Brasil ou na Europa, com as mãos atadas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não vai conter a alta do dólar. E nenhuma promessa de corte de gastos vai acalmar o mercado, pois tanto o mercado como os eleitores estão cansados de esperar o Brasil voltar para os trilhos. Até agora, desde o início do terceiro mandato do Lula, só vimos desperdício de dinheiro público, bancando mordomias e mais mordomias dos três podres Poderes, e muito dinheiro distribuído em emendas parlamentares sem qualquer prestação de contas. Sabemos que grande parte desses recursos acabam alimentando o câncer da corrupção. Enfim, sugiro que apertemos o cinto, pois não só o dólar vai subir, mas a inflação e juros também. Fora Lula. Lula e Jair Bolsonaro nunca mais. Cadê o gigante?

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

*

NOVAS EMOÇÕES

Um uma semana, o STF mais uma vez aparece no noticiário com decisões de ministros que arrepiam a sociedade: participa de negociações para legislação com o Congresso sobre emendas; impede a nomeação de conselheiro de Tribunal de Contas de Estado; livra de punição notório corrupto, condenado em todas as instâncias; viaja de carona em jatinho de empresários para o exterior, censura publicação, reduz pena de ex-presidente, etc. Novas emoções esta semana.

Nilson Rebello

Brasília

*

CÓDIGO PENAL

O que fica claro no Brasil é que apesar de não haver pena de morte, há um excesso de mortes sem pena. Infelizmente, parece que a Reforma do Código Penal vai ficar para as calendas gregas.

Luiz Frid

São Paulo

*

VÍCIOS PERNICIOSOS

Muito bem pontuados os argumentos de Roberto Livianu em Do cigarro às ‘bets’: o novo ovo da serpente (Estadão, 4/11, A4). A expressão “ovo da serpente” foi consagrada no filme de Ingmar Bergman, mas é bem mais antiga, podendo ser a shakespeariana publicação Júlio César, de 1599, seu mais antigo registro. Os argumentos lembram outro filme: Obrigado por fumar, de 2005, dirigido por Jason Reitman, que teve pouca repercussão justamente por expor, ainda que de forma jocosa, os meandros lobistas da indústria do tabaco que procurava provar que o fumo não causava câncer. Hoje são as bets, mas há outros vícios perniciosos longe da discussão. O vício religioso, por exemplo – que leva fiéis a cegamente doarem dinheiro e venderem suas convicções políticas –, nunca foi levado em consideração em seu impacto na saúde da população.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

*

CRIME MORAL

Duas amaldiçoadas coisas acontecendo e que prejudicam fortemente os menos favorecidos de dinheiro e de informações. Falo das famigeradas “bets” e dos remédios/suplementos milagrosos. A dificuldade financeira influi na decisão de tentar um ganho extra. Aí entram as tais “bets” fazendo um estrago no mundo, quando milhões de pessoas prejudicam sua já miserável situação com endividamentos. No segundo caso, envolve questões de saúde e milhões de pessoas embarcam na enganação de remédios e suplementos milagrosos. No caso das “bets” fico chocado ao ver figuras com capacidade de influenciar decisões, servindo de garotos propaganda e colaborando com o sangramento de muitos. Temos pessoas ligadas principalmente ao esporte favorito dos brasileiros. Um desserviço ao País, e, na minha opinião, um crime moral. No caso de remédios e suplementos, atores e atrizes se passam por profissionais da saúde. Também prestam um desserviço e crime moral, além de estelionato.

Sérgio Barbosa

Batatais

*

DIA D

Amanhã será o Dia D, de Democracia, para o povo americano. Votar em Kamala Harris é optar pela democracia. Votar em Donald Trump é escolher viver numa autocracia de extrema direita fascista. Essa eleição é importante para o mundo inteiro pela influência dos Estados Unidos na geopolítica internacional. Donald Trump tentou um golpe de Estado quando perdeu a tentativa de reeleição, imitada por Jair Bolsonaro, dois anos depois no Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

‘POSIÇÃO NECESSÁRIA’

As eleições nos Estados Unidos acontecem amanhã e o jornal The New York Times fez um editorial em que pede ao povo americano: “Vote para acabar com a era Trump”. É uma posição corajosa do prestigioso jornal, um dos mais respeitados mundialmente, afirmando com todas as letras que Trump é “uma ameaça à democracia”. Não é comum vermos um grupo de comunicação se manifestar tão claramente sobre um candidato, em especial um candidato à presidência, mas quando a ameaça é latente, é nesses momentos que surgem vozes que entendem que não é hora de ficar em cima do muro, e assumem uma posição tão radical quanto necessária. Meus cumprimentos ao NYT.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

A atenção do mundo está voltada para os Estados Unidos. Lá ocorre uma das mais disputadas eleições presidenciais dos últimos tempos e – mais que isso – o confronto entre direita e esquerda, que tem se cristalizado em toda parte com ligeira vantagem para a direita (inclusive aqui no Brasil). O republicano Donald Trump – definido como direita ou até extrema direita – bate de frente com Kamala Harris, atual vice-presidente e membro da ala esquerda do Partido Democrata que detonou Trump em 2020, quando este tentava eleger-se para o segundo mandato. O resultado dessa eleição, independente de qual seja o vencedor, impactará o planeta, definirá relacionamentos com nações e modulará as guerras em andamento. Afinal, é o governo da maior potência militar e economia do mercado. As eleições estão cada dia mais complicadas por vários motivos, sendo o principal deles a polarização direita-esquerda que inferniza as populações há mais de um século, já ensejaram greves, conflitos e até atos terroristas. O ideal seria todos os concorrentes e seus seguidores compreenderem que o momento destina-se apenas à escolha dos governantes e parlamentares, e passado esse período, todos devem voltar à rotina de suas vidas. Ao mesmo tempo que nós, brasileiros, acompanhamos a disputa Trump-Kamala, somos obrigados agora a assistir as ofensas e a choradeira do governante da Venezuela – hoje o país mais degradado da América Latina, criticando o Brasil e o presidente Lula por não ter reconhecido a sua vitória nas eleições realizada naquele país em julho (que são questionadas por dezenas de países e organismos internacionais). Maduro diz que venceu, mas não apresentou os números e ainda quer reconhecimento para continuar à frente do governo. Tentou entrar para os Brics – grupo econômico em que o País é um dos líderes –, foi vetado pelo Brasil e agora parte para o ataque. Lula paga o preço de ter, durante duas décadas e meia, apoiado incondicionalmente o regime chavista que destruiu a Venezuela. Agora, quando adota uma posição divergente, é atacado, assim como o nosso país. O melhor que faria é romper relações e esperar que a Venezuela volte à normalidade para um dia reatar. Independente de nele ter ou não votado, não nos constrange ver o chefe do nosso governo receber agressões estúpidas como às produzidas pelo ditador venezuelano. É preciso reagir e não deixar dúvidas de nossa oposição aos seus desmandos. Já passou da hora do presidente Lula priorizar suas obrigações para com o País e esquecer dos problemas de outras nações e governos. Sua declaração de dias atrás a favor da eleição de Kamala nos EUA foi, no mínimo, inoportuna. Se ela ganhar, tudo bem, mas se o vencedor for Trump poderão ocorrer dificuldades. Da mesma forma que se deu no caso argentino, em que Lula fez campanha para o peronista-kirchnerista Alberto Fernández e quem ganhou a eleição foi Javier Milei, que o agrediu durante a campanha e depois da posse, tornando difícil as relações entre os dois países que têm tantos interesses em comum. Lula da Silva – em respeito à sua vitoriosa carreira política – deveria se conter sobre assuntos que não dizem respeito ao seu governo. Por mais que a sua origem esquerdista agite seu coração, deve compreender que hoje os tempos são diferentes da época de sua decolagem e, principalmente, evitar arrecadar para si e para o Brasil problemas que são de outros países e povos. Sua entrada nas contendas de terceiros não ajuda em nada na solução dos problemas brasileiros, e ainda serve para manchar a sua biografia. Isso sem dizer que pode, também, trazer dificuldades ao seu governo que ainda tem mais dois anos de mandato.

Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

*

TRAGÉDIA EM VALÊNCIA

Nas redes sociais, tristes imagens envolvendo o rei da Espanha, Felipe IV, a rainha Letizia, o primeiro-ministro, Pedro Sanches, e o governador de Valência, Carlos Mázon, que tentaram visitar o local da catástrofe da tempestade Dana, na cidade de Paiporta. Foram recebidos com insultos, pedradas, paus, lama e afins, por uma multidão de sobreviventes das cheias. Por que? A raiva foi alimentada pela incapacidade das autoridades de responder rapidamente às consequências, semelhantes aos efeitos de um tsunami. Sabem nada esse rei Felipe IV e comitiva. Tivessem mirado no exemplo do nosso rei Luiz Inácio, da sua rainha consorte (que sorte!) Janja, do ministro Rui (des)Costa et caterva, que fugiram do povo durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em fins de abril 2024, não seriam memes das redes sociais. O cavalo Caramelo é testemunha. Nessas horas, Felipe, Letizia, Sanches e Mázon, nada de migué. Basta dar uma de joão sem braço. Mandem preparar uma bela Paella Valenciana e a clássica e tradicional Sangria da terra. Na caixa, o hit da cantora Luka, arroz de festa, dos DJ’s do nosso Planalto: Tô Nem Aí. Divirtam-se.

Celso David de Oliveira

Recreio

*

CAIR DE MADURO

Quando será que Nicolás Maduro vai cair de maduro?

Robert Haller

São Paulo

*

VITÓRIA DE VERSTAPPEN

Trinta anos após o trágico e lamentável acidente fatal do tricampeão mundial Ayrton Senna, aos 36 anos, no GP de Ímola, na Itália, em 1.º de maio de 1994, foi justa e merecidamente reverenciado e homenageado no GP de São Paulo de Fórmula 1, em Interlagos, neste domingo, 3/11, com ampla cobertura do Estadão. O público presente de 291.717 pessoas – novo recorde – e os milhões de telespectadores mundo afora tiveram o privilégio de assistir encantados a uma espetacular vitória do também tricampeão Max Verstappen (Red Bull-Honda). Saindo da 17.ª posição do grid de largada, o holandês voador SuperMax, como que incorporando o espírito de Senna, realizou uma inesquecível e épica corrida de recuperação e superação, fazendo certeiras ultrapassagens praticamente a cada nova volta, quebrando recordes consecutivos de tempo e escalando posições no escorregadio e traiçoeiro novo asfalto encharcado pela chuva torrencial até a consagradora vitória final após 71 voltas. Foi o seu oitavo triunfo no ano e 62.ª vitória na exitosa carreira. Se o campeonato mundial de F1 tivesse apenas essa prova, Max mereceria de longe o título de campeão da temporada. Seu show de habilidade, determinação, ousadia e coragem, sobretudo debaixo de chuva forte, o equiparam ao grande e imortal ídolo mundial Ayrton Senna. Viva Verstappen.

J. S. Decol

São Paulo

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COBERTURA JORNALÍSTICA

A Globo, durante suas transmissões da F1, nunca deu muito espaço a Mariana Becker, ao contrário da Band. Aí percebemos como o trabalho desenvolvido por ela em todos esses anos deu resultado. Num mundo extremamente machista, ela é recebida com simpatia, com respeito, com qualidade nas perguntas e nas respostas, e mostra que lugar de mulher é sim onde ela quiser e mostrar competência. Meus cumprimentos Mariana, você é show.

José Renato Nascimento

São Paulo

*

FASE RUIM PASSOU

A Seleção Brasileira de futebol é a única que participou de todas as Copas do Mundo, mas começamos mal em 2024, decepcionando na seletiva para a próxima Copa. Aos poucos estamos melhorando. Nos dois últimos jogos, coincidentemente, com a ausência de Vini Jr., machucado, e com boas atuações de Luiz Henrique, Savinho e Igor Jesus, fomos vitoriosos e foi um alívio. Benza Deus. Ao que tudo indica, a fase ruim acabou.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

OBRAS EM SÃO PAULO

A prefeitura de São Paulo, a pretexto de melhorar o trânsito já caótico na região da Rua Sena Madureira com a Domingos de Moraes, iniciou obras para realização de túneis visando ligação com a avenida Dr. Ricardo Jafet, e acesso mais rápido para quem deseja pegar a pista sentido litoral. A par dos transtornos advindos, vimos que a obra custará meio bilhão de reais, algo bastante acima dos padrões construtivos, tempo necessário e da distância a ser percorrida. Cremos que o numerário poderia ser melhor utilizado na saúde, educação e transporte público sem acarretar o já anunciado aumento do bilhete em 2025.

Carlos Henrique Abrao

São Paulo

Política econômica

‘Protelando o ajuste fiscal’

Que bom que o ministro Fernando Haddad cancelou a viagem que faria à Europa para tentar tranquilizar os cada vez menos enganáveis investidores externos com a conversa de sempre sobre o suposto ajuste fiscal duradouro que o Brasil estaria disposto a fazer em breve. Provavelmente, fomos poupados de mais um ridículo internacional. O atual governo, encastelado na cada vez mais fantasiosa Brasília, se comporta como um náufrago desesperado, agarrando-se à primeira tábua que aparecer para sustentar sua inacreditável gastança e irresponsabilidade fiscal. Desta vez, é a PEC da Desvinculação de Receitas da União (DRU), como mostrou o editorial do Estadão de domingo (3/11, B6). Mas o que virá amanhã? E depois de amanhã? Afinal, em Brasília a prioridade parece ser mesmo a compra de um novo e caríssimo avião presidencial, não é verdade? Enquanto isso, o Brasil real amarga a falta de competitividade e a baixa produtividade, aliadas a uma infraestrutura precária e à falta de saneamento adequado para cerca de metade da população, com a saúde, educação e segurança públicas praticamente na UTI. Provavelmente, este desgoverno vai deixar o real e necessário ajuste fiscal para as calendas e se contentar com, no máximo, fazer promessas vazias e tentar baixar os juros na marra em 2025, com os terríveis resultados já vistos na pouco saudosa administração Dilma. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

Poder Executivo

‘Filiais’ do MinC

Ante a suspeita de possível inchaço da máquina pública derivado da criação de “filiais do Ministério da Cultura”(MinC) e correspondente lotação de cargos com perfil partidário (Estadão, 4/11, A9), avalio pertinente apurar os resultados do trabalho efetuado por tais comitês e dos instrumentos sob sua coordenação. A boa prática de gestão recomendaria avaliar em que medida ditos escritórios regionais do Ministério da Cultura estariam a contribuir de forma tangível ao alcance das metas propostas e justificariam, desse modo, as respectivas dotações. No momento em que a pauta do Poder Executivo deveria estar voltada em caráter urgente urgentíssimo para o enxugamento do Orçamento governamental, verificar a real funcionalidade ou o balanço custo-benefício de seus vários componentes é fundamental. De preferência, extensivamente a outras áreas possíveis a requerer atenção de teor equivalente.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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Escassez de água

Ainda podemos evitar crise

O editorial de domingo no Estadão (3/11, A3) anota um dos piores riscos que corremos e que não é objeto da devida atenção: escassez de água. Temos reservatórios que estão muito baixos, mas acreditamos que as chuvas darão conta de resolver o problema. Há anos continuamos a esperar o milagre vir do Céu. É tempo já de amadurecermos e utilizarmos tecnologia e medidas de uso racionado da água para não criarmos um futuro distópico como o de Mad Max. Acordemos!

Isabel Bueno

São Paulo

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Fórmula 1

GP de São Paulo

Um começo dramático e um fim épico para o Grande Prêmio de Fórmula 1 de 2024 no Brasil. Interlagos entregou mais uma corrida emocionante. Um recital debaixo d’água. Sob muita chuva, Lewis Hamilton dirigiu a McLaren de Ayrton Senna, exibindo a Bandeira do Brasil. Assisti com lágrimas nos olhos. Quanta emoção! Que momento!

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

*

Educação

Progressão automática

Quem não aprendeu deve passar de ano? (artigo de Claudio de Moura Castro, Estadão, 3/11, A5). Não! O que estão fazendo nas escolas é instituir a falta de objetivos na vida das crianças: não ao estímulo para aprender, à fagulha de curiosidade que alimenta o conhecimento, não ao esforço individual para alcançar novos patamares, não à vontade de galgar postos na vida, que um dia será adulta e desafiadora, não ao sentimento de realização e cumprimento de metas ao progredir para a série seguinte. Sim ao menor esforço, ao menor senso de responsabilidade, sim ao nivelamento pelo sempre medíocre, pelo menos capacitado, menos esforçado e menos merecedor. Triste geração moldada neste menor esforço para alcançar se não um futuro melhor, ao menos uma vida com mais sentido.

Silvia Ayusso

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

INSTITUIÇÃO DA CORRUPÇÃO

Com a profunda atuação de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin, num rompante resolveram legalizar a corrupção no Brasil, soltando indiscriminadamente os corruptos confessos da Operação Lava Jato, culminando com o condenado da vez, José Dirceu – aquele que até plástica fez para não ser reconhecido –, mas Gilmar o reconheceu e o colocou livre, leve e solto. Na verdade, mais um descondenado que volta ao jogo da corrupção e à cena do crime. Já os brasileiros de bem continuam omissos para mudar toda essa tramoia. Afinal, viva a Instituição da Corrupção, comemoram os condenados.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

AUMENTO DO DÓLAR

No Brasil ou na Europa, com as mãos atadas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não vai conter a alta do dólar. E nenhuma promessa de corte de gastos vai acalmar o mercado, pois tanto o mercado como os eleitores estão cansados de esperar o Brasil voltar para os trilhos. Até agora, desde o início do terceiro mandato do Lula, só vimos desperdício de dinheiro público, bancando mordomias e mais mordomias dos três podres Poderes, e muito dinheiro distribuído em emendas parlamentares sem qualquer prestação de contas. Sabemos que grande parte desses recursos acabam alimentando o câncer da corrupção. Enfim, sugiro que apertemos o cinto, pois não só o dólar vai subir, mas a inflação e juros também. Fora Lula. Lula e Jair Bolsonaro nunca mais. Cadê o gigante?

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

*

NOVAS EMOÇÕES

Um uma semana, o STF mais uma vez aparece no noticiário com decisões de ministros que arrepiam a sociedade: participa de negociações para legislação com o Congresso sobre emendas; impede a nomeação de conselheiro de Tribunal de Contas de Estado; livra de punição notório corrupto, condenado em todas as instâncias; viaja de carona em jatinho de empresários para o exterior, censura publicação, reduz pena de ex-presidente, etc. Novas emoções esta semana.

Nilson Rebello

Brasília

*

CÓDIGO PENAL

O que fica claro no Brasil é que apesar de não haver pena de morte, há um excesso de mortes sem pena. Infelizmente, parece que a Reforma do Código Penal vai ficar para as calendas gregas.

Luiz Frid

São Paulo

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VÍCIOS PERNICIOSOS

Muito bem pontuados os argumentos de Roberto Livianu em Do cigarro às ‘bets’: o novo ovo da serpente (Estadão, 4/11, A4). A expressão “ovo da serpente” foi consagrada no filme de Ingmar Bergman, mas é bem mais antiga, podendo ser a shakespeariana publicação Júlio César, de 1599, seu mais antigo registro. Os argumentos lembram outro filme: Obrigado por fumar, de 2005, dirigido por Jason Reitman, que teve pouca repercussão justamente por expor, ainda que de forma jocosa, os meandros lobistas da indústria do tabaco que procurava provar que o fumo não causava câncer. Hoje são as bets, mas há outros vícios perniciosos longe da discussão. O vício religioso, por exemplo – que leva fiéis a cegamente doarem dinheiro e venderem suas convicções políticas –, nunca foi levado em consideração em seu impacto na saúde da população.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

*

CRIME MORAL

Duas amaldiçoadas coisas acontecendo e que prejudicam fortemente os menos favorecidos de dinheiro e de informações. Falo das famigeradas “bets” e dos remédios/suplementos milagrosos. A dificuldade financeira influi na decisão de tentar um ganho extra. Aí entram as tais “bets” fazendo um estrago no mundo, quando milhões de pessoas prejudicam sua já miserável situação com endividamentos. No segundo caso, envolve questões de saúde e milhões de pessoas embarcam na enganação de remédios e suplementos milagrosos. No caso das “bets” fico chocado ao ver figuras com capacidade de influenciar decisões, servindo de garotos propaganda e colaborando com o sangramento de muitos. Temos pessoas ligadas principalmente ao esporte favorito dos brasileiros. Um desserviço ao País, e, na minha opinião, um crime moral. No caso de remédios e suplementos, atores e atrizes se passam por profissionais da saúde. Também prestam um desserviço e crime moral, além de estelionato.

Sérgio Barbosa

Batatais

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DIA D

Amanhã será o Dia D, de Democracia, para o povo americano. Votar em Kamala Harris é optar pela democracia. Votar em Donald Trump é escolher viver numa autocracia de extrema direita fascista. Essa eleição é importante para o mundo inteiro pela influência dos Estados Unidos na geopolítica internacional. Donald Trump tentou um golpe de Estado quando perdeu a tentativa de reeleição, imitada por Jair Bolsonaro, dois anos depois no Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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‘POSIÇÃO NECESSÁRIA’

As eleições nos Estados Unidos acontecem amanhã e o jornal The New York Times fez um editorial em que pede ao povo americano: “Vote para acabar com a era Trump”. É uma posição corajosa do prestigioso jornal, um dos mais respeitados mundialmente, afirmando com todas as letras que Trump é “uma ameaça à democracia”. Não é comum vermos um grupo de comunicação se manifestar tão claramente sobre um candidato, em especial um candidato à presidência, mas quando a ameaça é latente, é nesses momentos que surgem vozes que entendem que não é hora de ficar em cima do muro, e assumem uma posição tão radical quanto necessária. Meus cumprimentos ao NYT.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

A atenção do mundo está voltada para os Estados Unidos. Lá ocorre uma das mais disputadas eleições presidenciais dos últimos tempos e – mais que isso – o confronto entre direita e esquerda, que tem se cristalizado em toda parte com ligeira vantagem para a direita (inclusive aqui no Brasil). O republicano Donald Trump – definido como direita ou até extrema direita – bate de frente com Kamala Harris, atual vice-presidente e membro da ala esquerda do Partido Democrata que detonou Trump em 2020, quando este tentava eleger-se para o segundo mandato. O resultado dessa eleição, independente de qual seja o vencedor, impactará o planeta, definirá relacionamentos com nações e modulará as guerras em andamento. Afinal, é o governo da maior potência militar e economia do mercado. As eleições estão cada dia mais complicadas por vários motivos, sendo o principal deles a polarização direita-esquerda que inferniza as populações há mais de um século, já ensejaram greves, conflitos e até atos terroristas. O ideal seria todos os concorrentes e seus seguidores compreenderem que o momento destina-se apenas à escolha dos governantes e parlamentares, e passado esse período, todos devem voltar à rotina de suas vidas. Ao mesmo tempo que nós, brasileiros, acompanhamos a disputa Trump-Kamala, somos obrigados agora a assistir as ofensas e a choradeira do governante da Venezuela – hoje o país mais degradado da América Latina, criticando o Brasil e o presidente Lula por não ter reconhecido a sua vitória nas eleições realizada naquele país em julho (que são questionadas por dezenas de países e organismos internacionais). Maduro diz que venceu, mas não apresentou os números e ainda quer reconhecimento para continuar à frente do governo. Tentou entrar para os Brics – grupo econômico em que o País é um dos líderes –, foi vetado pelo Brasil e agora parte para o ataque. Lula paga o preço de ter, durante duas décadas e meia, apoiado incondicionalmente o regime chavista que destruiu a Venezuela. Agora, quando adota uma posição divergente, é atacado, assim como o nosso país. O melhor que faria é romper relações e esperar que a Venezuela volte à normalidade para um dia reatar. Independente de nele ter ou não votado, não nos constrange ver o chefe do nosso governo receber agressões estúpidas como às produzidas pelo ditador venezuelano. É preciso reagir e não deixar dúvidas de nossa oposição aos seus desmandos. Já passou da hora do presidente Lula priorizar suas obrigações para com o País e esquecer dos problemas de outras nações e governos. Sua declaração de dias atrás a favor da eleição de Kamala nos EUA foi, no mínimo, inoportuna. Se ela ganhar, tudo bem, mas se o vencedor for Trump poderão ocorrer dificuldades. Da mesma forma que se deu no caso argentino, em que Lula fez campanha para o peronista-kirchnerista Alberto Fernández e quem ganhou a eleição foi Javier Milei, que o agrediu durante a campanha e depois da posse, tornando difícil as relações entre os dois países que têm tantos interesses em comum. Lula da Silva – em respeito à sua vitoriosa carreira política – deveria se conter sobre assuntos que não dizem respeito ao seu governo. Por mais que a sua origem esquerdista agite seu coração, deve compreender que hoje os tempos são diferentes da época de sua decolagem e, principalmente, evitar arrecadar para si e para o Brasil problemas que são de outros países e povos. Sua entrada nas contendas de terceiros não ajuda em nada na solução dos problemas brasileiros, e ainda serve para manchar a sua biografia. Isso sem dizer que pode, também, trazer dificuldades ao seu governo que ainda tem mais dois anos de mandato.

Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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TRAGÉDIA EM VALÊNCIA

Nas redes sociais, tristes imagens envolvendo o rei da Espanha, Felipe IV, a rainha Letizia, o primeiro-ministro, Pedro Sanches, e o governador de Valência, Carlos Mázon, que tentaram visitar o local da catástrofe da tempestade Dana, na cidade de Paiporta. Foram recebidos com insultos, pedradas, paus, lama e afins, por uma multidão de sobreviventes das cheias. Por que? A raiva foi alimentada pela incapacidade das autoridades de responder rapidamente às consequências, semelhantes aos efeitos de um tsunami. Sabem nada esse rei Felipe IV e comitiva. Tivessem mirado no exemplo do nosso rei Luiz Inácio, da sua rainha consorte (que sorte!) Janja, do ministro Rui (des)Costa et caterva, que fugiram do povo durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em fins de abril 2024, não seriam memes das redes sociais. O cavalo Caramelo é testemunha. Nessas horas, Felipe, Letizia, Sanches e Mázon, nada de migué. Basta dar uma de joão sem braço. Mandem preparar uma bela Paella Valenciana e a clássica e tradicional Sangria da terra. Na caixa, o hit da cantora Luka, arroz de festa, dos DJ’s do nosso Planalto: Tô Nem Aí. Divirtam-se.

Celso David de Oliveira

Recreio

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CAIR DE MADURO

Quando será que Nicolás Maduro vai cair de maduro?

Robert Haller

São Paulo

*

VITÓRIA DE VERSTAPPEN

Trinta anos após o trágico e lamentável acidente fatal do tricampeão mundial Ayrton Senna, aos 36 anos, no GP de Ímola, na Itália, em 1.º de maio de 1994, foi justa e merecidamente reverenciado e homenageado no GP de São Paulo de Fórmula 1, em Interlagos, neste domingo, 3/11, com ampla cobertura do Estadão. O público presente de 291.717 pessoas – novo recorde – e os milhões de telespectadores mundo afora tiveram o privilégio de assistir encantados a uma espetacular vitória do também tricampeão Max Verstappen (Red Bull-Honda). Saindo da 17.ª posição do grid de largada, o holandês voador SuperMax, como que incorporando o espírito de Senna, realizou uma inesquecível e épica corrida de recuperação e superação, fazendo certeiras ultrapassagens praticamente a cada nova volta, quebrando recordes consecutivos de tempo e escalando posições no escorregadio e traiçoeiro novo asfalto encharcado pela chuva torrencial até a consagradora vitória final após 71 voltas. Foi o seu oitavo triunfo no ano e 62.ª vitória na exitosa carreira. Se o campeonato mundial de F1 tivesse apenas essa prova, Max mereceria de longe o título de campeão da temporada. Seu show de habilidade, determinação, ousadia e coragem, sobretudo debaixo de chuva forte, o equiparam ao grande e imortal ídolo mundial Ayrton Senna. Viva Verstappen.

J. S. Decol

São Paulo

*

COBERTURA JORNALÍSTICA

A Globo, durante suas transmissões da F1, nunca deu muito espaço a Mariana Becker, ao contrário da Band. Aí percebemos como o trabalho desenvolvido por ela em todos esses anos deu resultado. Num mundo extremamente machista, ela é recebida com simpatia, com respeito, com qualidade nas perguntas e nas respostas, e mostra que lugar de mulher é sim onde ela quiser e mostrar competência. Meus cumprimentos Mariana, você é show.

José Renato Nascimento

São Paulo

*

FASE RUIM PASSOU

A Seleção Brasileira de futebol é a única que participou de todas as Copas do Mundo, mas começamos mal em 2024, decepcionando na seletiva para a próxima Copa. Aos poucos estamos melhorando. Nos dois últimos jogos, coincidentemente, com a ausência de Vini Jr., machucado, e com boas atuações de Luiz Henrique, Savinho e Igor Jesus, fomos vitoriosos e foi um alívio. Benza Deus. Ao que tudo indica, a fase ruim acabou.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

*

OBRAS EM SÃO PAULO

A prefeitura de São Paulo, a pretexto de melhorar o trânsito já caótico na região da Rua Sena Madureira com a Domingos de Moraes, iniciou obras para realização de túneis visando ligação com a avenida Dr. Ricardo Jafet, e acesso mais rápido para quem deseja pegar a pista sentido litoral. A par dos transtornos advindos, vimos que a obra custará meio bilhão de reais, algo bastante acima dos padrões construtivos, tempo necessário e da distância a ser percorrida. Cremos que o numerário poderia ser melhor utilizado na saúde, educação e transporte público sem acarretar o já anunciado aumento do bilhete em 2025.

Carlos Henrique Abrao

São Paulo

Política econômica

‘Protelando o ajuste fiscal’

Que bom que o ministro Fernando Haddad cancelou a viagem que faria à Europa para tentar tranquilizar os cada vez menos enganáveis investidores externos com a conversa de sempre sobre o suposto ajuste fiscal duradouro que o Brasil estaria disposto a fazer em breve. Provavelmente, fomos poupados de mais um ridículo internacional. O atual governo, encastelado na cada vez mais fantasiosa Brasília, se comporta como um náufrago desesperado, agarrando-se à primeira tábua que aparecer para sustentar sua inacreditável gastança e irresponsabilidade fiscal. Desta vez, é a PEC da Desvinculação de Receitas da União (DRU), como mostrou o editorial do Estadão de domingo (3/11, B6). Mas o que virá amanhã? E depois de amanhã? Afinal, em Brasília a prioridade parece ser mesmo a compra de um novo e caríssimo avião presidencial, não é verdade? Enquanto isso, o Brasil real amarga a falta de competitividade e a baixa produtividade, aliadas a uma infraestrutura precária e à falta de saneamento adequado para cerca de metade da população, com a saúde, educação e segurança públicas praticamente na UTI. Provavelmente, este desgoverno vai deixar o real e necessário ajuste fiscal para as calendas e se contentar com, no máximo, fazer promessas vazias e tentar baixar os juros na marra em 2025, com os terríveis resultados já vistos na pouco saudosa administração Dilma. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

Poder Executivo

‘Filiais’ do MinC

Ante a suspeita de possível inchaço da máquina pública derivado da criação de “filiais do Ministério da Cultura”(MinC) e correspondente lotação de cargos com perfil partidário (Estadão, 4/11, A9), avalio pertinente apurar os resultados do trabalho efetuado por tais comitês e dos instrumentos sob sua coordenação. A boa prática de gestão recomendaria avaliar em que medida ditos escritórios regionais do Ministério da Cultura estariam a contribuir de forma tangível ao alcance das metas propostas e justificariam, desse modo, as respectivas dotações. No momento em que a pauta do Poder Executivo deveria estar voltada em caráter urgente urgentíssimo para o enxugamento do Orçamento governamental, verificar a real funcionalidade ou o balanço custo-benefício de seus vários componentes é fundamental. De preferência, extensivamente a outras áreas possíveis a requerer atenção de teor equivalente.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

*

Escassez de água

Ainda podemos evitar crise

O editorial de domingo no Estadão (3/11, A3) anota um dos piores riscos que corremos e que não é objeto da devida atenção: escassez de água. Temos reservatórios que estão muito baixos, mas acreditamos que as chuvas darão conta de resolver o problema. Há anos continuamos a esperar o milagre vir do Céu. É tempo já de amadurecermos e utilizarmos tecnologia e medidas de uso racionado da água para não criarmos um futuro distópico como o de Mad Max. Acordemos!

Isabel Bueno

São Paulo

*

Fórmula 1

GP de São Paulo

Um começo dramático e um fim épico para o Grande Prêmio de Fórmula 1 de 2024 no Brasil. Interlagos entregou mais uma corrida emocionante. Um recital debaixo d’água. Sob muita chuva, Lewis Hamilton dirigiu a McLaren de Ayrton Senna, exibindo a Bandeira do Brasil. Assisti com lágrimas nos olhos. Quanta emoção! Que momento!

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

*

Educação

Progressão automática

Quem não aprendeu deve passar de ano? (artigo de Claudio de Moura Castro, Estadão, 3/11, A5). Não! O que estão fazendo nas escolas é instituir a falta de objetivos na vida das crianças: não ao estímulo para aprender, à fagulha de curiosidade que alimenta o conhecimento, não ao esforço individual para alcançar novos patamares, não à vontade de galgar postos na vida, que um dia será adulta e desafiadora, não ao sentimento de realização e cumprimento de metas ao progredir para a série seguinte. Sim ao menor esforço, ao menor senso de responsabilidade, sim ao nivelamento pelo sempre medíocre, pelo menos capacitado, menos esforçado e menos merecedor. Triste geração moldada neste menor esforço para alcançar se não um futuro melhor, ao menos uma vida com mais sentido.

Silvia Ayusso

São Paulo

*

Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

INSTITUIÇÃO DA CORRUPÇÃO

Com a profunda atuação de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin, num rompante resolveram legalizar a corrupção no Brasil, soltando indiscriminadamente os corruptos confessos da Operação Lava Jato, culminando com o condenado da vez, José Dirceu – aquele que até plástica fez para não ser reconhecido –, mas Gilmar o reconheceu e o colocou livre, leve e solto. Na verdade, mais um descondenado que volta ao jogo da corrupção e à cena do crime. Já os brasileiros de bem continuam omissos para mudar toda essa tramoia. Afinal, viva a Instituição da Corrupção, comemoram os condenados.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

AUMENTO DO DÓLAR

No Brasil ou na Europa, com as mãos atadas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não vai conter a alta do dólar. E nenhuma promessa de corte de gastos vai acalmar o mercado, pois tanto o mercado como os eleitores estão cansados de esperar o Brasil voltar para os trilhos. Até agora, desde o início do terceiro mandato do Lula, só vimos desperdício de dinheiro público, bancando mordomias e mais mordomias dos três podres Poderes, e muito dinheiro distribuído em emendas parlamentares sem qualquer prestação de contas. Sabemos que grande parte desses recursos acabam alimentando o câncer da corrupção. Enfim, sugiro que apertemos o cinto, pois não só o dólar vai subir, mas a inflação e juros também. Fora Lula. Lula e Jair Bolsonaro nunca mais. Cadê o gigante?

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

*

NOVAS EMOÇÕES

Um uma semana, o STF mais uma vez aparece no noticiário com decisões de ministros que arrepiam a sociedade: participa de negociações para legislação com o Congresso sobre emendas; impede a nomeação de conselheiro de Tribunal de Contas de Estado; livra de punição notório corrupto, condenado em todas as instâncias; viaja de carona em jatinho de empresários para o exterior, censura publicação, reduz pena de ex-presidente, etc. Novas emoções esta semana.

Nilson Rebello

Brasília

*

CÓDIGO PENAL

O que fica claro no Brasil é que apesar de não haver pena de morte, há um excesso de mortes sem pena. Infelizmente, parece que a Reforma do Código Penal vai ficar para as calendas gregas.

Luiz Frid

São Paulo

*

VÍCIOS PERNICIOSOS

Muito bem pontuados os argumentos de Roberto Livianu em Do cigarro às ‘bets’: o novo ovo da serpente (Estadão, 4/11, A4). A expressão “ovo da serpente” foi consagrada no filme de Ingmar Bergman, mas é bem mais antiga, podendo ser a shakespeariana publicação Júlio César, de 1599, seu mais antigo registro. Os argumentos lembram outro filme: Obrigado por fumar, de 2005, dirigido por Jason Reitman, que teve pouca repercussão justamente por expor, ainda que de forma jocosa, os meandros lobistas da indústria do tabaco que procurava provar que o fumo não causava câncer. Hoje são as bets, mas há outros vícios perniciosos longe da discussão. O vício religioso, por exemplo – que leva fiéis a cegamente doarem dinheiro e venderem suas convicções políticas –, nunca foi levado em consideração em seu impacto na saúde da população.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

*

CRIME MORAL

Duas amaldiçoadas coisas acontecendo e que prejudicam fortemente os menos favorecidos de dinheiro e de informações. Falo das famigeradas “bets” e dos remédios/suplementos milagrosos. A dificuldade financeira influi na decisão de tentar um ganho extra. Aí entram as tais “bets” fazendo um estrago no mundo, quando milhões de pessoas prejudicam sua já miserável situação com endividamentos. No segundo caso, envolve questões de saúde e milhões de pessoas embarcam na enganação de remédios e suplementos milagrosos. No caso das “bets” fico chocado ao ver figuras com capacidade de influenciar decisões, servindo de garotos propaganda e colaborando com o sangramento de muitos. Temos pessoas ligadas principalmente ao esporte favorito dos brasileiros. Um desserviço ao País, e, na minha opinião, um crime moral. No caso de remédios e suplementos, atores e atrizes se passam por profissionais da saúde. Também prestam um desserviço e crime moral, além de estelionato.

Sérgio Barbosa

Batatais

*

DIA D

Amanhã será o Dia D, de Democracia, para o povo americano. Votar em Kamala Harris é optar pela democracia. Votar em Donald Trump é escolher viver numa autocracia de extrema direita fascista. Essa eleição é importante para o mundo inteiro pela influência dos Estados Unidos na geopolítica internacional. Donald Trump tentou um golpe de Estado quando perdeu a tentativa de reeleição, imitada por Jair Bolsonaro, dois anos depois no Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

*

‘POSIÇÃO NECESSÁRIA’

As eleições nos Estados Unidos acontecem amanhã e o jornal The New York Times fez um editorial em que pede ao povo americano: “Vote para acabar com a era Trump”. É uma posição corajosa do prestigioso jornal, um dos mais respeitados mundialmente, afirmando com todas as letras que Trump é “uma ameaça à democracia”. Não é comum vermos um grupo de comunicação se manifestar tão claramente sobre um candidato, em especial um candidato à presidência, mas quando a ameaça é latente, é nesses momentos que surgem vozes que entendem que não é hora de ficar em cima do muro, e assumem uma posição tão radical quanto necessária. Meus cumprimentos ao NYT.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

*

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

A atenção do mundo está voltada para os Estados Unidos. Lá ocorre uma das mais disputadas eleições presidenciais dos últimos tempos e – mais que isso – o confronto entre direita e esquerda, que tem se cristalizado em toda parte com ligeira vantagem para a direita (inclusive aqui no Brasil). O republicano Donald Trump – definido como direita ou até extrema direita – bate de frente com Kamala Harris, atual vice-presidente e membro da ala esquerda do Partido Democrata que detonou Trump em 2020, quando este tentava eleger-se para o segundo mandato. O resultado dessa eleição, independente de qual seja o vencedor, impactará o planeta, definirá relacionamentos com nações e modulará as guerras em andamento. Afinal, é o governo da maior potência militar e economia do mercado. As eleições estão cada dia mais complicadas por vários motivos, sendo o principal deles a polarização direita-esquerda que inferniza as populações há mais de um século, já ensejaram greves, conflitos e até atos terroristas. O ideal seria todos os concorrentes e seus seguidores compreenderem que o momento destina-se apenas à escolha dos governantes e parlamentares, e passado esse período, todos devem voltar à rotina de suas vidas. Ao mesmo tempo que nós, brasileiros, acompanhamos a disputa Trump-Kamala, somos obrigados agora a assistir as ofensas e a choradeira do governante da Venezuela – hoje o país mais degradado da América Latina, criticando o Brasil e o presidente Lula por não ter reconhecido a sua vitória nas eleições realizada naquele país em julho (que são questionadas por dezenas de países e organismos internacionais). Maduro diz que venceu, mas não apresentou os números e ainda quer reconhecimento para continuar à frente do governo. Tentou entrar para os Brics – grupo econômico em que o País é um dos líderes –, foi vetado pelo Brasil e agora parte para o ataque. Lula paga o preço de ter, durante duas décadas e meia, apoiado incondicionalmente o regime chavista que destruiu a Venezuela. Agora, quando adota uma posição divergente, é atacado, assim como o nosso país. O melhor que faria é romper relações e esperar que a Venezuela volte à normalidade para um dia reatar. Independente de nele ter ou não votado, não nos constrange ver o chefe do nosso governo receber agressões estúpidas como às produzidas pelo ditador venezuelano. É preciso reagir e não deixar dúvidas de nossa oposição aos seus desmandos. Já passou da hora do presidente Lula priorizar suas obrigações para com o País e esquecer dos problemas de outras nações e governos. Sua declaração de dias atrás a favor da eleição de Kamala nos EUA foi, no mínimo, inoportuna. Se ela ganhar, tudo bem, mas se o vencedor for Trump poderão ocorrer dificuldades. Da mesma forma que se deu no caso argentino, em que Lula fez campanha para o peronista-kirchnerista Alberto Fernández e quem ganhou a eleição foi Javier Milei, que o agrediu durante a campanha e depois da posse, tornando difícil as relações entre os dois países que têm tantos interesses em comum. Lula da Silva – em respeito à sua vitoriosa carreira política – deveria se conter sobre assuntos que não dizem respeito ao seu governo. Por mais que a sua origem esquerdista agite seu coração, deve compreender que hoje os tempos são diferentes da época de sua decolagem e, principalmente, evitar arrecadar para si e para o Brasil problemas que são de outros países e povos. Sua entrada nas contendas de terceiros não ajuda em nada na solução dos problemas brasileiros, e ainda serve para manchar a sua biografia. Isso sem dizer que pode, também, trazer dificuldades ao seu governo que ainda tem mais dois anos de mandato.

Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

*

TRAGÉDIA EM VALÊNCIA

Nas redes sociais, tristes imagens envolvendo o rei da Espanha, Felipe IV, a rainha Letizia, o primeiro-ministro, Pedro Sanches, e o governador de Valência, Carlos Mázon, que tentaram visitar o local da catástrofe da tempestade Dana, na cidade de Paiporta. Foram recebidos com insultos, pedradas, paus, lama e afins, por uma multidão de sobreviventes das cheias. Por que? A raiva foi alimentada pela incapacidade das autoridades de responder rapidamente às consequências, semelhantes aos efeitos de um tsunami. Sabem nada esse rei Felipe IV e comitiva. Tivessem mirado no exemplo do nosso rei Luiz Inácio, da sua rainha consorte (que sorte!) Janja, do ministro Rui (des)Costa et caterva, que fugiram do povo durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em fins de abril 2024, não seriam memes das redes sociais. O cavalo Caramelo é testemunha. Nessas horas, Felipe, Letizia, Sanches e Mázon, nada de migué. Basta dar uma de joão sem braço. Mandem preparar uma bela Paella Valenciana e a clássica e tradicional Sangria da terra. Na caixa, o hit da cantora Luka, arroz de festa, dos DJ’s do nosso Planalto: Tô Nem Aí. Divirtam-se.

Celso David de Oliveira

Recreio

*

CAIR DE MADURO

Quando será que Nicolás Maduro vai cair de maduro?

Robert Haller

São Paulo

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VITÓRIA DE VERSTAPPEN

Trinta anos após o trágico e lamentável acidente fatal do tricampeão mundial Ayrton Senna, aos 36 anos, no GP de Ímola, na Itália, em 1.º de maio de 1994, foi justa e merecidamente reverenciado e homenageado no GP de São Paulo de Fórmula 1, em Interlagos, neste domingo, 3/11, com ampla cobertura do Estadão. O público presente de 291.717 pessoas – novo recorde – e os milhões de telespectadores mundo afora tiveram o privilégio de assistir encantados a uma espetacular vitória do também tricampeão Max Verstappen (Red Bull-Honda). Saindo da 17.ª posição do grid de largada, o holandês voador SuperMax, como que incorporando o espírito de Senna, realizou uma inesquecível e épica corrida de recuperação e superação, fazendo certeiras ultrapassagens praticamente a cada nova volta, quebrando recordes consecutivos de tempo e escalando posições no escorregadio e traiçoeiro novo asfalto encharcado pela chuva torrencial até a consagradora vitória final após 71 voltas. Foi o seu oitavo triunfo no ano e 62.ª vitória na exitosa carreira. Se o campeonato mundial de F1 tivesse apenas essa prova, Max mereceria de longe o título de campeão da temporada. Seu show de habilidade, determinação, ousadia e coragem, sobretudo debaixo de chuva forte, o equiparam ao grande e imortal ídolo mundial Ayrton Senna. Viva Verstappen.

J. S. Decol

São Paulo

*

COBERTURA JORNALÍSTICA

A Globo, durante suas transmissões da F1, nunca deu muito espaço a Mariana Becker, ao contrário da Band. Aí percebemos como o trabalho desenvolvido por ela em todos esses anos deu resultado. Num mundo extremamente machista, ela é recebida com simpatia, com respeito, com qualidade nas perguntas e nas respostas, e mostra que lugar de mulher é sim onde ela quiser e mostrar competência. Meus cumprimentos Mariana, você é show.

José Renato Nascimento

São Paulo

*

FASE RUIM PASSOU

A Seleção Brasileira de futebol é a única que participou de todas as Copas do Mundo, mas começamos mal em 2024, decepcionando na seletiva para a próxima Copa. Aos poucos estamos melhorando. Nos dois últimos jogos, coincidentemente, com a ausência de Vini Jr., machucado, e com boas atuações de Luiz Henrique, Savinho e Igor Jesus, fomos vitoriosos e foi um alívio. Benza Deus. Ao que tudo indica, a fase ruim acabou.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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OBRAS EM SÃO PAULO

A prefeitura de São Paulo, a pretexto de melhorar o trânsito já caótico na região da Rua Sena Madureira com a Domingos de Moraes, iniciou obras para realização de túneis visando ligação com a avenida Dr. Ricardo Jafet, e acesso mais rápido para quem deseja pegar a pista sentido litoral. A par dos transtornos advindos, vimos que a obra custará meio bilhão de reais, algo bastante acima dos padrões construtivos, tempo necessário e da distância a ser percorrida. Cremos que o numerário poderia ser melhor utilizado na saúde, educação e transporte público sem acarretar o já anunciado aumento do bilhete em 2025.

Carlos Henrique Abrao

São Paulo

Política econômica

‘Protelando o ajuste fiscal’

Que bom que o ministro Fernando Haddad cancelou a viagem que faria à Europa para tentar tranquilizar os cada vez menos enganáveis investidores externos com a conversa de sempre sobre o suposto ajuste fiscal duradouro que o Brasil estaria disposto a fazer em breve. Provavelmente, fomos poupados de mais um ridículo internacional. O atual governo, encastelado na cada vez mais fantasiosa Brasília, se comporta como um náufrago desesperado, agarrando-se à primeira tábua que aparecer para sustentar sua inacreditável gastança e irresponsabilidade fiscal. Desta vez, é a PEC da Desvinculação de Receitas da União (DRU), como mostrou o editorial do Estadão de domingo (3/11, B6). Mas o que virá amanhã? E depois de amanhã? Afinal, em Brasília a prioridade parece ser mesmo a compra de um novo e caríssimo avião presidencial, não é verdade? Enquanto isso, o Brasil real amarga a falta de competitividade e a baixa produtividade, aliadas a uma infraestrutura precária e à falta de saneamento adequado para cerca de metade da população, com a saúde, educação e segurança públicas praticamente na UTI. Provavelmente, este desgoverno vai deixar o real e necessário ajuste fiscal para as calendas e se contentar com, no máximo, fazer promessas vazias e tentar baixar os juros na marra em 2025, com os terríveis resultados já vistos na pouco saudosa administração Dilma. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

*

Poder Executivo

‘Filiais’ do MinC

Ante a suspeita de possível inchaço da máquina pública derivado da criação de “filiais do Ministério da Cultura”(MinC) e correspondente lotação de cargos com perfil partidário (Estadão, 4/11, A9), avalio pertinente apurar os resultados do trabalho efetuado por tais comitês e dos instrumentos sob sua coordenação. A boa prática de gestão recomendaria avaliar em que medida ditos escritórios regionais do Ministério da Cultura estariam a contribuir de forma tangível ao alcance das metas propostas e justificariam, desse modo, as respectivas dotações. No momento em que a pauta do Poder Executivo deveria estar voltada em caráter urgente urgentíssimo para o enxugamento do Orçamento governamental, verificar a real funcionalidade ou o balanço custo-benefício de seus vários componentes é fundamental. De preferência, extensivamente a outras áreas possíveis a requerer atenção de teor equivalente.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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Escassez de água

Ainda podemos evitar crise

O editorial de domingo no Estadão (3/11, A3) anota um dos piores riscos que corremos e que não é objeto da devida atenção: escassez de água. Temos reservatórios que estão muito baixos, mas acreditamos que as chuvas darão conta de resolver o problema. Há anos continuamos a esperar o milagre vir do Céu. É tempo já de amadurecermos e utilizarmos tecnologia e medidas de uso racionado da água para não criarmos um futuro distópico como o de Mad Max. Acordemos!

Isabel Bueno

São Paulo

*

Fórmula 1

GP de São Paulo

Um começo dramático e um fim épico para o Grande Prêmio de Fórmula 1 de 2024 no Brasil. Interlagos entregou mais uma corrida emocionante. Um recital debaixo d’água. Sob muita chuva, Lewis Hamilton dirigiu a McLaren de Ayrton Senna, exibindo a Bandeira do Brasil. Assisti com lágrimas nos olhos. Quanta emoção! Que momento!

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

*

Educação

Progressão automática

Quem não aprendeu deve passar de ano? (artigo de Claudio de Moura Castro, Estadão, 3/11, A5). Não! O que estão fazendo nas escolas é instituir a falta de objetivos na vida das crianças: não ao estímulo para aprender, à fagulha de curiosidade que alimenta o conhecimento, não ao esforço individual para alcançar novos patamares, não à vontade de galgar postos na vida, que um dia será adulta e desafiadora, não ao sentimento de realização e cumprimento de metas ao progredir para a série seguinte. Sim ao menor esforço, ao menor senso de responsabilidade, sim ao nivelamento pelo sempre medíocre, pelo menos capacitado, menos esforçado e menos merecedor. Triste geração moldada neste menor esforço para alcançar se não um futuro melhor, ao menos uma vida com mais sentido.

Silvia Ayusso

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

INSTITUIÇÃO DA CORRUPÇÃO

Com a profunda atuação de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin, num rompante resolveram legalizar a corrupção no Brasil, soltando indiscriminadamente os corruptos confessos da Operação Lava Jato, culminando com o condenado da vez, José Dirceu – aquele que até plástica fez para não ser reconhecido –, mas Gilmar o reconheceu e o colocou livre, leve e solto. Na verdade, mais um descondenado que volta ao jogo da corrupção e à cena do crime. Já os brasileiros de bem continuam omissos para mudar toda essa tramoia. Afinal, viva a Instituição da Corrupção, comemoram os condenados.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

*

AUMENTO DO DÓLAR

No Brasil ou na Europa, com as mãos atadas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não vai conter a alta do dólar. E nenhuma promessa de corte de gastos vai acalmar o mercado, pois tanto o mercado como os eleitores estão cansados de esperar o Brasil voltar para os trilhos. Até agora, desde o início do terceiro mandato do Lula, só vimos desperdício de dinheiro público, bancando mordomias e mais mordomias dos três podres Poderes, e muito dinheiro distribuído em emendas parlamentares sem qualquer prestação de contas. Sabemos que grande parte desses recursos acabam alimentando o câncer da corrupção. Enfim, sugiro que apertemos o cinto, pois não só o dólar vai subir, mas a inflação e juros também. Fora Lula. Lula e Jair Bolsonaro nunca mais. Cadê o gigante?

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

*

NOVAS EMOÇÕES

Um uma semana, o STF mais uma vez aparece no noticiário com decisões de ministros que arrepiam a sociedade: participa de negociações para legislação com o Congresso sobre emendas; impede a nomeação de conselheiro de Tribunal de Contas de Estado; livra de punição notório corrupto, condenado em todas as instâncias; viaja de carona em jatinho de empresários para o exterior, censura publicação, reduz pena de ex-presidente, etc. Novas emoções esta semana.

Nilson Rebello

Brasília

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CÓDIGO PENAL

O que fica claro no Brasil é que apesar de não haver pena de morte, há um excesso de mortes sem pena. Infelizmente, parece que a Reforma do Código Penal vai ficar para as calendas gregas.

Luiz Frid

São Paulo

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VÍCIOS PERNICIOSOS

Muito bem pontuados os argumentos de Roberto Livianu em Do cigarro às ‘bets’: o novo ovo da serpente (Estadão, 4/11, A4). A expressão “ovo da serpente” foi consagrada no filme de Ingmar Bergman, mas é bem mais antiga, podendo ser a shakespeariana publicação Júlio César, de 1599, seu mais antigo registro. Os argumentos lembram outro filme: Obrigado por fumar, de 2005, dirigido por Jason Reitman, que teve pouca repercussão justamente por expor, ainda que de forma jocosa, os meandros lobistas da indústria do tabaco que procurava provar que o fumo não causava câncer. Hoje são as bets, mas há outros vícios perniciosos longe da discussão. O vício religioso, por exemplo – que leva fiéis a cegamente doarem dinheiro e venderem suas convicções políticas –, nunca foi levado em consideração em seu impacto na saúde da população.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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CRIME MORAL

Duas amaldiçoadas coisas acontecendo e que prejudicam fortemente os menos favorecidos de dinheiro e de informações. Falo das famigeradas “bets” e dos remédios/suplementos milagrosos. A dificuldade financeira influi na decisão de tentar um ganho extra. Aí entram as tais “bets” fazendo um estrago no mundo, quando milhões de pessoas prejudicam sua já miserável situação com endividamentos. No segundo caso, envolve questões de saúde e milhões de pessoas embarcam na enganação de remédios e suplementos milagrosos. No caso das “bets” fico chocado ao ver figuras com capacidade de influenciar decisões, servindo de garotos propaganda e colaborando com o sangramento de muitos. Temos pessoas ligadas principalmente ao esporte favorito dos brasileiros. Um desserviço ao País, e, na minha opinião, um crime moral. No caso de remédios e suplementos, atores e atrizes se passam por profissionais da saúde. Também prestam um desserviço e crime moral, além de estelionato.

Sérgio Barbosa

Batatais

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DIA D

Amanhã será o Dia D, de Democracia, para o povo americano. Votar em Kamala Harris é optar pela democracia. Votar em Donald Trump é escolher viver numa autocracia de extrema direita fascista. Essa eleição é importante para o mundo inteiro pela influência dos Estados Unidos na geopolítica internacional. Donald Trump tentou um golpe de Estado quando perdeu a tentativa de reeleição, imitada por Jair Bolsonaro, dois anos depois no Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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‘POSIÇÃO NECESSÁRIA’

As eleições nos Estados Unidos acontecem amanhã e o jornal The New York Times fez um editorial em que pede ao povo americano: “Vote para acabar com a era Trump”. É uma posição corajosa do prestigioso jornal, um dos mais respeitados mundialmente, afirmando com todas as letras que Trump é “uma ameaça à democracia”. Não é comum vermos um grupo de comunicação se manifestar tão claramente sobre um candidato, em especial um candidato à presidência, mas quando a ameaça é latente, é nesses momentos que surgem vozes que entendem que não é hora de ficar em cima do muro, e assumem uma posição tão radical quanto necessária. Meus cumprimentos ao NYT.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

A atenção do mundo está voltada para os Estados Unidos. Lá ocorre uma das mais disputadas eleições presidenciais dos últimos tempos e – mais que isso – o confronto entre direita e esquerda, que tem se cristalizado em toda parte com ligeira vantagem para a direita (inclusive aqui no Brasil). O republicano Donald Trump – definido como direita ou até extrema direita – bate de frente com Kamala Harris, atual vice-presidente e membro da ala esquerda do Partido Democrata que detonou Trump em 2020, quando este tentava eleger-se para o segundo mandato. O resultado dessa eleição, independente de qual seja o vencedor, impactará o planeta, definirá relacionamentos com nações e modulará as guerras em andamento. Afinal, é o governo da maior potência militar e economia do mercado. As eleições estão cada dia mais complicadas por vários motivos, sendo o principal deles a polarização direita-esquerda que inferniza as populações há mais de um século, já ensejaram greves, conflitos e até atos terroristas. O ideal seria todos os concorrentes e seus seguidores compreenderem que o momento destina-se apenas à escolha dos governantes e parlamentares, e passado esse período, todos devem voltar à rotina de suas vidas. Ao mesmo tempo que nós, brasileiros, acompanhamos a disputa Trump-Kamala, somos obrigados agora a assistir as ofensas e a choradeira do governante da Venezuela – hoje o país mais degradado da América Latina, criticando o Brasil e o presidente Lula por não ter reconhecido a sua vitória nas eleições realizada naquele país em julho (que são questionadas por dezenas de países e organismos internacionais). Maduro diz que venceu, mas não apresentou os números e ainda quer reconhecimento para continuar à frente do governo. Tentou entrar para os Brics – grupo econômico em que o País é um dos líderes –, foi vetado pelo Brasil e agora parte para o ataque. Lula paga o preço de ter, durante duas décadas e meia, apoiado incondicionalmente o regime chavista que destruiu a Venezuela. Agora, quando adota uma posição divergente, é atacado, assim como o nosso país. O melhor que faria é romper relações e esperar que a Venezuela volte à normalidade para um dia reatar. Independente de nele ter ou não votado, não nos constrange ver o chefe do nosso governo receber agressões estúpidas como às produzidas pelo ditador venezuelano. É preciso reagir e não deixar dúvidas de nossa oposição aos seus desmandos. Já passou da hora do presidente Lula priorizar suas obrigações para com o País e esquecer dos problemas de outras nações e governos. Sua declaração de dias atrás a favor da eleição de Kamala nos EUA foi, no mínimo, inoportuna. Se ela ganhar, tudo bem, mas se o vencedor for Trump poderão ocorrer dificuldades. Da mesma forma que se deu no caso argentino, em que Lula fez campanha para o peronista-kirchnerista Alberto Fernández e quem ganhou a eleição foi Javier Milei, que o agrediu durante a campanha e depois da posse, tornando difícil as relações entre os dois países que têm tantos interesses em comum. Lula da Silva – em respeito à sua vitoriosa carreira política – deveria se conter sobre assuntos que não dizem respeito ao seu governo. Por mais que a sua origem esquerdista agite seu coração, deve compreender que hoje os tempos são diferentes da época de sua decolagem e, principalmente, evitar arrecadar para si e para o Brasil problemas que são de outros países e povos. Sua entrada nas contendas de terceiros não ajuda em nada na solução dos problemas brasileiros, e ainda serve para manchar a sua biografia. Isso sem dizer que pode, também, trazer dificuldades ao seu governo que ainda tem mais dois anos de mandato.

Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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TRAGÉDIA EM VALÊNCIA

Nas redes sociais, tristes imagens envolvendo o rei da Espanha, Felipe IV, a rainha Letizia, o primeiro-ministro, Pedro Sanches, e o governador de Valência, Carlos Mázon, que tentaram visitar o local da catástrofe da tempestade Dana, na cidade de Paiporta. Foram recebidos com insultos, pedradas, paus, lama e afins, por uma multidão de sobreviventes das cheias. Por que? A raiva foi alimentada pela incapacidade das autoridades de responder rapidamente às consequências, semelhantes aos efeitos de um tsunami. Sabem nada esse rei Felipe IV e comitiva. Tivessem mirado no exemplo do nosso rei Luiz Inácio, da sua rainha consorte (que sorte!) Janja, do ministro Rui (des)Costa et caterva, que fugiram do povo durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em fins de abril 2024, não seriam memes das redes sociais. O cavalo Caramelo é testemunha. Nessas horas, Felipe, Letizia, Sanches e Mázon, nada de migué. Basta dar uma de joão sem braço. Mandem preparar uma bela Paella Valenciana e a clássica e tradicional Sangria da terra. Na caixa, o hit da cantora Luka, arroz de festa, dos DJ’s do nosso Planalto: Tô Nem Aí. Divirtam-se.

Celso David de Oliveira

Recreio

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CAIR DE MADURO

Quando será que Nicolás Maduro vai cair de maduro?

Robert Haller

São Paulo

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VITÓRIA DE VERSTAPPEN

Trinta anos após o trágico e lamentável acidente fatal do tricampeão mundial Ayrton Senna, aos 36 anos, no GP de Ímola, na Itália, em 1.º de maio de 1994, foi justa e merecidamente reverenciado e homenageado no GP de São Paulo de Fórmula 1, em Interlagos, neste domingo, 3/11, com ampla cobertura do Estadão. O público presente de 291.717 pessoas – novo recorde – e os milhões de telespectadores mundo afora tiveram o privilégio de assistir encantados a uma espetacular vitória do também tricampeão Max Verstappen (Red Bull-Honda). Saindo da 17.ª posição do grid de largada, o holandês voador SuperMax, como que incorporando o espírito de Senna, realizou uma inesquecível e épica corrida de recuperação e superação, fazendo certeiras ultrapassagens praticamente a cada nova volta, quebrando recordes consecutivos de tempo e escalando posições no escorregadio e traiçoeiro novo asfalto encharcado pela chuva torrencial até a consagradora vitória final após 71 voltas. Foi o seu oitavo triunfo no ano e 62.ª vitória na exitosa carreira. Se o campeonato mundial de F1 tivesse apenas essa prova, Max mereceria de longe o título de campeão da temporada. Seu show de habilidade, determinação, ousadia e coragem, sobretudo debaixo de chuva forte, o equiparam ao grande e imortal ídolo mundial Ayrton Senna. Viva Verstappen.

J. S. Decol

São Paulo

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COBERTURA JORNALÍSTICA

A Globo, durante suas transmissões da F1, nunca deu muito espaço a Mariana Becker, ao contrário da Band. Aí percebemos como o trabalho desenvolvido por ela em todos esses anos deu resultado. Num mundo extremamente machista, ela é recebida com simpatia, com respeito, com qualidade nas perguntas e nas respostas, e mostra que lugar de mulher é sim onde ela quiser e mostrar competência. Meus cumprimentos Mariana, você é show.

José Renato Nascimento

São Paulo

*

FASE RUIM PASSOU

A Seleção Brasileira de futebol é a única que participou de todas as Copas do Mundo, mas começamos mal em 2024, decepcionando na seletiva para a próxima Copa. Aos poucos estamos melhorando. Nos dois últimos jogos, coincidentemente, com a ausência de Vini Jr., machucado, e com boas atuações de Luiz Henrique, Savinho e Igor Jesus, fomos vitoriosos e foi um alívio. Benza Deus. Ao que tudo indica, a fase ruim acabou.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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OBRAS EM SÃO PAULO

A prefeitura de São Paulo, a pretexto de melhorar o trânsito já caótico na região da Rua Sena Madureira com a Domingos de Moraes, iniciou obras para realização de túneis visando ligação com a avenida Dr. Ricardo Jafet, e acesso mais rápido para quem deseja pegar a pista sentido litoral. A par dos transtornos advindos, vimos que a obra custará meio bilhão de reais, algo bastante acima dos padrões construtivos, tempo necessário e da distância a ser percorrida. Cremos que o numerário poderia ser melhor utilizado na saúde, educação e transporte público sem acarretar o já anunciado aumento do bilhete em 2025.

Carlos Henrique Abrao

São Paulo

Política econômica

‘Protelando o ajuste fiscal’

Que bom que o ministro Fernando Haddad cancelou a viagem que faria à Europa para tentar tranquilizar os cada vez menos enganáveis investidores externos com a conversa de sempre sobre o suposto ajuste fiscal duradouro que o Brasil estaria disposto a fazer em breve. Provavelmente, fomos poupados de mais um ridículo internacional. O atual governo, encastelado na cada vez mais fantasiosa Brasília, se comporta como um náufrago desesperado, agarrando-se à primeira tábua que aparecer para sustentar sua inacreditável gastança e irresponsabilidade fiscal. Desta vez, é a PEC da Desvinculação de Receitas da União (DRU), como mostrou o editorial do Estadão de domingo (3/11, B6). Mas o que virá amanhã? E depois de amanhã? Afinal, em Brasília a prioridade parece ser mesmo a compra de um novo e caríssimo avião presidencial, não é verdade? Enquanto isso, o Brasil real amarga a falta de competitividade e a baixa produtividade, aliadas a uma infraestrutura precária e à falta de saneamento adequado para cerca de metade da população, com a saúde, educação e segurança públicas praticamente na UTI. Provavelmente, este desgoverno vai deixar o real e necessário ajuste fiscal para as calendas e se contentar com, no máximo, fazer promessas vazias e tentar baixar os juros na marra em 2025, com os terríveis resultados já vistos na pouco saudosa administração Dilma. Tristes trópicos.

Fernando T. H. F. Machado

São Paulo

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Poder Executivo

‘Filiais’ do MinC

Ante a suspeita de possível inchaço da máquina pública derivado da criação de “filiais do Ministério da Cultura”(MinC) e correspondente lotação de cargos com perfil partidário (Estadão, 4/11, A9), avalio pertinente apurar os resultados do trabalho efetuado por tais comitês e dos instrumentos sob sua coordenação. A boa prática de gestão recomendaria avaliar em que medida ditos escritórios regionais do Ministério da Cultura estariam a contribuir de forma tangível ao alcance das metas propostas e justificariam, desse modo, as respectivas dotações. No momento em que a pauta do Poder Executivo deveria estar voltada em caráter urgente urgentíssimo para o enxugamento do Orçamento governamental, verificar a real funcionalidade ou o balanço custo-benefício de seus vários componentes é fundamental. De preferência, extensivamente a outras áreas possíveis a requerer atenção de teor equivalente.

Patricia Porto da Silva

Rio de Janeiro

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Escassez de água

Ainda podemos evitar crise

O editorial de domingo no Estadão (3/11, A3) anota um dos piores riscos que corremos e que não é objeto da devida atenção: escassez de água. Temos reservatórios que estão muito baixos, mas acreditamos que as chuvas darão conta de resolver o problema. Há anos continuamos a esperar o milagre vir do Céu. É tempo já de amadurecermos e utilizarmos tecnologia e medidas de uso racionado da água para não criarmos um futuro distópico como o de Mad Max. Acordemos!

Isabel Bueno

São Paulo

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Fórmula 1

GP de São Paulo

Um começo dramático e um fim épico para o Grande Prêmio de Fórmula 1 de 2024 no Brasil. Interlagos entregou mais uma corrida emocionante. Um recital debaixo d’água. Sob muita chuva, Lewis Hamilton dirigiu a McLaren de Ayrton Senna, exibindo a Bandeira do Brasil. Assisti com lágrimas nos olhos. Quanta emoção! Que momento!

José Ribamar Pinheiro Filho

Brasília

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Educação

Progressão automática

Quem não aprendeu deve passar de ano? (artigo de Claudio de Moura Castro, Estadão, 3/11, A5). Não! O que estão fazendo nas escolas é instituir a falta de objetivos na vida das crianças: não ao estímulo para aprender, à fagulha de curiosidade que alimenta o conhecimento, não ao esforço individual para alcançar novos patamares, não à vontade de galgar postos na vida, que um dia será adulta e desafiadora, não ao sentimento de realização e cumprimento de metas ao progredir para a série seguinte. Sim ao menor esforço, ao menor senso de responsabilidade, sim ao nivelamento pelo sempre medíocre, pelo menos capacitado, menos esforçado e menos merecedor. Triste geração moldada neste menor esforço para alcançar se não um futuro melhor, ao menos uma vida com mais sentido.

Silvia Ayusso

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

INSTITUIÇÃO DA CORRUPÇÃO

Com a profunda atuação de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Edson Fachin, num rompante resolveram legalizar a corrupção no Brasil, soltando indiscriminadamente os corruptos confessos da Operação Lava Jato, culminando com o condenado da vez, José Dirceu – aquele que até plástica fez para não ser reconhecido –, mas Gilmar o reconheceu e o colocou livre, leve e solto. Na verdade, mais um descondenado que volta ao jogo da corrupção e à cena do crime. Já os brasileiros de bem continuam omissos para mudar toda essa tramoia. Afinal, viva a Instituição da Corrupção, comemoram os condenados.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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AUMENTO DO DÓLAR

No Brasil ou na Europa, com as mãos atadas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não vai conter a alta do dólar. E nenhuma promessa de corte de gastos vai acalmar o mercado, pois tanto o mercado como os eleitores estão cansados de esperar o Brasil voltar para os trilhos. Até agora, desde o início do terceiro mandato do Lula, só vimos desperdício de dinheiro público, bancando mordomias e mais mordomias dos três podres Poderes, e muito dinheiro distribuído em emendas parlamentares sem qualquer prestação de contas. Sabemos que grande parte desses recursos acabam alimentando o câncer da corrupção. Enfim, sugiro que apertemos o cinto, pois não só o dólar vai subir, mas a inflação e juros também. Fora Lula. Lula e Jair Bolsonaro nunca mais. Cadê o gigante?

Maria Carmen Del Bel Tunes

Americana

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NOVAS EMOÇÕES

Um uma semana, o STF mais uma vez aparece no noticiário com decisões de ministros que arrepiam a sociedade: participa de negociações para legislação com o Congresso sobre emendas; impede a nomeação de conselheiro de Tribunal de Contas de Estado; livra de punição notório corrupto, condenado em todas as instâncias; viaja de carona em jatinho de empresários para o exterior, censura publicação, reduz pena de ex-presidente, etc. Novas emoções esta semana.

Nilson Rebello

Brasília

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CÓDIGO PENAL

O que fica claro no Brasil é que apesar de não haver pena de morte, há um excesso de mortes sem pena. Infelizmente, parece que a Reforma do Código Penal vai ficar para as calendas gregas.

Luiz Frid

São Paulo

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VÍCIOS PERNICIOSOS

Muito bem pontuados os argumentos de Roberto Livianu em Do cigarro às ‘bets’: o novo ovo da serpente (Estadão, 4/11, A4). A expressão “ovo da serpente” foi consagrada no filme de Ingmar Bergman, mas é bem mais antiga, podendo ser a shakespeariana publicação Júlio César, de 1599, seu mais antigo registro. Os argumentos lembram outro filme: Obrigado por fumar, de 2005, dirigido por Jason Reitman, que teve pouca repercussão justamente por expor, ainda que de forma jocosa, os meandros lobistas da indústria do tabaco que procurava provar que o fumo não causava câncer. Hoje são as bets, mas há outros vícios perniciosos longe da discussão. O vício religioso, por exemplo – que leva fiéis a cegamente doarem dinheiro e venderem suas convicções políticas –, nunca foi levado em consideração em seu impacto na saúde da população.

Adilson Roberto Gonçalves

Campinas

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CRIME MORAL

Duas amaldiçoadas coisas acontecendo e que prejudicam fortemente os menos favorecidos de dinheiro e de informações. Falo das famigeradas “bets” e dos remédios/suplementos milagrosos. A dificuldade financeira influi na decisão de tentar um ganho extra. Aí entram as tais “bets” fazendo um estrago no mundo, quando milhões de pessoas prejudicam sua já miserável situação com endividamentos. No segundo caso, envolve questões de saúde e milhões de pessoas embarcam na enganação de remédios e suplementos milagrosos. No caso das “bets” fico chocado ao ver figuras com capacidade de influenciar decisões, servindo de garotos propaganda e colaborando com o sangramento de muitos. Temos pessoas ligadas principalmente ao esporte favorito dos brasileiros. Um desserviço ao País, e, na minha opinião, um crime moral. No caso de remédios e suplementos, atores e atrizes se passam por profissionais da saúde. Também prestam um desserviço e crime moral, além de estelionato.

Sérgio Barbosa

Batatais

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DIA D

Amanhã será o Dia D, de Democracia, para o povo americano. Votar em Kamala Harris é optar pela democracia. Votar em Donald Trump é escolher viver numa autocracia de extrema direita fascista. Essa eleição é importante para o mundo inteiro pela influência dos Estados Unidos na geopolítica internacional. Donald Trump tentou um golpe de Estado quando perdeu a tentativa de reeleição, imitada por Jair Bolsonaro, dois anos depois no Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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‘POSIÇÃO NECESSÁRIA’

As eleições nos Estados Unidos acontecem amanhã e o jornal The New York Times fez um editorial em que pede ao povo americano: “Vote para acabar com a era Trump”. É uma posição corajosa do prestigioso jornal, um dos mais respeitados mundialmente, afirmando com todas as letras que Trump é “uma ameaça à democracia”. Não é comum vermos um grupo de comunicação se manifestar tão claramente sobre um candidato, em especial um candidato à presidência, mas quando a ameaça é latente, é nesses momentos que surgem vozes que entendem que não é hora de ficar em cima do muro, e assumem uma posição tão radical quanto necessária. Meus cumprimentos ao NYT.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

A atenção do mundo está voltada para os Estados Unidos. Lá ocorre uma das mais disputadas eleições presidenciais dos últimos tempos e – mais que isso – o confronto entre direita e esquerda, que tem se cristalizado em toda parte com ligeira vantagem para a direita (inclusive aqui no Brasil). O republicano Donald Trump – definido como direita ou até extrema direita – bate de frente com Kamala Harris, atual vice-presidente e membro da ala esquerda do Partido Democrata que detonou Trump em 2020, quando este tentava eleger-se para o segundo mandato. O resultado dessa eleição, independente de qual seja o vencedor, impactará o planeta, definirá relacionamentos com nações e modulará as guerras em andamento. Afinal, é o governo da maior potência militar e economia do mercado. As eleições estão cada dia mais complicadas por vários motivos, sendo o principal deles a polarização direita-esquerda que inferniza as populações há mais de um século, já ensejaram greves, conflitos e até atos terroristas. O ideal seria todos os concorrentes e seus seguidores compreenderem que o momento destina-se apenas à escolha dos governantes e parlamentares, e passado esse período, todos devem voltar à rotina de suas vidas. Ao mesmo tempo que nós, brasileiros, acompanhamos a disputa Trump-Kamala, somos obrigados agora a assistir as ofensas e a choradeira do governante da Venezuela – hoje o país mais degradado da América Latina, criticando o Brasil e o presidente Lula por não ter reconhecido a sua vitória nas eleições realizada naquele país em julho (que são questionadas por dezenas de países e organismos internacionais). Maduro diz que venceu, mas não apresentou os números e ainda quer reconhecimento para continuar à frente do governo. Tentou entrar para os Brics – grupo econômico em que o País é um dos líderes –, foi vetado pelo Brasil e agora parte para o ataque. Lula paga o preço de ter, durante duas décadas e meia, apoiado incondicionalmente o regime chavista que destruiu a Venezuela. Agora, quando adota uma posição divergente, é atacado, assim como o nosso país. O melhor que faria é romper relações e esperar que a Venezuela volte à normalidade para um dia reatar. Independente de nele ter ou não votado, não nos constrange ver o chefe do nosso governo receber agressões estúpidas como às produzidas pelo ditador venezuelano. É preciso reagir e não deixar dúvidas de nossa oposição aos seus desmandos. Já passou da hora do presidente Lula priorizar suas obrigações para com o País e esquecer dos problemas de outras nações e governos. Sua declaração de dias atrás a favor da eleição de Kamala nos EUA foi, no mínimo, inoportuna. Se ela ganhar, tudo bem, mas se o vencedor for Trump poderão ocorrer dificuldades. Da mesma forma que se deu no caso argentino, em que Lula fez campanha para o peronista-kirchnerista Alberto Fernández e quem ganhou a eleição foi Javier Milei, que o agrediu durante a campanha e depois da posse, tornando difícil as relações entre os dois países que têm tantos interesses em comum. Lula da Silva – em respeito à sua vitoriosa carreira política – deveria se conter sobre assuntos que não dizem respeito ao seu governo. Por mais que a sua origem esquerdista agite seu coração, deve compreender que hoje os tempos são diferentes da época de sua decolagem e, principalmente, evitar arrecadar para si e para o Brasil problemas que são de outros países e povos. Sua entrada nas contendas de terceiros não ajuda em nada na solução dos problemas brasileiros, e ainda serve para manchar a sua biografia. Isso sem dizer que pode, também, trazer dificuldades ao seu governo que ainda tem mais dois anos de mandato.

Dirceu Cardoso Gonçalves

São Paulo

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TRAGÉDIA EM VALÊNCIA

Nas redes sociais, tristes imagens envolvendo o rei da Espanha, Felipe IV, a rainha Letizia, o primeiro-ministro, Pedro Sanches, e o governador de Valência, Carlos Mázon, que tentaram visitar o local da catástrofe da tempestade Dana, na cidade de Paiporta. Foram recebidos com insultos, pedradas, paus, lama e afins, por uma multidão de sobreviventes das cheias. Por que? A raiva foi alimentada pela incapacidade das autoridades de responder rapidamente às consequências, semelhantes aos efeitos de um tsunami. Sabem nada esse rei Felipe IV e comitiva. Tivessem mirado no exemplo do nosso rei Luiz Inácio, da sua rainha consorte (que sorte!) Janja, do ministro Rui (des)Costa et caterva, que fugiram do povo durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em fins de abril 2024, não seriam memes das redes sociais. O cavalo Caramelo é testemunha. Nessas horas, Felipe, Letizia, Sanches e Mázon, nada de migué. Basta dar uma de joão sem braço. Mandem preparar uma bela Paella Valenciana e a clássica e tradicional Sangria da terra. Na caixa, o hit da cantora Luka, arroz de festa, dos DJ’s do nosso Planalto: Tô Nem Aí. Divirtam-se.

Celso David de Oliveira

Recreio

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CAIR DE MADURO

Quando será que Nicolás Maduro vai cair de maduro?

Robert Haller

São Paulo

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VITÓRIA DE VERSTAPPEN

Trinta anos após o trágico e lamentável acidente fatal do tricampeão mundial Ayrton Senna, aos 36 anos, no GP de Ímola, na Itália, em 1.º de maio de 1994, foi justa e merecidamente reverenciado e homenageado no GP de São Paulo de Fórmula 1, em Interlagos, neste domingo, 3/11, com ampla cobertura do Estadão. O público presente de 291.717 pessoas – novo recorde – e os milhões de telespectadores mundo afora tiveram o privilégio de assistir encantados a uma espetacular vitória do também tricampeão Max Verstappen (Red Bull-Honda). Saindo da 17.ª posição do grid de largada, o holandês voador SuperMax, como que incorporando o espírito de Senna, realizou uma inesquecível e épica corrida de recuperação e superação, fazendo certeiras ultrapassagens praticamente a cada nova volta, quebrando recordes consecutivos de tempo e escalando posições no escorregadio e traiçoeiro novo asfalto encharcado pela chuva torrencial até a consagradora vitória final após 71 voltas. Foi o seu oitavo triunfo no ano e 62.ª vitória na exitosa carreira. Se o campeonato mundial de F1 tivesse apenas essa prova, Max mereceria de longe o título de campeão da temporada. Seu show de habilidade, determinação, ousadia e coragem, sobretudo debaixo de chuva forte, o equiparam ao grande e imortal ídolo mundial Ayrton Senna. Viva Verstappen.

J. S. Decol

São Paulo

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COBERTURA JORNALÍSTICA

A Globo, durante suas transmissões da F1, nunca deu muito espaço a Mariana Becker, ao contrário da Band. Aí percebemos como o trabalho desenvolvido por ela em todos esses anos deu resultado. Num mundo extremamente machista, ela é recebida com simpatia, com respeito, com qualidade nas perguntas e nas respostas, e mostra que lugar de mulher é sim onde ela quiser e mostrar competência. Meus cumprimentos Mariana, você é show.

José Renato Nascimento

São Paulo

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FASE RUIM PASSOU

A Seleção Brasileira de futebol é a única que participou de todas as Copas do Mundo, mas começamos mal em 2024, decepcionando na seletiva para a próxima Copa. Aos poucos estamos melhorando. Nos dois últimos jogos, coincidentemente, com a ausência de Vini Jr., machucado, e com boas atuações de Luiz Henrique, Savinho e Igor Jesus, fomos vitoriosos e foi um alívio. Benza Deus. Ao que tudo indica, a fase ruim acabou.

Humberto Schuwartz Soares

Vila Velha (ES)

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OBRAS EM SÃO PAULO

A prefeitura de São Paulo, a pretexto de melhorar o trânsito já caótico na região da Rua Sena Madureira com a Domingos de Moraes, iniciou obras para realização de túneis visando ligação com a avenida Dr. Ricardo Jafet, e acesso mais rápido para quem deseja pegar a pista sentido litoral. A par dos transtornos advindos, vimos que a obra custará meio bilhão de reais, algo bastante acima dos padrões construtivos, tempo necessário e da distância a ser percorrida. Cremos que o numerário poderia ser melhor utilizado na saúde, educação e transporte público sem acarretar o já anunciado aumento do bilhete em 2025.

Carlos Henrique Abrao

São Paulo

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